Bastidores do mundo dos negócios

Precursora nos EUA, Avenue abre caminho para assessor de investimento no exterior


Movimento de expansão para fora tem ganhado tração entre instituições brasileiras

Por Aline Bronzati
Na Nasdaq: assessores de investimentos da EQI e da Avenue passaram por uma imersão no mercado americano esta semana, em Nova York Foto: Vanja Savic

A corretora americana Avenue, que tem o Itaú Unibanco como sócio, dá novos passos na corrida pelos bilhões de reais de brasileiros que tendem a migrar para o exterior na metade da próxima década. Agora, o foco é apoiar assessores de investimentos a desembarcarem nos Estados Unidos, formando um batalhão de especialistas sobre as oportunidades de retorno na maior economia do mundo.

Nomes como Blue3 e SVN, ligados à XP, e Vincit Capital, associado ao Safra, estão entre os que enveredaram para uma expansão internacional. Esse movimento teve início há pouco mais de um ano e começa a ganhar tração. Nesta semana, a EQI Corretora, da qual o BTG Pactual é sócio, anunciou a abertura de um escritório em Miami, nos EUA, em seu primeiro passo fora do Brasil.

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E a Avenue quer aproveitar a parceria que possui com assessores de investimentos no País para estar à frente na atração de recursos de brasileiros no exterior, servindo de ponte para o desembarque nos EUA. São cerca de 8 mil profissionais, considerando a equipe do sócio Itaú, o que lhe dá o posto de segunda maior rede voltada a atender investidores. Perde somente para a XP, precursora do modelo de agentes autônomos no Brasil. Em número de escritórios associados, são 450.

Mercado internacional está em desenvolvimento

“A indústria de investimentos no Brasil já está muito penetrada. O mercado internacional está em desenvolvimento. Tem quatro pistas abertas inteiras para correr”, diz o presidente da corretora Avenue, Roberto Lee, em entrevista exclusiva ao Broadcast, durante passagem por Nova York.

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Segundo ele, a Avenue tem recebido uma maior demanda de assessores de investimentos interessados em desbravar o mercado internacional. O trabalho da corretora, fundada em 2018 com a proposta de facilitar o acesso dos brasileiros ao mercado americano, é apoiá-los na expansão internacional e, de quebra, conseguir se sobressair na disputa dos recursos de brasileiros.

A leitura de Lee é a de que os interessados que se estabelecerem primeiro com estrutura, produto e bom atendimento no exterior vão conseguir abocanhar maior fatia do mercado, com perspectivas de multiplicar de tamanho nos próximos anos. Bancos brasileiros como Itaú, Bradesco, Inter, além de XP e BTG Pactual têm ampliado a presença nos EUA nos últimos anos, justamente de olho no crescimento futuro.

Possibilidade de ampliação de horizontes

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O potencial é reforçado por pesos pesados da Brickell Avenue, a Faria Lima de Miami, e também de Wall Street. Para o diretor da JPMorgan Asset Management na América Latina, Giuliano De Marchi, vale a regra 3, 2,1. Ele explica: o Brasil representa historicamente cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 2% da renda fixa e 1% do mercado de ações globais. “O nosso mercado ainda é muito, muito pequeno. Quando você vem para fora, isso abre muito”, disse De Marchi, na sede da gestora, em Nova York.

Apesar disso, o investidor brasileiro médio tem cerca de 99% de seus investimentos no Brasil e 1% fora do País, segundo ele. “É uma oportunidade para os assessores de investimentos começarem a pensar fora da caixa e se prepararem para isso”, sugeriu o diretor da JPMorgan Asset.

O alerta foi feito a 50 assessores de investimentos da EQI e da Avenue que passaram por uma imersão no mercado americano ao longo desta semana, em Nova York. Da abertura do pregão na Nasdaq a visitas a gigantes de Wall Street, como JPMorgan, Goldman Sachs, Franklin Templeton, BlackRock e AllianceBernstein, esses profissionais receberam um panorama econômico da maior economia do mundo, e mergulharam nas especificidades dos mercados de ações e de renda fixa no país. Também ouviram bastante sobre atendimento. O Brasil é visto como um “case” em relacionamentos, mas o contato com os investidores precisa bem estruturado, defendem especialistas.

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Brasileiros ainda olham muito para o próprio País

“Existe potencialmente a capacidade de abrir investimentos ao capital externo e de os investidores terem acesso a alternativas nos EUA e no mundo nos próximos anos e décadas”, disse Vinay Nadkarni, diretor de desenvolvimento de negócios globais da ClearBridge Investments, do grupo americano Franklin Templeton, ao receber os assessores de investimentos em Nova York.

Diferentes razões fazem os investidores brasileiros ainda olharem muito para o Brasil na hora de aportarem os seus recursos. Falta de conhecimento, medo ou concentração nos elevados retornos no País, principalmente, em um cenário de juros altos são as principais. E aqueles que começam, vão devagarinho. Geralmente, investidores iniciam alocando 5% do seu patrimônio no exterior e levam até um ano e meio para alcançar o limite de 30% de seus recursos fora do País, segundo o CEO da Avenue.

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No ano passado, os investimentos de brasileiros em ativos no exterior voltaram ao território positivo e alcançaram US$ 4,374 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC). Em 2022, esse montante havia ficado negativo em US$ 142 milhões. A maioria, US$ 2,877 bilhões, ainda vai para a renda fixa, principalmente em um cenário de juros altos nos EUA. Mas essa cifra encolheu, enquanto o volume destinado a ações saltou mais de 40% no ano passado, para US$ 2,453 bilhões, conforme o BC.

Aportes lá fora estão aumentando

Como pano de fundo, além da queda da taxa Selic, que diminui o retorno da renda fixa no Brasil, o maior número de instituições brasileiras disputando o mercado internacional tem se refletido no envio de mais dinheiro dos investidores fora do País, diz Lee. Cresce também o interesse em surfar em algumas ondas que só quebram no exterior, como investir em ações da Nvidia, fabricante de chips essenciais para a inteligência artificial, que bateu US$ 2 trilhões em valor de mercado após os seus resultados surpreenderem Wall Street.

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Lee acredita, porém, que este mercado é “muito maior” do que mostram os números do Banco Central. E, mais do que rentabilidade, aplicar uma fatia dos investimentos no exterior é um caminho praticamente obrigatório de “diversificação” e “proteção de patrimônio” para os brasileiros, defende. Por outro lado, ele vê o País “atrasado” no movimento de internacionalização, ficando atrás até mesmo de seus pares na América Latina.

“A gente está tão atrasado no Brasil em matéria de expansão internacional que vai acontecer muito rápido”, afirma Lee. “Quando você começa atrasado, tem as suas vantagens. Os 20 anos de atraso que temos devem acontecer em cinco”, prevê.

O CEO da Avenue estima que nos próximos cinco anos chegará a R$ 1 trilhão, o equivalente a US$ 200 bilhões, a migração de investimentos brasileiros para o exterior, principalmente para os EUA. Hoje, somente 0,5% dos recursos locais atravessam a fronteira, considerando o patrimônio líquido da indústria de fundos brasileira, de R$ 8,3 trilhões em dezembro, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 29/02/24, às 16h22

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Na Nasdaq: assessores de investimentos da EQI e da Avenue passaram por uma imersão no mercado americano esta semana, em Nova York Foto: Vanja Savic

A corretora americana Avenue, que tem o Itaú Unibanco como sócio, dá novos passos na corrida pelos bilhões de reais de brasileiros que tendem a migrar para o exterior na metade da próxima década. Agora, o foco é apoiar assessores de investimentos a desembarcarem nos Estados Unidos, formando um batalhão de especialistas sobre as oportunidades de retorno na maior economia do mundo.

Nomes como Blue3 e SVN, ligados à XP, e Vincit Capital, associado ao Safra, estão entre os que enveredaram para uma expansão internacional. Esse movimento teve início há pouco mais de um ano e começa a ganhar tração. Nesta semana, a EQI Corretora, da qual o BTG Pactual é sócio, anunciou a abertura de um escritório em Miami, nos EUA, em seu primeiro passo fora do Brasil.

E a Avenue quer aproveitar a parceria que possui com assessores de investimentos no País para estar à frente na atração de recursos de brasileiros no exterior, servindo de ponte para o desembarque nos EUA. São cerca de 8 mil profissionais, considerando a equipe do sócio Itaú, o que lhe dá o posto de segunda maior rede voltada a atender investidores. Perde somente para a XP, precursora do modelo de agentes autônomos no Brasil. Em número de escritórios associados, são 450.

Mercado internacional está em desenvolvimento

“A indústria de investimentos no Brasil já está muito penetrada. O mercado internacional está em desenvolvimento. Tem quatro pistas abertas inteiras para correr”, diz o presidente da corretora Avenue, Roberto Lee, em entrevista exclusiva ao Broadcast, durante passagem por Nova York.

Segundo ele, a Avenue tem recebido uma maior demanda de assessores de investimentos interessados em desbravar o mercado internacional. O trabalho da corretora, fundada em 2018 com a proposta de facilitar o acesso dos brasileiros ao mercado americano, é apoiá-los na expansão internacional e, de quebra, conseguir se sobressair na disputa dos recursos de brasileiros.

A leitura de Lee é a de que os interessados que se estabelecerem primeiro com estrutura, produto e bom atendimento no exterior vão conseguir abocanhar maior fatia do mercado, com perspectivas de multiplicar de tamanho nos próximos anos. Bancos brasileiros como Itaú, Bradesco, Inter, além de XP e BTG Pactual têm ampliado a presença nos EUA nos últimos anos, justamente de olho no crescimento futuro.

Possibilidade de ampliação de horizontes

O potencial é reforçado por pesos pesados da Brickell Avenue, a Faria Lima de Miami, e também de Wall Street. Para o diretor da JPMorgan Asset Management na América Latina, Giuliano De Marchi, vale a regra 3, 2,1. Ele explica: o Brasil representa historicamente cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 2% da renda fixa e 1% do mercado de ações globais. “O nosso mercado ainda é muito, muito pequeno. Quando você vem para fora, isso abre muito”, disse De Marchi, na sede da gestora, em Nova York.

Apesar disso, o investidor brasileiro médio tem cerca de 99% de seus investimentos no Brasil e 1% fora do País, segundo ele. “É uma oportunidade para os assessores de investimentos começarem a pensar fora da caixa e se prepararem para isso”, sugeriu o diretor da JPMorgan Asset.

O alerta foi feito a 50 assessores de investimentos da EQI e da Avenue que passaram por uma imersão no mercado americano ao longo desta semana, em Nova York. Da abertura do pregão na Nasdaq a visitas a gigantes de Wall Street, como JPMorgan, Goldman Sachs, Franklin Templeton, BlackRock e AllianceBernstein, esses profissionais receberam um panorama econômico da maior economia do mundo, e mergulharam nas especificidades dos mercados de ações e de renda fixa no país. Também ouviram bastante sobre atendimento. O Brasil é visto como um “case” em relacionamentos, mas o contato com os investidores precisa bem estruturado, defendem especialistas.

Brasileiros ainda olham muito para o próprio País

“Existe potencialmente a capacidade de abrir investimentos ao capital externo e de os investidores terem acesso a alternativas nos EUA e no mundo nos próximos anos e décadas”, disse Vinay Nadkarni, diretor de desenvolvimento de negócios globais da ClearBridge Investments, do grupo americano Franklin Templeton, ao receber os assessores de investimentos em Nova York.

Diferentes razões fazem os investidores brasileiros ainda olharem muito para o Brasil na hora de aportarem os seus recursos. Falta de conhecimento, medo ou concentração nos elevados retornos no País, principalmente, em um cenário de juros altos são as principais. E aqueles que começam, vão devagarinho. Geralmente, investidores iniciam alocando 5% do seu patrimônio no exterior e levam até um ano e meio para alcançar o limite de 30% de seus recursos fora do País, segundo o CEO da Avenue.

No ano passado, os investimentos de brasileiros em ativos no exterior voltaram ao território positivo e alcançaram US$ 4,374 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC). Em 2022, esse montante havia ficado negativo em US$ 142 milhões. A maioria, US$ 2,877 bilhões, ainda vai para a renda fixa, principalmente em um cenário de juros altos nos EUA. Mas essa cifra encolheu, enquanto o volume destinado a ações saltou mais de 40% no ano passado, para US$ 2,453 bilhões, conforme o BC.

Aportes lá fora estão aumentando

Como pano de fundo, além da queda da taxa Selic, que diminui o retorno da renda fixa no Brasil, o maior número de instituições brasileiras disputando o mercado internacional tem se refletido no envio de mais dinheiro dos investidores fora do País, diz Lee. Cresce também o interesse em surfar em algumas ondas que só quebram no exterior, como investir em ações da Nvidia, fabricante de chips essenciais para a inteligência artificial, que bateu US$ 2 trilhões em valor de mercado após os seus resultados surpreenderem Wall Street.

Lee acredita, porém, que este mercado é “muito maior” do que mostram os números do Banco Central. E, mais do que rentabilidade, aplicar uma fatia dos investimentos no exterior é um caminho praticamente obrigatório de “diversificação” e “proteção de patrimônio” para os brasileiros, defende. Por outro lado, ele vê o País “atrasado” no movimento de internacionalização, ficando atrás até mesmo de seus pares na América Latina.

“A gente está tão atrasado no Brasil em matéria de expansão internacional que vai acontecer muito rápido”, afirma Lee. “Quando você começa atrasado, tem as suas vantagens. Os 20 anos de atraso que temos devem acontecer em cinco”, prevê.

O CEO da Avenue estima que nos próximos cinco anos chegará a R$ 1 trilhão, o equivalente a US$ 200 bilhões, a migração de investimentos brasileiros para o exterior, principalmente para os EUA. Hoje, somente 0,5% dos recursos locais atravessam a fronteira, considerando o patrimônio líquido da indústria de fundos brasileira, de R$ 8,3 trilhões em dezembro, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

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A corretora americana Avenue, que tem o Itaú Unibanco como sócio, dá novos passos na corrida pelos bilhões de reais de brasileiros que tendem a migrar para o exterior na metade da próxima década. Agora, o foco é apoiar assessores de investimentos a desembarcarem nos Estados Unidos, formando um batalhão de especialistas sobre as oportunidades de retorno na maior economia do mundo.

Nomes como Blue3 e SVN, ligados à XP, e Vincit Capital, associado ao Safra, estão entre os que enveredaram para uma expansão internacional. Esse movimento teve início há pouco mais de um ano e começa a ganhar tração. Nesta semana, a EQI Corretora, da qual o BTG Pactual é sócio, anunciou a abertura de um escritório em Miami, nos EUA, em seu primeiro passo fora do Brasil.

E a Avenue quer aproveitar a parceria que possui com assessores de investimentos no País para estar à frente na atração de recursos de brasileiros no exterior, servindo de ponte para o desembarque nos EUA. São cerca de 8 mil profissionais, considerando a equipe do sócio Itaú, o que lhe dá o posto de segunda maior rede voltada a atender investidores. Perde somente para a XP, precursora do modelo de agentes autônomos no Brasil. Em número de escritórios associados, são 450.

Mercado internacional está em desenvolvimento

“A indústria de investimentos no Brasil já está muito penetrada. O mercado internacional está em desenvolvimento. Tem quatro pistas abertas inteiras para correr”, diz o presidente da corretora Avenue, Roberto Lee, em entrevista exclusiva ao Broadcast, durante passagem por Nova York.

Segundo ele, a Avenue tem recebido uma maior demanda de assessores de investimentos interessados em desbravar o mercado internacional. O trabalho da corretora, fundada em 2018 com a proposta de facilitar o acesso dos brasileiros ao mercado americano, é apoiá-los na expansão internacional e, de quebra, conseguir se sobressair na disputa dos recursos de brasileiros.

A leitura de Lee é a de que os interessados que se estabelecerem primeiro com estrutura, produto e bom atendimento no exterior vão conseguir abocanhar maior fatia do mercado, com perspectivas de multiplicar de tamanho nos próximos anos. Bancos brasileiros como Itaú, Bradesco, Inter, além de XP e BTG Pactual têm ampliado a presença nos EUA nos últimos anos, justamente de olho no crescimento futuro.

Possibilidade de ampliação de horizontes

O potencial é reforçado por pesos pesados da Brickell Avenue, a Faria Lima de Miami, e também de Wall Street. Para o diretor da JPMorgan Asset Management na América Latina, Giuliano De Marchi, vale a regra 3, 2,1. Ele explica: o Brasil representa historicamente cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 2% da renda fixa e 1% do mercado de ações globais. “O nosso mercado ainda é muito, muito pequeno. Quando você vem para fora, isso abre muito”, disse De Marchi, na sede da gestora, em Nova York.

Apesar disso, o investidor brasileiro médio tem cerca de 99% de seus investimentos no Brasil e 1% fora do País, segundo ele. “É uma oportunidade para os assessores de investimentos começarem a pensar fora da caixa e se prepararem para isso”, sugeriu o diretor da JPMorgan Asset.

O alerta foi feito a 50 assessores de investimentos da EQI e da Avenue que passaram por uma imersão no mercado americano ao longo desta semana, em Nova York. Da abertura do pregão na Nasdaq a visitas a gigantes de Wall Street, como JPMorgan, Goldman Sachs, Franklin Templeton, BlackRock e AllianceBernstein, esses profissionais receberam um panorama econômico da maior economia do mundo, e mergulharam nas especificidades dos mercados de ações e de renda fixa no país. Também ouviram bastante sobre atendimento. O Brasil é visto como um “case” em relacionamentos, mas o contato com os investidores precisa bem estruturado, defendem especialistas.

Brasileiros ainda olham muito para o próprio País

“Existe potencialmente a capacidade de abrir investimentos ao capital externo e de os investidores terem acesso a alternativas nos EUA e no mundo nos próximos anos e décadas”, disse Vinay Nadkarni, diretor de desenvolvimento de negócios globais da ClearBridge Investments, do grupo americano Franklin Templeton, ao receber os assessores de investimentos em Nova York.

Diferentes razões fazem os investidores brasileiros ainda olharem muito para o Brasil na hora de aportarem os seus recursos. Falta de conhecimento, medo ou concentração nos elevados retornos no País, principalmente, em um cenário de juros altos são as principais. E aqueles que começam, vão devagarinho. Geralmente, investidores iniciam alocando 5% do seu patrimônio no exterior e levam até um ano e meio para alcançar o limite de 30% de seus recursos fora do País, segundo o CEO da Avenue.

No ano passado, os investimentos de brasileiros em ativos no exterior voltaram ao território positivo e alcançaram US$ 4,374 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC). Em 2022, esse montante havia ficado negativo em US$ 142 milhões. A maioria, US$ 2,877 bilhões, ainda vai para a renda fixa, principalmente em um cenário de juros altos nos EUA. Mas essa cifra encolheu, enquanto o volume destinado a ações saltou mais de 40% no ano passado, para US$ 2,453 bilhões, conforme o BC.

Aportes lá fora estão aumentando

Como pano de fundo, além da queda da taxa Selic, que diminui o retorno da renda fixa no Brasil, o maior número de instituições brasileiras disputando o mercado internacional tem se refletido no envio de mais dinheiro dos investidores fora do País, diz Lee. Cresce também o interesse em surfar em algumas ondas que só quebram no exterior, como investir em ações da Nvidia, fabricante de chips essenciais para a inteligência artificial, que bateu US$ 2 trilhões em valor de mercado após os seus resultados surpreenderem Wall Street.

Lee acredita, porém, que este mercado é “muito maior” do que mostram os números do Banco Central. E, mais do que rentabilidade, aplicar uma fatia dos investimentos no exterior é um caminho praticamente obrigatório de “diversificação” e “proteção de patrimônio” para os brasileiros, defende. Por outro lado, ele vê o País “atrasado” no movimento de internacionalização, ficando atrás até mesmo de seus pares na América Latina.

“A gente está tão atrasado no Brasil em matéria de expansão internacional que vai acontecer muito rápido”, afirma Lee. “Quando você começa atrasado, tem as suas vantagens. Os 20 anos de atraso que temos devem acontecer em cinco”, prevê.

O CEO da Avenue estima que nos próximos cinco anos chegará a R$ 1 trilhão, o equivalente a US$ 200 bilhões, a migração de investimentos brasileiros para o exterior, principalmente para os EUA. Hoje, somente 0,5% dos recursos locais atravessam a fronteira, considerando o patrimônio líquido da indústria de fundos brasileira, de R$ 8,3 trilhões em dezembro, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 29/02/24, às 16h22

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A corretora americana Avenue, que tem o Itaú Unibanco como sócio, dá novos passos na corrida pelos bilhões de reais de brasileiros que tendem a migrar para o exterior na metade da próxima década. Agora, o foco é apoiar assessores de investimentos a desembarcarem nos Estados Unidos, formando um batalhão de especialistas sobre as oportunidades de retorno na maior economia do mundo.

Nomes como Blue3 e SVN, ligados à XP, e Vincit Capital, associado ao Safra, estão entre os que enveredaram para uma expansão internacional. Esse movimento teve início há pouco mais de um ano e começa a ganhar tração. Nesta semana, a EQI Corretora, da qual o BTG Pactual é sócio, anunciou a abertura de um escritório em Miami, nos EUA, em seu primeiro passo fora do Brasil.

E a Avenue quer aproveitar a parceria que possui com assessores de investimentos no País para estar à frente na atração de recursos de brasileiros no exterior, servindo de ponte para o desembarque nos EUA. São cerca de 8 mil profissionais, considerando a equipe do sócio Itaú, o que lhe dá o posto de segunda maior rede voltada a atender investidores. Perde somente para a XP, precursora do modelo de agentes autônomos no Brasil. Em número de escritórios associados, são 450.

Mercado internacional está em desenvolvimento

“A indústria de investimentos no Brasil já está muito penetrada. O mercado internacional está em desenvolvimento. Tem quatro pistas abertas inteiras para correr”, diz o presidente da corretora Avenue, Roberto Lee, em entrevista exclusiva ao Broadcast, durante passagem por Nova York.

Segundo ele, a Avenue tem recebido uma maior demanda de assessores de investimentos interessados em desbravar o mercado internacional. O trabalho da corretora, fundada em 2018 com a proposta de facilitar o acesso dos brasileiros ao mercado americano, é apoiá-los na expansão internacional e, de quebra, conseguir se sobressair na disputa dos recursos de brasileiros.

A leitura de Lee é a de que os interessados que se estabelecerem primeiro com estrutura, produto e bom atendimento no exterior vão conseguir abocanhar maior fatia do mercado, com perspectivas de multiplicar de tamanho nos próximos anos. Bancos brasileiros como Itaú, Bradesco, Inter, além de XP e BTG Pactual têm ampliado a presença nos EUA nos últimos anos, justamente de olho no crescimento futuro.

Possibilidade de ampliação de horizontes

O potencial é reforçado por pesos pesados da Brickell Avenue, a Faria Lima de Miami, e também de Wall Street. Para o diretor da JPMorgan Asset Management na América Latina, Giuliano De Marchi, vale a regra 3, 2,1. Ele explica: o Brasil representa historicamente cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 2% da renda fixa e 1% do mercado de ações globais. “O nosso mercado ainda é muito, muito pequeno. Quando você vem para fora, isso abre muito”, disse De Marchi, na sede da gestora, em Nova York.

Apesar disso, o investidor brasileiro médio tem cerca de 99% de seus investimentos no Brasil e 1% fora do País, segundo ele. “É uma oportunidade para os assessores de investimentos começarem a pensar fora da caixa e se prepararem para isso”, sugeriu o diretor da JPMorgan Asset.

O alerta foi feito a 50 assessores de investimentos da EQI e da Avenue que passaram por uma imersão no mercado americano ao longo desta semana, em Nova York. Da abertura do pregão na Nasdaq a visitas a gigantes de Wall Street, como JPMorgan, Goldman Sachs, Franklin Templeton, BlackRock e AllianceBernstein, esses profissionais receberam um panorama econômico da maior economia do mundo, e mergulharam nas especificidades dos mercados de ações e de renda fixa no país. Também ouviram bastante sobre atendimento. O Brasil é visto como um “case” em relacionamentos, mas o contato com os investidores precisa bem estruturado, defendem especialistas.

Brasileiros ainda olham muito para o próprio País

“Existe potencialmente a capacidade de abrir investimentos ao capital externo e de os investidores terem acesso a alternativas nos EUA e no mundo nos próximos anos e décadas”, disse Vinay Nadkarni, diretor de desenvolvimento de negócios globais da ClearBridge Investments, do grupo americano Franklin Templeton, ao receber os assessores de investimentos em Nova York.

Diferentes razões fazem os investidores brasileiros ainda olharem muito para o Brasil na hora de aportarem os seus recursos. Falta de conhecimento, medo ou concentração nos elevados retornos no País, principalmente, em um cenário de juros altos são as principais. E aqueles que começam, vão devagarinho. Geralmente, investidores iniciam alocando 5% do seu patrimônio no exterior e levam até um ano e meio para alcançar o limite de 30% de seus recursos fora do País, segundo o CEO da Avenue.

No ano passado, os investimentos de brasileiros em ativos no exterior voltaram ao território positivo e alcançaram US$ 4,374 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC). Em 2022, esse montante havia ficado negativo em US$ 142 milhões. A maioria, US$ 2,877 bilhões, ainda vai para a renda fixa, principalmente em um cenário de juros altos nos EUA. Mas essa cifra encolheu, enquanto o volume destinado a ações saltou mais de 40% no ano passado, para US$ 2,453 bilhões, conforme o BC.

Aportes lá fora estão aumentando

Como pano de fundo, além da queda da taxa Selic, que diminui o retorno da renda fixa no Brasil, o maior número de instituições brasileiras disputando o mercado internacional tem se refletido no envio de mais dinheiro dos investidores fora do País, diz Lee. Cresce também o interesse em surfar em algumas ondas que só quebram no exterior, como investir em ações da Nvidia, fabricante de chips essenciais para a inteligência artificial, que bateu US$ 2 trilhões em valor de mercado após os seus resultados surpreenderem Wall Street.

Lee acredita, porém, que este mercado é “muito maior” do que mostram os números do Banco Central. E, mais do que rentabilidade, aplicar uma fatia dos investimentos no exterior é um caminho praticamente obrigatório de “diversificação” e “proteção de patrimônio” para os brasileiros, defende. Por outro lado, ele vê o País “atrasado” no movimento de internacionalização, ficando atrás até mesmo de seus pares na América Latina.

“A gente está tão atrasado no Brasil em matéria de expansão internacional que vai acontecer muito rápido”, afirma Lee. “Quando você começa atrasado, tem as suas vantagens. Os 20 anos de atraso que temos devem acontecer em cinco”, prevê.

O CEO da Avenue estima que nos próximos cinco anos chegará a R$ 1 trilhão, o equivalente a US$ 200 bilhões, a migração de investimentos brasileiros para o exterior, principalmente para os EUA. Hoje, somente 0,5% dos recursos locais atravessam a fronteira, considerando o patrimônio líquido da indústria de fundos brasileira, de R$ 8,3 trilhões em dezembro, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

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O potencial é reforçado por pesos pesados da Brickell Avenue, a Faria Lima de Miami, e também de Wall Street. Para o diretor da JPMorgan Asset Management na América Latina, Giuliano De Marchi, vale a regra 3, 2,1. Ele explica: o Brasil representa historicamente cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 2% da renda fixa e 1% do mercado de ações globais. “O nosso mercado ainda é muito, muito pequeno. Quando você vem para fora, isso abre muito”, disse De Marchi, na sede da gestora, em Nova York.

Apesar disso, o investidor brasileiro médio tem cerca de 99% de seus investimentos no Brasil e 1% fora do País, segundo ele. “É uma oportunidade para os assessores de investimentos começarem a pensar fora da caixa e se prepararem para isso”, sugeriu o diretor da JPMorgan Asset.

O alerta foi feito a 50 assessores de investimentos da EQI e da Avenue que passaram por uma imersão no mercado americano ao longo desta semana, em Nova York. Da abertura do pregão na Nasdaq a visitas a gigantes de Wall Street, como JPMorgan, Goldman Sachs, Franklin Templeton, BlackRock e AllianceBernstein, esses profissionais receberam um panorama econômico da maior economia do mundo, e mergulharam nas especificidades dos mercados de ações e de renda fixa no país. Também ouviram bastante sobre atendimento. O Brasil é visto como um “case” em relacionamentos, mas o contato com os investidores precisa bem estruturado, defendem especialistas.

Brasileiros ainda olham muito para o próprio País

“Existe potencialmente a capacidade de abrir investimentos ao capital externo e de os investidores terem acesso a alternativas nos EUA e no mundo nos próximos anos e décadas”, disse Vinay Nadkarni, diretor de desenvolvimento de negócios globais da ClearBridge Investments, do grupo americano Franklin Templeton, ao receber os assessores de investimentos em Nova York.

Diferentes razões fazem os investidores brasileiros ainda olharem muito para o Brasil na hora de aportarem os seus recursos. Falta de conhecimento, medo ou concentração nos elevados retornos no País, principalmente, em um cenário de juros altos são as principais. E aqueles que começam, vão devagarinho. Geralmente, investidores iniciam alocando 5% do seu patrimônio no exterior e levam até um ano e meio para alcançar o limite de 30% de seus recursos fora do País, segundo o CEO da Avenue.

No ano passado, os investimentos de brasileiros em ativos no exterior voltaram ao território positivo e alcançaram US$ 4,374 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC). Em 2022, esse montante havia ficado negativo em US$ 142 milhões. A maioria, US$ 2,877 bilhões, ainda vai para a renda fixa, principalmente em um cenário de juros altos nos EUA. Mas essa cifra encolheu, enquanto o volume destinado a ações saltou mais de 40% no ano passado, para US$ 2,453 bilhões, conforme o BC.

Aportes lá fora estão aumentando

Como pano de fundo, além da queda da taxa Selic, que diminui o retorno da renda fixa no Brasil, o maior número de instituições brasileiras disputando o mercado internacional tem se refletido no envio de mais dinheiro dos investidores fora do País, diz Lee. Cresce também o interesse em surfar em algumas ondas que só quebram no exterior, como investir em ações da Nvidia, fabricante de chips essenciais para a inteligência artificial, que bateu US$ 2 trilhões em valor de mercado após os seus resultados surpreenderem Wall Street.

Lee acredita, porém, que este mercado é “muito maior” do que mostram os números do Banco Central. E, mais do que rentabilidade, aplicar uma fatia dos investimentos no exterior é um caminho praticamente obrigatório de “diversificação” e “proteção de patrimônio” para os brasileiros, defende. Por outro lado, ele vê o País “atrasado” no movimento de internacionalização, ficando atrás até mesmo de seus pares na América Latina.

“A gente está tão atrasado no Brasil em matéria de expansão internacional que vai acontecer muito rápido”, afirma Lee. “Quando você começa atrasado, tem as suas vantagens. Os 20 anos de atraso que temos devem acontecer em cinco”, prevê.

O CEO da Avenue estima que nos próximos cinco anos chegará a R$ 1 trilhão, o equivalente a US$ 200 bilhões, a migração de investimentos brasileiros para o exterior, principalmente para os EUA. Hoje, somente 0,5% dos recursos locais atravessam a fronteira, considerando o patrimônio líquido da indústria de fundos brasileira, de R$ 8,3 trilhões em dezembro, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 29/02/24, às 16h22

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