Com 20% do mercado de sucos naturais brasileiros, a Natural One quer, em cinco anos, abocanhar o mesmo porcentual no segmento de leites vegetais, no qual acaba de ingressar. Embora o setor de bebidas produzidas a partir de plantas ainda represente menos de 1% do mercado de leite de vaca, Rafael Ivanisk, CEO da Natural One, projeta que em meia década a fatia deva crescer para 5%, e com importante contribuição da companhia, que acaba de investir R$ 3 milhões em pesquisa e ajustes fabris para alcançar, em 12 meses, a marca de 1 milhão de litros produzidos por ano. Num horizonte de cinco anos, o executivo projeta que esse tipo de bebida representará até 40% do faturamento da empresa no País, hoje de R$ 580 milhões.
Brasil é só o começo da estratégia
Feitos à base de aveia, os leites vegetais da Natural One chegarão em junho a São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram 80% das vendas da categoria. Até dezembro, a empresa espera alcançar todas as regiões do Brasil e desembarcar na China e no México.
Preços mais competitivos
No exterior, onde o setor está mais desenvolvido, bebidas vegetais custam, em média, duas vezes mais que o litro de leite comum. No Brasil, são três vezes mais caros, mas a Natural One quer baratear o preço apostando em ganho de escala. “Chegamos ao mercado com valores entre 20% e 25% mais baixos”, garante.
Capital versus tecnologia
A expectativa de investidores em relação à governança adotada pelas startups do agronegócio nem sempre está “casada” com as práticas dessas empresas de tecnologia, mostra pesquisa da PwC Brasil. Metade das agtechs não dispõe de governança sobre tecnologia e propriedade intelectual na fase de tração, aponta o levantamento, enquanto 27% dos investidores contam com esta atitude. No pilar “estratégia e sociedade”, 38% dos detentores de capital esperam que as agtechs já tenham desenhado seu contrato social na fase de experimentação do produto, porém um terço delas não atende a esse requisito.
Mais maturidade
Os dados indicam, na avaliação de Isadora Faria, gerente sênior de Novos Negócios e Inovação da PwC Brasil, que o capital quer uma evolução progressiva da governança das agtechs. “Na fase final, de escala, investidores começam a ter expectativas maiores, enquanto startups não estão no mesmo patamar”, diz. “Ter conselho consultivo, por exemplo, é algo que preocupa o investidor.”
Vingou
Após ver o interesse de agricultores em comprar insumos agrícolas pagando com soja e milho na época da colheita e ganhar valor adicional se o preço da commodity agrícola subir (por meio de um derivativo), a distribuidora de insumos Lavoro oferece a operação também para cafeicultores. A expectativa é chegar a cerca de 40% das vendas de insumos para a safra 2023/24 de café por esta transação, diz Marcos Oliveira, diretor de Operações de Commodities.
Empurrão
Em 2022, a Lavoro superou R$ 550 milhões em vendas para produtores de milho pela Operação Alvo, que combina barter (troca de insumos por grãos) e derivativos. Na campanha mais recente, focada em soja, encerrada em 30 de abril, foram R$ 750 milhões. A ação para cafeicultores terá foco em São Paulo, Minas Gerais e Rondônia e vai até 30 de julho. “As negociações em barter são mais atrativas se comparadas às vendas convencionais”, avalia Oliveira, em referência às taxas de juros.
Boas ideias
As sugestões dos quase 10 mil colaboradores da Atvos, do setor de etanol, devem contribuir para a economia de R$ 270 milhões na safra 2023/24. No ciclo anterior, a empresa diz que implementou 55 projetos a partir de ideias de funcionários e poupou R$ 153 milhões em recursos. Em Caçu (GO), uma proposta para adaptar veículos que transportam cana eliminou o uso de caminhões-pipa, reduzindo em R$ 2,7 milhões os gastos.