Bastidores do mundo dos negócios

Caixa vai exigir entrada maior na compra de imóvel de até R$ 1,5 milhão; entenda


Linhas de crédito imobiliário que usam recursos da poupança terão as regras alteradas a partir de 1º de novembro

Por Matheus Piovesana e Circe Bonatelli
Atualização:
Restrições de recursos na poupança e dificuldade de captação com letras de crédito imobiliário (LCI) dificultam cenário Foto: DANIEL TEIXEIRA/AE / undefined

A Caixa Econômica Federal vai alterar as regras do financiamento imobiliário com recursos da poupança a partir de 1º de novembro, apurou a coluna. Nas linhas com tabela SAC, em que as parcelas caem ao longo do tempo, a entrada exigida subirá de 20% para 30% do valor do imóvel. No sistema Price, em que as parcelas são fixas, a mudança será de 30% para 50% do valor do bem. Na prática, quem quiser financiar imóvel na Caixa terá de desembolsar uma entrada maior, pelo menos neste final do ano.

O cenário reflete a escassez de recursos da caderneta de poupança, bem como as condições mais restritas para emissões de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) - essas são as duas principais fontes de recursos para abastecer os financiamentos. Portanto, a estratégia de curto prazo é focada em endurecer as condições de acesso ao crédito para os compradores de imóveis. Já se houver melhora na captação de recursos ano que vem, essa política pode ser revista.

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A medida é uma tentativa do banco de evitar uma alta dos juros cobrados dos clientes em um cenário de restrição do funding. Mais adiante, a Caixa pode afrouxar as regras novamente, dependendo da capacidade do banco de manter as emissões de LCI, justamente o que a gestão está buscando agora. A expectativa é que, no começo do ano que vem, a depender das condições de mercado, a regra para a tabela SAC possa voltar à anterior. Na Price, em que o banco leva mais tempo para receber o valor total do financiamento de volta, é mais difícil que a regra anterior retorne aos parâmetros de antes.

Demanda em Alta

Internamente, as medidas são encaradas como uma forma de manter o ritmo de crescimento no crédito imobiliário neste ano sem precisar aumentar os juros. No começo de 2024, a Caixa estimou que cresceria 12% no financiamento imobiliário. Até setembro, porém, já concedeu R$ 175 bilhões, aumento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 627 mil financiamentos de imóveis. A carteira de crédito habitacional da Caixa já ultrapassou a marca de R$ 800 bilhões.

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O ritmo está aquecido graças às linhas com recursos do FGTS, mas a poupança também tem contribuído para a aceleração. Com outros bancos de torneira fechada diante dos juros altos, os clientes estão “correndo” para a Caixa, que tem tomado medidas para financiar o máximo de pessoas possível com a menor taxa de juros que possa praticar.

Outro fator que joga contra a equação do crédito imobiliário é a velocidade de amortização da carteira, que subiu de 10 para 12 anos em média. Com a Selic a dois dígitos, os clientes preferem aplicar o dinheiro em títulos atrelados ao CDI a antecipar as parcelas do financiamento imobiliário, em que as taxas de juros estão abaixo disso.

Procurada, a Caixa informou que estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no País.

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Restrições de recursos na poupança e dificuldade de captação com letras de crédito imobiliário (LCI) dificultam cenário Foto: DANIEL TEIXEIRA/AE / undefined

A Caixa Econômica Federal vai alterar as regras do financiamento imobiliário com recursos da poupança a partir de 1º de novembro, apurou a coluna. Nas linhas com tabela SAC, em que as parcelas caem ao longo do tempo, a entrada exigida subirá de 20% para 30% do valor do imóvel. No sistema Price, em que as parcelas são fixas, a mudança será de 30% para 50% do valor do bem. Na prática, quem quiser financiar imóvel na Caixa terá de desembolsar uma entrada maior, pelo menos neste final do ano.

O cenário reflete a escassez de recursos da caderneta de poupança, bem como as condições mais restritas para emissões de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) - essas são as duas principais fontes de recursos para abastecer os financiamentos. Portanto, a estratégia de curto prazo é focada em endurecer as condições de acesso ao crédito para os compradores de imóveis. Já se houver melhora na captação de recursos ano que vem, essa política pode ser revista.

A medida é uma tentativa do banco de evitar uma alta dos juros cobrados dos clientes em um cenário de restrição do funding. Mais adiante, a Caixa pode afrouxar as regras novamente, dependendo da capacidade do banco de manter as emissões de LCI, justamente o que a gestão está buscando agora. A expectativa é que, no começo do ano que vem, a depender das condições de mercado, a regra para a tabela SAC possa voltar à anterior. Na Price, em que o banco leva mais tempo para receber o valor total do financiamento de volta, é mais difícil que a regra anterior retorne aos parâmetros de antes.

Demanda em Alta

Internamente, as medidas são encaradas como uma forma de manter o ritmo de crescimento no crédito imobiliário neste ano sem precisar aumentar os juros. No começo de 2024, a Caixa estimou que cresceria 12% no financiamento imobiliário. Até setembro, porém, já concedeu R$ 175 bilhões, aumento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 627 mil financiamentos de imóveis. A carteira de crédito habitacional da Caixa já ultrapassou a marca de R$ 800 bilhões.

O ritmo está aquecido graças às linhas com recursos do FGTS, mas a poupança também tem contribuído para a aceleração. Com outros bancos de torneira fechada diante dos juros altos, os clientes estão “correndo” para a Caixa, que tem tomado medidas para financiar o máximo de pessoas possível com a menor taxa de juros que possa praticar.

Outro fator que joga contra a equação do crédito imobiliário é a velocidade de amortização da carteira, que subiu de 10 para 12 anos em média. Com a Selic a dois dígitos, os clientes preferem aplicar o dinheiro em títulos atrelados ao CDI a antecipar as parcelas do financiamento imobiliário, em que as taxas de juros estão abaixo disso.

Procurada, a Caixa informou que estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no País.

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Restrições de recursos na poupança e dificuldade de captação com letras de crédito imobiliário (LCI) dificultam cenário Foto: DANIEL TEIXEIRA/AE / undefined

A Caixa Econômica Federal vai alterar as regras do financiamento imobiliário com recursos da poupança a partir de 1º de novembro, apurou a coluna. Nas linhas com tabela SAC, em que as parcelas caem ao longo do tempo, a entrada exigida subirá de 20% para 30% do valor do imóvel. No sistema Price, em que as parcelas são fixas, a mudança será de 30% para 50% do valor do bem. Na prática, quem quiser financiar imóvel na Caixa terá de desembolsar uma entrada maior, pelo menos neste final do ano.

O cenário reflete a escassez de recursos da caderneta de poupança, bem como as condições mais restritas para emissões de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) - essas são as duas principais fontes de recursos para abastecer os financiamentos. Portanto, a estratégia de curto prazo é focada em endurecer as condições de acesso ao crédito para os compradores de imóveis. Já se houver melhora na captação de recursos ano que vem, essa política pode ser revista.

A medida é uma tentativa do banco de evitar uma alta dos juros cobrados dos clientes em um cenário de restrição do funding. Mais adiante, a Caixa pode afrouxar as regras novamente, dependendo da capacidade do banco de manter as emissões de LCI, justamente o que a gestão está buscando agora. A expectativa é que, no começo do ano que vem, a depender das condições de mercado, a regra para a tabela SAC possa voltar à anterior. Na Price, em que o banco leva mais tempo para receber o valor total do financiamento de volta, é mais difícil que a regra anterior retorne aos parâmetros de antes.

Demanda em Alta

Internamente, as medidas são encaradas como uma forma de manter o ritmo de crescimento no crédito imobiliário neste ano sem precisar aumentar os juros. No começo de 2024, a Caixa estimou que cresceria 12% no financiamento imobiliário. Até setembro, porém, já concedeu R$ 175 bilhões, aumento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 627 mil financiamentos de imóveis. A carteira de crédito habitacional da Caixa já ultrapassou a marca de R$ 800 bilhões.

O ritmo está aquecido graças às linhas com recursos do FGTS, mas a poupança também tem contribuído para a aceleração. Com outros bancos de torneira fechada diante dos juros altos, os clientes estão “correndo” para a Caixa, que tem tomado medidas para financiar o máximo de pessoas possível com a menor taxa de juros que possa praticar.

Outro fator que joga contra a equação do crédito imobiliário é a velocidade de amortização da carteira, que subiu de 10 para 12 anos em média. Com a Selic a dois dígitos, os clientes preferem aplicar o dinheiro em títulos atrelados ao CDI a antecipar as parcelas do financiamento imobiliário, em que as taxas de juros estão abaixo disso.

Procurada, a Caixa informou que estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no País.

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