Bastidores do mundo dos negócios

Tabas, startup de locação de imóveis, muda modelo de negócios


Faturamento dobrou nos últimos 12 meses, mas antigos clientes processam a empresa

Por Circe Bonatelli
'O cliente que precisa locar um apartamento mobiliado com flexibilidade não estava sendo servido', diz Leonardo Morgatto, um dos fundadores da Tabas Foto: Divulgação/Tabas

Em apenas quatro anos de operação, a startup Tabas foi fundada no Brasil, vendida para investidores estrangeiros, mudou o modelo de negócios, comprou briga com os antigos clientes e multiplicou o faturamento. Em meio aos altos e baixos, a empresa chegou ao posto de uma das maiores operadoras de imóveis residenciais para locação no País, com apartamentos sob sua administração em São Paulo, Rio, Brasília e Cidade do México.

A Tabas foi fundada em 2020 pelos sócios Leonardo Morgatto e Simone Surdi com um projeto baseado em firmar contratos de longo prazo de locação de apartamentos, reformar, decorar e sublocar por dias ou meses, só que a valores bem maiores. “Tivemos percepção de que o cliente que precisa locar um apartamento mobiliado com flexibilidade não estava sendo servido”, conta Morgatto, em entrevista à Coluna.

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O negócio começou a crescer e chamou atenção da americana BlueGround, que atua neste ramo em 22 países. Inicialmente, a multinacional participou de uma injeção de capital de US$ 14 milhões na startup brasileira e, em 2022, acertou a sua compra. A operação não teve pagamento em dinheiro. Ela ocorreu por entrega de ações e assunção das dívidas da startup.

Acordos são feitos com donos de prédios inteiros

Mais recentemente, a nova gestão decidiu deixar para trás o modelo original de operação por entender que as margens de lucro estavam muito comprimidas. O negócio exigia muito investimento na largada para a reforma e a decoração das residências, o que ficou inviável com o ciclo de subida dos juros no País. “A gente levantou muita dívida, e a margem começou a ficar muito apertada porque a taxa de juros aumentou”, diz.

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A decisão foi passar a firmar parcerias com empresas proprietárias de prédios inteiros, que assumem a preparação dos apartamentos, enquanto a startup atua na publicidade, locação, manutenção e serviços em troca de uma porcentagem do aluguel. Hoje a Tabas atende empresas como a Brookfield, Pivo e Six Stays, totalizando 2,3 mil apartamentos no portfólio.

O faturamento acumulado dos últimos 12 meses até agosto atingiu a marca de R$ 200 milhões, o dobro do período anterior. Para os próximos 12 meses, Morgatto vê espaço pra alcançar entre 4,5 mil e 5,0 mil apartamentos no portfólio, com faturamento beirando os R$ 500 milhões.

“Tem muita gente investindo nos prédios, mas são poucos os operadores da locação. Do jeito que o mercado está crescendo e acionando a Tabas, acredito que também vamos crescer bastante”, estima. Outro diferencial, segundo ele, é a tecnologia cedida pela BlueGround para automatizar a gestão dos apartamentos, manutenção, locação e precificação variável conforme a procura. Essas ferramentas permitem ao grupo adicionar apartamentos ao portfólio de forma rápida, sem necessidade de inchar o quadro de funcionários na mesma proporção.

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A Tabas quitou a totalidade das suas dívidas de ordem financeira este semestre, no valor de R$ 46 milhões, e passou a dar lucro. “Tínhamos um custo de dívida alto. Ao quitar, chegamos à geração de caixa positiva e lucro líquido desde o mês passado”.

Negócio é alvo de ações por falta de repasse de aluguéis

A mudança no modelo de negócios, porém, abriu disputas na justiça com as pessoas físicas que cederam seus apartamentos para a plataforma reformar e sublocar. A empresa é alvo de processos de mais de 60 proprietários que não receberam aluguéis de imóveis em São Paulo. Ao todo, o valor está perto de R$ 2 milhões, segundo a advogada que representa os proprietários. A Polícia Civil de São Paulo passou a investigar o caso.

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A Tabas ainda tem cerca de 500 contratos junto a pessoas físicas. Esse montante já foi superior a 1 mil, mas e empresa passou a fazer rescisões ao decidir mudar o modelo de negócio para prédios inteiros. Agora, a startup defende que haja um desconto do valor da mobília colocada nos imóveis devolvidos aos proprietários.

“Estamos devolvendo aqueles apartamentos que não queremos mais manter no portfólio”, disse o fundador. “Nós investimos muito em cada unidade. E tem cláusula que prevê retorno do investimento, mas muitas vezes não se consegue chegar a um acordo”, justifica.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 04/10/2024, às 17h55.

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'O cliente que precisa locar um apartamento mobiliado com flexibilidade não estava sendo servido', diz Leonardo Morgatto, um dos fundadores da Tabas Foto: Divulgação/Tabas

Em apenas quatro anos de operação, a startup Tabas foi fundada no Brasil, vendida para investidores estrangeiros, mudou o modelo de negócios, comprou briga com os antigos clientes e multiplicou o faturamento. Em meio aos altos e baixos, a empresa chegou ao posto de uma das maiores operadoras de imóveis residenciais para locação no País, com apartamentos sob sua administração em São Paulo, Rio, Brasília e Cidade do México.

A Tabas foi fundada em 2020 pelos sócios Leonardo Morgatto e Simone Surdi com um projeto baseado em firmar contratos de longo prazo de locação de apartamentos, reformar, decorar e sublocar por dias ou meses, só que a valores bem maiores. “Tivemos percepção de que o cliente que precisa locar um apartamento mobiliado com flexibilidade não estava sendo servido”, conta Morgatto, em entrevista à Coluna.

O negócio começou a crescer e chamou atenção da americana BlueGround, que atua neste ramo em 22 países. Inicialmente, a multinacional participou de uma injeção de capital de US$ 14 milhões na startup brasileira e, em 2022, acertou a sua compra. A operação não teve pagamento em dinheiro. Ela ocorreu por entrega de ações e assunção das dívidas da startup.

Acordos são feitos com donos de prédios inteiros

Mais recentemente, a nova gestão decidiu deixar para trás o modelo original de operação por entender que as margens de lucro estavam muito comprimidas. O negócio exigia muito investimento na largada para a reforma e a decoração das residências, o que ficou inviável com o ciclo de subida dos juros no País. “A gente levantou muita dívida, e a margem começou a ficar muito apertada porque a taxa de juros aumentou”, diz.

A decisão foi passar a firmar parcerias com empresas proprietárias de prédios inteiros, que assumem a preparação dos apartamentos, enquanto a startup atua na publicidade, locação, manutenção e serviços em troca de uma porcentagem do aluguel. Hoje a Tabas atende empresas como a Brookfield, Pivo e Six Stays, totalizando 2,3 mil apartamentos no portfólio.

O faturamento acumulado dos últimos 12 meses até agosto atingiu a marca de R$ 200 milhões, o dobro do período anterior. Para os próximos 12 meses, Morgatto vê espaço pra alcançar entre 4,5 mil e 5,0 mil apartamentos no portfólio, com faturamento beirando os R$ 500 milhões.

“Tem muita gente investindo nos prédios, mas são poucos os operadores da locação. Do jeito que o mercado está crescendo e acionando a Tabas, acredito que também vamos crescer bastante”, estima. Outro diferencial, segundo ele, é a tecnologia cedida pela BlueGround para automatizar a gestão dos apartamentos, manutenção, locação e precificação variável conforme a procura. Essas ferramentas permitem ao grupo adicionar apartamentos ao portfólio de forma rápida, sem necessidade de inchar o quadro de funcionários na mesma proporção.

A Tabas quitou a totalidade das suas dívidas de ordem financeira este semestre, no valor de R$ 46 milhões, e passou a dar lucro. “Tínhamos um custo de dívida alto. Ao quitar, chegamos à geração de caixa positiva e lucro líquido desde o mês passado”.

Negócio é alvo de ações por falta de repasse de aluguéis

A mudança no modelo de negócios, porém, abriu disputas na justiça com as pessoas físicas que cederam seus apartamentos para a plataforma reformar e sublocar. A empresa é alvo de processos de mais de 60 proprietários que não receberam aluguéis de imóveis em São Paulo. Ao todo, o valor está perto de R$ 2 milhões, segundo a advogada que representa os proprietários. A Polícia Civil de São Paulo passou a investigar o caso.

A Tabas ainda tem cerca de 500 contratos junto a pessoas físicas. Esse montante já foi superior a 1 mil, mas e empresa passou a fazer rescisões ao decidir mudar o modelo de negócio para prédios inteiros. Agora, a startup defende que haja um desconto do valor da mobília colocada nos imóveis devolvidos aos proprietários.

“Estamos devolvendo aqueles apartamentos que não queremos mais manter no portfólio”, disse o fundador. “Nós investimos muito em cada unidade. E tem cláusula que prevê retorno do investimento, mas muitas vezes não se consegue chegar a um acordo”, justifica.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 04/10/2024, às 17h55.

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Em apenas quatro anos de operação, a startup Tabas foi fundada no Brasil, vendida para investidores estrangeiros, mudou o modelo de negócios, comprou briga com os antigos clientes e multiplicou o faturamento. Em meio aos altos e baixos, a empresa chegou ao posto de uma das maiores operadoras de imóveis residenciais para locação no País, com apartamentos sob sua administração em São Paulo, Rio, Brasília e Cidade do México.

A Tabas foi fundada em 2020 pelos sócios Leonardo Morgatto e Simone Surdi com um projeto baseado em firmar contratos de longo prazo de locação de apartamentos, reformar, decorar e sublocar por dias ou meses, só que a valores bem maiores. “Tivemos percepção de que o cliente que precisa locar um apartamento mobiliado com flexibilidade não estava sendo servido”, conta Morgatto, em entrevista à Coluna.

O negócio começou a crescer e chamou atenção da americana BlueGround, que atua neste ramo em 22 países. Inicialmente, a multinacional participou de uma injeção de capital de US$ 14 milhões na startup brasileira e, em 2022, acertou a sua compra. A operação não teve pagamento em dinheiro. Ela ocorreu por entrega de ações e assunção das dívidas da startup.

Acordos são feitos com donos de prédios inteiros

Mais recentemente, a nova gestão decidiu deixar para trás o modelo original de operação por entender que as margens de lucro estavam muito comprimidas. O negócio exigia muito investimento na largada para a reforma e a decoração das residências, o que ficou inviável com o ciclo de subida dos juros no País. “A gente levantou muita dívida, e a margem começou a ficar muito apertada porque a taxa de juros aumentou”, diz.

A decisão foi passar a firmar parcerias com empresas proprietárias de prédios inteiros, que assumem a preparação dos apartamentos, enquanto a startup atua na publicidade, locação, manutenção e serviços em troca de uma porcentagem do aluguel. Hoje a Tabas atende empresas como a Brookfield, Pivo e Six Stays, totalizando 2,3 mil apartamentos no portfólio.

O faturamento acumulado dos últimos 12 meses até agosto atingiu a marca de R$ 200 milhões, o dobro do período anterior. Para os próximos 12 meses, Morgatto vê espaço pra alcançar entre 4,5 mil e 5,0 mil apartamentos no portfólio, com faturamento beirando os R$ 500 milhões.

“Tem muita gente investindo nos prédios, mas são poucos os operadores da locação. Do jeito que o mercado está crescendo e acionando a Tabas, acredito que também vamos crescer bastante”, estima. Outro diferencial, segundo ele, é a tecnologia cedida pela BlueGround para automatizar a gestão dos apartamentos, manutenção, locação e precificação variável conforme a procura. Essas ferramentas permitem ao grupo adicionar apartamentos ao portfólio de forma rápida, sem necessidade de inchar o quadro de funcionários na mesma proporção.

A Tabas quitou a totalidade das suas dívidas de ordem financeira este semestre, no valor de R$ 46 milhões, e passou a dar lucro. “Tínhamos um custo de dívida alto. Ao quitar, chegamos à geração de caixa positiva e lucro líquido desde o mês passado”.

Negócio é alvo de ações por falta de repasse de aluguéis

A mudança no modelo de negócios, porém, abriu disputas na justiça com as pessoas físicas que cederam seus apartamentos para a plataforma reformar e sublocar. A empresa é alvo de processos de mais de 60 proprietários que não receberam aluguéis de imóveis em São Paulo. Ao todo, o valor está perto de R$ 2 milhões, segundo a advogada que representa os proprietários. A Polícia Civil de São Paulo passou a investigar o caso.

A Tabas ainda tem cerca de 500 contratos junto a pessoas físicas. Esse montante já foi superior a 1 mil, mas e empresa passou a fazer rescisões ao decidir mudar o modelo de negócio para prédios inteiros. Agora, a startup defende que haja um desconto do valor da mobília colocada nos imóveis devolvidos aos proprietários.

“Estamos devolvendo aqueles apartamentos que não queremos mais manter no portfólio”, disse o fundador. “Nós investimos muito em cada unidade. E tem cláusula que prevê retorno do investimento, mas muitas vezes não se consegue chegar a um acordo”, justifica.

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A Tabas foi fundada em 2020 pelos sócios Leonardo Morgatto e Simone Surdi com um projeto baseado em firmar contratos de longo prazo de locação de apartamentos, reformar, decorar e sublocar por dias ou meses, só que a valores bem maiores. “Tivemos percepção de que o cliente que precisa locar um apartamento mobiliado com flexibilidade não estava sendo servido”, conta Morgatto, em entrevista à Coluna.

O negócio começou a crescer e chamou atenção da americana BlueGround, que atua neste ramo em 22 países. Inicialmente, a multinacional participou de uma injeção de capital de US$ 14 milhões na startup brasileira e, em 2022, acertou a sua compra. A operação não teve pagamento em dinheiro. Ela ocorreu por entrega de ações e assunção das dívidas da startup.

Acordos são feitos com donos de prédios inteiros

Mais recentemente, a nova gestão decidiu deixar para trás o modelo original de operação por entender que as margens de lucro estavam muito comprimidas. O negócio exigia muito investimento na largada para a reforma e a decoração das residências, o que ficou inviável com o ciclo de subida dos juros no País. “A gente levantou muita dívida, e a margem começou a ficar muito apertada porque a taxa de juros aumentou”, diz.

A decisão foi passar a firmar parcerias com empresas proprietárias de prédios inteiros, que assumem a preparação dos apartamentos, enquanto a startup atua na publicidade, locação, manutenção e serviços em troca de uma porcentagem do aluguel. Hoje a Tabas atende empresas como a Brookfield, Pivo e Six Stays, totalizando 2,3 mil apartamentos no portfólio.

O faturamento acumulado dos últimos 12 meses até agosto atingiu a marca de R$ 200 milhões, o dobro do período anterior. Para os próximos 12 meses, Morgatto vê espaço pra alcançar entre 4,5 mil e 5,0 mil apartamentos no portfólio, com faturamento beirando os R$ 500 milhões.

“Tem muita gente investindo nos prédios, mas são poucos os operadores da locação. Do jeito que o mercado está crescendo e acionando a Tabas, acredito que também vamos crescer bastante”, estima. Outro diferencial, segundo ele, é a tecnologia cedida pela BlueGround para automatizar a gestão dos apartamentos, manutenção, locação e precificação variável conforme a procura. Essas ferramentas permitem ao grupo adicionar apartamentos ao portfólio de forma rápida, sem necessidade de inchar o quadro de funcionários na mesma proporção.

A Tabas quitou a totalidade das suas dívidas de ordem financeira este semestre, no valor de R$ 46 milhões, e passou a dar lucro. “Tínhamos um custo de dívida alto. Ao quitar, chegamos à geração de caixa positiva e lucro líquido desde o mês passado”.

Negócio é alvo de ações por falta de repasse de aluguéis

A mudança no modelo de negócios, porém, abriu disputas na justiça com as pessoas físicas que cederam seus apartamentos para a plataforma reformar e sublocar. A empresa é alvo de processos de mais de 60 proprietários que não receberam aluguéis de imóveis em São Paulo. Ao todo, o valor está perto de R$ 2 milhões, segundo a advogada que representa os proprietários. A Polícia Civil de São Paulo passou a investigar o caso.

A Tabas ainda tem cerca de 500 contratos junto a pessoas físicas. Esse montante já foi superior a 1 mil, mas e empresa passou a fazer rescisões ao decidir mudar o modelo de negócio para prédios inteiros. Agora, a startup defende que haja um desconto do valor da mobília colocada nos imóveis devolvidos aos proprietários.

“Estamos devolvendo aqueles apartamentos que não queremos mais manter no portfólio”, disse o fundador. “Nós investimos muito em cada unidade. E tem cláusula que prevê retorno do investimento, mas muitas vezes não se consegue chegar a um acordo”, justifica.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 04/10/2024, às 17h55.

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'O cliente que precisa locar um apartamento mobiliado com flexibilidade não estava sendo servido', diz Leonardo Morgatto, um dos fundadores da Tabas Foto: Divulgação/Tabas

Em apenas quatro anos de operação, a startup Tabas foi fundada no Brasil, vendida para investidores estrangeiros, mudou o modelo de negócios, comprou briga com os antigos clientes e multiplicou o faturamento. Em meio aos altos e baixos, a empresa chegou ao posto de uma das maiores operadoras de imóveis residenciais para locação no País, com apartamentos sob sua administração em São Paulo, Rio, Brasília e Cidade do México.

A Tabas foi fundada em 2020 pelos sócios Leonardo Morgatto e Simone Surdi com um projeto baseado em firmar contratos de longo prazo de locação de apartamentos, reformar, decorar e sublocar por dias ou meses, só que a valores bem maiores. “Tivemos percepção de que o cliente que precisa locar um apartamento mobiliado com flexibilidade não estava sendo servido”, conta Morgatto, em entrevista à Coluna.

O negócio começou a crescer e chamou atenção da americana BlueGround, que atua neste ramo em 22 países. Inicialmente, a multinacional participou de uma injeção de capital de US$ 14 milhões na startup brasileira e, em 2022, acertou a sua compra. A operação não teve pagamento em dinheiro. Ela ocorreu por entrega de ações e assunção das dívidas da startup.

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Mais recentemente, a nova gestão decidiu deixar para trás o modelo original de operação por entender que as margens de lucro estavam muito comprimidas. O negócio exigia muito investimento na largada para a reforma e a decoração das residências, o que ficou inviável com o ciclo de subida dos juros no País. “A gente levantou muita dívida, e a margem começou a ficar muito apertada porque a taxa de juros aumentou”, diz.

A decisão foi passar a firmar parcerias com empresas proprietárias de prédios inteiros, que assumem a preparação dos apartamentos, enquanto a startup atua na publicidade, locação, manutenção e serviços em troca de uma porcentagem do aluguel. Hoje a Tabas atende empresas como a Brookfield, Pivo e Six Stays, totalizando 2,3 mil apartamentos no portfólio.

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“Tem muita gente investindo nos prédios, mas são poucos os operadores da locação. Do jeito que o mercado está crescendo e acionando a Tabas, acredito que também vamos crescer bastante”, estima. Outro diferencial, segundo ele, é a tecnologia cedida pela BlueGround para automatizar a gestão dos apartamentos, manutenção, locação e precificação variável conforme a procura. Essas ferramentas permitem ao grupo adicionar apartamentos ao portfólio de forma rápida, sem necessidade de inchar o quadro de funcionários na mesma proporção.

A Tabas quitou a totalidade das suas dívidas de ordem financeira este semestre, no valor de R$ 46 milhões, e passou a dar lucro. “Tínhamos um custo de dívida alto. Ao quitar, chegamos à geração de caixa positiva e lucro líquido desde o mês passado”.

Negócio é alvo de ações por falta de repasse de aluguéis

A mudança no modelo de negócios, porém, abriu disputas na justiça com as pessoas físicas que cederam seus apartamentos para a plataforma reformar e sublocar. A empresa é alvo de processos de mais de 60 proprietários que não receberam aluguéis de imóveis em São Paulo. Ao todo, o valor está perto de R$ 2 milhões, segundo a advogada que representa os proprietários. A Polícia Civil de São Paulo passou a investigar o caso.

A Tabas ainda tem cerca de 500 contratos junto a pessoas físicas. Esse montante já foi superior a 1 mil, mas e empresa passou a fazer rescisões ao decidir mudar o modelo de negócio para prédios inteiros. Agora, a startup defende que haja um desconto do valor da mobília colocada nos imóveis devolvidos aos proprietários.

“Estamos devolvendo aqueles apartamentos que não queremos mais manter no portfólio”, disse o fundador. “Nós investimos muito em cada unidade. E tem cláusula que prevê retorno do investimento, mas muitas vezes não se consegue chegar a um acordo”, justifica.

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