Bastidores do mundo dos negócios

Oi derrete na Bolsa em meio a liquidação de ações pelos credores


Papéis caíram 76% nos último dois dias e fecharam esta terça-feira cotados a R$ 1,00

Por Circe Bonatelli e Amélia Alves
Empresa teve faturamento menor com serviços obsoletos, como telefonia fixa, internet por redes de cobre e TV satelital Foto: Fabio Motta/AE - 28/07/2010

As ações da Oi estão em queda livre na Bolsa, chamando a atenção para o tamanho do desmonte na posição de investidores. Os papéis despencaram 76% nos últimos dois dias, cotados a R$ 1 no fim do pregão desta terça-feira, 12.

Esse movimento ocorreu após a companhia realizar aumento de capital baseado na emissão e entrega de ações aos credores em troca do abatimento de dívidas, etapa prevista no plano de recuperação da operadora.

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Com isso, os credores financeiros assumiram a posição de principais acionistas da Oi. A gestora de recursos Pimco ficou com a maior fatia do grupo, 36,48%, seguida por pelo SC Lowy (12,27%) e Ashmore (9,53%).

Venda liberada

O que o plano de recuperação não incluiu foi um mecanismo de lock up, isto é, obrigação de os novos acionistas permanecerem com os papéis por um prazo pré-definido. Desse modo, puderam desmontar suas posições livremente.

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“Os credores receberam os papéis a um valor médio de R$ 5. Como a Oi não tem lock up para essas ações, a primeira coisa que eles vão fazer é receber de volta o dinheiro. Eles são acionistas credores, então, naturalmente, o caminho para eles receberem a dívida é vendendo essa posição”, sintetiza o sócio da L4 Capital, Hugo Queiroz.

Vale notar ainda que a Pimco, maior acionista, ficou de fora da indicação dos novos membros do conselho de administração da Oi, que serão submetidos a apreciação em assembleia de acionistas no mês que vem. As indicações da chapa partiram da SC Lowy, um indicativo de que a Pimco não pretende fazer parte do futuro da Oi, afinal abriu mão de representantes no conselho.

Resultados fracos

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Por fim, a Oi não tem um caminho nada promissor pela frente, como mostrou o balanço do terceiro trimestre. A receita líquida caiu 14,4% na comparação anual, para R$ 2 bilhões. O recuo foi explicado pelo faturamento menor com serviços obsoletos, como telefonia fixa, internet por redes de cobre e TV satelital.

Também houve queda de 26,6% na receita da Oi Soluções, para R$ 421 milhões. A Oi Soluções é o braço de conectividade e TI para empresas. A queda no faturamento aqui é preocupante porque este o último negócio relevante da empresa após a venda da operação de banda larga.

“A Oi apresentou mais um resultado fraco, com queda de receita e margens, além de continuar queimando caixa sem perspectiva de reversão”, afirmaram os analistas Antonio Cozman, Kaique Rocha e Ygor Bastos, em relatório da Genial. “Acreditamos que a empresa permanece em uma situação delicada, mesmo após as renegociações no plano de recuperação judicial”, acrescentaram.

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Fluxo frustrado

Por fim, a Oi acumula pelo menos R$ 2,5 bilhões a menos na projeção para o fluxo de caixa que constava no plano de recuperação, aprovado pelos credores em abril e que norteou o laudo de viabilidade financeira da empresa confeccionado pela consultoria E&Y. Essa projeção, inclusive, já foi descartada oficialmente.

O principal buraco no orçamento foi aberto pela venda da operação de banda larga, a Oi Fibra, que saiu por um valor abaixo do esperado; e também pela demora no trâmite para o fim da concessão de telefonia fixa, que gerou pagamento de multas e postergou o corte de despesas.

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Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 12/11/2024, às 18:14.

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Empresa teve faturamento menor com serviços obsoletos, como telefonia fixa, internet por redes de cobre e TV satelital Foto: Fabio Motta/AE - 28/07/2010

As ações da Oi estão em queda livre na Bolsa, chamando a atenção para o tamanho do desmonte na posição de investidores. Os papéis despencaram 76% nos últimos dois dias, cotados a R$ 1 no fim do pregão desta terça-feira, 12.

Esse movimento ocorreu após a companhia realizar aumento de capital baseado na emissão e entrega de ações aos credores em troca do abatimento de dívidas, etapa prevista no plano de recuperação da operadora.

Com isso, os credores financeiros assumiram a posição de principais acionistas da Oi. A gestora de recursos Pimco ficou com a maior fatia do grupo, 36,48%, seguida por pelo SC Lowy (12,27%) e Ashmore (9,53%).

Venda liberada

O que o plano de recuperação não incluiu foi um mecanismo de lock up, isto é, obrigação de os novos acionistas permanecerem com os papéis por um prazo pré-definido. Desse modo, puderam desmontar suas posições livremente.

“Os credores receberam os papéis a um valor médio de R$ 5. Como a Oi não tem lock up para essas ações, a primeira coisa que eles vão fazer é receber de volta o dinheiro. Eles são acionistas credores, então, naturalmente, o caminho para eles receberem a dívida é vendendo essa posição”, sintetiza o sócio da L4 Capital, Hugo Queiroz.

Vale notar ainda que a Pimco, maior acionista, ficou de fora da indicação dos novos membros do conselho de administração da Oi, que serão submetidos a apreciação em assembleia de acionistas no mês que vem. As indicações da chapa partiram da SC Lowy, um indicativo de que a Pimco não pretende fazer parte do futuro da Oi, afinal abriu mão de representantes no conselho.

Resultados fracos

Por fim, a Oi não tem um caminho nada promissor pela frente, como mostrou o balanço do terceiro trimestre. A receita líquida caiu 14,4% na comparação anual, para R$ 2 bilhões. O recuo foi explicado pelo faturamento menor com serviços obsoletos, como telefonia fixa, internet por redes de cobre e TV satelital.

Também houve queda de 26,6% na receita da Oi Soluções, para R$ 421 milhões. A Oi Soluções é o braço de conectividade e TI para empresas. A queda no faturamento aqui é preocupante porque este o último negócio relevante da empresa após a venda da operação de banda larga.

“A Oi apresentou mais um resultado fraco, com queda de receita e margens, além de continuar queimando caixa sem perspectiva de reversão”, afirmaram os analistas Antonio Cozman, Kaique Rocha e Ygor Bastos, em relatório da Genial. “Acreditamos que a empresa permanece em uma situação delicada, mesmo após as renegociações no plano de recuperação judicial”, acrescentaram.

Fluxo frustrado

Por fim, a Oi acumula pelo menos R$ 2,5 bilhões a menos na projeção para o fluxo de caixa que constava no plano de recuperação, aprovado pelos credores em abril e que norteou o laudo de viabilidade financeira da empresa confeccionado pela consultoria E&Y. Essa projeção, inclusive, já foi descartada oficialmente.

O principal buraco no orçamento foi aberto pela venda da operação de banda larga, a Oi Fibra, que saiu por um valor abaixo do esperado; e também pela demora no trâmite para o fim da concessão de telefonia fixa, que gerou pagamento de multas e postergou o corte de despesas.

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Esse movimento ocorreu após a companhia realizar aumento de capital baseado na emissão e entrega de ações aos credores em troca do abatimento de dívidas, etapa prevista no plano de recuperação da operadora.

Com isso, os credores financeiros assumiram a posição de principais acionistas da Oi. A gestora de recursos Pimco ficou com a maior fatia do grupo, 36,48%, seguida por pelo SC Lowy (12,27%) e Ashmore (9,53%).

Venda liberada

O que o plano de recuperação não incluiu foi um mecanismo de lock up, isto é, obrigação de os novos acionistas permanecerem com os papéis por um prazo pré-definido. Desse modo, puderam desmontar suas posições livremente.

“Os credores receberam os papéis a um valor médio de R$ 5. Como a Oi não tem lock up para essas ações, a primeira coisa que eles vão fazer é receber de volta o dinheiro. Eles são acionistas credores, então, naturalmente, o caminho para eles receberem a dívida é vendendo essa posição”, sintetiza o sócio da L4 Capital, Hugo Queiroz.

Vale notar ainda que a Pimco, maior acionista, ficou de fora da indicação dos novos membros do conselho de administração da Oi, que serão submetidos a apreciação em assembleia de acionistas no mês que vem. As indicações da chapa partiram da SC Lowy, um indicativo de que a Pimco não pretende fazer parte do futuro da Oi, afinal abriu mão de representantes no conselho.

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Também houve queda de 26,6% na receita da Oi Soluções, para R$ 421 milhões. A Oi Soluções é o braço de conectividade e TI para empresas. A queda no faturamento aqui é preocupante porque este o último negócio relevante da empresa após a venda da operação de banda larga.

“A Oi apresentou mais um resultado fraco, com queda de receita e margens, além de continuar queimando caixa sem perspectiva de reversão”, afirmaram os analistas Antonio Cozman, Kaique Rocha e Ygor Bastos, em relatório da Genial. “Acreditamos que a empresa permanece em uma situação delicada, mesmo após as renegociações no plano de recuperação judicial”, acrescentaram.

Fluxo frustrado

Por fim, a Oi acumula pelo menos R$ 2,5 bilhões a menos na projeção para o fluxo de caixa que constava no plano de recuperação, aprovado pelos credores em abril e que norteou o laudo de viabilidade financeira da empresa confeccionado pela consultoria E&Y. Essa projeção, inclusive, já foi descartada oficialmente.

O principal buraco no orçamento foi aberto pela venda da operação de banda larga, a Oi Fibra, que saiu por um valor abaixo do esperado; e também pela demora no trâmite para o fim da concessão de telefonia fixa, que gerou pagamento de multas e postergou o corte de despesas.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 12/11/2024, às 18:14.

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