Bastidores do mundo dos negócios

Vista com empolgação, opção do Nubank em telecom mira futuro e tem desafios


Instituição recebeu autorização da Anatel para operar a partir da rede da Claro

Por Matheus Piovesana e Altamiro Silva Junior
A XP estima que em três anos o Nubank poderia chegar a 18,5 milhões de clientes pré e pós-pagos Foto: Felipe Iruatã/Estadão

A investida do Nubank em telecom, que levou as ações do setor a caírem na Bolsa nesta semana, por enquanto é um projeto. Internamente, a possível futura operadora do Nu é classificada como uma alternativa de negócio mais para frente, o que a coloca em uma classe diferente daquela em que estão os negócios financeiros no Brasil, que são o pilar de rentabilidade da fintech, ou no México, que é visto como a grande via de crescimento para os próximos anos. Hoje, o Nubank tem a licença da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para operar a partir da rede da Claro, e nada mais.

O projeto é tratado com reservas dentro da fintech. Fontes consultadas reservadamente afirmam que, por enquanto, não há novidades. Em relatórios divulgados nesta semana por XP e Bradesco BBI a respeito do tema, não houve a manifestação da fintech. Procurado via assessoria, o Nubank não se manifestou.

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Ainda assim, ao circular, a informação sobre a autorização da Anatel à chamada operadora virtual (MVNO, na sigla em inglês) do Nubank fez barulho no mercado. Na sessão de segunda-feira, as ações da Vivo e da TIM caíram cerca de 2%, com investidores ponderando o potencial “estrago” que a fintech pode fazer no mercado de telecom.

Banco tem 22% do mercado de recargas

Banco e operadora móvel podem parecer negócios estanques, mas não são. A XP calculou que o Nubank tem cerca de 22% do mercado de recargas de planos pré-pagos no País, ou seja, já se relaciona com o serviço de alguma forma. Esta seria sua principal porta de entrada em telecom. Com esses clientes dentro do aplicativo, o custo para colocar na rua o novo produto seria baixo. A casa estima que em três anos, o Nu poderia chegar a 18,5 milhões de clientes, entre pré e pós-pagos. Hoje, a fintech tem 100 milhões de clientes na América Latina, mas cerca de 95% estão no Brasil.

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O grande obstáculo é que, no Brasil, as operadoras virtuais não decolaram. Limitadas pela velocidade e qualidade das redes que “alugam”, essas marcas falam com nichos de mercado. A primeira delas foi a Porto Seguro Conecta, operada pela seguradora a partir da rede da TIM. O serviço existiu de 2013 a 2018, quando foi encerrado.

O fundador e CEO do Nubank, David Vélez, tem dito que após se tornar a maior fintech fora da Ásia, a segunda etapa da estratégia do banco digital é a expansão para além dos serviços e produtos financeiros, oferecendo diferentes alternativas para essa base 100% digital. Ele ainda não mencionou a telefonia e tem falado mais do shopping virtual, que já tem 200 lojas parceiras. Vélez vê um caminho para o Nubank ser uma das maiores plataformas de comércio da América Latina, sem ser um e-commerce.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 24/05/24, às 11h14

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A XP estima que em três anos o Nubank poderia chegar a 18,5 milhões de clientes pré e pós-pagos Foto: Felipe Iruatã/Estadão

A investida do Nubank em telecom, que levou as ações do setor a caírem na Bolsa nesta semana, por enquanto é um projeto. Internamente, a possível futura operadora do Nu é classificada como uma alternativa de negócio mais para frente, o que a coloca em uma classe diferente daquela em que estão os negócios financeiros no Brasil, que são o pilar de rentabilidade da fintech, ou no México, que é visto como a grande via de crescimento para os próximos anos. Hoje, o Nubank tem a licença da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para operar a partir da rede da Claro, e nada mais.

O projeto é tratado com reservas dentro da fintech. Fontes consultadas reservadamente afirmam que, por enquanto, não há novidades. Em relatórios divulgados nesta semana por XP e Bradesco BBI a respeito do tema, não houve a manifestação da fintech. Procurado via assessoria, o Nubank não se manifestou.

Ainda assim, ao circular, a informação sobre a autorização da Anatel à chamada operadora virtual (MVNO, na sigla em inglês) do Nubank fez barulho no mercado. Na sessão de segunda-feira, as ações da Vivo e da TIM caíram cerca de 2%, com investidores ponderando o potencial “estrago” que a fintech pode fazer no mercado de telecom.

Banco tem 22% do mercado de recargas

Banco e operadora móvel podem parecer negócios estanques, mas não são. A XP calculou que o Nubank tem cerca de 22% do mercado de recargas de planos pré-pagos no País, ou seja, já se relaciona com o serviço de alguma forma. Esta seria sua principal porta de entrada em telecom. Com esses clientes dentro do aplicativo, o custo para colocar na rua o novo produto seria baixo. A casa estima que em três anos, o Nu poderia chegar a 18,5 milhões de clientes, entre pré e pós-pagos. Hoje, a fintech tem 100 milhões de clientes na América Latina, mas cerca de 95% estão no Brasil.

O grande obstáculo é que, no Brasil, as operadoras virtuais não decolaram. Limitadas pela velocidade e qualidade das redes que “alugam”, essas marcas falam com nichos de mercado. A primeira delas foi a Porto Seguro Conecta, operada pela seguradora a partir da rede da TIM. O serviço existiu de 2013 a 2018, quando foi encerrado.

O fundador e CEO do Nubank, David Vélez, tem dito que após se tornar a maior fintech fora da Ásia, a segunda etapa da estratégia do banco digital é a expansão para além dos serviços e produtos financeiros, oferecendo diferentes alternativas para essa base 100% digital. Ele ainda não mencionou a telefonia e tem falado mais do shopping virtual, que já tem 200 lojas parceiras. Vélez vê um caminho para o Nubank ser uma das maiores plataformas de comércio da América Latina, sem ser um e-commerce.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 24/05/24, às 11h14

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A XP estima que em três anos o Nubank poderia chegar a 18,5 milhões de clientes pré e pós-pagos Foto: Felipe Iruatã/Estadão

A investida do Nubank em telecom, que levou as ações do setor a caírem na Bolsa nesta semana, por enquanto é um projeto. Internamente, a possível futura operadora do Nu é classificada como uma alternativa de negócio mais para frente, o que a coloca em uma classe diferente daquela em que estão os negócios financeiros no Brasil, que são o pilar de rentabilidade da fintech, ou no México, que é visto como a grande via de crescimento para os próximos anos. Hoje, o Nubank tem a licença da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para operar a partir da rede da Claro, e nada mais.

O projeto é tratado com reservas dentro da fintech. Fontes consultadas reservadamente afirmam que, por enquanto, não há novidades. Em relatórios divulgados nesta semana por XP e Bradesco BBI a respeito do tema, não houve a manifestação da fintech. Procurado via assessoria, o Nubank não se manifestou.

Ainda assim, ao circular, a informação sobre a autorização da Anatel à chamada operadora virtual (MVNO, na sigla em inglês) do Nubank fez barulho no mercado. Na sessão de segunda-feira, as ações da Vivo e da TIM caíram cerca de 2%, com investidores ponderando o potencial “estrago” que a fintech pode fazer no mercado de telecom.

Banco tem 22% do mercado de recargas

Banco e operadora móvel podem parecer negócios estanques, mas não são. A XP calculou que o Nubank tem cerca de 22% do mercado de recargas de planos pré-pagos no País, ou seja, já se relaciona com o serviço de alguma forma. Esta seria sua principal porta de entrada em telecom. Com esses clientes dentro do aplicativo, o custo para colocar na rua o novo produto seria baixo. A casa estima que em três anos, o Nu poderia chegar a 18,5 milhões de clientes, entre pré e pós-pagos. Hoje, a fintech tem 100 milhões de clientes na América Latina, mas cerca de 95% estão no Brasil.

O grande obstáculo é que, no Brasil, as operadoras virtuais não decolaram. Limitadas pela velocidade e qualidade das redes que “alugam”, essas marcas falam com nichos de mercado. A primeira delas foi a Porto Seguro Conecta, operada pela seguradora a partir da rede da TIM. O serviço existiu de 2013 a 2018, quando foi encerrado.

O fundador e CEO do Nubank, David Vélez, tem dito que após se tornar a maior fintech fora da Ásia, a segunda etapa da estratégia do banco digital é a expansão para além dos serviços e produtos financeiros, oferecendo diferentes alternativas para essa base 100% digital. Ele ainda não mencionou a telefonia e tem falado mais do shopping virtual, que já tem 200 lojas parceiras. Vélez vê um caminho para o Nubank ser uma das maiores plataformas de comércio da América Latina, sem ser um e-commerce.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 24/05/24, às 11h14

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