Bastidores do mundo dos negócios

Venda da Linx pela Stone avança e atrai fundos, empresas brasileiras e estrangeiras


Ao menos 20 empresas demonstraram interesse, mas propostas formais serão feitas agora

Por Altamiro Silva Junior e Matheus Piovesana
Stone pretende manter exclusividade na venda de produtos e serviços financeiros através da Linx. Foto: Gabriela Biló/Estadão

A disputa entre os possíveis interessados em comprar a Linx, colocada à venda pela Stone, começa a se afunilar. No final da próxima semana, a empresa começa a receber as propostas formais, ainda não vinculantes, após uma primeira fase em que apresentou a companhia de software ao mercado. Segundo apurou a Coluna, 20 nomes demonstraram interesse na Linx, entre investidores financeiros e empresas que atuam no setor. Alguns desses nomes ainda não atuam no Brasil, ou seja, teriam na Linx uma porta de entrada para o mercado local.

Nomes como os fundos GIC, de Cingapura, e Advent, dos Estados Unidos, além das empresas Constellation, do Canadá, Mercado Livre e Totvs chegaram a ver o ativo, mas ainda não se sabe se farão propostas de fato.

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O mercado tem apostado na Totvs, que em 2020 disputou a Linx com a Stone, ou em outros nomes que atuem no setor. Mas há um impeditivo: a Stone quer manter a exclusividade na venda de produtos e serviços financeiros aos clientes da Linx, o que conflitaria com a joint venture que a Totvs possui com o Itaú Unibanco, e que tem esse mesmo fim.

O Mercado Livre recentemente lançou um sistema de gestão de negócios para pequenos empresas, que a Linx poderia fortalecer, mas analistas avaliam que há pouca sinergia entre a base da companhia, que tem grandes empresas como clientes, e a de serviços financeiros do Grupo, focada em pequenos negócios.

Linx é vista como ativo único na América Latina

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Para qualquer agente, a Linx daria escala em um negócio importante, o de softwares de gestão para empresas. Além do serviço em si, os softwares agregam informações do negócio que são preciosas para diversos outros agentes. O setor financeiro é um deles, diante da presença de dados sobre a movimentação de caixa das companhias.

Uma fonte afirma que isso explica o interesse de duas dezenas de empresas na fase inicial das conversas. Há apenas dois ativos desse tamanho na América Latina: a Linx e a própria Totvs. Outras empresas locais de software são muito pequenas para atrair investidores de peso. Em novas mãos, a Linx poderia voltar a ser uma consolidadora do mercado de softwares.

Mercado diverge quanto ao valor da Linx

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Há divergências sobre quanto a Linx valeria. Nos bastidores, a Stone pretende vender a empresa por valor próximo ao que pagou, de R$ 6,7 bilhões. A conta é que com um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na casa de R$ 300 milhões anuais, a empresa poderia ser avaliada em até 20 vezes esse valor, em linha com pares internacionais.

No mercado, a opinião é outra. Um banqueiro afirma que a Linx é o caso clássico de uma empresa de tecnologia que valia muito em 2020, quando foi comprada pela Stone, mas hoje está longe de chegar a esse patamar, por causa da mudança do cenário com a subida dos juros, que afetou as empresas de tecnologia.

Este executivo, que assessorou uma empresa que olhou a Linx, calcula que a companhia pode valer algo na casa dos R$ 3,5 bilhões. Esta fonte pondera que a Linx não teve muitas sinergias com a Stone e que ficou sem avanços estratégicos nos últimos três anos, o que ajudaria a depreciá-la. Relatórios recentes de analistas estimam o valor entre R$ 2 bilhões a R$ 3,8 bilhões.

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Procurados, Stone, Mercado Livre e Totvs afirmaram separadamente que não comentam rumores de mercado. Os demais nomes não se pronunciaram.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 24/10/2024, às 15:18.

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Stone pretende manter exclusividade na venda de produtos e serviços financeiros através da Linx. Foto: Gabriela Biló/Estadão

A disputa entre os possíveis interessados em comprar a Linx, colocada à venda pela Stone, começa a se afunilar. No final da próxima semana, a empresa começa a receber as propostas formais, ainda não vinculantes, após uma primeira fase em que apresentou a companhia de software ao mercado. Segundo apurou a Coluna, 20 nomes demonstraram interesse na Linx, entre investidores financeiros e empresas que atuam no setor. Alguns desses nomes ainda não atuam no Brasil, ou seja, teriam na Linx uma porta de entrada para o mercado local.

Nomes como os fundos GIC, de Cingapura, e Advent, dos Estados Unidos, além das empresas Constellation, do Canadá, Mercado Livre e Totvs chegaram a ver o ativo, mas ainda não se sabe se farão propostas de fato.

O mercado tem apostado na Totvs, que em 2020 disputou a Linx com a Stone, ou em outros nomes que atuem no setor. Mas há um impeditivo: a Stone quer manter a exclusividade na venda de produtos e serviços financeiros aos clientes da Linx, o que conflitaria com a joint venture que a Totvs possui com o Itaú Unibanco, e que tem esse mesmo fim.

O Mercado Livre recentemente lançou um sistema de gestão de negócios para pequenos empresas, que a Linx poderia fortalecer, mas analistas avaliam que há pouca sinergia entre a base da companhia, que tem grandes empresas como clientes, e a de serviços financeiros do Grupo, focada em pequenos negócios.

Linx é vista como ativo único na América Latina

Para qualquer agente, a Linx daria escala em um negócio importante, o de softwares de gestão para empresas. Além do serviço em si, os softwares agregam informações do negócio que são preciosas para diversos outros agentes. O setor financeiro é um deles, diante da presença de dados sobre a movimentação de caixa das companhias.

Uma fonte afirma que isso explica o interesse de duas dezenas de empresas na fase inicial das conversas. Há apenas dois ativos desse tamanho na América Latina: a Linx e a própria Totvs. Outras empresas locais de software são muito pequenas para atrair investidores de peso. Em novas mãos, a Linx poderia voltar a ser uma consolidadora do mercado de softwares.

Mercado diverge quanto ao valor da Linx

Há divergências sobre quanto a Linx valeria. Nos bastidores, a Stone pretende vender a empresa por valor próximo ao que pagou, de R$ 6,7 bilhões. A conta é que com um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na casa de R$ 300 milhões anuais, a empresa poderia ser avaliada em até 20 vezes esse valor, em linha com pares internacionais.

No mercado, a opinião é outra. Um banqueiro afirma que a Linx é o caso clássico de uma empresa de tecnologia que valia muito em 2020, quando foi comprada pela Stone, mas hoje está longe de chegar a esse patamar, por causa da mudança do cenário com a subida dos juros, que afetou as empresas de tecnologia.

Este executivo, que assessorou uma empresa que olhou a Linx, calcula que a companhia pode valer algo na casa dos R$ 3,5 bilhões. Esta fonte pondera que a Linx não teve muitas sinergias com a Stone e que ficou sem avanços estratégicos nos últimos três anos, o que ajudaria a depreciá-la. Relatórios recentes de analistas estimam o valor entre R$ 2 bilhões a R$ 3,8 bilhões.

Procurados, Stone, Mercado Livre e Totvs afirmaram separadamente que não comentam rumores de mercado. Os demais nomes não se pronunciaram.

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Nomes como os fundos GIC, de Cingapura, e Advent, dos Estados Unidos, além das empresas Constellation, do Canadá, Mercado Livre e Totvs chegaram a ver o ativo, mas ainda não se sabe se farão propostas de fato.

O mercado tem apostado na Totvs, que em 2020 disputou a Linx com a Stone, ou em outros nomes que atuem no setor. Mas há um impeditivo: a Stone quer manter a exclusividade na venda de produtos e serviços financeiros aos clientes da Linx, o que conflitaria com a joint venture que a Totvs possui com o Itaú Unibanco, e que tem esse mesmo fim.

O Mercado Livre recentemente lançou um sistema de gestão de negócios para pequenos empresas, que a Linx poderia fortalecer, mas analistas avaliam que há pouca sinergia entre a base da companhia, que tem grandes empresas como clientes, e a de serviços financeiros do Grupo, focada em pequenos negócios.

Linx é vista como ativo único na América Latina

Para qualquer agente, a Linx daria escala em um negócio importante, o de softwares de gestão para empresas. Além do serviço em si, os softwares agregam informações do negócio que são preciosas para diversos outros agentes. O setor financeiro é um deles, diante da presença de dados sobre a movimentação de caixa das companhias.

Uma fonte afirma que isso explica o interesse de duas dezenas de empresas na fase inicial das conversas. Há apenas dois ativos desse tamanho na América Latina: a Linx e a própria Totvs. Outras empresas locais de software são muito pequenas para atrair investidores de peso. Em novas mãos, a Linx poderia voltar a ser uma consolidadora do mercado de softwares.

Mercado diverge quanto ao valor da Linx

Há divergências sobre quanto a Linx valeria. Nos bastidores, a Stone pretende vender a empresa por valor próximo ao que pagou, de R$ 6,7 bilhões. A conta é que com um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na casa de R$ 300 milhões anuais, a empresa poderia ser avaliada em até 20 vezes esse valor, em linha com pares internacionais.

No mercado, a opinião é outra. Um banqueiro afirma que a Linx é o caso clássico de uma empresa de tecnologia que valia muito em 2020, quando foi comprada pela Stone, mas hoje está longe de chegar a esse patamar, por causa da mudança do cenário com a subida dos juros, que afetou as empresas de tecnologia.

Este executivo, que assessorou uma empresa que olhou a Linx, calcula que a companhia pode valer algo na casa dos R$ 3,5 bilhões. Esta fonte pondera que a Linx não teve muitas sinergias com a Stone e que ficou sem avanços estratégicos nos últimos três anos, o que ajudaria a depreciá-la. Relatórios recentes de analistas estimam o valor entre R$ 2 bilhões a R$ 3,8 bilhões.

Procurados, Stone, Mercado Livre e Totvs afirmaram separadamente que não comentam rumores de mercado. Os demais nomes não se pronunciaram.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 24/10/2024, às 15:18.

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