Bastou o Nubank dizer que iria distribuir cerca de R$ 200 milhões em certificados de ações (os chamados BDRs) a seus clientes, na abertura de capital na Bolsa de Nova York, para que investidores e gestores pegassem a calculadora. O desafio da equação: estimar qual poderia ser o potencial para a Bolsa brasileira, hoje com 4 milhões de investidores em renda variável, uma marca que acaba de ser atingida. Isso porque o maior banco digital do mundo mais de 40 milhões de clientes. Noves fora, o resultado foi zero e nenhum grande salto é esperado.
Além das próprias regras estabelecidas pelo banco roxo para a distribuição desses papéis reduzir bastante o tamanho do bolo - os clientes habilitados a receber o BDR, por exemplo, precisam ter conta ativa e serem adimplentes com a instituição financeira -, o perfil do cliente da fintech, em sua maioria, não é de investidor. Pelo menos, por enquanto.
A maioria dos clientes do Nubank, diz uma fonte, tem mais necessidade de crédito do que recursos para investir. Porém, no site do programa, a fintech diz que ele "tem potencial de multiplicar em dezenas de vezes o número de brasileiros com acesso a este tipo de investimento".
Corretora
Caso consiga converter uma base mesmo que pequena de seus clientes à categoria de investidores, o Nubank talvez consiga um efeito mais importante para si próprio. No ano passado, adquiriu a corretora Easynvest e esse seria um caminho para rentabilizar a plataforma.
Rebatizada de Nu Invest, a plataforma pode mudar de patamar, caso os clientes do Nubank entrem no mundo dos investimentos. No prospecto da oferta, a fintech teve de revelar ainda pagou pela corretora: a bagatela de R$ 2,3 bilhões. Procurado, o Nubank não comenta por estar em período de silêncio.
Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 03/11/21, às 16h26.
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