A disputa pela compra da Oi Fibra, operação de banda larga da Oi, se afunilou nesta semana, quando apenas duas empresas manifestaram interesse em participar do leilão que ocorrerá mês que vem. Segundo fontes, as duas que ficaram na briga são a Vero, empresa investida da Vinci Partners, e o grupo Brasil Tecpar.
O cenário destoa do entusiasmo visto no começo do ano, quando sete proponentes fizeram ofertas não vinculantes na etapa de sondagem de interesse do mercado. Provedores como Alloha, Ligga e Sky, que viam aí a chance de abocanhar mais um pedaço relevante dos clientes de banda larga, decidiram ficar de fora do certame. As grandes teles também não entraram. Vencido o prazo de inscrição, ninguém mais pode entrar no processo, conforme descrito no edital de venda.
O que pesou para diminuir o interesse foi o preço considerado elevado por quem olhou o ativo de perto. Isso porque a Oi Fibra carrega um contrato de locação da rede de fibra ótica que pertence à V.tal, o que diminuiu o ganho real vindo da prestação do serviço aos consumidores finais.
V.tal tem compromisso de compra
A Coluna apurou que a V.tal, por sua vez, não demonstrou até aqui disposição em renegociar o valor do contrato. Além disso, ela mesma já se comprometeu a comprar a Oi Fibra caso não surjam candidatos aptos. Esse compromisso foi formalizado durante a construção do plano de recuperação judicial da Oi, que depende da venda da Oi Fibra para levantar recursos, pagar dívidas e sustentar as operações.
A Oi espera receber o valor mínimo de R$ 7,3 bilhões por sua operação de banda larga. O comprador que fechar negócio vai levar todos os ativos que integram a operação da Oi no segmento de banda larga, onde conta com cerca de 4 milhões de clientes. O pacote inclui a base de assinantes, os equipamentos, os sistemas e plataformas da operação e contratos com fornecedores.
A venda da Oi Fibra poderá ocorrer inteira ou fatiada. O modelo separa os ativos de acordo com cada uma das regiões do País: Sul, Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste. Esse desenho foi uma forma de facilitar uma potencial venda para provedores regionais de banda larga. A tendência é que a Vero e Tecpar apresentem lances relacionados às regiões onde já têm atuação e seus arredores.
Se isso se confirmar, uma leitura de diversos agentes de mercado que acompanham o processo - de dentro e de fora - é que o desfecho mais provável é a V.tal tornar-se a futura dona da Oi Fibra. Isso porque as ofertas de compra no leilão precisam cobrir todos os lotes, ou então a V.tal terá a opção de compra da operação inteira, ressaltou uma fonte. “Ou a V.tal leva tudo ou não faz sentido”, disse outra fonte.
Procuradas, a Vero e a Tecpar não comentaram.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 27/06/24, às 19h12.
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