A Obramax, varejista de materiais de construção, está conversando com bancos para mapear alternativas de capitalização que ajudem a empresa a dar celeridade ao plano de expansão da rede de lojas. Entre as opções, vislumbra-se financiamento direto, emissão de dívida com garantia de imóvel ou transações do tipo sale and leaseback (venda de imóvel permanecendo como inquilina), por exemplo.
“Estamos em fase de início de conversa com bancos brasileiros e franceses. Depois podemos falar com veículos de investimento”, disse o presidente da Obramax, Michael Reins, em entrevista à Coluna.A varejista pertence ao grupo francês Adeo, mesmo dono da Leroy Merlin, e está em operação no Brasil desde 2018. De lá para cá, inaugurou um total de nove unidades (São Paulo, Rio, Suzano, Duque de Caxias, Piracicaba, Suzano, entre outras). A rede se baseia em lojas próprias e imóveis alugados.A mudança no cenário brasileiro, com subida dos juros e desvalorização cambial, aumentaram a complexidade do plano de expansão da empresa francesa, que prevê abertura de oito unidades em 2025, com investimento na ordem de R$ 1 bilhão. Até aqui, o crescimento se deu com capital da Adeo, mas a mudança no cenário macroeconômico fez o grupo a considerar alternativas.“O plano de crescimento para 2025 não depende disso [financiamento], mas quanto mais rápido encontramos uma solução, mais rápido vamos andar. O sócio tem disposição de fazer um esforço temporário de capitalização, mas também buscamos opções”, disse Reins.
Empresa não conseguiu emplacar CRI
Além disso, a Obramax não conseguiu emplacar um Certificado de Recebível Imobiliário (CRI) no começo do ano devido a uma mudança na regulação. Na época, buscava perto de R$ 300 milhões. O problema foi que os imóveis que seriam apresentados como lastro do CRI pertencem a uma ‘empresa-irmã’ criada pelo Adeo para organizar as propriedades comercias no Brasil.Reins afirmou que a Obramax é uma empresa saudável e que opera no azul desde 2020. Neste ano, o faturamento deve ser de R$ 1,7 bilhão, crescimento na ordem de 40% em relação a 2023. Com a abertura das oito lojas previstas, a estimativa é que o faturamento ultrapasse R$ 3 bilhões em 2025.Cortar o investimento não está nos planos, afirmou o executivo. “O juro alto inibe o nível de atividade econômica como um todo. Mas nós acreditamos no potencial de longo prazo do negócio. Se, no Brasil, alguém parar de investir nos ciclos de baixa, fica muito restrito”, disse.
Plano inclui grandes cidades
A Obramax quer fincar bandeira nas capitais, regiões metropolitanas e cidades grandes do interior. As próximas da fila são Cariacica (ES) e São Gonçalo (RJ). A empresa tem como foco a população de renda média e baixa, ao contrário da Leroy Merlin, que dialoga mais com o público de renda elevada.Para manter aquecido o nível de vendas, Reins afirmou que a estratégia é oferecer o preço mais baixo possível. Além disso, a Obramax passou a atrair os profissionais autônomos da construção e os empreiteiras de pequeno e médio porte, que fazem compras em larga escala e já respondem por mais da metade das vendas.Um diferencial da estratégia de negócios é fazer de cada loja um verdadeiro centro de distribuição, em terrenos de 17 mil metros quadrados, com capacidade de entrega em até um dia para grandes volumes. “Como nós, não tem ninguém no Brasil”, afirmou Reins.Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 26/12/2024, às 12:46:09.
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