Bastidores do mundo dos negócios

Neutralizar carbono é opção e custa; mercado não leva isso em conta, diz CEO da Natura


João Paulo Ferreira defende regulamentação sobre impactos socioambientais das empresas

Por Talita Nascimento
'Uma empresa que não seja carbono neutro no futuro será considerada pouco civilizada', afirma Ferreira Foto: Felipe Rau/Estadão - 15/05/2023

O CEO da Natura e da Natura & Co para a América Latina, João Paulo Ferreira, disse ao Broadcast que hoje o mercado não dá melhores condições de crédito e de valor para empresas que trabalham com responsabilidade socioambiental. Em sua visão, a regulamentação do governo em relação aos impactos negativos causados pelas empresas é fundamental para que agentes financeiros consigam quantificar o custo desses problemas.

“Se queremos incentivar a iniciativa privada a desenvolver soluções socioambientais corretas dentro dos seus negócios, é preciso que os instrumentos institucionais sejam favoráveis do ponto de vista regulatório, de crédito ou de impostos. Porque isso custa. É um custo que uma empresa pode não incorrer hoje, mas, nesse caso, ela distribui a conta de forma difusa para a sociedade”, avalia Ferreira.

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Ele disse que a Natura investe dezenas de milhões de reais para neutralizar suas emissões de carbono. “Não é uma obrigação, é uma escolha. Eu acho que uma empresa que não seja carbono neutro no futuro será considerada pouco civilizada”, afirma.

Em sua visão, a regulamentação sobre “externalidades”, impactos que as empresas causam na sociedade e no meio ambiente, poderia levar a uma melhor precificação das ações positivas de companhias nesse sentido. “O governo tem papel relevante de mudar marcos regulatórios que vão forçar os agentes econômicos a valorar essas externalidades”, avalia.

Urgência

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A diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciana Costa disse ao Broadcast que o país precisa ter urgência na regulação do mercado de carbono, justamente para motivar nos agentes de mercado um olhar do quanto a falta de compensações ou reduções de emissões pode custar. Ela vê ainda que, para inserir o Brasil de modo competitivo no cenário mundial, isso é fundamental.

“O mundo está levantando barreiras. Temos de ser eficientes e aprovar essa legislação porque outros países têm capacidade fiscal maior do que o Brasil e estão subsidiando produtos”, disse.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 21/06/24, às 16h59.

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'Uma empresa que não seja carbono neutro no futuro será considerada pouco civilizada', afirma Ferreira Foto: Felipe Rau/Estadão - 15/05/2023

O CEO da Natura e da Natura & Co para a América Latina, João Paulo Ferreira, disse ao Broadcast que hoje o mercado não dá melhores condições de crédito e de valor para empresas que trabalham com responsabilidade socioambiental. Em sua visão, a regulamentação do governo em relação aos impactos negativos causados pelas empresas é fundamental para que agentes financeiros consigam quantificar o custo desses problemas.

“Se queremos incentivar a iniciativa privada a desenvolver soluções socioambientais corretas dentro dos seus negócios, é preciso que os instrumentos institucionais sejam favoráveis do ponto de vista regulatório, de crédito ou de impostos. Porque isso custa. É um custo que uma empresa pode não incorrer hoje, mas, nesse caso, ela distribui a conta de forma difusa para a sociedade”, avalia Ferreira.

Ele disse que a Natura investe dezenas de milhões de reais para neutralizar suas emissões de carbono. “Não é uma obrigação, é uma escolha. Eu acho que uma empresa que não seja carbono neutro no futuro será considerada pouco civilizada”, afirma.

Em sua visão, a regulamentação sobre “externalidades”, impactos que as empresas causam na sociedade e no meio ambiente, poderia levar a uma melhor precificação das ações positivas de companhias nesse sentido. “O governo tem papel relevante de mudar marcos regulatórios que vão forçar os agentes econômicos a valorar essas externalidades”, avalia.

Urgência

A diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciana Costa disse ao Broadcast que o país precisa ter urgência na regulação do mercado de carbono, justamente para motivar nos agentes de mercado um olhar do quanto a falta de compensações ou reduções de emissões pode custar. Ela vê ainda que, para inserir o Brasil de modo competitivo no cenário mundial, isso é fundamental.

“O mundo está levantando barreiras. Temos de ser eficientes e aprovar essa legislação porque outros países têm capacidade fiscal maior do que o Brasil e estão subsidiando produtos”, disse.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 21/06/24, às 16h59.

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'Uma empresa que não seja carbono neutro no futuro será considerada pouco civilizada', afirma Ferreira Foto: Felipe Rau/Estadão - 15/05/2023

O CEO da Natura e da Natura & Co para a América Latina, João Paulo Ferreira, disse ao Broadcast que hoje o mercado não dá melhores condições de crédito e de valor para empresas que trabalham com responsabilidade socioambiental. Em sua visão, a regulamentação do governo em relação aos impactos negativos causados pelas empresas é fundamental para que agentes financeiros consigam quantificar o custo desses problemas.

“Se queremos incentivar a iniciativa privada a desenvolver soluções socioambientais corretas dentro dos seus negócios, é preciso que os instrumentos institucionais sejam favoráveis do ponto de vista regulatório, de crédito ou de impostos. Porque isso custa. É um custo que uma empresa pode não incorrer hoje, mas, nesse caso, ela distribui a conta de forma difusa para a sociedade”, avalia Ferreira.

Ele disse que a Natura investe dezenas de milhões de reais para neutralizar suas emissões de carbono. “Não é uma obrigação, é uma escolha. Eu acho que uma empresa que não seja carbono neutro no futuro será considerada pouco civilizada”, afirma.

Em sua visão, a regulamentação sobre “externalidades”, impactos que as empresas causam na sociedade e no meio ambiente, poderia levar a uma melhor precificação das ações positivas de companhias nesse sentido. “O governo tem papel relevante de mudar marcos regulatórios que vão forçar os agentes econômicos a valorar essas externalidades”, avalia.

Urgência

A diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciana Costa disse ao Broadcast que o país precisa ter urgência na regulação do mercado de carbono, justamente para motivar nos agentes de mercado um olhar do quanto a falta de compensações ou reduções de emissões pode custar. Ela vê ainda que, para inserir o Brasil de modo competitivo no cenário mundial, isso é fundamental.

“O mundo está levantando barreiras. Temos de ser eficientes e aprovar essa legislação porque outros países têm capacidade fiscal maior do que o Brasil e estão subsidiando produtos”, disse.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 21/06/24, às 16h59.

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