A Alegra Foods, empresa criada no Paraná em 2015 pelas cooperativas Frísia, Capal e Castrolanda, começou a operar um centro de distribuição em Barueri (SP), seu terceiro no Brasil, a fim de crescer no maior mercado consumidor do País. Com ele, poderá atender mais rapidamente aos atacadistas e avançar no varejo (supermercados) e food service (padarias, pizzarias e restaurantes). De cerca de 600 clientes no Estado, quer chegar a 1.500 até o fim do ano, conta Luiz Otávio Morelli, superintendente da Alegra. A estratégia deve elevar as margens de lucro, pela venda de produtos de maior valor agregado, como salames e presuntos. “São itens com grande demanda em São Paulo”, diz. A receita no Estado deve crescer 30% em 2023, para R$ 180 milhões.
Ponte
A Alvarez & Marsal vê crescimento na estruturação de títulos agrícolas para agroindústrias de médio porte. Em 2022, assessorou três operações de CRAs, de R$ 48 milhões a R$ 65 milhões cada, envolvendo os setores de grãos, sucroenergético e pecuária. Neste ano, a A&M espera participar de seis a oito operações de R$ 50 milhões a R$ 200 milhões cada, prevê Jônatas Couri, responsável pela divisão de Agribusiness. “Esperamos ter operações liquidadas também de debêntures de infraestrutura, notas comerciais, CRIs e Fiagros, em adição aos CRAs.”
Médio porte
O foco da A&M na frente de assessoria de crédito é alcançar grandes produtores e agroindústrias de médio porte com faturamento anual de R$ 200 milhões a R$ 1 bilhão, o que equivale a dois terços do segmento. “São estruturas ainda pouco movimentadas pelos bancos de investimento. Nossa perspectiva é explorar também o potencial das cooperativas em fazer cédulas verdes com o produtor rural e de valor ante o mercado de capitais”, diz Couri.
Promessa
A Syngenta obteve registro para uma nova molécula de inseticida, Plinazolin, que promete controlar várias pragas em mais de 40 tipos de culturas agrícolas. Marcos Queiroz, líder de Inseticidas, diz que a tecnologia tem modo de ação inédito, que evita a resistência de insetos aos defensivos. A empresa aguarda o registro dos produtos formulados com a molécula para iniciar vendas na safra 2023/24.
Mecanizada
A Motocana, fabricante de máquinas para os setores sucroenergético, florestal e de resíduos, reestrutura sua linha de montagem em 2023 para lançar, no 2.º semestre, equipamentos para corte de cana, além das tradicionais carregadoras. O faturamento com a linha canavieira cresceu 93% em 2022 e deve subir 58% em 2023 com as tecnologias, para cerca de R$ 55 milhões. O avanço também tende a ser puxado pelo otimismo com a cultura neste ano. “O mercado reage bem e, com certeza, teremos uma safra maior”, diz Renato Campos, gerente-geral.
Moderniza
A Hidrovias do Brasil se prepara para operar dois novos empurradores troncais, que conduzem comboios de barcaças pelos rios, para tornar mais eficiente o transporte de grãos entre Barcarena e Itaituba (PA). As embarcações permitirão fazer mais viagens com comboios ampliados – 35 barcaças, ante 25 –, com ganho de 40% na capacidade de transporte e redução de 10% no uso de combustível/tonelada. A empresa tem capacidade para exportar 7 milhões de toneladas de grãos pelo Arco Norte.
Peste suína na China pode ampliar exportação do Brasil
A produção de suínos na China deve cair este ano por causa do ressurgimento da peste suína africana. Com a oferta restrita e a demanda aquecida, os chineses terão de buscar maior volume de carne e o Brasil será favorecido, dizem especialistas. Mas ainda não dá para avaliar se a PSA terá o impacto de 2018, quando dizimou o rebanho chinês.
Missão oficial tenta abrir mais mercados na China
A comitiva oficial brasileira que chega nesta semana à China tentará abrir o mercado do gigante asiático para mais produtos agropecuários. Na pauta, está obter aval para exportação de gergelim, sorgo (foto), noz-pecã do Brasil e novas habilitações de frigoríficos. Na pesca, há interesse em comercializar camarão para os chineses. / CLARICE COUTO, ISADORA DUARTE, GABRIELA BRUMATTI, LETICIA PAKULSKI e SANDY OLIVEIRA