O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prevê liberar R$ 66,5 bilhões para financiar o agronegócio na safra 2024/25. O valor é recorde e supera em 73% o ofertado no ciclo passado. “O BNDES vem retomando seu papel fundamental no Plano Safra e no apoio ao setor agrícola com um salto extraordinário em dois anos”, diz Aloizio Mercadante, o presidente. O banco público espera maior demanda do setor para custeio e investimento e aposta na cadeia longa do agro. Do total, R$ 33 bilhões serão aportados com recursos próprios na linha BNDES Crédito Rural, ante R$ 12 bilhões há um ano. As linhas dolarizadas ganham reforço nesta safra com R$ 6 bilhões adicionais, aos R$ 8 bilhões já anunciados, a juros mais atrativos.
BNDES amplia fatia no crédito subsidiado
Outros R$ 33,5 bilhões ofertados pelo BNDES na safra virão de recursos com taxas equalizadas pelo Tesouro, sendo R$ 18,7 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 14,8 bilhões para a familiar. O banco de fomento abocanhou 25% do crédito subvencionado.
Banco aposta também na CPR
A linha CPR BNDES, voltada a produtores rurais, agroindústrias e cooperativas com faturamento de até R$ 300 milhões, deve começar a operar ainda neste mês. “Vemos um potencial muito alto na linha. O mercado de CPRs movimenta R$ 100 bilhões/ano”, diz Marcelo Porteiro, superintendente de Operações e Canais Digitais.
Céu Azul
A Leão Máquinas, concessionária da Yanmar em Goiás, prevê faturar 20% mais em 2024. O desempenho vai na contramão do cenário desenhado pela Abimaq, que prevê queda nas vendas de máquinas agrícolas. No caso da Leão, o crescimento deve ser impulsionado pela nova filial em Rio Verde (GO) e por um crescimento na procura por equipamentos compactos, principalmente por pequenos e médios produtores, diz Rogério Leão, CEO. Os equipamentos atendem culturas como soja, milho, cana-de-açúcar, frutas e hortaliças, além de pecuária de corte e leite, criação de ovinos e suínos.
Turbinada
A FNF Ingredients, empresa chinesa de vitaminas<CW-35> para nutrição animal, espera neste ano faturar R$ 50 milhões no Brasil, ante os R$ 35 milhões de 2023. O otimismo vem do aumento do volume comercializado no País, para mil toneladas anuais, e da perspectiva de expansão da avicultura em 5%. A empresa foca exclusivamente o mercado interno, ao contrário de concorrentes, que têm exportado vitaminas para a Europa. Os preços também animam: subiram, em média, 10% em um ano.
Atestado
A região do Cerrado Mineiro, pioneira na certificação por Denominação de Origem para café no Brasil, prevê produzir entre 600 mil e 700 mil sacas de 60 quilos do produto com este selo na safra 2024/25, um salto em comparação com as 115 mil sacas de 2023/24. Para obter a certificação, o produto precisa no mínimo de 80 pontos, que considera critérios como aroma, sabor, acidez, e ter passado por cooperativas locais.
Sem confusão
A expectativa é atender 44 países com 700 marcas, explica Juliano Tarabal, presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado. Para estimular a adesão dos produtores e combater o uso indevido da denominação, será lançada a campanha “A verdade é rastreável - promovendo o autêntico Cerrado Mineiro”. A certificação garante que o produto foi cultivado e processado na área dos 55 municípios da região por um dos seus 4.500 produtores.
Uma vitória
Aprovado na Câmara dos Deputados o projeto de regulamentação da reforma tributária, fabricantes de alimentos se dizem “aliviados”. É que os alimentos ultraprocessados ficaram de fora do imposto seletivo (tributação mais alta). “A indústria comemora mais o que ficou de fora do que o que entrou na reforma”, resume representante do setor. Agora, a indústria se articula para que as bebidas açucaradas sejam retiradas do rol do imposto do pecado, que recai sobre produtos que fazem mal à saúde.
Basf condiciona investimento no Brasil a crescimento
As decisões sobre investimentos da Basf no Brasil dependem da economia da América do Sul. É o que diz Alejandro Bossio Grassi, diretor da divisão de monômeros da empresa na região. A agroquímica alemã ampliou a capacidade de produção de insumo para a produção de biodiesel em Guaratinguetá (SP). “O aporte foi motivado pelo aumento de mistura do biodiesel”, diz.
Reforma tributária não pesará no agronegócio
A CNA avalia que as questões cruciais ao setor produtivo foram atendidas na reforma tributária. Se o texto for mantido no Senado, o projeto caminha para um resultado de carga neutra. “Vemos que a reforma não inviabiliza nenhuma atividade agropecuária”, diz Renato Conchon, coordenador do Núcleo Econômico.