Bastidores do mundo dos negócios

Ressaca no varejo de construção trava venda de redes e força ajustes


C&C e Telhanorte estão à venda há mais de um ano; setor sofre com queda de consumo

Por Talita Nascimento, Altamiro Silva Junior e Circe Bonatelli
C&C contratou o BTG Pactual para buscar comprador para o negócio que já não tem mais o interesse da família Faria. Agora, a rede de lojas corta custos Foto: DIV

Depois de atingir picos de vendas durante a pandemia, o setor de varejo de materiais de construção atravessa um momento difícil, com grandes empresas à procura de um comprador, mas sem interessados até agora, mais um de 18 meses depois de serem colocadas à venda. O início do corte de juros pelo Banco Central pode ajudar a melhorar o cenário para o segmento. Até agora, em um ambiente desafiador, a estratégia dos varejistas tem sido a de não deixar os ativos se deteriorarem, com investimentos em expansões moderadas e redesenho operacional. É o caso da C&C e da Telhanorte. No geral, até maio, o varejo de materiais de construção acumula queda de 7,8% no volume de vendas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Saint Gobain, dona da Telhanorte, já deixou claro que o varejo não é seu foco para o futuro, mas que não deve se apressar a vender a operação. Nesse sentido, a empresa reposicionou suas lojas de bairro, fechando unidades, e tem buscado modelos diversificados em seu plano de expansão para 2023.

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Do lado da C&C, que contratou o BTG Pactual para buscar compradores para o negócio que já não tem mais o interesse da família Faria, a lógica tem sido não deixar o negócio se deteriorar. Os sócios contrataram a consultoria Galeazzi, que indicou o fechamento de lojas, demitiu executivos e tem buscado eficiência operacional.

Setor apresenta margens de lucro baixas, diz executivo

“Ainda não tem comprador para esse setor, as margens estão muito baixas”, comenta um executivo de banco. Bancos de investimento só ganham em uma fusão e aquisição quando ela é fechada e aprovada por órgãos reguladores. Por isso, alguns olham as operações de vendas das varejistas de construção sem muito interesse, pois exige ampla busca por investidores, estratégicos e financeiros, não só no Brasil, como no exterior, o que eleva os custos. O risco é que todo esse esforço termine sem dar retorno, caso não se ache um comprador.

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Empresas menores, regionais, também passam por essas dificuldades setoriais, mas ainda estariam resistentes a fechar contratos de vendas, ainda que parciais. Desde o fim de 2022, um fundo chamado The Fortune One, com cerca de R$ 300 milhões para investir em empresas do ramo, busca negócios com nomes do setor.

No entanto, com o mercado enfraquecido, muitos fundadores veem essas aproximações como uma forma de vender seus negócios em baixa, o que não é atrativo. Além disso, incertezas econômicas e políticas não ajudam na tomada de decisão.

Procurados, Saint-Gobain e C&C não comentaram.

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Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 03/08/23, às 16h58.

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C&C contratou o BTG Pactual para buscar comprador para o negócio que já não tem mais o interesse da família Faria. Agora, a rede de lojas corta custos Foto: DIV

Depois de atingir picos de vendas durante a pandemia, o setor de varejo de materiais de construção atravessa um momento difícil, com grandes empresas à procura de um comprador, mas sem interessados até agora, mais um de 18 meses depois de serem colocadas à venda. O início do corte de juros pelo Banco Central pode ajudar a melhorar o cenário para o segmento. Até agora, em um ambiente desafiador, a estratégia dos varejistas tem sido a de não deixar os ativos se deteriorarem, com investimentos em expansões moderadas e redesenho operacional. É o caso da C&C e da Telhanorte. No geral, até maio, o varejo de materiais de construção acumula queda de 7,8% no volume de vendas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Saint Gobain, dona da Telhanorte, já deixou claro que o varejo não é seu foco para o futuro, mas que não deve se apressar a vender a operação. Nesse sentido, a empresa reposicionou suas lojas de bairro, fechando unidades, e tem buscado modelos diversificados em seu plano de expansão para 2023.

Do lado da C&C, que contratou o BTG Pactual para buscar compradores para o negócio que já não tem mais o interesse da família Faria, a lógica tem sido não deixar o negócio se deteriorar. Os sócios contrataram a consultoria Galeazzi, que indicou o fechamento de lojas, demitiu executivos e tem buscado eficiência operacional.

Setor apresenta margens de lucro baixas, diz executivo

“Ainda não tem comprador para esse setor, as margens estão muito baixas”, comenta um executivo de banco. Bancos de investimento só ganham em uma fusão e aquisição quando ela é fechada e aprovada por órgãos reguladores. Por isso, alguns olham as operações de vendas das varejistas de construção sem muito interesse, pois exige ampla busca por investidores, estratégicos e financeiros, não só no Brasil, como no exterior, o que eleva os custos. O risco é que todo esse esforço termine sem dar retorno, caso não se ache um comprador.

Empresas menores, regionais, também passam por essas dificuldades setoriais, mas ainda estariam resistentes a fechar contratos de vendas, ainda que parciais. Desde o fim de 2022, um fundo chamado The Fortune One, com cerca de R$ 300 milhões para investir em empresas do ramo, busca negócios com nomes do setor.

No entanto, com o mercado enfraquecido, muitos fundadores veem essas aproximações como uma forma de vender seus negócios em baixa, o que não é atrativo. Além disso, incertezas econômicas e políticas não ajudam na tomada de decisão.

Procurados, Saint-Gobain e C&C não comentaram.

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A Saint Gobain, dona da Telhanorte, já deixou claro que o varejo não é seu foco para o futuro, mas que não deve se apressar a vender a operação. Nesse sentido, a empresa reposicionou suas lojas de bairro, fechando unidades, e tem buscado modelos diversificados em seu plano de expansão para 2023.

Do lado da C&C, que contratou o BTG Pactual para buscar compradores para o negócio que já não tem mais o interesse da família Faria, a lógica tem sido não deixar o negócio se deteriorar. Os sócios contrataram a consultoria Galeazzi, que indicou o fechamento de lojas, demitiu executivos e tem buscado eficiência operacional.

Setor apresenta margens de lucro baixas, diz executivo

“Ainda não tem comprador para esse setor, as margens estão muito baixas”, comenta um executivo de banco. Bancos de investimento só ganham em uma fusão e aquisição quando ela é fechada e aprovada por órgãos reguladores. Por isso, alguns olham as operações de vendas das varejistas de construção sem muito interesse, pois exige ampla busca por investidores, estratégicos e financeiros, não só no Brasil, como no exterior, o que eleva os custos. O risco é que todo esse esforço termine sem dar retorno, caso não se ache um comprador.

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No entanto, com o mercado enfraquecido, muitos fundadores veem essas aproximações como uma forma de vender seus negócios em baixa, o que não é atrativo. Além disso, incertezas econômicas e políticas não ajudam na tomada de decisão.

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A Saint Gobain, dona da Telhanorte, já deixou claro que o varejo não é seu foco para o futuro, mas que não deve se apressar a vender a operação. Nesse sentido, a empresa reposicionou suas lojas de bairro, fechando unidades, e tem buscado modelos diversificados em seu plano de expansão para 2023.

Do lado da C&C, que contratou o BTG Pactual para buscar compradores para o negócio que já não tem mais o interesse da família Faria, a lógica tem sido não deixar o negócio se deteriorar. Os sócios contrataram a consultoria Galeazzi, que indicou o fechamento de lojas, demitiu executivos e tem buscado eficiência operacional.

Setor apresenta margens de lucro baixas, diz executivo

“Ainda não tem comprador para esse setor, as margens estão muito baixas”, comenta um executivo de banco. Bancos de investimento só ganham em uma fusão e aquisição quando ela é fechada e aprovada por órgãos reguladores. Por isso, alguns olham as operações de vendas das varejistas de construção sem muito interesse, pois exige ampla busca por investidores, estratégicos e financeiros, não só no Brasil, como no exterior, o que eleva os custos. O risco é que todo esse esforço termine sem dar retorno, caso não se ache um comprador.

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