O Grupo VPJ, de pecuária de corte, projeta voltar a crescer em 2025, após um 2024 “difícil”, diz Valdomiro Poliselli Junior, CEO. Segundo ele, a empresa sofreu com os preços baixos da arroba do boi gordo no 1.º semestre, o que deve resultar em faturamento de R$ 450 milhões, semelhante ao de 2023. A expansão no próximo ano virá pelo programa de investimentos em genética da raça aberdeen angus, com a projeção de produzir 300 touros por ano – hoje são 120. Com fazenda no Texas, EUA, o VPJ utiliza touros de elite e mantém um banco de embriões. Até 2027, o objetivo é que 100% do rebanho aberdeen angus esteja registrado nos EUA, o que garantirá comprovação genética de qualidade internacional, que valoriza a carne para exportação, com o primeiro embarque previsto para 2025.
Empresa mais perto do consumidor
O grupo opera hoje quatro steakhouses no interior de São Paulo e em Mato Grosso do Sul, e deve chegar a Brasília e Rio de Janeiro em 2025, se aproximando do consumidor. Nessa estratégia, lançou este ano 14 cortes especiais de 300 gramas para churrasco, focados no varejo.
Recompensa por uso da genética
A companhia criou um programa de bonificação para pecuaristas, no qual oferece 1% do valor do animal abatido (cerca de R$ 60), desde que comprovada a origem dos bovinos em touros VPJ. A iniciativa visa incentivar o uso da genética da empresa. Hoje, cerca de 12% dos 40 mil abates anuais do grupo são de animais com sua genética.
Reforço
A BRF já prepara a operação logística para atender à demanda por perus e aves nas festas de fim de ano. Entre 15 de novembro e 25 de dezembro, vai aumentar em 50% a frota de caminhões, a fim de transportar mais de 48 mil toneladas de produtos a partir de 19 centros de distribuição. A expectativa é alcançar mais de 4,5 mil municípios.
Robustez
Com 54% de participação de mercado em aves especiais e 70% em perus, segundo dados da Nielsen, a BRF considera as festividades de fim de ano uma das principais fontes de faturamento. No ano passado, a companhia registrou receita operacional líquida de R$ 7,39 bilhões no Brasil, entre outubro e dezembro, o que representou 27,5% dos ganhos da operação no País em 2023. E as expectativas são altas para 2024. “Nosso objetivo neste ano é fazer o melhor Natal da história da BRF”, diz Manoel Martins, vice-presidente comercial Brasil.
Crédito verde
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social financiará R$ 37,6 milhões em um projeto de biometano e biogás da Geo bio gás&carbon. A empresa de biogás e carbono renovável para hidrocarbonetos verdes ampliará a produção em Tamboara (PR). Do aporte, R$ 33,6 milhões são recursos do Fundo Clima. Ao todo, a Geo vai investir R$ 41 milhões na fábrica que produz biogás a partir de resíduos de açúcar e etanol de cana.
Bioenergia
Com o investimento, a capacidade de produção de biometano da Geo bio gás&carbon passará de 70 Nm³/h para até 1.500 Nm³/h. O potencial de produção de biogás vai dobrar para até 3.500 Nm³/h. “O incentivo à produção de biometano é uma diretriz importante do governo porque tem grande impacto ambiental”, diz Aloizio Mercadante, presidente do BNDES. Para ele, após concluído, o projeto deverá resultar na produção de até 9,4 milhões de Nm³ de biometano por ano, combustível renovável, que pode substituir cerca de 8,5 milhões de litros de diesel ou aproximadamente 7,4 milhões de quilos de gás natural.
Conectados
A TIM quer fechar o ano com 20 milhões de hectares de área atendida com seu 4G TIM no Campo, de conectividade na área rural. Alexandre Dal Forno, diretor da TIM Brasil em IoT e 5G, diz que a cobertura avançou este ano. Parceria da TIM com grandes produtores saiu de 16 milhões de hectares em 2023 para 17,5 milhões de hectares em outubro, em áreas de grãos, algodão e cana. “Estamos caminhando bem para fechar a meta de 2024.” Em 2025, a TIM pretende atuar nas três frentes, sobretudo no Matopiba.
Mato Grosso sanciona lei contra moratória da soja
Mato Grosso sancionou a lei que proíbe a concessão de incentivos fiscais públicos para empresas signatárias da moratória da soja — pacto que veda a compra de soja de áreas desmatadas a partir de 2008. A nova lei entra em vigor em 1.º de janeiro. O impacto estimado é de R$ 2,9 bilhões, considerando a renúncia fiscal feita pelo Executivo a essas companhias em 2023.
Indústria espera fim de embargos ao frango do País
Após a Organização Mundial de Saúde Animal reconhecer o fim da doença de Newcastle no Brasil, a indústria espera a retomada das exportações de produtos avícolas. Hoje, há restrições ao frango nacional, em diferentes níveis, para 43 países. As principais concentram-se no Rio Grande do Sul, onde houve o foco da doença./LEANDRO SILVEIRA, ISADORA DUARTE e TÂNIA RABELLO