Bastidores do mundo dos negócios

Novo Minha Casa Minha Vida pode ser a chave para IPO da Pacaembu


Lançamentos do grupo chegaram a R$ 924 milhões de janeiro a setembro

Por Circe Bonatelli
Atualização:
Empreendimento da construtora em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo Foto: Celio Messias/Estadão 17/02/2020

A construtora paulista Pacaembu, da família Almeida, está ampliando os lançamentos e as vendas de casas no interior do País, e planeja manter a rota de crescimento no ano que vem. A decisão de expandir os negócios foi tomada depois que as novas regras do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) entraram em vigor, em julho.

A empresa vislumbra também retomar os planos de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa para acelerar ainda mais o crescimento – algo que pode acontecer em 2024. Com isso, ela engrossa a fila de construtoras do segmento econômico que também têm uma IPO em vista, como são os casos de Emccamp, BRZ e Metrocasa.

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A Pacaembu tentou a IPO em 2020, mas desistiu na época devido à piora do cenário macroeconômico, com alta nos juros. Desde então, mantém o registro de companhia aberta na categoria A, que permite emissão de ações, mas também exige níveis mais altos de governança, como a publicação de balanços trimestrais.

Empresa é uma das principais operadoras do programa

A Pacaembu é uma das principais operadoras do MCMV e está posicionada para deslanchar na faixa 1, que é a prioridade do governo e foi turbinada pelas novas regras. Cerca de 70% dos negócios da companhia estão na faixa 1, destinada às famílias de menor renda (até R$ 2,6 mil por mês). Os 30% restantes são na faixa 2 (até R$ 4,4 mil).

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As novas regras do MCMV aumentaram os subsídios para as famílias, reduziram os juros dos financiamentos e ampliaram o valor máximo dos imóveis enquadrados no programa. Além disso, a faixa 1 contará com novos benefícios exclusivos nos próximos meses. Um deles é a implantação do chamado “FGTS Futuro”, que permitirá o uso dos recebíveis do fundo para compor a capacidade de pagamento do financiamento de imóveis. Outro apoio será o regime especial de tributação (RET 1), com redução de impostos para projetos do segmento.

O presidente executivo do conselho de administração da Pacaembu, Victor Almeida, disse à Coluna que a expectativa para o ano que vem é ampliar os lançamentos, aproveitando a fase positiva do MCMV, especialmente na faixa 1. Nos dois anos anteriores, a companhia havia pisado no freio porque muitos empreendimentos ficaram inviáveis após a disparada nos custos de construção durante a pandemia. “Essas mudanças no programa foram essenciais para o processo de recuperação”, afirmou.

Negócio é centrado em condomínios de casas

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Diferente da maioria das grandes empresas do segmento, seu foco é a construção de condomínios de casas em vez de apartamentos. Portanto, requer grandes terrenos. Além disso, a Pacaembu está diversificando as praças de atuação. Ela nasceu e cresceu no interior de São Paulo, mas já conta com terrenos no Triângulo Mineiro, Paraná e Mato Grosso, onde planeja intensificar os lançamentos nos próximos trimestres.

Entre janeiro e setembro, os lançamentos do grupo somaram R$ 924 milhões, crescimento de 15,8% na comparação anual; enquanto as vendas líquidas chegaram a R$ 998 milhões, alta de 16,2%. A receita líquida bateu em R$ 866 milhões, expansão de 36%, e o lucro chegou a R$ 88 milhões, salto de cinco vezes na mesma base de comparação.

Se houver condições para o IPO, os recursos serão usados para acelerar o crescimento. Já se a oferta não for concretizada, a evolução acontecerá a passos mais curtos. A Pacaembu tem caixa líquido (já descontada a dívida) de R$ 124 milhões, uma situação financeira considerada confortável, segundo Almeida.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 12/12/23, às 13h01

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Empreendimento da construtora em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo Foto: Celio Messias/Estadão 17/02/2020

A construtora paulista Pacaembu, da família Almeida, está ampliando os lançamentos e as vendas de casas no interior do País, e planeja manter a rota de crescimento no ano que vem. A decisão de expandir os negócios foi tomada depois que as novas regras do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) entraram em vigor, em julho.

A empresa vislumbra também retomar os planos de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa para acelerar ainda mais o crescimento – algo que pode acontecer em 2024. Com isso, ela engrossa a fila de construtoras do segmento econômico que também têm uma IPO em vista, como são os casos de Emccamp, BRZ e Metrocasa.

A Pacaembu tentou a IPO em 2020, mas desistiu na época devido à piora do cenário macroeconômico, com alta nos juros. Desde então, mantém o registro de companhia aberta na categoria A, que permite emissão de ações, mas também exige níveis mais altos de governança, como a publicação de balanços trimestrais.

Empresa é uma das principais operadoras do programa

A Pacaembu é uma das principais operadoras do MCMV e está posicionada para deslanchar na faixa 1, que é a prioridade do governo e foi turbinada pelas novas regras. Cerca de 70% dos negócios da companhia estão na faixa 1, destinada às famílias de menor renda (até R$ 2,6 mil por mês). Os 30% restantes são na faixa 2 (até R$ 4,4 mil).

As novas regras do MCMV aumentaram os subsídios para as famílias, reduziram os juros dos financiamentos e ampliaram o valor máximo dos imóveis enquadrados no programa. Além disso, a faixa 1 contará com novos benefícios exclusivos nos próximos meses. Um deles é a implantação do chamado “FGTS Futuro”, que permitirá o uso dos recebíveis do fundo para compor a capacidade de pagamento do financiamento de imóveis. Outro apoio será o regime especial de tributação (RET 1), com redução de impostos para projetos do segmento.

O presidente executivo do conselho de administração da Pacaembu, Victor Almeida, disse à Coluna que a expectativa para o ano que vem é ampliar os lançamentos, aproveitando a fase positiva do MCMV, especialmente na faixa 1. Nos dois anos anteriores, a companhia havia pisado no freio porque muitos empreendimentos ficaram inviáveis após a disparada nos custos de construção durante a pandemia. “Essas mudanças no programa foram essenciais para o processo de recuperação”, afirmou.

Negócio é centrado em condomínios de casas

Diferente da maioria das grandes empresas do segmento, seu foco é a construção de condomínios de casas em vez de apartamentos. Portanto, requer grandes terrenos. Além disso, a Pacaembu está diversificando as praças de atuação. Ela nasceu e cresceu no interior de São Paulo, mas já conta com terrenos no Triângulo Mineiro, Paraná e Mato Grosso, onde planeja intensificar os lançamentos nos próximos trimestres.

Entre janeiro e setembro, os lançamentos do grupo somaram R$ 924 milhões, crescimento de 15,8% na comparação anual; enquanto as vendas líquidas chegaram a R$ 998 milhões, alta de 16,2%. A receita líquida bateu em R$ 866 milhões, expansão de 36%, e o lucro chegou a R$ 88 milhões, salto de cinco vezes na mesma base de comparação.

Se houver condições para o IPO, os recursos serão usados para acelerar o crescimento. Já se a oferta não for concretizada, a evolução acontecerá a passos mais curtos. A Pacaembu tem caixa líquido (já descontada a dívida) de R$ 124 milhões, uma situação financeira considerada confortável, segundo Almeida.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 12/12/23, às 13h01

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A empresa vislumbra também retomar os planos de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa para acelerar ainda mais o crescimento – algo que pode acontecer em 2024. Com isso, ela engrossa a fila de construtoras do segmento econômico que também têm uma IPO em vista, como são os casos de Emccamp, BRZ e Metrocasa.

A Pacaembu tentou a IPO em 2020, mas desistiu na época devido à piora do cenário macroeconômico, com alta nos juros. Desde então, mantém o registro de companhia aberta na categoria A, que permite emissão de ações, mas também exige níveis mais altos de governança, como a publicação de balanços trimestrais.

Empresa é uma das principais operadoras do programa

A Pacaembu é uma das principais operadoras do MCMV e está posicionada para deslanchar na faixa 1, que é a prioridade do governo e foi turbinada pelas novas regras. Cerca de 70% dos negócios da companhia estão na faixa 1, destinada às famílias de menor renda (até R$ 2,6 mil por mês). Os 30% restantes são na faixa 2 (até R$ 4,4 mil).

As novas regras do MCMV aumentaram os subsídios para as famílias, reduziram os juros dos financiamentos e ampliaram o valor máximo dos imóveis enquadrados no programa. Além disso, a faixa 1 contará com novos benefícios exclusivos nos próximos meses. Um deles é a implantação do chamado “FGTS Futuro”, que permitirá o uso dos recebíveis do fundo para compor a capacidade de pagamento do financiamento de imóveis. Outro apoio será o regime especial de tributação (RET 1), com redução de impostos para projetos do segmento.

O presidente executivo do conselho de administração da Pacaembu, Victor Almeida, disse à Coluna que a expectativa para o ano que vem é ampliar os lançamentos, aproveitando a fase positiva do MCMV, especialmente na faixa 1. Nos dois anos anteriores, a companhia havia pisado no freio porque muitos empreendimentos ficaram inviáveis após a disparada nos custos de construção durante a pandemia. “Essas mudanças no programa foram essenciais para o processo de recuperação”, afirmou.

Negócio é centrado em condomínios de casas

Diferente da maioria das grandes empresas do segmento, seu foco é a construção de condomínios de casas em vez de apartamentos. Portanto, requer grandes terrenos. Além disso, a Pacaembu está diversificando as praças de atuação. Ela nasceu e cresceu no interior de São Paulo, mas já conta com terrenos no Triângulo Mineiro, Paraná e Mato Grosso, onde planeja intensificar os lançamentos nos próximos trimestres.

Entre janeiro e setembro, os lançamentos do grupo somaram R$ 924 milhões, crescimento de 15,8% na comparação anual; enquanto as vendas líquidas chegaram a R$ 998 milhões, alta de 16,2%. A receita líquida bateu em R$ 866 milhões, expansão de 36%, e o lucro chegou a R$ 88 milhões, salto de cinco vezes na mesma base de comparação.

Se houver condições para o IPO, os recursos serão usados para acelerar o crescimento. Já se a oferta não for concretizada, a evolução acontecerá a passos mais curtos. A Pacaembu tem caixa líquido (já descontada a dívida) de R$ 124 milhões, uma situação financeira considerada confortável, segundo Almeida.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 12/12/23, às 13h01

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