Bastidores do mundo dos negócios

Seca deve impedir atracação de navios em Manaus e elevar preços para consumidor


Alternativa é a realização de transbordo para embarcações menores em outros portos

Por Elisa Calmon
Transbordo em píer flutuante que começou a operar na segunda-feira, 9, em Itacoatiara (AM) Foto: Associacao Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac)

A seca que atinge a região Norte do Brasil deve impedir, integralmente, a atracação de navios no Porto de Manaus a partir da próxima semana. A previsão é do diretor executivo da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), Luis Fernando Resano. Ele explica que existem alternativas para garantir que as mercadorias cheguem à capital amazonense. Contudo, devem acarretar aumento de custos para as empresas e de preços para o consumidor final.

Uma das principais estratégias é a utilização de um píer flutuante, instalado na região do município de Itacoatiara (AM), que começou a operar na segunda-feira, 9. A operação consiste em transferir a carga dos navios para o terminal provisório e, na sequência, para balsas. As embarcações de menor porte precisam de menos profundidade para navegar. Com isso, conseguem finalizar a viagem até o Porto de Manaus, diferente dos grandes navios.

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Outra possibilidade é o escoamento das cargas até o Porto de Vila do Conde (PA). O terminal também funciona como ponto de parada de navios de cabotagem e longo curso que não podem seguir até Manaus e precisam fazer transbordo de contêineres para embarcações menores. O conteúdo é descarregado em barcaças (embarcação com fundo chato), que têm pouca restrição de navegação. A mesma operação pode ser feita no caminho de volta.

Únicas opções

A estimativa da Abac é que, em poucos dias, estas sejam as únicas alternativas para conseguir desembarcar e embarcar produtos no terminal amazonense. “A previsão é de que, na próxima semana, nós já nem passemos mais até Manaus, porque não vai ter água suficiente”, afirma Resano, em entrevista exclusiva ao Broadcast.

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O executivo explica que a complexidade logística se reflete em maiores despesas e, consequentemente, aumento de preços para o consumidor final. “Infelizmente, a televisão que o cliente for comprar na Black Friday, por exemplo, vai ter um pouquinho desse custo”, diz, sem mensurar exatamente qual seria o aumento.

O diretor-executivo da Abac afirma que as empresas de cabotagem estão em negociação para utilizar Vila do Conde como alternativa. Contudo, ele destaca que o tempo de viagem do terminal até Manaus chega a 10 dias de balsa. Além disso, cita problemas burocráticos envolvendo impostos e documentações, que também dificultam a utilização do porto paraense.

A antecipação de embarques foi estimulada pela associação para mitigar os efeitos da estiagem. Resano destaca que houve um aumento de cerca de 10% no primeiro semestre deste ano no Porto de Manaus. Isso é possível porque os produtos despachados são, principalmente, os produzidos na Zona Franca. Mas esta estratégia não se aplica aos desembarques, já que as cargas que chegam são, em grande, perecíveis, com destaque para alimentos.

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Problema histórico

Apesar dos esforços, Resano prevê congestionamentos, como visto na seca do ano passado. “Nós não temos a infraestrutura adequada. Todas essas medidas são mitigadoras, não são soluções”, avalia, ressaltando que, atualmente, o nível do rio está dois metros abaixo do patamar visto no mesmo período de 2023.

Segundo o porta-voz, a solução definitiva seria a dragagem do rio, demanda histórica do setor. A operação consiste na “escavação” do fundo do rio para aumentar a profundidade e facilitar a navegação. Na semana passada, o governo federal anunciou a empresa vencedora da licitação para iniciar a dragagem do Rio Amazonas em 3 quilômetros ao longo dos 200 quilômetros entre Manaus e Itacoatiara. Apesar da extensão, a dragagem é feita apenas em pontos específicos, chamados de passos críticos. O investimento total será de R$ 92,8 milhões.

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Contudo, Resano considera que o esforço deveria ter sido feito antes, pois a seca já era esperada. A previsão é que o processo de dragagem leve cerca de um mês, terminando no final de outubro, quando é período de chuva na região. Enquanto isso, ele defende também a desburocratização como forma de facilitar as outras alternativas de escoamento.

A expectativa do porta-voz é que, com a contratação da empresa responsável, o cenário melhore daqui para frente, considerando que o contrato é de cinco anos. “Espero que façam essa dragagem antecipadamente, no momento correto, para que a gente tenha, no período da seca, efetiva operação, sem restrições.”

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o objetivo é recuperar permanentemente a capacidade de navegação. “Estamos empenhados em garantir a navegabilidade dos rios durante todo o ano, pois eles são essenciais para o transporte de pessoas, bens de primeira necessidade e o escoamento de mercadorias.”

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 11/09/2024, às 11h21.

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Transbordo em píer flutuante que começou a operar na segunda-feira, 9, em Itacoatiara (AM) Foto: Associacao Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac)

A seca que atinge a região Norte do Brasil deve impedir, integralmente, a atracação de navios no Porto de Manaus a partir da próxima semana. A previsão é do diretor executivo da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), Luis Fernando Resano. Ele explica que existem alternativas para garantir que as mercadorias cheguem à capital amazonense. Contudo, devem acarretar aumento de custos para as empresas e de preços para o consumidor final.

Uma das principais estratégias é a utilização de um píer flutuante, instalado na região do município de Itacoatiara (AM), que começou a operar na segunda-feira, 9. A operação consiste em transferir a carga dos navios para o terminal provisório e, na sequência, para balsas. As embarcações de menor porte precisam de menos profundidade para navegar. Com isso, conseguem finalizar a viagem até o Porto de Manaus, diferente dos grandes navios.

Outra possibilidade é o escoamento das cargas até o Porto de Vila do Conde (PA). O terminal também funciona como ponto de parada de navios de cabotagem e longo curso que não podem seguir até Manaus e precisam fazer transbordo de contêineres para embarcações menores. O conteúdo é descarregado em barcaças (embarcação com fundo chato), que têm pouca restrição de navegação. A mesma operação pode ser feita no caminho de volta.

Únicas opções

A estimativa da Abac é que, em poucos dias, estas sejam as únicas alternativas para conseguir desembarcar e embarcar produtos no terminal amazonense. “A previsão é de que, na próxima semana, nós já nem passemos mais até Manaus, porque não vai ter água suficiente”, afirma Resano, em entrevista exclusiva ao Broadcast.

O executivo explica que a complexidade logística se reflete em maiores despesas e, consequentemente, aumento de preços para o consumidor final. “Infelizmente, a televisão que o cliente for comprar na Black Friday, por exemplo, vai ter um pouquinho desse custo”, diz, sem mensurar exatamente qual seria o aumento.

O diretor-executivo da Abac afirma que as empresas de cabotagem estão em negociação para utilizar Vila do Conde como alternativa. Contudo, ele destaca que o tempo de viagem do terminal até Manaus chega a 10 dias de balsa. Além disso, cita problemas burocráticos envolvendo impostos e documentações, que também dificultam a utilização do porto paraense.

A antecipação de embarques foi estimulada pela associação para mitigar os efeitos da estiagem. Resano destaca que houve um aumento de cerca de 10% no primeiro semestre deste ano no Porto de Manaus. Isso é possível porque os produtos despachados são, principalmente, os produzidos na Zona Franca. Mas esta estratégia não se aplica aos desembarques, já que as cargas que chegam são, em grande, perecíveis, com destaque para alimentos.

Problema histórico

Apesar dos esforços, Resano prevê congestionamentos, como visto na seca do ano passado. “Nós não temos a infraestrutura adequada. Todas essas medidas são mitigadoras, não são soluções”, avalia, ressaltando que, atualmente, o nível do rio está dois metros abaixo do patamar visto no mesmo período de 2023.

Segundo o porta-voz, a solução definitiva seria a dragagem do rio, demanda histórica do setor. A operação consiste na “escavação” do fundo do rio para aumentar a profundidade e facilitar a navegação. Na semana passada, o governo federal anunciou a empresa vencedora da licitação para iniciar a dragagem do Rio Amazonas em 3 quilômetros ao longo dos 200 quilômetros entre Manaus e Itacoatiara. Apesar da extensão, a dragagem é feita apenas em pontos específicos, chamados de passos críticos. O investimento total será de R$ 92,8 milhões.

Contudo, Resano considera que o esforço deveria ter sido feito antes, pois a seca já era esperada. A previsão é que o processo de dragagem leve cerca de um mês, terminando no final de outubro, quando é período de chuva na região. Enquanto isso, ele defende também a desburocratização como forma de facilitar as outras alternativas de escoamento.

A expectativa do porta-voz é que, com a contratação da empresa responsável, o cenário melhore daqui para frente, considerando que o contrato é de cinco anos. “Espero que façam essa dragagem antecipadamente, no momento correto, para que a gente tenha, no período da seca, efetiva operação, sem restrições.”

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o objetivo é recuperar permanentemente a capacidade de navegação. “Estamos empenhados em garantir a navegabilidade dos rios durante todo o ano, pois eles são essenciais para o transporte de pessoas, bens de primeira necessidade e o escoamento de mercadorias.”

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A seca que atinge a região Norte do Brasil deve impedir, integralmente, a atracação de navios no Porto de Manaus a partir da próxima semana. A previsão é do diretor executivo da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), Luis Fernando Resano. Ele explica que existem alternativas para garantir que as mercadorias cheguem à capital amazonense. Contudo, devem acarretar aumento de custos para as empresas e de preços para o consumidor final.

Uma das principais estratégias é a utilização de um píer flutuante, instalado na região do município de Itacoatiara (AM), que começou a operar na segunda-feira, 9. A operação consiste em transferir a carga dos navios para o terminal provisório e, na sequência, para balsas. As embarcações de menor porte precisam de menos profundidade para navegar. Com isso, conseguem finalizar a viagem até o Porto de Manaus, diferente dos grandes navios.

Outra possibilidade é o escoamento das cargas até o Porto de Vila do Conde (PA). O terminal também funciona como ponto de parada de navios de cabotagem e longo curso que não podem seguir até Manaus e precisam fazer transbordo de contêineres para embarcações menores. O conteúdo é descarregado em barcaças (embarcação com fundo chato), que têm pouca restrição de navegação. A mesma operação pode ser feita no caminho de volta.

Únicas opções

A estimativa da Abac é que, em poucos dias, estas sejam as únicas alternativas para conseguir desembarcar e embarcar produtos no terminal amazonense. “A previsão é de que, na próxima semana, nós já nem passemos mais até Manaus, porque não vai ter água suficiente”, afirma Resano, em entrevista exclusiva ao Broadcast.

O executivo explica que a complexidade logística se reflete em maiores despesas e, consequentemente, aumento de preços para o consumidor final. “Infelizmente, a televisão que o cliente for comprar na Black Friday, por exemplo, vai ter um pouquinho desse custo”, diz, sem mensurar exatamente qual seria o aumento.

O diretor-executivo da Abac afirma que as empresas de cabotagem estão em negociação para utilizar Vila do Conde como alternativa. Contudo, ele destaca que o tempo de viagem do terminal até Manaus chega a 10 dias de balsa. Além disso, cita problemas burocráticos envolvendo impostos e documentações, que também dificultam a utilização do porto paraense.

A antecipação de embarques foi estimulada pela associação para mitigar os efeitos da estiagem. Resano destaca que houve um aumento de cerca de 10% no primeiro semestre deste ano no Porto de Manaus. Isso é possível porque os produtos despachados são, principalmente, os produzidos na Zona Franca. Mas esta estratégia não se aplica aos desembarques, já que as cargas que chegam são, em grande, perecíveis, com destaque para alimentos.

Problema histórico

Apesar dos esforços, Resano prevê congestionamentos, como visto na seca do ano passado. “Nós não temos a infraestrutura adequada. Todas essas medidas são mitigadoras, não são soluções”, avalia, ressaltando que, atualmente, o nível do rio está dois metros abaixo do patamar visto no mesmo período de 2023.

Segundo o porta-voz, a solução definitiva seria a dragagem do rio, demanda histórica do setor. A operação consiste na “escavação” do fundo do rio para aumentar a profundidade e facilitar a navegação. Na semana passada, o governo federal anunciou a empresa vencedora da licitação para iniciar a dragagem do Rio Amazonas em 3 quilômetros ao longo dos 200 quilômetros entre Manaus e Itacoatiara. Apesar da extensão, a dragagem é feita apenas em pontos específicos, chamados de passos críticos. O investimento total será de R$ 92,8 milhões.

Contudo, Resano considera que o esforço deveria ter sido feito antes, pois a seca já era esperada. A previsão é que o processo de dragagem leve cerca de um mês, terminando no final de outubro, quando é período de chuva na região. Enquanto isso, ele defende também a desburocratização como forma de facilitar as outras alternativas de escoamento.

A expectativa do porta-voz é que, com a contratação da empresa responsável, o cenário melhore daqui para frente, considerando que o contrato é de cinco anos. “Espero que façam essa dragagem antecipadamente, no momento correto, para que a gente tenha, no período da seca, efetiva operação, sem restrições.”

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o objetivo é recuperar permanentemente a capacidade de navegação. “Estamos empenhados em garantir a navegabilidade dos rios durante todo o ano, pois eles são essenciais para o transporte de pessoas, bens de primeira necessidade e o escoamento de mercadorias.”

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Uma das principais estratégias é a utilização de um píer flutuante, instalado na região do município de Itacoatiara (AM), que começou a operar na segunda-feira, 9. A operação consiste em transferir a carga dos navios para o terminal provisório e, na sequência, para balsas. As embarcações de menor porte precisam de menos profundidade para navegar. Com isso, conseguem finalizar a viagem até o Porto de Manaus, diferente dos grandes navios.

Outra possibilidade é o escoamento das cargas até o Porto de Vila do Conde (PA). O terminal também funciona como ponto de parada de navios de cabotagem e longo curso que não podem seguir até Manaus e precisam fazer transbordo de contêineres para embarcações menores. O conteúdo é descarregado em barcaças (embarcação com fundo chato), que têm pouca restrição de navegação. A mesma operação pode ser feita no caminho de volta.

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A estimativa da Abac é que, em poucos dias, estas sejam as únicas alternativas para conseguir desembarcar e embarcar produtos no terminal amazonense. “A previsão é de que, na próxima semana, nós já nem passemos mais até Manaus, porque não vai ter água suficiente”, afirma Resano, em entrevista exclusiva ao Broadcast.

O executivo explica que a complexidade logística se reflete em maiores despesas e, consequentemente, aumento de preços para o consumidor final. “Infelizmente, a televisão que o cliente for comprar na Black Friday, por exemplo, vai ter um pouquinho desse custo”, diz, sem mensurar exatamente qual seria o aumento.

O diretor-executivo da Abac afirma que as empresas de cabotagem estão em negociação para utilizar Vila do Conde como alternativa. Contudo, ele destaca que o tempo de viagem do terminal até Manaus chega a 10 dias de balsa. Além disso, cita problemas burocráticos envolvendo impostos e documentações, que também dificultam a utilização do porto paraense.

A antecipação de embarques foi estimulada pela associação para mitigar os efeitos da estiagem. Resano destaca que houve um aumento de cerca de 10% no primeiro semestre deste ano no Porto de Manaus. Isso é possível porque os produtos despachados são, principalmente, os produzidos na Zona Franca. Mas esta estratégia não se aplica aos desembarques, já que as cargas que chegam são, em grande, perecíveis, com destaque para alimentos.

Problema histórico

Apesar dos esforços, Resano prevê congestionamentos, como visto na seca do ano passado. “Nós não temos a infraestrutura adequada. Todas essas medidas são mitigadoras, não são soluções”, avalia, ressaltando que, atualmente, o nível do rio está dois metros abaixo do patamar visto no mesmo período de 2023.

Segundo o porta-voz, a solução definitiva seria a dragagem do rio, demanda histórica do setor. A operação consiste na “escavação” do fundo do rio para aumentar a profundidade e facilitar a navegação. Na semana passada, o governo federal anunciou a empresa vencedora da licitação para iniciar a dragagem do Rio Amazonas em 3 quilômetros ao longo dos 200 quilômetros entre Manaus e Itacoatiara. Apesar da extensão, a dragagem é feita apenas em pontos específicos, chamados de passos críticos. O investimento total será de R$ 92,8 milhões.

Contudo, Resano considera que o esforço deveria ter sido feito antes, pois a seca já era esperada. A previsão é que o processo de dragagem leve cerca de um mês, terminando no final de outubro, quando é período de chuva na região. Enquanto isso, ele defende também a desburocratização como forma de facilitar as outras alternativas de escoamento.

A expectativa do porta-voz é que, com a contratação da empresa responsável, o cenário melhore daqui para frente, considerando que o contrato é de cinco anos. “Espero que façam essa dragagem antecipadamente, no momento correto, para que a gente tenha, no período da seca, efetiva operação, sem restrições.”

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o objetivo é recuperar permanentemente a capacidade de navegação. “Estamos empenhados em garantir a navegabilidade dos rios durante todo o ano, pois eles são essenciais para o transporte de pessoas, bens de primeira necessidade e o escoamento de mercadorias.”

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 11/09/2024, às 11h21.

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O diretor-executivo da Abac afirma que as empresas de cabotagem estão em negociação para utilizar Vila do Conde como alternativa. Contudo, ele destaca que o tempo de viagem do terminal até Manaus chega a 10 dias de balsa. Além disso, cita problemas burocráticos envolvendo impostos e documentações, que também dificultam a utilização do porto paraense.

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Segundo o porta-voz, a solução definitiva seria a dragagem do rio, demanda histórica do setor. A operação consiste na “escavação” do fundo do rio para aumentar a profundidade e facilitar a navegação. Na semana passada, o governo federal anunciou a empresa vencedora da licitação para iniciar a dragagem do Rio Amazonas em 3 quilômetros ao longo dos 200 quilômetros entre Manaus e Itacoatiara. Apesar da extensão, a dragagem é feita apenas em pontos específicos, chamados de passos críticos. O investimento total será de R$ 92,8 milhões.

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