Um grupo de 300 provedores regionais de banda larga se uniu para lançar uma operadora de telefonia e internet móveis com abrangência nacional, batizada de Tá Telecom. A iniciativa deve proporcionar um pouquinho mais de concorrência nesse mercado, que passou por uma consolidação nos últimos anos após as vendas da Oi e da Nextel, restando apenas Vivo, TIM e Claro.
A nova empresa será do tipo virtual, ou MVMO (mobile virtual network, na sigla em inglês). Isso significa que não possuirá redes e antenas próprias, adotando um modelo de negócios que reduz brutalmente a necessidade de investimentos. Ela será plugada à rede da TIM por meio de uma plataforma de conexão da Surf. Portanto, a cobertura oferecida pela Tá Telecom será idêntica à da TIM, que hoje chega a todos os municípios do Brasil considerando o conjunto das tecnologias disponíveis (3G, 4G e 5G).
Meta é ter 5 milhões de usuários em cinco anos
A Tá Telecom começou a funcionar em dezembro, com cerca de mil chips. A previsão é crescer de forma acelerada, atingindo 10 mil clientes até o fim de janeiro, e 150 mil até o fim de 2023. Já a meta para os próximos cinco anos é totalizar 5 milhões de usuários, disse à Coluna o presidente, Rudinei Carlos Gerhart.
Se confirmado, isso representará uma participação de 2% do mercado móvel, já que o País tem mais de 260 milhões de celulares. Por outro lado, será a empresa líder no segmento das MVNOs, que hoje engloba perto de 4 milhões de clientes ao todo.
Grupo já atende 3 milhões de residências com internet fixa
Os serviços de telefonia e internet móveis oferecidos pela Tá Telecom funcionarão como um complemento aos pacotes de banda larga dos provedores regionais. Ao todo, esse grupo de provedores já atende 3 milhões de residências com internet fixa, o equivalente a cerca de 10 milhões de pessoas. Esse é o tamanho do mercado endereçável da nova empresa, estima Gerhart.
Os provedores também têm 1,6 mil lojas físicas, além de canais de comunicação já abertos com os clientes, o que ajudará a vender o serviço móvel. Também serão oferecidos benefícios, dentre eles Whatsapp grátis, bônus para portabilidade e chamadas ilimitadas.
Negócio começou a ganhar forma na época do leilão do 5G
O novo negócio começou a ganhar forma em 2021, nas vésperas do leilão do 5G, quando centenas de provedores de banda larga se reuniram em um consórcio batizado de Iniciativa 5G para disputar as licenças de uso das faixas. O consórcio não prosperou no leilão, mas as empresas mantiveram vivo o propósito de criar uma operadora móvel própria.
Por trás da Tá Telecom está um fundo de investimento em que cada provedor se tornou um cotista. O fundo teve como único propósito constituir a nova empresa, sem intenção de atrair investidores externos neste momento inicial, afirma Gerhart.
O investimento inicial do grupo foi de R$ 15 milhões e chegará a R$ 70 milhões até meados de 2024. Já o faturamento anualizado previsto é da ordem de R$ 72 milhões no fim de 2023 (média de R$ 40 por cliente, por mês).
Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 03/01/2023, às 15h58
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