RIO - A revolução tecnológica no setor bancário, puxada por fintechs e pelo open banking (ferramenta que permite o compartilhamento de informações de clientes entre os agentes do setor), tornará a privatização do Banco do Brasil inevitável no futuro, disse nesta sexta-feira, 25, o presidente da instituição financeira, Rubem Novaes.
“Do jeito que a modernização do sistema bancário se acelera, nesse mundo de inovações constantes, é óbvio que uma instituição publica não vai ter a mesma velocidade de adaptação”, afirmou Novaes, após dar palestra durante almoço promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). “Por enquanto, o banco ainda é extremamente eficiente e vai permanecer eficiente por algum tempo, mas, em algum momento, a perspectiva da privatização vai ter que ser enfrentada.”
O presidente do BB ressaltou que expressava sua “opinião pessoal”, mas que tinha a expectativa de que esse posicionamento passasse a ser defendido pelo governo e pela “classe política” como um todo. Novaes evitou responder se achava possível avançar na privatização ainda no mandato do presidente Jair Bolsonaro.
Durante a palestra, ele disse que as instituições financeiras terão de se adaptar ao mundo “de open banking e fintechs” em “dois, três, quatro anos”. De concreto, o presidente do BB reforçou que a estratégia de sua administração é privatizar todas as subsidiárias ou empresas nas quais o BB tenha participação que não tenham “sinergia” com sua atividade principal.
Segundo ele, o BB busca um parceiro para reduzir sua participação em “asset management”, na qual atua a BBDTVM, assim como fez com seu banco de investimentos. Em setembro, BB e UBS assinaram um memorando de entendimento e estão debruçados para concluir as conversas em torno da parceria na área de investimentos ainda este ano.
Após a palestra, Novaes disse que o modelo da parceria não seria igual, pois “setores diferentes requerem parcerias diferentes”. Questionado, ele evitou citar nomes de possíveis parceiros, mas disse que será estrangeiro.