Bastidores do mundo dos negócios

Unipar pode vender fábrica para obter aval do Cade em oferta da Braskem


Uma das potenciais barreiras para o fechamento da proposta seria a concentração de mercado em PVC

Por Cynthia Decloedt, Cristiane Barbieri e Altamiro Silva Junior
Se conseguir comprar a Braskem, cujo valor de mercado é de R$ 27 bilhões, Unipar pode voltar ao topo do ranking da petroquímica  Foto: DANIEL TEIXEIRA/AE / AE

A Unipar já está estudando “remédios” e pode se antecipar junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ter sua oferta de R$ 10 bilhões pelo controle da petroquímica Braskem concretizada. Uma das potenciais barreiras para o fechamento da proposta seria a concentração de mercado em PVC com a fusão entre ambas, que não alteraria a dinâmica do mercado brasileiro de resinas como polipropileno (PP) e polietileno (PE), alguns dos principais insumos que produzem. Segundo fontes, a venda de uma das fábricas não teria impacto relevante em seu resultado. A companhia é a maior produtora de cloro e soda do Brasil, insumo muito utilizado pelo setor de saneamento, e não haveria problemas com o Cade nestes dois produtos.

Unipar é a segunda maior produtora da América Latina

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Hoje, a Unipar é a segunda maior produtora de PVC da América Latina. A Braskem lidera a área e não há outros competidores locais. Em termos de faturamento, porém, a operação de PVC da Unipar representa 5% e o mesmo porcentual no faturamento do Braskem. A unidade de PVC da Braskem fica em Alagoas, onde há um polo industrial, além da fábrica de cloro soda, que é base para a fabricação de PVC.

A Braskem consolidou o mercado desses insumos com a compra da Quattor, até então controlada pela própria Unipar, em 2010. À época, o Cade entendeu que a aquisição não seria um problema. Porém, quando a Braskem tentou comprar as fábricas da Solvay Indupa três anos depois, o Cade barrou a aquisição. Motivo: a Braskem ficaria com 100% do mercado de PVC e a Solvay foi parar nas mãos da Unipar.

Manutenção da fatia da família Odebrecht pode ajudar a concretizar negócio

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A oferta da Unipar foi vista como inteligente por tentar tirar uma das oposições à venda: a da família Odebrecht. Pela proposta, a Novonor (como foi rebatizada a Odebrecht) manterá 4% do negócio, o que garante dividendos aos herdeiros da família. A oferta foi similar à feita pela Lyondell Basell, quando o negócio quase foi fechado, em 2019.

Sem dívidas, e com receitas recordes em 2022, a Unipar não teria problema em conseguir financiar a aquisição. Os bancos e a Novonor têm 30 dias para analisar a proposta da Unipar. Contatos teriam sido feitos também com a Petrobras, que divide a Braskem com a Novonor.

Fundada em 1969, a Unipar foi por décadas a maior petroquímica do Brasil. Encolheu no fim dos anos 90 e começo dos anos 2000 por brigas familiares na sucessão do comando da companhia, que envolvia três irmãs e um irmão. Agora, tem a chance de voltar ao topo do ranking se conseguir avançar com a compra da Braskem, uma empresa que vale na Bolsa R$ 27 bilhões, quase quatro vezes mais que a Unipar.

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Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 12/06/23, às 19h28.

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Se conseguir comprar a Braskem, cujo valor de mercado é de R$ 27 bilhões, Unipar pode voltar ao topo do ranking da petroquímica  Foto: DANIEL TEIXEIRA/AE / AE

A Unipar já está estudando “remédios” e pode se antecipar junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ter sua oferta de R$ 10 bilhões pelo controle da petroquímica Braskem concretizada. Uma das potenciais barreiras para o fechamento da proposta seria a concentração de mercado em PVC com a fusão entre ambas, que não alteraria a dinâmica do mercado brasileiro de resinas como polipropileno (PP) e polietileno (PE), alguns dos principais insumos que produzem. Segundo fontes, a venda de uma das fábricas não teria impacto relevante em seu resultado. A companhia é a maior produtora de cloro e soda do Brasil, insumo muito utilizado pelo setor de saneamento, e não haveria problemas com o Cade nestes dois produtos.

Unipar é a segunda maior produtora da América Latina

Hoje, a Unipar é a segunda maior produtora de PVC da América Latina. A Braskem lidera a área e não há outros competidores locais. Em termos de faturamento, porém, a operação de PVC da Unipar representa 5% e o mesmo porcentual no faturamento do Braskem. A unidade de PVC da Braskem fica em Alagoas, onde há um polo industrial, além da fábrica de cloro soda, que é base para a fabricação de PVC.

A Braskem consolidou o mercado desses insumos com a compra da Quattor, até então controlada pela própria Unipar, em 2010. À época, o Cade entendeu que a aquisição não seria um problema. Porém, quando a Braskem tentou comprar as fábricas da Solvay Indupa três anos depois, o Cade barrou a aquisição. Motivo: a Braskem ficaria com 100% do mercado de PVC e a Solvay foi parar nas mãos da Unipar.

Manutenção da fatia da família Odebrecht pode ajudar a concretizar negócio

A oferta da Unipar foi vista como inteligente por tentar tirar uma das oposições à venda: a da família Odebrecht. Pela proposta, a Novonor (como foi rebatizada a Odebrecht) manterá 4% do negócio, o que garante dividendos aos herdeiros da família. A oferta foi similar à feita pela Lyondell Basell, quando o negócio quase foi fechado, em 2019.

Sem dívidas, e com receitas recordes em 2022, a Unipar não teria problema em conseguir financiar a aquisição. Os bancos e a Novonor têm 30 dias para analisar a proposta da Unipar. Contatos teriam sido feitos também com a Petrobras, que divide a Braskem com a Novonor.

Fundada em 1969, a Unipar foi por décadas a maior petroquímica do Brasil. Encolheu no fim dos anos 90 e começo dos anos 2000 por brigas familiares na sucessão do comando da companhia, que envolvia três irmãs e um irmão. Agora, tem a chance de voltar ao topo do ranking se conseguir avançar com a compra da Braskem, uma empresa que vale na Bolsa R$ 27 bilhões, quase quatro vezes mais que a Unipar.

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Hoje, a Unipar é a segunda maior produtora de PVC da América Latina. A Braskem lidera a área e não há outros competidores locais. Em termos de faturamento, porém, a operação de PVC da Unipar representa 5% e o mesmo porcentual no faturamento do Braskem. A unidade de PVC da Braskem fica em Alagoas, onde há um polo industrial, além da fábrica de cloro soda, que é base para a fabricação de PVC.

A Braskem consolidou o mercado desses insumos com a compra da Quattor, até então controlada pela própria Unipar, em 2010. À época, o Cade entendeu que a aquisição não seria um problema. Porém, quando a Braskem tentou comprar as fábricas da Solvay Indupa três anos depois, o Cade barrou a aquisição. Motivo: a Braskem ficaria com 100% do mercado de PVC e a Solvay foi parar nas mãos da Unipar.

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A oferta da Unipar foi vista como inteligente por tentar tirar uma das oposições à venda: a da família Odebrecht. Pela proposta, a Novonor (como foi rebatizada a Odebrecht) manterá 4% do negócio, o que garante dividendos aos herdeiros da família. A oferta foi similar à feita pela Lyondell Basell, quando o negócio quase foi fechado, em 2019.

Sem dívidas, e com receitas recordes em 2022, a Unipar não teria problema em conseguir financiar a aquisição. Os bancos e a Novonor têm 30 dias para analisar a proposta da Unipar. Contatos teriam sido feitos também com a Petrobras, que divide a Braskem com a Novonor.

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Hoje, a Unipar é a segunda maior produtora de PVC da América Latina. A Braskem lidera a área e não há outros competidores locais. Em termos de faturamento, porém, a operação de PVC da Unipar representa 5% e o mesmo porcentual no faturamento do Braskem. A unidade de PVC da Braskem fica em Alagoas, onde há um polo industrial, além da fábrica de cloro soda, que é base para a fabricação de PVC.

A Braskem consolidou o mercado desses insumos com a compra da Quattor, até então controlada pela própria Unipar, em 2010. À época, o Cade entendeu que a aquisição não seria um problema. Porém, quando a Braskem tentou comprar as fábricas da Solvay Indupa três anos depois, o Cade barrou a aquisição. Motivo: a Braskem ficaria com 100% do mercado de PVC e a Solvay foi parar nas mãos da Unipar.

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A oferta da Unipar foi vista como inteligente por tentar tirar uma das oposições à venda: a da família Odebrecht. Pela proposta, a Novonor (como foi rebatizada a Odebrecht) manterá 4% do negócio, o que garante dividendos aos herdeiros da família. A oferta foi similar à feita pela Lyondell Basell, quando o negócio quase foi fechado, em 2019.

Sem dívidas, e com receitas recordes em 2022, a Unipar não teria problema em conseguir financiar a aquisição. Os bancos e a Novonor têm 30 dias para analisar a proposta da Unipar. Contatos teriam sido feitos também com a Petrobras, que divide a Braskem com a Novonor.

Fundada em 1969, a Unipar foi por décadas a maior petroquímica do Brasil. Encolheu no fim dos anos 90 e começo dos anos 2000 por brigas familiares na sucessão do comando da companhia, que envolvia três irmãs e um irmão. Agora, tem a chance de voltar ao topo do ranking se conseguir avançar com a compra da Braskem, uma empresa que vale na Bolsa R$ 27 bilhões, quase quatro vezes mais que a Unipar.

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