O grupo paranaense Zeppone, de frutas congeladas, buscará neste ano aumentar a presença no Sudeste e ampliar exportações de polpa e sorbet de açaí, além de creme de frutas. João Zeppone, o CEO, diz que a ideia é reforçar o time de vendas, contribuindo para ampliar de R$ 420 milhões, em 2023, para R$ 550 milhões o faturamento no ano: “Só o Sudeste deve representar 70% do aumento dos ganhos”.
Para atender à demanda, investimento de no mínimo R$ 50 milhões será feito até 2025 na ampliação e no ajuste das fábricas de Japurá (PR), a sede, e de Benevides (PA), de processamento de açaí. Hoje, os mercados principais são o Sul e o Centro-Oeste, onde são comercializadas as marcas Polpanorte, Origem Açaí e Frutuá.
Açaí brasileiro para os EUA
Com exportação, a meta é avançar de 3% para 8% no faturamento. O foco são os EUA, onde busca ampliar espaço para o sorbet de açaí e cremes de frutas, diz Zeppone. Desde o fim de 2023, a empresa incluiu Espanha, Austrália, Arábia Saudita, Israel e Inglaterra no portfólio.
Para todos os gostos
Como a ideia é vender produtos acabados, e não a “commodity” polpa de fruta, as fábricas serão adaptadas. “No Paraná, investimos em equipamentos para o envase de sorbet, polpas e creme de frutas”, diz Zeppone. No Pará, será instalado maquinário para produção diferenciada, como artigos kosher e halal, para exportação.
De olho no boi
A Ecotrace, que rastreia 40% da carne bovina exportada pelo Brasil, buscará recursos de pessoas físicas para captar até R$ 2 milhões. A ideia é transformar os investidores em acionistas, por meio de uma espécie de “vaquinha” para startups. “O equity crowdfunding é uma captação diferente do que ocorre no mercado”, diz Flavio Redi, cofundador e CEO da agtech de Vinhedo (SP). Os aportes poderão ser a partir de R$ 2 mil.
Outras cadeias
A Ecotrace, que tem entre clientes Frigol, Minerva e JBS, iniciou este ano as operações da subsidiária Ecohalal, buscando atender 80% das exportações bovinas e 50% das de aves com certificação própria para populações muçulmanas. A startup ainda atua no rastreamento da origem de couro e algodão. De 2018 até julho de 2023, foram rastreados 12,3 milhões de bovinos, 88 milhões de aves e 45 milhões de fardos de algodão.
Expande
Um grupo de mais de cem empresários inicia hoje uma missão ao sudoeste asiático com o Ministério da Agricultura. Um dos objetivos é abrir o mercado vietnamita para carne bovina e miúdos. “Vencidas as etapas técnicas, partimos para as negociações comerciais”, diz Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta. Além do Vietnã, a comitiva passa ainda por Tailândia e Camboja.
Promissor
A ICC Animal Nutrition, de soluções à base de leveduras de cana-de-açúcar, aposta na parceria com a americana Balchem, de bem-estar animal, para crescer nos Estados Unidos. O potencial de faturamento no país, diz Glycon Santos, CEO da ICC, é de US$ 273 milhões. Ele conta que a iniciativa deve impulsionar a venda de um suplemento para ruminantes com perspectiva de atingir 600 mil bovinos de grandes fazendas leiteiras e confinamentos. Anualmente, a ICC investe US$ 150 mil em novos experimentos de suporte ao produto.
Alerta vermelho
O aumento de recuperações judiciais de produtores no Centro-Oeste preocupa tradings e processadoras de soja. O receio é de que a incapacidade de cumprimento de dívidas de produtores abra a prerrogativa para inclusão de débitos e garantias vinculadas às Cédulas de Produto Rural (CPRs) na reestruturação. A medida é proibida pela Lei de Falências. “Se eventualmente um juiz decidir pela inclusão das CPRs, tradings, revendas e indústrias são arrastadas para o rol de credores da RJ”, alerta representante do setor.
Giro: China libera 38 frigoríficos brasileiros para exportar
O setor de carnes comemorou, semana passada, a habilitação de mais 38 frigoríficos para exportar à China. Foram 24 de carne bovina, 9 de frango, 1 de carne bovina termoprocessada e 4 entrepostos. Esta foi a maior liberação, de uma só vez, de unidades de abate do Brasil pela China, no ano em que a relação entre os países completa 5 décadas.
Vem aí: CNA leva ao Legislativo a pauta do agro em 2024
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil inicia, nesta semana, conversas com deputados, senadores e ministros para encaminhar as pautas do agro. No evento Ano Legislativo do Agro 2024, dia 20, levará o que quer do Parlamento em termos de economia e tributação, direito de propriedade e ambiente./TÂNIA RABELLO, AUDRYN KAROLYNE, ISADORA DUARTE, VINICIUS GALERA e LEANDRO SILVEIRA