Notícias do mundo do agronegócio

PwC vê aumento de fusões e aquisições no agronegócio, com cenário desafiador


Em 2023, as M&As do setor caíram 10%, para 51 transações, abaixo da retração geral do mercado de 17%

Por Coluna Broadcast Agro
Atualização:

A maior restrição de crédito, o elevado endividamento de algumas empresas e os juros ainda altos devem levar o agronegócio este ano a um movimento de concentração, via fusões e aquisições (M&As). A consultoria PwC estima crescimento de 20% a 25% nas transações de empresas do setor em 2024, enquanto o mercado brasileiro deve ficar estável ou avançar até 10%. “É um cenário de maior pressão sobre o agro, no qual as M&As se tornam alternativa para captar recursos”, diz Leonardo Dell’Oso, sócio da PwC Brasil. Em 2023, as M&As do setor caíram 10%, para 51 transações, abaixo da retração geral do mercado de 17%. Pelo menos outras 4 a 5 M&As estão em andamento, assessoradas pela PWC, e envolvem fertilizantes e certificação de qualidade.

Maior apetite por tecnologia e biológicos

As agtechs, os segmentos de fertilizantes biológicos e de papel e celulose tendem a ser alvo de M&As este ano, diz a PwC. Já o varejo de insumos agrícolas deve apresentar recuperação tímida. “Vemos também cooperativas de carnes com margens baixas em busca de saída para liquidez.”

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Cenário para o agronegócio este ano deve ser de concentração, via fusões e aquisições Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Interesse nacional puxa movimento

Os principais players consolidadores do agro neste ano devem continuar sendo as empresas que já operam no setor, sobretudo as de origem nacional. “O agro segue atrativo para investidores, mas fundos estão mais retraídos nas transações, dado que evitam instabilidade econômica e buscam minimizar riscos”, aponta Dell’Oso.

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Na prateleira

A Levitare, empresa do interior paulista especializada em derivados de leite de búfala, fechou 2023 com faturamento 23% maior e a perspectiva é superar o porcentual neste ano. O crescimento deve ser impulsionado pela demanda por queijos e burratas, que atendem intolerantes à lactose, que deve crescer 20%, diz Jorge Nakid, CEO. A Levitare vai reforçar a presença da marca no interior de São Paulo e no Sul, com maior variedade de produtos também para restaurantes.

Expansão

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Os planos da Levitare incluem inaugurar em 2025 uma nova planta em Alpinópolis (MG), onde investiu R$ 3 milhões. Para fazer frente à demanda, a empresa prevê captar 10% a 15% mais leite ao ano em São Paulo, chegando à capacidade total de produção da fábrica do Vale do Ribeira em até quatro anos. A Levitare produz 40 mil litros/dia, provenientes de 500 animais.

União

A Vitales, empresa do grupo Uby Agro voltada para a produção de defensivos biológicos, se juntou à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, e à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), ligada aos Ministérios da Ciência e da Educação, para desenvolver produtos. Vai investir R$ 1,3 milhão no desenvolvimento de quatro novos bioinseticidas, biofungicidas, bionematicidas e bioinoculante para as culturas de soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, café e pastagens. A previsão é de que as soluções estejam no mercado em três anos.

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No caminho

Sediada em Uberaba (MG), a Vitales pretende investir R$ 20 milhões nos próximos anos em outros trabalhos com institutos de pesquisa e universidades. “Vamos buscar a produção científica para bioativos cada vez mais eficazes no controle de pragas agrícolas”, diz Fernando Sousa, gerente de marketing. Segundo ele, o mercado de biológicos cresce a uma taxa de 40% ao ano, com mais produtores atrás de alternativas para o manejo integrado de pragas.

Sustentável

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Nos últimos três anos, 56% das empresas avícolas do País investiram para aumentar o uso de energia renovável na produção. Destas, 69% já planejam novos aportes, diz a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Na pesquisa que ouviu o setor 90% dos participantes disseram já implementar programas de energia limpa, 73% deles a partir de biomassa.

Uso de fertilizantes deve ser menor na safra de milho

Produtores tendem a aplicar um menor volume de adubos na segunda safra 2023/24 de milho. A perspectiva de redução na área plantada com o cereal de inverno e os preços menos remuneradores do grão justificam a retração no investimento, segundo analistas de mercado. Às vésperas do plantio, o ritmo de compras dos insumos está lento.

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Governo estuda meios de refinanciar crédito rural

O Ministério da Agricultura está articulando duas medidas para uma espécie de renegociação dos financiamentos dos produtores em virtude da quebra na safra de grãos. Para custeio, a pasta quer criar uma linha dolarizada de capital de giro para revendas. Para investimento, a ideia é prorrogar as parcelas deste ano./ISADORA DUARTE, AUDRYN KAROLYNE, VINICIUS GALERA e LEANDRO SILVEIRA

A maior restrição de crédito, o elevado endividamento de algumas empresas e os juros ainda altos devem levar o agronegócio este ano a um movimento de concentração, via fusões e aquisições (M&As). A consultoria PwC estima crescimento de 20% a 25% nas transações de empresas do setor em 2024, enquanto o mercado brasileiro deve ficar estável ou avançar até 10%. “É um cenário de maior pressão sobre o agro, no qual as M&As se tornam alternativa para captar recursos”, diz Leonardo Dell’Oso, sócio da PwC Brasil. Em 2023, as M&As do setor caíram 10%, para 51 transações, abaixo da retração geral do mercado de 17%. Pelo menos outras 4 a 5 M&As estão em andamento, assessoradas pela PWC, e envolvem fertilizantes e certificação de qualidade.

Maior apetite por tecnologia e biológicos

As agtechs, os segmentos de fertilizantes biológicos e de papel e celulose tendem a ser alvo de M&As este ano, diz a PwC. Já o varejo de insumos agrícolas deve apresentar recuperação tímida. “Vemos também cooperativas de carnes com margens baixas em busca de saída para liquidez.”

Cenário para o agronegócio este ano deve ser de concentração, via fusões e aquisições Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Interesse nacional puxa movimento

Os principais players consolidadores do agro neste ano devem continuar sendo as empresas que já operam no setor, sobretudo as de origem nacional. “O agro segue atrativo para investidores, mas fundos estão mais retraídos nas transações, dado que evitam instabilidade econômica e buscam minimizar riscos”, aponta Dell’Oso.

Na prateleira

A Levitare, empresa do interior paulista especializada em derivados de leite de búfala, fechou 2023 com faturamento 23% maior e a perspectiva é superar o porcentual neste ano. O crescimento deve ser impulsionado pela demanda por queijos e burratas, que atendem intolerantes à lactose, que deve crescer 20%, diz Jorge Nakid, CEO. A Levitare vai reforçar a presença da marca no interior de São Paulo e no Sul, com maior variedade de produtos também para restaurantes.

Expansão

Os planos da Levitare incluem inaugurar em 2025 uma nova planta em Alpinópolis (MG), onde investiu R$ 3 milhões. Para fazer frente à demanda, a empresa prevê captar 10% a 15% mais leite ao ano em São Paulo, chegando à capacidade total de produção da fábrica do Vale do Ribeira em até quatro anos. A Levitare produz 40 mil litros/dia, provenientes de 500 animais.

União

A Vitales, empresa do grupo Uby Agro voltada para a produção de defensivos biológicos, se juntou à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, e à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), ligada aos Ministérios da Ciência e da Educação, para desenvolver produtos. Vai investir R$ 1,3 milhão no desenvolvimento de quatro novos bioinseticidas, biofungicidas, bionematicidas e bioinoculante para as culturas de soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, café e pastagens. A previsão é de que as soluções estejam no mercado em três anos.

No caminho

Sediada em Uberaba (MG), a Vitales pretende investir R$ 20 milhões nos próximos anos em outros trabalhos com institutos de pesquisa e universidades. “Vamos buscar a produção científica para bioativos cada vez mais eficazes no controle de pragas agrícolas”, diz Fernando Sousa, gerente de marketing. Segundo ele, o mercado de biológicos cresce a uma taxa de 40% ao ano, com mais produtores atrás de alternativas para o manejo integrado de pragas.

Sustentável

Nos últimos três anos, 56% das empresas avícolas do País investiram para aumentar o uso de energia renovável na produção. Destas, 69% já planejam novos aportes, diz a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Na pesquisa que ouviu o setor 90% dos participantes disseram já implementar programas de energia limpa, 73% deles a partir de biomassa.

Uso de fertilizantes deve ser menor na safra de milho

Produtores tendem a aplicar um menor volume de adubos na segunda safra 2023/24 de milho. A perspectiva de redução na área plantada com o cereal de inverno e os preços menos remuneradores do grão justificam a retração no investimento, segundo analistas de mercado. Às vésperas do plantio, o ritmo de compras dos insumos está lento.

Governo estuda meios de refinanciar crédito rural

O Ministério da Agricultura está articulando duas medidas para uma espécie de renegociação dos financiamentos dos produtores em virtude da quebra na safra de grãos. Para custeio, a pasta quer criar uma linha dolarizada de capital de giro para revendas. Para investimento, a ideia é prorrogar as parcelas deste ano./ISADORA DUARTE, AUDRYN KAROLYNE, VINICIUS GALERA e LEANDRO SILVEIRA

A maior restrição de crédito, o elevado endividamento de algumas empresas e os juros ainda altos devem levar o agronegócio este ano a um movimento de concentração, via fusões e aquisições (M&As). A consultoria PwC estima crescimento de 20% a 25% nas transações de empresas do setor em 2024, enquanto o mercado brasileiro deve ficar estável ou avançar até 10%. “É um cenário de maior pressão sobre o agro, no qual as M&As se tornam alternativa para captar recursos”, diz Leonardo Dell’Oso, sócio da PwC Brasil. Em 2023, as M&As do setor caíram 10%, para 51 transações, abaixo da retração geral do mercado de 17%. Pelo menos outras 4 a 5 M&As estão em andamento, assessoradas pela PWC, e envolvem fertilizantes e certificação de qualidade.

Maior apetite por tecnologia e biológicos

As agtechs, os segmentos de fertilizantes biológicos e de papel e celulose tendem a ser alvo de M&As este ano, diz a PwC. Já o varejo de insumos agrícolas deve apresentar recuperação tímida. “Vemos também cooperativas de carnes com margens baixas em busca de saída para liquidez.”

Cenário para o agronegócio este ano deve ser de concentração, via fusões e aquisições Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Interesse nacional puxa movimento

Os principais players consolidadores do agro neste ano devem continuar sendo as empresas que já operam no setor, sobretudo as de origem nacional. “O agro segue atrativo para investidores, mas fundos estão mais retraídos nas transações, dado que evitam instabilidade econômica e buscam minimizar riscos”, aponta Dell’Oso.

Na prateleira

A Levitare, empresa do interior paulista especializada em derivados de leite de búfala, fechou 2023 com faturamento 23% maior e a perspectiva é superar o porcentual neste ano. O crescimento deve ser impulsionado pela demanda por queijos e burratas, que atendem intolerantes à lactose, que deve crescer 20%, diz Jorge Nakid, CEO. A Levitare vai reforçar a presença da marca no interior de São Paulo e no Sul, com maior variedade de produtos também para restaurantes.

Expansão

Os planos da Levitare incluem inaugurar em 2025 uma nova planta em Alpinópolis (MG), onde investiu R$ 3 milhões. Para fazer frente à demanda, a empresa prevê captar 10% a 15% mais leite ao ano em São Paulo, chegando à capacidade total de produção da fábrica do Vale do Ribeira em até quatro anos. A Levitare produz 40 mil litros/dia, provenientes de 500 animais.

União

A Vitales, empresa do grupo Uby Agro voltada para a produção de defensivos biológicos, se juntou à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, e à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), ligada aos Ministérios da Ciência e da Educação, para desenvolver produtos. Vai investir R$ 1,3 milhão no desenvolvimento de quatro novos bioinseticidas, biofungicidas, bionematicidas e bioinoculante para as culturas de soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, café e pastagens. A previsão é de que as soluções estejam no mercado em três anos.

No caminho

Sediada em Uberaba (MG), a Vitales pretende investir R$ 20 milhões nos próximos anos em outros trabalhos com institutos de pesquisa e universidades. “Vamos buscar a produção científica para bioativos cada vez mais eficazes no controle de pragas agrícolas”, diz Fernando Sousa, gerente de marketing. Segundo ele, o mercado de biológicos cresce a uma taxa de 40% ao ano, com mais produtores atrás de alternativas para o manejo integrado de pragas.

Sustentável

Nos últimos três anos, 56% das empresas avícolas do País investiram para aumentar o uso de energia renovável na produção. Destas, 69% já planejam novos aportes, diz a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Na pesquisa que ouviu o setor 90% dos participantes disseram já implementar programas de energia limpa, 73% deles a partir de biomassa.

Uso de fertilizantes deve ser menor na safra de milho

Produtores tendem a aplicar um menor volume de adubos na segunda safra 2023/24 de milho. A perspectiva de redução na área plantada com o cereal de inverno e os preços menos remuneradores do grão justificam a retração no investimento, segundo analistas de mercado. Às vésperas do plantio, o ritmo de compras dos insumos está lento.

Governo estuda meios de refinanciar crédito rural

O Ministério da Agricultura está articulando duas medidas para uma espécie de renegociação dos financiamentos dos produtores em virtude da quebra na safra de grãos. Para custeio, a pasta quer criar uma linha dolarizada de capital de giro para revendas. Para investimento, a ideia é prorrogar as parcelas deste ano./ISADORA DUARTE, AUDRYN KAROLYNE, VINICIUS GALERA e LEANDRO SILVEIRA

A maior restrição de crédito, o elevado endividamento de algumas empresas e os juros ainda altos devem levar o agronegócio este ano a um movimento de concentração, via fusões e aquisições (M&As). A consultoria PwC estima crescimento de 20% a 25% nas transações de empresas do setor em 2024, enquanto o mercado brasileiro deve ficar estável ou avançar até 10%. “É um cenário de maior pressão sobre o agro, no qual as M&As se tornam alternativa para captar recursos”, diz Leonardo Dell’Oso, sócio da PwC Brasil. Em 2023, as M&As do setor caíram 10%, para 51 transações, abaixo da retração geral do mercado de 17%. Pelo menos outras 4 a 5 M&As estão em andamento, assessoradas pela PWC, e envolvem fertilizantes e certificação de qualidade.

Maior apetite por tecnologia e biológicos

As agtechs, os segmentos de fertilizantes biológicos e de papel e celulose tendem a ser alvo de M&As este ano, diz a PwC. Já o varejo de insumos agrícolas deve apresentar recuperação tímida. “Vemos também cooperativas de carnes com margens baixas em busca de saída para liquidez.”

Cenário para o agronegócio este ano deve ser de concentração, via fusões e aquisições Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Interesse nacional puxa movimento

Os principais players consolidadores do agro neste ano devem continuar sendo as empresas que já operam no setor, sobretudo as de origem nacional. “O agro segue atrativo para investidores, mas fundos estão mais retraídos nas transações, dado que evitam instabilidade econômica e buscam minimizar riscos”, aponta Dell’Oso.

Na prateleira

A Levitare, empresa do interior paulista especializada em derivados de leite de búfala, fechou 2023 com faturamento 23% maior e a perspectiva é superar o porcentual neste ano. O crescimento deve ser impulsionado pela demanda por queijos e burratas, que atendem intolerantes à lactose, que deve crescer 20%, diz Jorge Nakid, CEO. A Levitare vai reforçar a presença da marca no interior de São Paulo e no Sul, com maior variedade de produtos também para restaurantes.

Expansão

Os planos da Levitare incluem inaugurar em 2025 uma nova planta em Alpinópolis (MG), onde investiu R$ 3 milhões. Para fazer frente à demanda, a empresa prevê captar 10% a 15% mais leite ao ano em São Paulo, chegando à capacidade total de produção da fábrica do Vale do Ribeira em até quatro anos. A Levitare produz 40 mil litros/dia, provenientes de 500 animais.

União

A Vitales, empresa do grupo Uby Agro voltada para a produção de defensivos biológicos, se juntou à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, e à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), ligada aos Ministérios da Ciência e da Educação, para desenvolver produtos. Vai investir R$ 1,3 milhão no desenvolvimento de quatro novos bioinseticidas, biofungicidas, bionematicidas e bioinoculante para as culturas de soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, café e pastagens. A previsão é de que as soluções estejam no mercado em três anos.

No caminho

Sediada em Uberaba (MG), a Vitales pretende investir R$ 20 milhões nos próximos anos em outros trabalhos com institutos de pesquisa e universidades. “Vamos buscar a produção científica para bioativos cada vez mais eficazes no controle de pragas agrícolas”, diz Fernando Sousa, gerente de marketing. Segundo ele, o mercado de biológicos cresce a uma taxa de 40% ao ano, com mais produtores atrás de alternativas para o manejo integrado de pragas.

Sustentável

Nos últimos três anos, 56% das empresas avícolas do País investiram para aumentar o uso de energia renovável na produção. Destas, 69% já planejam novos aportes, diz a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Na pesquisa que ouviu o setor 90% dos participantes disseram já implementar programas de energia limpa, 73% deles a partir de biomassa.

Uso de fertilizantes deve ser menor na safra de milho

Produtores tendem a aplicar um menor volume de adubos na segunda safra 2023/24 de milho. A perspectiva de redução na área plantada com o cereal de inverno e os preços menos remuneradores do grão justificam a retração no investimento, segundo analistas de mercado. Às vésperas do plantio, o ritmo de compras dos insumos está lento.

Governo estuda meios de refinanciar crédito rural

O Ministério da Agricultura está articulando duas medidas para uma espécie de renegociação dos financiamentos dos produtores em virtude da quebra na safra de grãos. Para custeio, a pasta quer criar uma linha dolarizada de capital de giro para revendas. Para investimento, a ideia é prorrogar as parcelas deste ano./ISADORA DUARTE, AUDRYN KAROLYNE, VINICIUS GALERA e LEANDRO SILVEIRA

A maior restrição de crédito, o elevado endividamento de algumas empresas e os juros ainda altos devem levar o agronegócio este ano a um movimento de concentração, via fusões e aquisições (M&As). A consultoria PwC estima crescimento de 20% a 25% nas transações de empresas do setor em 2024, enquanto o mercado brasileiro deve ficar estável ou avançar até 10%. “É um cenário de maior pressão sobre o agro, no qual as M&As se tornam alternativa para captar recursos”, diz Leonardo Dell’Oso, sócio da PwC Brasil. Em 2023, as M&As do setor caíram 10%, para 51 transações, abaixo da retração geral do mercado de 17%. Pelo menos outras 4 a 5 M&As estão em andamento, assessoradas pela PWC, e envolvem fertilizantes e certificação de qualidade.

Maior apetite por tecnologia e biológicos

As agtechs, os segmentos de fertilizantes biológicos e de papel e celulose tendem a ser alvo de M&As este ano, diz a PwC. Já o varejo de insumos agrícolas deve apresentar recuperação tímida. “Vemos também cooperativas de carnes com margens baixas em busca de saída para liquidez.”

Cenário para o agronegócio este ano deve ser de concentração, via fusões e aquisições Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Interesse nacional puxa movimento

Os principais players consolidadores do agro neste ano devem continuar sendo as empresas que já operam no setor, sobretudo as de origem nacional. “O agro segue atrativo para investidores, mas fundos estão mais retraídos nas transações, dado que evitam instabilidade econômica e buscam minimizar riscos”, aponta Dell’Oso.

Na prateleira

A Levitare, empresa do interior paulista especializada em derivados de leite de búfala, fechou 2023 com faturamento 23% maior e a perspectiva é superar o porcentual neste ano. O crescimento deve ser impulsionado pela demanda por queijos e burratas, que atendem intolerantes à lactose, que deve crescer 20%, diz Jorge Nakid, CEO. A Levitare vai reforçar a presença da marca no interior de São Paulo e no Sul, com maior variedade de produtos também para restaurantes.

Expansão

Os planos da Levitare incluem inaugurar em 2025 uma nova planta em Alpinópolis (MG), onde investiu R$ 3 milhões. Para fazer frente à demanda, a empresa prevê captar 10% a 15% mais leite ao ano em São Paulo, chegando à capacidade total de produção da fábrica do Vale do Ribeira em até quatro anos. A Levitare produz 40 mil litros/dia, provenientes de 500 animais.

União

A Vitales, empresa do grupo Uby Agro voltada para a produção de defensivos biológicos, se juntou à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, e à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), ligada aos Ministérios da Ciência e da Educação, para desenvolver produtos. Vai investir R$ 1,3 milhão no desenvolvimento de quatro novos bioinseticidas, biofungicidas, bionematicidas e bioinoculante para as culturas de soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, café e pastagens. A previsão é de que as soluções estejam no mercado em três anos.

No caminho

Sediada em Uberaba (MG), a Vitales pretende investir R$ 20 milhões nos próximos anos em outros trabalhos com institutos de pesquisa e universidades. “Vamos buscar a produção científica para bioativos cada vez mais eficazes no controle de pragas agrícolas”, diz Fernando Sousa, gerente de marketing. Segundo ele, o mercado de biológicos cresce a uma taxa de 40% ao ano, com mais produtores atrás de alternativas para o manejo integrado de pragas.

Sustentável

Nos últimos três anos, 56% das empresas avícolas do País investiram para aumentar o uso de energia renovável na produção. Destas, 69% já planejam novos aportes, diz a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Na pesquisa que ouviu o setor 90% dos participantes disseram já implementar programas de energia limpa, 73% deles a partir de biomassa.

Uso de fertilizantes deve ser menor na safra de milho

Produtores tendem a aplicar um menor volume de adubos na segunda safra 2023/24 de milho. A perspectiva de redução na área plantada com o cereal de inverno e os preços menos remuneradores do grão justificam a retração no investimento, segundo analistas de mercado. Às vésperas do plantio, o ritmo de compras dos insumos está lento.

Governo estuda meios de refinanciar crédito rural

O Ministério da Agricultura está articulando duas medidas para uma espécie de renegociação dos financiamentos dos produtores em virtude da quebra na safra de grãos. Para custeio, a pasta quer criar uma linha dolarizada de capital de giro para revendas. Para investimento, a ideia é prorrogar as parcelas deste ano./ISADORA DUARTE, AUDRYN KAROLYNE, VINICIUS GALERA e LEANDRO SILVEIRA

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