Bastidores do mundo dos negócios

Unipar avança na disputa pela Braskem e aguarda bancos para ter exclusividade


Consórcio formado entre a gestora norte-americana Apollo e a petroleira de Abu Dabhi Adnoc fez outra oferta. Grupo J&F teria se interessado, mas sem nenhuma manifestação pública

Por Cynthia Decloedt e Denise Luna
Proposta da Unipar pela Braskem é de R$ 10 bilhões, deixa a família Odebrecht com 4% de participação na Novonor e mantém a fatia da Petrobras na Braskem  Foto: BRASKEM

A Unipar deu mais um passo em direção à aquisição do controle da Braskem ao obter sinal verde da Novonor para realizar uma avaliação mais profunda da petroquímica, também chamado no mercado de due diligence. A Unipar já havia assinado um acordo de confidencialidade - Non Disclosure Agremment (NDA), na sigla em inglês - para acessar um “data room” com informações preliminares e não públicas da Braskem. O consórcio formado pela gestora norte-americana Apollo e pela petroleira de Abu Dabhi Adnoc, o primeiro a manifestar interesse pelo ativo neste ano também chegou a assinar um acordo semelhante (NDA), mas não evoluiu ao processo de diligência. Para chegar às informações confidenciais da Braskem, a Unipar terá de receber o aval de cinco bancos brasileiros, que são efetivamente os “donos” da participação de controle da Novonor na companhia.

A Novonor tem 50,1% do capital votante (38,3% do total) na Braskem, dado em garantia aos bancos por empréstimos que concederam a então Odebrecht. A Petrobras tem 47% de participação com direito a voto (36,1% do total) Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco do Brasil devem dar uma resposta a Unipar até 9 de julho, quando vence a oferta da Unipar de R$ 10 bilhões pelas ações da companhia.

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A Unipar esteve em reunião com bancos no final da semana passada, quando apresentou uma carta de compromisso de financiamento do Itaú Unibanco e do Citi, no valor da oferta para validar sua intenção no negócio. Se a proposta for aceita pelos bancos, a Unipar obtém exclusividade para analisar a Braskem, incluindo um compromisso das instituições financeiras de não executarem essa garantia. O investimento em tal diligência está previsto em cerca de R$ 70 milhões.

Executivos da gestora Apollo e da Adnoc vieram ao Brasil, mas conversas não evoluíram

Os demais concorrentes têm de andar rápido se quiserem se manter o páreo, uma vez que até a exclusividade, o processo de venda segue aberto. Executivos da Apollo e Adnoc circularam no Brasil, realizando interlocuções com o governo, bancos e Petrobras, mas não houve evolução nas conversas. Um terceiro interessado seria a J&F, holding dos irmãos Batista. Mas, ao contrário dos outros dois, a companhia não fez nenhuma manifestação pública.

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O trabalho mais intenso de qualquer uma das diligências será feito em Alagoas, onde o passivo resultante de um acidente ambiental causado pela exploração de sal-gema tem aumentado. Na semana passada, essa conta subiu em mais R$ 1,7 bilhão. Ao final de março, a Braskem informou que as provisões para reparação dos danos causados pelo evento geológico somaram R$ 6,084 bilhões. A empresa já desembolsou R$ 7,1 bilhões em medidas para lidar com o caso. Na epopeia que se transformou a saída da Novonor do controle da Braskem - e que já dura alguns anos - esta é a primeira vez em que os esforços da família Odebrecht e dos bancos parecem realmente concentrados na venda.

A Novonor está em recuperação judicial e as instituições financeiras têm créditos da ordem de R$ 15 bilhões no contra a companhia. A ex-Odebrecht está em recuperação judicial desde 2020 e a venda da Braskem, o ativo de maior valor do grupo, tem sido um dos principais temas desse processo. Essa dívida que tem garantia das ações da Braskem não estão sendo honradas dentro da recuperação judicial, mas faz parte do processo como um todo. O dinheiro da venda da Braskem não será, porém, suficiente para equalizar a dívida de Novonor com os bancos.

Bancos credores poderiam financiar aquisição da empresa

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No caso da Unipar, a família Odebrecht ainda ficaria com 4% de participação na Novonor. A proposta da Unipar também permitira a manutenção da Petrobras na Braskem, um desejo que a estatal tem manifestado entre uma e outra declaração de seus interlocutores. A oferta de Apollo/Adnoc seria, no entanto, por toda a Braskem. Em termos financeiros, o valor da proposta é de cerca de US$ 7,2 bilhões. Tanto a oferta da Unipar quando a da Apollo/Adnoc envolvem pagamento parcelado e financiamento da compra, eventualmente, feito pelos próprios bancos credores.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 04/06/23, às 16h47.

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Proposta da Unipar pela Braskem é de R$ 10 bilhões, deixa a família Odebrecht com 4% de participação na Novonor e mantém a fatia da Petrobras na Braskem  Foto: BRASKEM

A Unipar deu mais um passo em direção à aquisição do controle da Braskem ao obter sinal verde da Novonor para realizar uma avaliação mais profunda da petroquímica, também chamado no mercado de due diligence. A Unipar já havia assinado um acordo de confidencialidade - Non Disclosure Agremment (NDA), na sigla em inglês - para acessar um “data room” com informações preliminares e não públicas da Braskem. O consórcio formado pela gestora norte-americana Apollo e pela petroleira de Abu Dabhi Adnoc, o primeiro a manifestar interesse pelo ativo neste ano também chegou a assinar um acordo semelhante (NDA), mas não evoluiu ao processo de diligência. Para chegar às informações confidenciais da Braskem, a Unipar terá de receber o aval de cinco bancos brasileiros, que são efetivamente os “donos” da participação de controle da Novonor na companhia.

A Novonor tem 50,1% do capital votante (38,3% do total) na Braskem, dado em garantia aos bancos por empréstimos que concederam a então Odebrecht. A Petrobras tem 47% de participação com direito a voto (36,1% do total) Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco do Brasil devem dar uma resposta a Unipar até 9 de julho, quando vence a oferta da Unipar de R$ 10 bilhões pelas ações da companhia.

A Unipar esteve em reunião com bancos no final da semana passada, quando apresentou uma carta de compromisso de financiamento do Itaú Unibanco e do Citi, no valor da oferta para validar sua intenção no negócio. Se a proposta for aceita pelos bancos, a Unipar obtém exclusividade para analisar a Braskem, incluindo um compromisso das instituições financeiras de não executarem essa garantia. O investimento em tal diligência está previsto em cerca de R$ 70 milhões.

Executivos da gestora Apollo e da Adnoc vieram ao Brasil, mas conversas não evoluíram

Os demais concorrentes têm de andar rápido se quiserem se manter o páreo, uma vez que até a exclusividade, o processo de venda segue aberto. Executivos da Apollo e Adnoc circularam no Brasil, realizando interlocuções com o governo, bancos e Petrobras, mas não houve evolução nas conversas. Um terceiro interessado seria a J&F, holding dos irmãos Batista. Mas, ao contrário dos outros dois, a companhia não fez nenhuma manifestação pública.

O trabalho mais intenso de qualquer uma das diligências será feito em Alagoas, onde o passivo resultante de um acidente ambiental causado pela exploração de sal-gema tem aumentado. Na semana passada, essa conta subiu em mais R$ 1,7 bilhão. Ao final de março, a Braskem informou que as provisões para reparação dos danos causados pelo evento geológico somaram R$ 6,084 bilhões. A empresa já desembolsou R$ 7,1 bilhões em medidas para lidar com o caso. Na epopeia que se transformou a saída da Novonor do controle da Braskem - e que já dura alguns anos - esta é a primeira vez em que os esforços da família Odebrecht e dos bancos parecem realmente concentrados na venda.

A Novonor está em recuperação judicial e as instituições financeiras têm créditos da ordem de R$ 15 bilhões no contra a companhia. A ex-Odebrecht está em recuperação judicial desde 2020 e a venda da Braskem, o ativo de maior valor do grupo, tem sido um dos principais temas desse processo. Essa dívida que tem garantia das ações da Braskem não estão sendo honradas dentro da recuperação judicial, mas faz parte do processo como um todo. O dinheiro da venda da Braskem não será, porém, suficiente para equalizar a dívida de Novonor com os bancos.

Bancos credores poderiam financiar aquisição da empresa

No caso da Unipar, a família Odebrecht ainda ficaria com 4% de participação na Novonor. A proposta da Unipar também permitira a manutenção da Petrobras na Braskem, um desejo que a estatal tem manifestado entre uma e outra declaração de seus interlocutores. A oferta de Apollo/Adnoc seria, no entanto, por toda a Braskem. Em termos financeiros, o valor da proposta é de cerca de US$ 7,2 bilhões. Tanto a oferta da Unipar quando a da Apollo/Adnoc envolvem pagamento parcelado e financiamento da compra, eventualmente, feito pelos próprios bancos credores.

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Proposta da Unipar pela Braskem é de R$ 10 bilhões, deixa a família Odebrecht com 4% de participação na Novonor e mantém a fatia da Petrobras na Braskem  Foto: BRASKEM

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A Novonor tem 50,1% do capital votante (38,3% do total) na Braskem, dado em garantia aos bancos por empréstimos que concederam a então Odebrecht. A Petrobras tem 47% de participação com direito a voto (36,1% do total) Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco do Brasil devem dar uma resposta a Unipar até 9 de julho, quando vence a oferta da Unipar de R$ 10 bilhões pelas ações da companhia.

A Unipar esteve em reunião com bancos no final da semana passada, quando apresentou uma carta de compromisso de financiamento do Itaú Unibanco e do Citi, no valor da oferta para validar sua intenção no negócio. Se a proposta for aceita pelos bancos, a Unipar obtém exclusividade para analisar a Braskem, incluindo um compromisso das instituições financeiras de não executarem essa garantia. O investimento em tal diligência está previsto em cerca de R$ 70 milhões.

Executivos da gestora Apollo e da Adnoc vieram ao Brasil, mas conversas não evoluíram

Os demais concorrentes têm de andar rápido se quiserem se manter o páreo, uma vez que até a exclusividade, o processo de venda segue aberto. Executivos da Apollo e Adnoc circularam no Brasil, realizando interlocuções com o governo, bancos e Petrobras, mas não houve evolução nas conversas. Um terceiro interessado seria a J&F, holding dos irmãos Batista. Mas, ao contrário dos outros dois, a companhia não fez nenhuma manifestação pública.

O trabalho mais intenso de qualquer uma das diligências será feito em Alagoas, onde o passivo resultante de um acidente ambiental causado pela exploração de sal-gema tem aumentado. Na semana passada, essa conta subiu em mais R$ 1,7 bilhão. Ao final de março, a Braskem informou que as provisões para reparação dos danos causados pelo evento geológico somaram R$ 6,084 bilhões. A empresa já desembolsou R$ 7,1 bilhões em medidas para lidar com o caso. Na epopeia que se transformou a saída da Novonor do controle da Braskem - e que já dura alguns anos - esta é a primeira vez em que os esforços da família Odebrecht e dos bancos parecem realmente concentrados na venda.

A Novonor está em recuperação judicial e as instituições financeiras têm créditos da ordem de R$ 15 bilhões no contra a companhia. A ex-Odebrecht está em recuperação judicial desde 2020 e a venda da Braskem, o ativo de maior valor do grupo, tem sido um dos principais temas desse processo. Essa dívida que tem garantia das ações da Braskem não estão sendo honradas dentro da recuperação judicial, mas faz parte do processo como um todo. O dinheiro da venda da Braskem não será, porém, suficiente para equalizar a dívida de Novonor com os bancos.

Bancos credores poderiam financiar aquisição da empresa

No caso da Unipar, a família Odebrecht ainda ficaria com 4% de participação na Novonor. A proposta da Unipar também permitira a manutenção da Petrobras na Braskem, um desejo que a estatal tem manifestado entre uma e outra declaração de seus interlocutores. A oferta de Apollo/Adnoc seria, no entanto, por toda a Braskem. Em termos financeiros, o valor da proposta é de cerca de US$ 7,2 bilhões. Tanto a oferta da Unipar quando a da Apollo/Adnoc envolvem pagamento parcelado e financiamento da compra, eventualmente, feito pelos próprios bancos credores.

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