A Syngenta, do setor de defensivos e sementes controlada pela chinesa ChemChina, acaba de criar a Synap, que reunirá distribuidoras brasileiras de insumos. Integram a holding as empresas Atua Agro, criada pela companhia em 2019 e hoje com 45 lojas nos três Estados do Sul; a Dipagro, com 13 pontos de venda em Mato Grosso e Rondônia; a Agro Jangada, com seis lojas em Mato Grosso do Sul, e a Agrocerrado, com oito em Minas Gerais e que foi adquirida em 2022, em uma operação ainda sob o crivo do Cade. Juntas, somam 72 pontos de venda. O potencial de crescimento da demanda no Centro-Oeste e no Norte faz com que mais lojas da Dipagro estejam sendo abertas na região, conta André Savino, diretor-geral da Synap.
Caminho para chegar ao produtor
Savino diz que ter uma plataforma de distribuição própria não atende a um direcionamento dos controladores chineses, mas à necessidade de levar tecnologias da Syngenta onde não há um parceiro comercial, “respondendo à consolidação do mercado de distribuição”.
Novas aquisições não estão descartadas
A Synap pode vir a fazer novas compras, dependendo do êxito das empresas em alcançar mais produtores. “Vai depender da nossa penetração. Se entendermos que não estamos sendo eficazes, talvez discutamos uma nova aquisição”, diz. A Synap oferece produtos da marca Syngenta, além de fertilizantes, serviços e crédito.
Vem pra cá
A Yara está trazendo para o Brasil a Varda, startup de tecnologia agrícola voltada à integração e ao compartilhamento de dados coletados nas lavouras. A agtech, criada pela multinacional de fertilizantes, mas com atuação independente e sede na Suíça, já atua na França e na Inglaterra com projetos piloto. No País, o foco inicial serão Sudeste e Centro-Oeste. A meta é mapear e identificar a área agricultável nacional, de 77 milhões de hectares, até 2024, diz Deise Dallanora, líder da Varda para Brasil e América Latina.
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Na palma da mão
A startup opera por meio do “Global Field ID”, ferramenta que funciona como um “CEP”, com informações sobre cada talhão da propriedade. “Trata-se de uma identificação única dos lotes com integração dos dados de todos os envolvidos na cadeia agrícola – produtores, empresas de insumos a bancos –, que servirá de base para rastreabilidade ou transparência para emissão de crédito de carbono, por exemplo”, diz Dallanora. Neste ano, a Varda deve se expandir por América Latina e Europa, com planos de ingressar nos Estados Unidos em 2024. A Yara investiu R$ 50 milhões para desenvolver e lançar o Global Field ID.
Expansão digital
A Tim deverá alcançar, ainda este ano, 16 milhões de hectares do agronegócio atendidos com conexão de internet 4G. A previsão é antecipar a meta, anteriormente definida para 2024. A operadora acaba de registrar 14,4 milhões de hectares com a tecnologia, ou 90 mil propriedades rurais e mais de 1,1 milhão de pessoas atendidas. Paulo Humberto Gouvea, diretor de Soluções Corporativas da Tim, diz que o setor é hoje o principal segmento da indústria nos negócios da empresa.
Apoio
A Tim aproveitará a Agrishow, feira de negócios que ocorre esta semana Ribeirão Preto (SP), para consolidar seu crescimento no setor. Sem revelar projeções, Gouvea avalia que o contato in loco com alguns produtores poderá ajudar a fechar projetos de conectividade que já estavam em negociação. “Esses clientes estarão lá”, afirma.
Favorável
O aumento da capacidade produtiva da Ovos Mantiqueira e a demanda aquecida por ovos no Brasil impulsionaram a receita da empresa no primeiro trimestre, que cresceu 42% ante igual período de 2022. Márcio Utsch, o CEO, destacou a aquisição de três granjas em 2022 e o aumento da produção em Lorena (SP). “Além de atender ao mercado nacional, exportamos regularmente para Oriente Médio, China e Japão”, diz.
Lei sobre desmatamento da UE preocupa, diz CNA
As exportações brasileiras de soja e de café para a União Europeia são a maior preocupação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com a legislação do bloco destinada a conter o desmatamento global. Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da CNA, lembra que 51% da produção de café e 15% da oleaginosa brasileira vão para o bloco.
Agrishow espera superar as vendas do ano passado
A restrição ao crédito e as indefinições do Plano Safra não devem minar os negócios da principal feira de tecnologia agrícola do País, a Agrishow, que começa hoje em Ribeirão Preto (SP). A expectativa do setor de máquinas é superar os resultados da edição de 2022, quando registrou R$ 11,2 bilhões em negócios./CLARICE COUTO, GABRIELA BRUMATTI, SANDY OLIVEIRA e ISADORA DUARTE