Bastidores do mundo dos negócios

Número de fusões e aquisições caiu 41,9% no Brasil no 1º trimestre


Em volume financeiro, retração foi de 54,2%, para R$ 19 bilhões, segundo estudo da TTR Data

Por Marcela Villar e Cynthia Decloedt
Atualização:

O juro alto está prejudicando também o mercado de fusões e aquisições, apesar da queda no valor das empresas. No primeiro trimestre, o número de operações de fusões e aquisições (M&A) caiu 41,9% no Brasil, com 149 negócios já concluídos e 59 em andamento, mostrou estudo da empresa de informação corporativa TTR Data, em colaboração com a iDeals. Em volume financeiro, a retração foi de 54,2% na mesma comparação, de R$ 41,6 bilhões transacionados nos primeiros três meses de 2022, para R$ 19 bilhões no primeiro trimestre deste ano.

Fernando Alves Meira, sócio-gestor do Pinheiro Neto especialista em M&A, diz que a confiança dos investidores no Brasil foi afetada pelo aumento do endividamento das empresas e a manutenção do juro em patamar elevado. Segundo ele, o números de fusões e aquisições recuou 22% no escritório no primeiro trimestre.

Mesmo setores com maior atratividade, como energia e infraestrutura, tiveram redução nos investimentos Foto: Marcelo Min/Estadão
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Estrangeiros estão em compasso de espera, diz consultor

De acordo com o diretor executivo sênior da FTI Consulting, Luciano Lindemann, mesmo os setores com maior atratividade, como o de infraestrutura e energia, tiveram redução nos investimentos. “Os players estrangeiros ainda têm apetite no Brasil, mas estão em compasso de espera, aguardando políticas do governo, como definições de concessões, o marco de saneamento, reforma tributária e arcabouço fiscal”, afirma.

Já no Mattos Filho, escritório líder no número de fusões e aquisições no primeiro trimestre no Brasil, de acordo com a pesquisa da TTR Data, a queda não foi tão significativa. “A gente sentiu, no início do ano, uma atividade menor, mas o mercado de M&A no Brasil é pujante e sempre vai haver setores mais ou menos ativos”, afirma Rodrigo Figueiredo Nascimento, sócio de Societário/M&A do Mattos Filho.

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Segundo Nascimento, há sinais de recuperação em abril. “Apesar de o ano ter começado devagar, continuamos otimistas”. O levantamento diz que o escritório deu assessoria jurídica para 15 transações nos primeiros três meses de 2023. Os negócios movimentaram R$ 7,5 bilhões.

Guerra e incertezas no Brasil desmotivaram investidor

O sócio do Mattos Filho diz ainda que fatores macroeconômicos como a guerra da Rússia contra a Ucrânia, juros e inflação altos, e um novo governo no Brasil desmotivaram o investidor. “Quanto mais estabilidade, segurança jurídica e previsibilidade, a tendência é ter mais transações e investimento. Quanto mais ruído, a tendência é o investidor esperar”, completa Nascimento.

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Dois fatores que ainda impulsionam as transações de M&A, segundo o diretor executivo sênior da FTI Consulting, Renato Boranga, são a venda de parte da empresa para desalavancar empresas, caso da Natura, que acaba de vender a Aesop para a L’Oreal.

Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 11/04/2023, às 16h23

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O juro alto está prejudicando também o mercado de fusões e aquisições, apesar da queda no valor das empresas. No primeiro trimestre, o número de operações de fusões e aquisições (M&A) caiu 41,9% no Brasil, com 149 negócios já concluídos e 59 em andamento, mostrou estudo da empresa de informação corporativa TTR Data, em colaboração com a iDeals. Em volume financeiro, a retração foi de 54,2% na mesma comparação, de R$ 41,6 bilhões transacionados nos primeiros três meses de 2022, para R$ 19 bilhões no primeiro trimestre deste ano.

Fernando Alves Meira, sócio-gestor do Pinheiro Neto especialista em M&A, diz que a confiança dos investidores no Brasil foi afetada pelo aumento do endividamento das empresas e a manutenção do juro em patamar elevado. Segundo ele, o números de fusões e aquisições recuou 22% no escritório no primeiro trimestre.

Mesmo setores com maior atratividade, como energia e infraestrutura, tiveram redução nos investimentos Foto: Marcelo Min/Estadão

Estrangeiros estão em compasso de espera, diz consultor

De acordo com o diretor executivo sênior da FTI Consulting, Luciano Lindemann, mesmo os setores com maior atratividade, como o de infraestrutura e energia, tiveram redução nos investimentos. “Os players estrangeiros ainda têm apetite no Brasil, mas estão em compasso de espera, aguardando políticas do governo, como definições de concessões, o marco de saneamento, reforma tributária e arcabouço fiscal”, afirma.

Já no Mattos Filho, escritório líder no número de fusões e aquisições no primeiro trimestre no Brasil, de acordo com a pesquisa da TTR Data, a queda não foi tão significativa. “A gente sentiu, no início do ano, uma atividade menor, mas o mercado de M&A no Brasil é pujante e sempre vai haver setores mais ou menos ativos”, afirma Rodrigo Figueiredo Nascimento, sócio de Societário/M&A do Mattos Filho.

Segundo Nascimento, há sinais de recuperação em abril. “Apesar de o ano ter começado devagar, continuamos otimistas”. O levantamento diz que o escritório deu assessoria jurídica para 15 transações nos primeiros três meses de 2023. Os negócios movimentaram R$ 7,5 bilhões.

Guerra e incertezas no Brasil desmotivaram investidor

O sócio do Mattos Filho diz ainda que fatores macroeconômicos como a guerra da Rússia contra a Ucrânia, juros e inflação altos, e um novo governo no Brasil desmotivaram o investidor. “Quanto mais estabilidade, segurança jurídica e previsibilidade, a tendência é ter mais transações e investimento. Quanto mais ruído, a tendência é o investidor esperar”, completa Nascimento.

Dois fatores que ainda impulsionam as transações de M&A, segundo o diretor executivo sênior da FTI Consulting, Renato Boranga, são a venda de parte da empresa para desalavancar empresas, caso da Natura, que acaba de vender a Aesop para a L’Oreal.

Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 11/04/2023, às 16h23

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Fernando Alves Meira, sócio-gestor do Pinheiro Neto especialista em M&A, diz que a confiança dos investidores no Brasil foi afetada pelo aumento do endividamento das empresas e a manutenção do juro em patamar elevado. Segundo ele, o números de fusões e aquisições recuou 22% no escritório no primeiro trimestre.

Mesmo setores com maior atratividade, como energia e infraestrutura, tiveram redução nos investimentos Foto: Marcelo Min/Estadão

Estrangeiros estão em compasso de espera, diz consultor

De acordo com o diretor executivo sênior da FTI Consulting, Luciano Lindemann, mesmo os setores com maior atratividade, como o de infraestrutura e energia, tiveram redução nos investimentos. “Os players estrangeiros ainda têm apetite no Brasil, mas estão em compasso de espera, aguardando políticas do governo, como definições de concessões, o marco de saneamento, reforma tributária e arcabouço fiscal”, afirma.

Já no Mattos Filho, escritório líder no número de fusões e aquisições no primeiro trimestre no Brasil, de acordo com a pesquisa da TTR Data, a queda não foi tão significativa. “A gente sentiu, no início do ano, uma atividade menor, mas o mercado de M&A no Brasil é pujante e sempre vai haver setores mais ou menos ativos”, afirma Rodrigo Figueiredo Nascimento, sócio de Societário/M&A do Mattos Filho.

Segundo Nascimento, há sinais de recuperação em abril. “Apesar de o ano ter começado devagar, continuamos otimistas”. O levantamento diz que o escritório deu assessoria jurídica para 15 transações nos primeiros três meses de 2023. Os negócios movimentaram R$ 7,5 bilhões.

Guerra e incertezas no Brasil desmotivaram investidor

O sócio do Mattos Filho diz ainda que fatores macroeconômicos como a guerra da Rússia contra a Ucrânia, juros e inflação altos, e um novo governo no Brasil desmotivaram o investidor. “Quanto mais estabilidade, segurança jurídica e previsibilidade, a tendência é ter mais transações e investimento. Quanto mais ruído, a tendência é o investidor esperar”, completa Nascimento.

Dois fatores que ainda impulsionam as transações de M&A, segundo o diretor executivo sênior da FTI Consulting, Renato Boranga, são a venda de parte da empresa para desalavancar empresas, caso da Natura, que acaba de vender a Aesop para a L’Oreal.

Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 11/04/2023, às 16h23

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