A Fendt, fabricante de máquinas agrícolas do grupo AGCO, entra em uma nova fase de expansão no Brasil. Depois de focar no Cerrado, a marca alemã de alta potência que estreou aqui em 2019 aposta no Centro-Sul para ganhar market share.
“São regiões em que o agricultor quer usar a mais alta tecnologia para aumentar a produtividade”, diz Rafael Antonio Costa, diretor comercial. Para chegar lá, a empresa quer terminar o ano com 35 a 37 revendas no País, ante 31 no fim de 2023.
A estratégia deve garantir à fabricante resultados na contramão das concorrentes: a Fendt prevê vender mais máquinas neste ano, enquanto o mercado nacional como um todo deve recuar. “Em 2023, tivemos um crescimento muito próximo de 100%. Mantemos o otimismo”, conta.
Meta é quintuplicar faturamento em 5 anos
A expectativa da Fendt é quintuplicar o faturamento no Brasil até 2029. “Avançamos ano a ano em volume e participação”, diz Costa. A companhia, líder de mercado na Europa, ambiciona globalizar a marca. Em 2023, as vendas da Fendt nas Américas aumentaram mais de 90%, quase alcançando a meta de crescimento, de US$ 1,5 bilhão.
Plano é exportar para a Argentina
A Fendt planeja embarcar suas máquinas para a Argentina até o ano que vem. Hoje exporta para o Paraguai. Para atender novos mercados, a empresa ampliou a capacidade das fábricas de Ibirubá (RS) e Mogi das Cruzes (SP). Uma terceira unidade fica em Santa Rosa (RS).
Pesa no bolso
As vendas de chocolate da Espírito Cacau, de Linhares (ES), caíram 18% no primeiro semestre. Só na Páscoa, foi 30% menos. Paulo Gonçalves, fundador e diretor, atribuiu o desempenho à alta histórica dos preços do cacau, devido a problemas climáticos na Costa do Marfim, maior produtor global. Para o consumidor, o preço ficou 23% mais alto. Maior concentração de poder aquisitivo desde a pandemia também contribuiu, diz ele.
Mais lá fora
Para sustentar um crescimento esperado de 44% no ano, a Espírito Cacau aposta nas exportações. Em agosto, começa a embarcar seus produtos para Jordânia e Líbia – hoje eles vão principalmente para os Estados Unidos e os Emirados Árabes. Com isso, deve reduzir a participação do mercado interno nas vendas totais – hoje de 55% – para 45%. A empresa quer ganhar mais espaço em 2025 em países da América Latina e Europa. No Brasil, pretende estar em mais lojas do Centro-Sul.
Daqui para lá
A movimentação de cargas no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) aumentou 37% no primeiro semestre, chegando a 780.475 unidades de contêiner de 20 pés (TEUs). O desempenho foi puxado pela alta de 35% das exportações, para 296.396 TEUs embarcadas de janeiro a junho deste ano. Os embarques de carnes, madeira e papel e celulose impulsionaram o crescimento, segundo a TCP, empresa que administra o terminal. Foram exportados pelo complexo portuário 127.136 TEUs de carnes e congelados, 5% mais em um ano.
Do berço
O TCP é o maior corredor de exportação de carne de frango congelada do Brasil. “A expectativa é de crescimento na exportação de carnes congeladas, com a conclusão da expansão do número de tomadas do pátio para contêineres refrigerados, para 5.268, acréscimo de 45%”, diz à Coluna Giovanni Guidolim, gerente Comercial, de Logística e Atendimento da TCP. O terminal tem o maior pátio refrigerado da América do Sul.
Caso isolado
A ocorrência de um foco isolado da doença de Newcastle em uma granja em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, não vai atrapalhar as negociações de protocolos para aberturas de mercado para carne de frango ou até mesmo para novas habilitações de frigoríficos para exportação. A avaliação é de Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura. “São questões distintas e não interferem uma na outra. São discussões técnicas diferentes tratadas pelas autoridades sanitárias”, observa.
Brasil comunica fim do foco da doença de Newcastle
O governo brasileiro notificou à Organização Mundial de Saúde Animal o encerramento do foco da doença de Newcastle no Rio Grande do Sul. O organismo internacional vai avaliar se o País volta a ter o reconhecimento de área livre da doença. Sem novos casos, o Ministério da Agricultura espera a retomada da exportação de frango, o que depende dos países importadores.
Medida para repactuar dívidas do RS sai do papel
O governo federal deve publicar ainda nesta semana uma Medida Provisória para a reestruturação das dívidas dos produtores rurais do Rio Grande do Sul afetados pelas enchentes. A minuta está na Casa Civil. O texto prevê concessão de desconto na renegociação dos financiamentos de crédito rural. / AUDRYN KAROLYNE e ISADORA DUARTE