Bastidores do mundo dos negócios

Três em cada quatro brasileiros usam cartões para fazer compras, diz Datafolha/Abecs


Pesquisa mostra preferência ainda pelo débito, à frente do crédito e do Pix

Por Matheus Piovesana
Atualização:
O levantamento mostra que 75% dos brasileiros usam cartões tanto no comércio físico quanto no online Foto: Epitácio Pessoa/AE - 17/01/2011

Três quartos dos brasileiros utilizam cartões para fazer compras ou pagar por serviços, sendo que o cartão de débito, embora com volume de transações menor, ainda é o de maior adoção. Os dados são de pesquisa do Datafolha feita sob encomenda da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que aponta ainda que o Pix é visto majoritariamente como meio de transferência, e não de pagamento.

A pesquisa, obtida com exclusividade pelo Broadcast, mostra que 75% dos brasileiros usam cartões, tanto no comércio físico quanto no online. Ao todo, 66% da população usa o cartão de débito, enquanto 50% preferem o crédito.

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Os dados reforçam que o tíquete médio gasto no cartão de crédito é mais alto. No primeiro semestre, foi de R$ 136,59, de acordo com dados da Abecs paralelos à pesquisa, enquanto no débito ficou em R$ 59,81. O crédito movimentou R$ 1,3 trilhão, alta de 14,3% em um ano, enquanto o débito teve movimentação 0,2% menor no mesmo período, de R$ 486,2 bilhões.

Pix é visto como meio de transferência

O levantamento aponta que a quantidade de pessoas que usam o Pix para pagar por compras, seja online ou no mundo físico, é menor, de 24% da população. De acordo com a pesquisa, a maior parte dos brasileiros vê o sistema como uma ferramenta de transferência de recursos para amigos e familiares.

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“Há muito Pix que não é pagamento, mas sim uma transferência”, afirma o vice-presidente da Abecs, Ricardo Vieira. O uso dos cartões e do Pix tem forte coexistência: a pesquisa mostra que 75% dos brasileiros usam cartões, e 70%, o Pix. Entre os que recorrem a ambos, 53% preferem os cartões.

Ainda assim, o Pix tem conquistado uma fatia da pizza. O setor reconhece que o sistema criado pelo Banco Central tem pesado sobre o uso do cartão de débito, que tem a mesma fonte de recursos: a conta do cliente.

Analistas consideram o Pix por aproximação, que deve entrar no ar em todo o mercado em fevereiro do ano que vem, pode fazer dos cartões de crédito sem anuidade a próxima “vítima”. Como mostrou o Broadcast na semana passada, bancos e até mesmo empresas de tecnologia têm anunciado o lançamento da ferramenta.

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Cheque especial

A pesquisa encomendada pela Abecs aponta ainda que 35% dos usuários do Pix que tiveram de usar o limite do cheque especial nos últimos três meses admitem que a ferramenta contribuiu para que ficassem no vermelho. Essa influência é maior na faixa entre 25 e 34 anos, chegando a 52%.

No primeiro semestre, uma análise da Abecs apontou uma correlação forte entre o crescimento do Pix e dos saldos de cheque especial no mercado. Ao comparar os dados do BC para os dois produtos desde 2020, quando o Pix entrou no ar, a entidade chegou a uma correlação de 0,94, em uma escala que vai de -1 (nenhuma correlação entre os fatores) a 1 (correlação total).

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Vieira afirma que é preciso dar ao usuário a visibilidade de que o Pix feito a partir do cheque especial tem encargos financeiros, da mesma forma como se faz com os cartões, em que a regulação obriga os emissores a divulgar todas as taxas cobradas em caso de atraso no pagamento.

“É uma questão de cultura e de educação financeira”, diz ele. “É preciso que se pense em algo para dar visibilidade de que as compras por impulso através do novo meio de pagamento podem gerar endividamento.” O cheque especial tem limite de 8% de juros ao mês, mas não para o juro total. No cartão, os juros do rotativo e do parcelamento de fatura têm teto de 100% do principal, independente do período da dívida.

O crédito através do Pix ainda não é de oferta obrigatória para as instituições financeiras, mas algumas já têm oferecido produtos. Parte utiliza limites do cartão de crédito para parcelar transferências, cobrando juros, mas outras ofertas utilizam o limite do cheque especial.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 14/08/2024, às 14h23.

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O levantamento mostra que 75% dos brasileiros usam cartões tanto no comércio físico quanto no online Foto: Epitácio Pessoa/AE - 17/01/2011

Três quartos dos brasileiros utilizam cartões para fazer compras ou pagar por serviços, sendo que o cartão de débito, embora com volume de transações menor, ainda é o de maior adoção. Os dados são de pesquisa do Datafolha feita sob encomenda da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que aponta ainda que o Pix é visto majoritariamente como meio de transferência, e não de pagamento.

A pesquisa, obtida com exclusividade pelo Broadcast, mostra que 75% dos brasileiros usam cartões, tanto no comércio físico quanto no online. Ao todo, 66% da população usa o cartão de débito, enquanto 50% preferem o crédito.

Os dados reforçam que o tíquete médio gasto no cartão de crédito é mais alto. No primeiro semestre, foi de R$ 136,59, de acordo com dados da Abecs paralelos à pesquisa, enquanto no débito ficou em R$ 59,81. O crédito movimentou R$ 1,3 trilhão, alta de 14,3% em um ano, enquanto o débito teve movimentação 0,2% menor no mesmo período, de R$ 486,2 bilhões.

Pix é visto como meio de transferência

O levantamento aponta que a quantidade de pessoas que usam o Pix para pagar por compras, seja online ou no mundo físico, é menor, de 24% da população. De acordo com a pesquisa, a maior parte dos brasileiros vê o sistema como uma ferramenta de transferência de recursos para amigos e familiares.

“Há muito Pix que não é pagamento, mas sim uma transferência”, afirma o vice-presidente da Abecs, Ricardo Vieira. O uso dos cartões e do Pix tem forte coexistência: a pesquisa mostra que 75% dos brasileiros usam cartões, e 70%, o Pix. Entre os que recorrem a ambos, 53% preferem os cartões.

Ainda assim, o Pix tem conquistado uma fatia da pizza. O setor reconhece que o sistema criado pelo Banco Central tem pesado sobre o uso do cartão de débito, que tem a mesma fonte de recursos: a conta do cliente.

Analistas consideram o Pix por aproximação, que deve entrar no ar em todo o mercado em fevereiro do ano que vem, pode fazer dos cartões de crédito sem anuidade a próxima “vítima”. Como mostrou o Broadcast na semana passada, bancos e até mesmo empresas de tecnologia têm anunciado o lançamento da ferramenta.

Cheque especial

A pesquisa encomendada pela Abecs aponta ainda que 35% dos usuários do Pix que tiveram de usar o limite do cheque especial nos últimos três meses admitem que a ferramenta contribuiu para que ficassem no vermelho. Essa influência é maior na faixa entre 25 e 34 anos, chegando a 52%.

No primeiro semestre, uma análise da Abecs apontou uma correlação forte entre o crescimento do Pix e dos saldos de cheque especial no mercado. Ao comparar os dados do BC para os dois produtos desde 2020, quando o Pix entrou no ar, a entidade chegou a uma correlação de 0,94, em uma escala que vai de -1 (nenhuma correlação entre os fatores) a 1 (correlação total).

Vieira afirma que é preciso dar ao usuário a visibilidade de que o Pix feito a partir do cheque especial tem encargos financeiros, da mesma forma como se faz com os cartões, em que a regulação obriga os emissores a divulgar todas as taxas cobradas em caso de atraso no pagamento.

“É uma questão de cultura e de educação financeira”, diz ele. “É preciso que se pense em algo para dar visibilidade de que as compras por impulso através do novo meio de pagamento podem gerar endividamento.” O cheque especial tem limite de 8% de juros ao mês, mas não para o juro total. No cartão, os juros do rotativo e do parcelamento de fatura têm teto de 100% do principal, independente do período da dívida.

O crédito através do Pix ainda não é de oferta obrigatória para as instituições financeiras, mas algumas já têm oferecido produtos. Parte utiliza limites do cartão de crédito para parcelar transferências, cobrando juros, mas outras ofertas utilizam o limite do cheque especial.

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Três quartos dos brasileiros utilizam cartões para fazer compras ou pagar por serviços, sendo que o cartão de débito, embora com volume de transações menor, ainda é o de maior adoção. Os dados são de pesquisa do Datafolha feita sob encomenda da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que aponta ainda que o Pix é visto majoritariamente como meio de transferência, e não de pagamento.

A pesquisa, obtida com exclusividade pelo Broadcast, mostra que 75% dos brasileiros usam cartões, tanto no comércio físico quanto no online. Ao todo, 66% da população usa o cartão de débito, enquanto 50% preferem o crédito.

Os dados reforçam que o tíquete médio gasto no cartão de crédito é mais alto. No primeiro semestre, foi de R$ 136,59, de acordo com dados da Abecs paralelos à pesquisa, enquanto no débito ficou em R$ 59,81. O crédito movimentou R$ 1,3 trilhão, alta de 14,3% em um ano, enquanto o débito teve movimentação 0,2% menor no mesmo período, de R$ 486,2 bilhões.

Pix é visto como meio de transferência

O levantamento aponta que a quantidade de pessoas que usam o Pix para pagar por compras, seja online ou no mundo físico, é menor, de 24% da população. De acordo com a pesquisa, a maior parte dos brasileiros vê o sistema como uma ferramenta de transferência de recursos para amigos e familiares.

“Há muito Pix que não é pagamento, mas sim uma transferência”, afirma o vice-presidente da Abecs, Ricardo Vieira. O uso dos cartões e do Pix tem forte coexistência: a pesquisa mostra que 75% dos brasileiros usam cartões, e 70%, o Pix. Entre os que recorrem a ambos, 53% preferem os cartões.

Ainda assim, o Pix tem conquistado uma fatia da pizza. O setor reconhece que o sistema criado pelo Banco Central tem pesado sobre o uso do cartão de débito, que tem a mesma fonte de recursos: a conta do cliente.

Analistas consideram o Pix por aproximação, que deve entrar no ar em todo o mercado em fevereiro do ano que vem, pode fazer dos cartões de crédito sem anuidade a próxima “vítima”. Como mostrou o Broadcast na semana passada, bancos e até mesmo empresas de tecnologia têm anunciado o lançamento da ferramenta.

Cheque especial

A pesquisa encomendada pela Abecs aponta ainda que 35% dos usuários do Pix que tiveram de usar o limite do cheque especial nos últimos três meses admitem que a ferramenta contribuiu para que ficassem no vermelho. Essa influência é maior na faixa entre 25 e 34 anos, chegando a 52%.

No primeiro semestre, uma análise da Abecs apontou uma correlação forte entre o crescimento do Pix e dos saldos de cheque especial no mercado. Ao comparar os dados do BC para os dois produtos desde 2020, quando o Pix entrou no ar, a entidade chegou a uma correlação de 0,94, em uma escala que vai de -1 (nenhuma correlação entre os fatores) a 1 (correlação total).

Vieira afirma que é preciso dar ao usuário a visibilidade de que o Pix feito a partir do cheque especial tem encargos financeiros, da mesma forma como se faz com os cartões, em que a regulação obriga os emissores a divulgar todas as taxas cobradas em caso de atraso no pagamento.

“É uma questão de cultura e de educação financeira”, diz ele. “É preciso que se pense em algo para dar visibilidade de que as compras por impulso através do novo meio de pagamento podem gerar endividamento.” O cheque especial tem limite de 8% de juros ao mês, mas não para o juro total. No cartão, os juros do rotativo e do parcelamento de fatura têm teto de 100% do principal, independente do período da dívida.

O crédito através do Pix ainda não é de oferta obrigatória para as instituições financeiras, mas algumas já têm oferecido produtos. Parte utiliza limites do cartão de crédito para parcelar transferências, cobrando juros, mas outras ofertas utilizam o limite do cheque especial.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 14/08/2024, às 14h23.

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