O grupo Pluma, dono da Bello e Levo Alimentos, com operações em frangos de corte, pescados e genética avícola, aposta na exportação para sustentar seu crescimento em 2023. A expectativa de Marcos Paludo, gerente comercial, é de que as vendas externas correspondam de 35% a 40% das margens, ante 30% em 2022. “Temos a planta de frangos em Itaquiraí (MS), que foi reabilitada para exportar à China, e outras que também deverão receber aval de países.” O Oriente Médio e a Ásia são os principais compradores dos produtos da empresa. A expectativa é avançar 5% no faturamento e atingir R$ 7,2 bilhões em 2023. No tocante ao mercado interno, ainda com resultados contidos devido à economia, a estratégia será baixar custos e elevar a produtividade.
Juro alto e inflação limitam crescimento
O executivo explica que a companhia deve finalizar investimentos iniciados nos últimos anos, e que não pretende fazer novos aportes em 2023. “Vamos consolidar o que fizemos.” Segundo ele, com a taxa Selic em 13,75%, “todo mundo coloca o pé no freio”.
Gripe aviária no radar
Para proteger seus plantéis da gripe aviária, a Pluma reforçou medidas de contenção, mas o avanço da doença no continente preocupa, diz Paludo: “Triplicamos cuidados”. As operações do grupo abrangem produção de pintos de corte, ovos férteis, ovos embrionados para uso em vacinas e pintinhos de postura comercial.
Mercado aquecido
A indústria de biscoitos, massas, pães e bolos prevê receita 10% maior com exportação neste ano. As vendas devem crescer 15% em volume, com salto em pães de forma e de queijo. Em 2022, com aumento liderado por biscoitos, a receita no mercado externo avançou 11%, para o recorde de US$ 273,3 milhões. O volume, porém, caiu 18%, a 165,8 mil toneladas, mas ainda em nível superior ao pré-pandemia.
Novos nichos
O mercado chinês deve puxar as exportações, prevê Rodrigo Iglesias, diretor Internacional da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi). A expectativa é retomar a entrada dos produtos brasileiros na China após o fim das restrições impostas pela pandemia. “Chineses buscam novidades, alimentos saudáveis e de qualidade. Vemos muito potencial para o panetone”, diz. O dólar por volta de R$ 5 também favorece as vendas dos derivados de trigo.
Um passo...
O Sindiveg, que representa a indústria de defensivos agrícolas, começou a oferecer em uma plataforma online quatro módulos de treinamento de aplicadores. Trata-se do conteúdo básico do programa Aplicador Legal, lançado há um ano pelo governo para atender ao decreto de 2021 sobre a obrigatoriedade de registro de aplicador a partir de 2027. Júlio Garcia, presidente do Sindiveg, diz que a capacitação é fundamental para “combater a desinformação” sobre defensivos no campo.
...de cada vez
Os aplicadores sempre receberam treinamentos de empresas, revendas de insumos e outros agentes, porém agora o Ministério da Agricultura uniformizou os temas necessários ao registro. O setor aguarda a publicação da portaria sobre o credenciamento dos que oferecerão os cursos, mas o Sindiveg está fechando parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e a CropLife Brasil para desenvolver o conteúdo restante exigido.
Expansão
O programa de relacionamento multimarcas Clube Agro Brasil quer triplicar os pontos resgatados após aumento de 316% em 2022. Hoje, 20 distribuidores estão em associação para se somar aos 100 atuais, que atendem a 90 mil produtores cadastrados. Presente em 10 Estados no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte, o programa não revela o faturamento em 2022 mas prevê duplicar a receita neste ano. “Vamos seguir amadurecendo nas regiões em que atuamos e avançar para novas”, diz Eduardo Fernandes, sócio-fundador.
CNA quer IVA específico para o setor agropecuário
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil defende uma alíquota específica para o agronegócio se for adotado o modelo de tributação única, o IVA, na reforma tributária. Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, diz que isso manteria o setor competitivo no exterior. “Países que adotam o IVA têm alíquota menor para o agro e os alimentos.”
Setor de biodiesel vê aumento gradual da mistura ao diesel
A indústria do biodiesel avalia ter maioria de votos no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para aprovar o aumento da mistura do biocombustível ao diesel fóssil dos atuais 10% para 12%. Entre os 14 ministérios que compõem o CNPE, Minas e Energia e Transportes são incógnita para a reunião da próxima sexta-feira (17)./SANDY OLIVEIRA, ISADORA DUARTE, CLARICE COUTO, LETICIA PAKULSKI e GABRIELA BRUMATTI