A empresa de maquininhas SumUp deve aumentar a oferta de crédito no Brasil no ano que vem. O avanço, mesmo em um ambiente pouco amigável sob o aspecto da inadimplência, é parte da estratégia da companhia: antes voltada a microempreendedores, a SumUp quer ganhar escala também entre comerciantes de pequeno e médio porte.
A diferença entre um e outro é que o microempreendedor muitas vezes atua por conta própria e usa a maquininha para receber um volume menor de pagamentos. Também é mais rentável, porque paga taxas mais altas, mas está mais sujeito a desligar o equipamento se conseguir um emprego formal.
O CEO da SumUp no Brasil, Carlos Grieco, afirma que após os primeiros esforços para “subir na pirâmide”, no último ano, mais da metade da receita já vem de pequenas e médias empresas. No ano que vem, a companhia pretende fidelizá-los vendendo a eles mais produtos, numa corrida que as rivais diretas PagSeguro e Stone também disputam.
Empresa vai oferecer cartão de crédito
Por meio de seu banco digital próprio, a SumUp vai oferecer cartões de crédito, que começarão com limites garantidos pelo saldo do cliente na conta digital, e elevados aos poucos a partir dos pagamentos das faturas.
A empresa acompanhou a tendência de mercado e aumentou os preços cobrados dos lojistas ao longo de 2022, para repassar o custo financeiro da escalada da Selic. Segundo Grieco, esse movimento acabou. A SumUp espera que dólar e juros fiquem estáveis no ano que vem, o que abriria espaço até mesmo para eventuais cortes nas cobranças.
Com capital fechado, a SumUp não revela quantos clientes têm no Brasil, nem os resultados financeiros. No mundo, a empresa de origem inglesa tem 4 milhões de clientes. Neste ano, foi avaliada em US$ 8,5 bilhões (R$ 44 bilhões, mais que as rivais brasileiras listadas) após um aporte de US$ 624 milhões liderado pela Bain Capital.