Bastidores do mundo dos negócios

Nortec investe R$ 30 milhões em expansão de laboratórios


Farmacêutica brasileira quer atrair pesquisadores brasileiros

Por Isabela Moya
Empresa fabrica insumos farmacêuticos ativos (Ifas), utilizados na produção de medicamentos Foto: REUTERS / Yves Herman

A Nortec Química, fabricante brasileira de insumos farmacêuticos ativos (Ifas), utilizados na produção de medicamentos, vai investir R$ 30 milhões na expansão dos laboratórios para pesquisa e desenvolvimento e controle de qualidade. Cerca de R$ 18 milhões vão para compra de equipamentos com tecnologias mais avançadas, como detectores de massas, espectrofotômetro, cromatógrafo de alto desempenho e câmara de estabilidade.

Para o presidente da Nortec, Marcelo Mansur, a nova estrutura pode tornar a área de pesquisa e desenvolvimento mais competitiva no mercado e atrativa para os cientistas brasileiros. O executivo diz que é comum ver estudos científicos iniciados Brasil terminarem em laboratórios estrangeiros por falta de apoio aqui. “Um espaço que oferece mais estrutura, tecnologia e investimentos também atrai novos talentos com alta qualificação. Esses profissionais podem criar e introduzir novos produtos, soluções e tecnologias. São resultados que contribuirão para o crescimento de toda a indústria”, diz.

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Com os investimentos, a Nortec vai buscar inovação em setores considerados estratégicos. “Estamos buscando entrar no mercado de patenteados e novas moléculas, porque muitas delas são importadas. É mais seguro porque o conhecimento fica aqui dentro, gera todo o valor aqui”, afirma.

Parceria com Fiocruz estuda medicamento para tratar doença de Chagas

O presidente da farmacêutica brasileira cita a parceria com o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) firmada em junho. As instituições estudam o aprimoramento do benznidazol, medicamento utilizado para o tratamento da doença de Chagas.

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Este é o primeiro investimento exclusivo à expansão de laboratório e pesquisa, sem envolver expansão fabril. “Este investimento é algo bem novo para nós porque, até então, todos os investimentos sempre tiveram a expansão industrial. É reflexo do momento em que vivemos, com muita oportunidade de expansão de portfólio e geográfica, para sair do eixo China-Índia. Com isso, temos muita necessidade de aumentar a capacidade de desenvolvimento, equipamentos mais inovadores e contratação de pessoas”.

Ele ressalta ainda o fato de conseguir realizar investimento em um momento de taxas de juros elevadas. O investimento foi possível devido à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), entidade federal de fomento à pesquisa, que faz empréstimos com taxas mais baixas. Fazer este tipo de investimento com a atual taxa de juros não seria possível porque o retorno leva de cinco a seis anos até o medicamento ser comercializado, diz.

Após hiato, setor conta com apoio do atual governo

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Segundo Mansur, a indústria farmacêutica tem recebido apoio do atual governo, o que motiva o seu tom otimista. Houve um hiato na gestão anterior, diz o presidente da Nortec, e, agora, há um esforço de reconstrução por meio do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. O grupo havia sido extinto em 2019 e foi recriado em abril para formular medidas que fortaleçam a produção e a inovação em saúde.

A meta do governo é de que 70% do consumo do Sistema Único de Saúde (SUS) seja produzido nacionalmente. Segundo o presidente da Nortec, em medicamentos, mais de 80% já é produzido em território nacional, mas em Ifas, não chega a 5%. Os demais 95% são importados principalmente da China e da Índia, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi).

Mansur avalia que o atual governo vê a indústria farmacêutica como um pilar de sustentabilidade do SUS e de crescimento econômico. “O Ministério da Saúde hoje entende que, para ter um SUS autônomo e sustentável, é preciso garantir que o País tenha autonomia da produção daquilo que o SUS consome, não podemos depender de importações, seja de equipamentos, medicamentos ou Ifas”, afirma. “Trabalhamos para que o Ifa seja uma das frentes de crescimento e para retomar o que vinha acontecendo no passado”, completa.

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Ele cita a experiência do País no tratamento da Aids. “Somos referência mundial na produção nacional de insumos e medicamentos, que são de última linha. Gera emprego, tributo, bem-estar para a população. É um ciclo que se retroalimenta e gera crescimento econômico e estabilidade social.”

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 21/09/23, às 18h12.

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Empresa fabrica insumos farmacêuticos ativos (Ifas), utilizados na produção de medicamentos Foto: REUTERS / Yves Herman

A Nortec Química, fabricante brasileira de insumos farmacêuticos ativos (Ifas), utilizados na produção de medicamentos, vai investir R$ 30 milhões na expansão dos laboratórios para pesquisa e desenvolvimento e controle de qualidade. Cerca de R$ 18 milhões vão para compra de equipamentos com tecnologias mais avançadas, como detectores de massas, espectrofotômetro, cromatógrafo de alto desempenho e câmara de estabilidade.

Para o presidente da Nortec, Marcelo Mansur, a nova estrutura pode tornar a área de pesquisa e desenvolvimento mais competitiva no mercado e atrativa para os cientistas brasileiros. O executivo diz que é comum ver estudos científicos iniciados Brasil terminarem em laboratórios estrangeiros por falta de apoio aqui. “Um espaço que oferece mais estrutura, tecnologia e investimentos também atrai novos talentos com alta qualificação. Esses profissionais podem criar e introduzir novos produtos, soluções e tecnologias. São resultados que contribuirão para o crescimento de toda a indústria”, diz.

Com os investimentos, a Nortec vai buscar inovação em setores considerados estratégicos. “Estamos buscando entrar no mercado de patenteados e novas moléculas, porque muitas delas são importadas. É mais seguro porque o conhecimento fica aqui dentro, gera todo o valor aqui”, afirma.

Parceria com Fiocruz estuda medicamento para tratar doença de Chagas

O presidente da farmacêutica brasileira cita a parceria com o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) firmada em junho. As instituições estudam o aprimoramento do benznidazol, medicamento utilizado para o tratamento da doença de Chagas.

Este é o primeiro investimento exclusivo à expansão de laboratório e pesquisa, sem envolver expansão fabril. “Este investimento é algo bem novo para nós porque, até então, todos os investimentos sempre tiveram a expansão industrial. É reflexo do momento em que vivemos, com muita oportunidade de expansão de portfólio e geográfica, para sair do eixo China-Índia. Com isso, temos muita necessidade de aumentar a capacidade de desenvolvimento, equipamentos mais inovadores e contratação de pessoas”.

Ele ressalta ainda o fato de conseguir realizar investimento em um momento de taxas de juros elevadas. O investimento foi possível devido à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), entidade federal de fomento à pesquisa, que faz empréstimos com taxas mais baixas. Fazer este tipo de investimento com a atual taxa de juros não seria possível porque o retorno leva de cinco a seis anos até o medicamento ser comercializado, diz.

Após hiato, setor conta com apoio do atual governo

Segundo Mansur, a indústria farmacêutica tem recebido apoio do atual governo, o que motiva o seu tom otimista. Houve um hiato na gestão anterior, diz o presidente da Nortec, e, agora, há um esforço de reconstrução por meio do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. O grupo havia sido extinto em 2019 e foi recriado em abril para formular medidas que fortaleçam a produção e a inovação em saúde.

A meta do governo é de que 70% do consumo do Sistema Único de Saúde (SUS) seja produzido nacionalmente. Segundo o presidente da Nortec, em medicamentos, mais de 80% já é produzido em território nacional, mas em Ifas, não chega a 5%. Os demais 95% são importados principalmente da China e da Índia, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi).

Mansur avalia que o atual governo vê a indústria farmacêutica como um pilar de sustentabilidade do SUS e de crescimento econômico. “O Ministério da Saúde hoje entende que, para ter um SUS autônomo e sustentável, é preciso garantir que o País tenha autonomia da produção daquilo que o SUS consome, não podemos depender de importações, seja de equipamentos, medicamentos ou Ifas”, afirma. “Trabalhamos para que o Ifa seja uma das frentes de crescimento e para retomar o que vinha acontecendo no passado”, completa.

Ele cita a experiência do País no tratamento da Aids. “Somos referência mundial na produção nacional de insumos e medicamentos, que são de última linha. Gera emprego, tributo, bem-estar para a população. É um ciclo que se retroalimenta e gera crescimento econômico e estabilidade social.”

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A Nortec Química, fabricante brasileira de insumos farmacêuticos ativos (Ifas), utilizados na produção de medicamentos, vai investir R$ 30 milhões na expansão dos laboratórios para pesquisa e desenvolvimento e controle de qualidade. Cerca de R$ 18 milhões vão para compra de equipamentos com tecnologias mais avançadas, como detectores de massas, espectrofotômetro, cromatógrafo de alto desempenho e câmara de estabilidade.

Para o presidente da Nortec, Marcelo Mansur, a nova estrutura pode tornar a área de pesquisa e desenvolvimento mais competitiva no mercado e atrativa para os cientistas brasileiros. O executivo diz que é comum ver estudos científicos iniciados Brasil terminarem em laboratórios estrangeiros por falta de apoio aqui. “Um espaço que oferece mais estrutura, tecnologia e investimentos também atrai novos talentos com alta qualificação. Esses profissionais podem criar e introduzir novos produtos, soluções e tecnologias. São resultados que contribuirão para o crescimento de toda a indústria”, diz.

Com os investimentos, a Nortec vai buscar inovação em setores considerados estratégicos. “Estamos buscando entrar no mercado de patenteados e novas moléculas, porque muitas delas são importadas. É mais seguro porque o conhecimento fica aqui dentro, gera todo o valor aqui”, afirma.

Parceria com Fiocruz estuda medicamento para tratar doença de Chagas

O presidente da farmacêutica brasileira cita a parceria com o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) firmada em junho. As instituições estudam o aprimoramento do benznidazol, medicamento utilizado para o tratamento da doença de Chagas.

Este é o primeiro investimento exclusivo à expansão de laboratório e pesquisa, sem envolver expansão fabril. “Este investimento é algo bem novo para nós porque, até então, todos os investimentos sempre tiveram a expansão industrial. É reflexo do momento em que vivemos, com muita oportunidade de expansão de portfólio e geográfica, para sair do eixo China-Índia. Com isso, temos muita necessidade de aumentar a capacidade de desenvolvimento, equipamentos mais inovadores e contratação de pessoas”.

Ele ressalta ainda o fato de conseguir realizar investimento em um momento de taxas de juros elevadas. O investimento foi possível devido à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), entidade federal de fomento à pesquisa, que faz empréstimos com taxas mais baixas. Fazer este tipo de investimento com a atual taxa de juros não seria possível porque o retorno leva de cinco a seis anos até o medicamento ser comercializado, diz.

Após hiato, setor conta com apoio do atual governo

Segundo Mansur, a indústria farmacêutica tem recebido apoio do atual governo, o que motiva o seu tom otimista. Houve um hiato na gestão anterior, diz o presidente da Nortec, e, agora, há um esforço de reconstrução por meio do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. O grupo havia sido extinto em 2019 e foi recriado em abril para formular medidas que fortaleçam a produção e a inovação em saúde.

A meta do governo é de que 70% do consumo do Sistema Único de Saúde (SUS) seja produzido nacionalmente. Segundo o presidente da Nortec, em medicamentos, mais de 80% já é produzido em território nacional, mas em Ifas, não chega a 5%. Os demais 95% são importados principalmente da China e da Índia, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi).

Mansur avalia que o atual governo vê a indústria farmacêutica como um pilar de sustentabilidade do SUS e de crescimento econômico. “O Ministério da Saúde hoje entende que, para ter um SUS autônomo e sustentável, é preciso garantir que o País tenha autonomia da produção daquilo que o SUS consome, não podemos depender de importações, seja de equipamentos, medicamentos ou Ifas”, afirma. “Trabalhamos para que o Ifa seja uma das frentes de crescimento e para retomar o que vinha acontecendo no passado”, completa.

Ele cita a experiência do País no tratamento da Aids. “Somos referência mundial na produção nacional de insumos e medicamentos, que são de última linha. Gera emprego, tributo, bem-estar para a população. É um ciclo que se retroalimenta e gera crescimento econômico e estabilidade social.”

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 21/09/23, às 18h12.

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