El Niño dá trégua ao consumidor em preço de alimentos; serviços continuam pressionando


Alguns economistas entendem que a alimentação no domicílio tende a permanecer mais comportada este ano e levar a uma inflação ao consumidor um pouco menor; inflação de serviços, por outro lado, vai continuar pressionando

Por Cícero Cotrim
Atualização:

A queda de preço dos produtos agropecuários no atacado mostra que os efeitos do fenômeno climático El Niño sobre a inflação oficial (IPCA) de 2024 podem ter sido superestimados. Na avaliação de economistas, a expectativa é que o custo de alimentação dentro de casa fique mais comportado durante o ano e reduza a inflação ao consumidor, apesar de o IPCA ainda estar pressionado por outros fatores, como o preço dos serviços.

Os Índices Gerais de Preços (IGPs) da Fundação Getulio Vargas, mais sensíveis à inflação no atacado, caíram em 2023 e têm surpreendido consistentemente para baixo desde o início do ano. Esses são índices que medem a inflação geral, com a seguinte composição: 60% de inflação no atacado (IPA); 30% de inflação ao consumidor (IPC); e 10% de inflação na construção civil (INCC).

Os resultados respondem a taxas mais baixas no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) agropecuário, que tem registrado deflação, refletindo as quedas nas cotações de commodities agrícolas, como a soja e o milho. Segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, os preços dos produtos agropecuários caíram, em média, 16,4% em 2023.

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A consequência desse movimento foi um ajuste para baixo nas projeções de inflação no atacado. O último relatório Focus, do Banco Central, mostrou que as projeções dos analistas de mercado para o IGP-M de 2024 caiu de 4,07% para 3,3%. Já estimativa intermediária para o IPCA cedeu apenas 0,09 ponto porcentual no período, de 3,9% para 3,81%.

Preço de produtos agrícolas caiu nos últimos meses Foto: EPITACIO PESSOA/ESTADAO

“Era esperada este ano uma recuperação do IGP, mas parece que isso vai demorar um pouco mais para acontecer”, afirma o economista-chefe da Constância Investimentos, Alexandre Lohmann. Ele lembra que a deflação do IPA agropecuário tem respondido principalmente à melhora da perspectiva para a safra global de soja, que tem peso muito superior no atacado do que para o consumidor.

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O IGP-M chegou a subir a 37,04% durante a pandemia de covid-19, em meados de 2021, quase 30 pontos porcentuais acima do IPCA (8,06%). Desde meados de 2023, o IGP vêm devolvendo a alta e, em janeiro, acumulava baixa de 3,32% - 7,83 pontos abaixo da inflação ao consumidor, de 4,51%. A diferença média histórica entre os dois índices no Plano Real, em módulo, é de 4,2 pontos.

Média histórica

Sem os impactos maiores do El Niño nos alimentos, previstos inicialmente, Lohmann espera que o IGP-M feche 2024 com alta de apenas 2% - acima do resultado de 2023, quando houve deflação de 3,18%, mas abaixo da média histórica dos últimos dez anos, de 8,63%. Ele lembra, ainda, que em meados do ano o Federal Reserve (Fed, banco central americano) pode começar a diminuir os juros, o que pode levar a uma valorização do real e reduzir a inflação. A projeção para o IPCA é de 3,40%.

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O economista Fábio Romão, que acompanha a inflação na LCA Consultores, já diminuiu desde o início do ano a sua projeção para o IGP-M de 2024 em 1,2 ponto porcentual, de 3,8% para 2,6%. Essa revisão foi essencialmente puxada pela redução da expectativa de inflação ao produtor agropecuário, de 4,9% para 1,8%, devido à percepção de menores impactos climáticos sobre os preços de alimentos.

“A impressão que dá é que parte relevante dos efeitos do El Niño já apareceu nos preços e foi menos intensa do que se imaginava”, diz Romão. “A revisão do IPA agropecuário também se desdobrou na projeção de alimentação no domicílio (no IPCA), que passou de 6% para 3,9%”, completa o analista, que diminuiu a projeção para a inflação ao consumidor deste ano, de 4,2% para 4%.

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A taxa esperada para alimentação em casa supera a do IPA agropecuário devido aos alimentos in natura, que têm avançado e cujo peso é maior na inflação ao consumidor do que no atacado. Romão também cortou as expectativas para os bens industriais no IPCA (3,4% para 2,6%), com a perspectiva de um IPA industrial mais comportado este ano (3% para 1,9%).

A estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andrea Angelo, questiona a visão de uma contribuição positiva dos IGPs para o IPCA. Ela reconhece o impacto baixista dos grãos na inflação de alimentos no atacado - apenas o milho caiu 12% nos últimos três meses, na Bolsa de Chicago -, mas afirma que a pressão das proteínas e dos alimentos in natura deve puxar a inflação.

“Quem faz a projeção aberta do IPA anual está esperando que os preços agropecuários subam em torno de 3%, vindos de uma deflação próxima de 13% em 2023. Isso, para o IPCA, se traduz numa inflação de alimentação no domicílio acima de 6%”, diz Angelo. “A gente não embarcou nessa ideia de uma inflação de alimentos muito fraquinha”, completa a analista, que espera IPCA de 4% este ano.

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Serviços

A principal fonte de preocupação para a inflação deste ano continua sendo os serviços que excluem a sazonalidade, por exemplo, passagens áreas - justamente o grupo mais sensível à política monetária -, devido ao mercado de trabalho apertado. Depois de terem desacelerado consistentemente na segunda metade do ano passado, esses preços superaram as expectativas do mercado tanto no IPCA-15, quanto no IPCA de janeiro.

“Eu não concordo com a tese de que foi pontualmente uma aceleração de serviços bancários, que vão voltar depois”, diz Angelo. “Estou vendo os serviços subjacentes acelerando de 4,8% no ano passado para 5% agora, com um viés para 5,5%, por causa dos salários nominais subindo muito e da atividade reacelerando.”

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Em contrapartida, Lohmann, da Constância, argumenta que o IGP mais baixo pode resultar em algum alívio para o grupo. “Como os IGPs são um indexador importante de aluguéis, se eles ficarem negativos muito tempo, podemos ter um impacto para baixo nesses preços, que pesam bastante dentro dos serviços subjacentes. Preços de alimentos menores também podem ajudar a alimentação fora de casa”, explica o analista.

A queda de preço dos produtos agropecuários no atacado mostra que os efeitos do fenômeno climático El Niño sobre a inflação oficial (IPCA) de 2024 podem ter sido superestimados. Na avaliação de economistas, a expectativa é que o custo de alimentação dentro de casa fique mais comportado durante o ano e reduza a inflação ao consumidor, apesar de o IPCA ainda estar pressionado por outros fatores, como o preço dos serviços.

Os Índices Gerais de Preços (IGPs) da Fundação Getulio Vargas, mais sensíveis à inflação no atacado, caíram em 2023 e têm surpreendido consistentemente para baixo desde o início do ano. Esses são índices que medem a inflação geral, com a seguinte composição: 60% de inflação no atacado (IPA); 30% de inflação ao consumidor (IPC); e 10% de inflação na construção civil (INCC).

Os resultados respondem a taxas mais baixas no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) agropecuário, que tem registrado deflação, refletindo as quedas nas cotações de commodities agrícolas, como a soja e o milho. Segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, os preços dos produtos agropecuários caíram, em média, 16,4% em 2023.

A consequência desse movimento foi um ajuste para baixo nas projeções de inflação no atacado. O último relatório Focus, do Banco Central, mostrou que as projeções dos analistas de mercado para o IGP-M de 2024 caiu de 4,07% para 3,3%. Já estimativa intermediária para o IPCA cedeu apenas 0,09 ponto porcentual no período, de 3,9% para 3,81%.

Preço de produtos agrícolas caiu nos últimos meses Foto: EPITACIO PESSOA/ESTADAO

“Era esperada este ano uma recuperação do IGP, mas parece que isso vai demorar um pouco mais para acontecer”, afirma o economista-chefe da Constância Investimentos, Alexandre Lohmann. Ele lembra que a deflação do IPA agropecuário tem respondido principalmente à melhora da perspectiva para a safra global de soja, que tem peso muito superior no atacado do que para o consumidor.

O IGP-M chegou a subir a 37,04% durante a pandemia de covid-19, em meados de 2021, quase 30 pontos porcentuais acima do IPCA (8,06%). Desde meados de 2023, o IGP vêm devolvendo a alta e, em janeiro, acumulava baixa de 3,32% - 7,83 pontos abaixo da inflação ao consumidor, de 4,51%. A diferença média histórica entre os dois índices no Plano Real, em módulo, é de 4,2 pontos.

Média histórica

Sem os impactos maiores do El Niño nos alimentos, previstos inicialmente, Lohmann espera que o IGP-M feche 2024 com alta de apenas 2% - acima do resultado de 2023, quando houve deflação de 3,18%, mas abaixo da média histórica dos últimos dez anos, de 8,63%. Ele lembra, ainda, que em meados do ano o Federal Reserve (Fed, banco central americano) pode começar a diminuir os juros, o que pode levar a uma valorização do real e reduzir a inflação. A projeção para o IPCA é de 3,40%.

O economista Fábio Romão, que acompanha a inflação na LCA Consultores, já diminuiu desde o início do ano a sua projeção para o IGP-M de 2024 em 1,2 ponto porcentual, de 3,8% para 2,6%. Essa revisão foi essencialmente puxada pela redução da expectativa de inflação ao produtor agropecuário, de 4,9% para 1,8%, devido à percepção de menores impactos climáticos sobre os preços de alimentos.

“A impressão que dá é que parte relevante dos efeitos do El Niño já apareceu nos preços e foi menos intensa do que se imaginava”, diz Romão. “A revisão do IPA agropecuário também se desdobrou na projeção de alimentação no domicílio (no IPCA), que passou de 6% para 3,9%”, completa o analista, que diminuiu a projeção para a inflação ao consumidor deste ano, de 4,2% para 4%.

A taxa esperada para alimentação em casa supera a do IPA agropecuário devido aos alimentos in natura, que têm avançado e cujo peso é maior na inflação ao consumidor do que no atacado. Romão também cortou as expectativas para os bens industriais no IPCA (3,4% para 2,6%), com a perspectiva de um IPA industrial mais comportado este ano (3% para 1,9%).

A estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andrea Angelo, questiona a visão de uma contribuição positiva dos IGPs para o IPCA. Ela reconhece o impacto baixista dos grãos na inflação de alimentos no atacado - apenas o milho caiu 12% nos últimos três meses, na Bolsa de Chicago -, mas afirma que a pressão das proteínas e dos alimentos in natura deve puxar a inflação.

“Quem faz a projeção aberta do IPA anual está esperando que os preços agropecuários subam em torno de 3%, vindos de uma deflação próxima de 13% em 2023. Isso, para o IPCA, se traduz numa inflação de alimentação no domicílio acima de 6%”, diz Angelo. “A gente não embarcou nessa ideia de uma inflação de alimentos muito fraquinha”, completa a analista, que espera IPCA de 4% este ano.

Serviços

A principal fonte de preocupação para a inflação deste ano continua sendo os serviços que excluem a sazonalidade, por exemplo, passagens áreas - justamente o grupo mais sensível à política monetária -, devido ao mercado de trabalho apertado. Depois de terem desacelerado consistentemente na segunda metade do ano passado, esses preços superaram as expectativas do mercado tanto no IPCA-15, quanto no IPCA de janeiro.

“Eu não concordo com a tese de que foi pontualmente uma aceleração de serviços bancários, que vão voltar depois”, diz Angelo. “Estou vendo os serviços subjacentes acelerando de 4,8% no ano passado para 5% agora, com um viés para 5,5%, por causa dos salários nominais subindo muito e da atividade reacelerando.”

Em contrapartida, Lohmann, da Constância, argumenta que o IGP mais baixo pode resultar em algum alívio para o grupo. “Como os IGPs são um indexador importante de aluguéis, se eles ficarem negativos muito tempo, podemos ter um impacto para baixo nesses preços, que pesam bastante dentro dos serviços subjacentes. Preços de alimentos menores também podem ajudar a alimentação fora de casa”, explica o analista.

A queda de preço dos produtos agropecuários no atacado mostra que os efeitos do fenômeno climático El Niño sobre a inflação oficial (IPCA) de 2024 podem ter sido superestimados. Na avaliação de economistas, a expectativa é que o custo de alimentação dentro de casa fique mais comportado durante o ano e reduza a inflação ao consumidor, apesar de o IPCA ainda estar pressionado por outros fatores, como o preço dos serviços.

Os Índices Gerais de Preços (IGPs) da Fundação Getulio Vargas, mais sensíveis à inflação no atacado, caíram em 2023 e têm surpreendido consistentemente para baixo desde o início do ano. Esses são índices que medem a inflação geral, com a seguinte composição: 60% de inflação no atacado (IPA); 30% de inflação ao consumidor (IPC); e 10% de inflação na construção civil (INCC).

Os resultados respondem a taxas mais baixas no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) agropecuário, que tem registrado deflação, refletindo as quedas nas cotações de commodities agrícolas, como a soja e o milho. Segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, os preços dos produtos agropecuários caíram, em média, 16,4% em 2023.

A consequência desse movimento foi um ajuste para baixo nas projeções de inflação no atacado. O último relatório Focus, do Banco Central, mostrou que as projeções dos analistas de mercado para o IGP-M de 2024 caiu de 4,07% para 3,3%. Já estimativa intermediária para o IPCA cedeu apenas 0,09 ponto porcentual no período, de 3,9% para 3,81%.

Preço de produtos agrícolas caiu nos últimos meses Foto: EPITACIO PESSOA/ESTADAO

“Era esperada este ano uma recuperação do IGP, mas parece que isso vai demorar um pouco mais para acontecer”, afirma o economista-chefe da Constância Investimentos, Alexandre Lohmann. Ele lembra que a deflação do IPA agropecuário tem respondido principalmente à melhora da perspectiva para a safra global de soja, que tem peso muito superior no atacado do que para o consumidor.

O IGP-M chegou a subir a 37,04% durante a pandemia de covid-19, em meados de 2021, quase 30 pontos porcentuais acima do IPCA (8,06%). Desde meados de 2023, o IGP vêm devolvendo a alta e, em janeiro, acumulava baixa de 3,32% - 7,83 pontos abaixo da inflação ao consumidor, de 4,51%. A diferença média histórica entre os dois índices no Plano Real, em módulo, é de 4,2 pontos.

Média histórica

Sem os impactos maiores do El Niño nos alimentos, previstos inicialmente, Lohmann espera que o IGP-M feche 2024 com alta de apenas 2% - acima do resultado de 2023, quando houve deflação de 3,18%, mas abaixo da média histórica dos últimos dez anos, de 8,63%. Ele lembra, ainda, que em meados do ano o Federal Reserve (Fed, banco central americano) pode começar a diminuir os juros, o que pode levar a uma valorização do real e reduzir a inflação. A projeção para o IPCA é de 3,40%.

O economista Fábio Romão, que acompanha a inflação na LCA Consultores, já diminuiu desde o início do ano a sua projeção para o IGP-M de 2024 em 1,2 ponto porcentual, de 3,8% para 2,6%. Essa revisão foi essencialmente puxada pela redução da expectativa de inflação ao produtor agropecuário, de 4,9% para 1,8%, devido à percepção de menores impactos climáticos sobre os preços de alimentos.

“A impressão que dá é que parte relevante dos efeitos do El Niño já apareceu nos preços e foi menos intensa do que se imaginava”, diz Romão. “A revisão do IPA agropecuário também se desdobrou na projeção de alimentação no domicílio (no IPCA), que passou de 6% para 3,9%”, completa o analista, que diminuiu a projeção para a inflação ao consumidor deste ano, de 4,2% para 4%.

A taxa esperada para alimentação em casa supera a do IPA agropecuário devido aos alimentos in natura, que têm avançado e cujo peso é maior na inflação ao consumidor do que no atacado. Romão também cortou as expectativas para os bens industriais no IPCA (3,4% para 2,6%), com a perspectiva de um IPA industrial mais comportado este ano (3% para 1,9%).

A estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andrea Angelo, questiona a visão de uma contribuição positiva dos IGPs para o IPCA. Ela reconhece o impacto baixista dos grãos na inflação de alimentos no atacado - apenas o milho caiu 12% nos últimos três meses, na Bolsa de Chicago -, mas afirma que a pressão das proteínas e dos alimentos in natura deve puxar a inflação.

“Quem faz a projeção aberta do IPA anual está esperando que os preços agropecuários subam em torno de 3%, vindos de uma deflação próxima de 13% em 2023. Isso, para o IPCA, se traduz numa inflação de alimentação no domicílio acima de 6%”, diz Angelo. “A gente não embarcou nessa ideia de uma inflação de alimentos muito fraquinha”, completa a analista, que espera IPCA de 4% este ano.

Serviços

A principal fonte de preocupação para a inflação deste ano continua sendo os serviços que excluem a sazonalidade, por exemplo, passagens áreas - justamente o grupo mais sensível à política monetária -, devido ao mercado de trabalho apertado. Depois de terem desacelerado consistentemente na segunda metade do ano passado, esses preços superaram as expectativas do mercado tanto no IPCA-15, quanto no IPCA de janeiro.

“Eu não concordo com a tese de que foi pontualmente uma aceleração de serviços bancários, que vão voltar depois”, diz Angelo. “Estou vendo os serviços subjacentes acelerando de 4,8% no ano passado para 5% agora, com um viés para 5,5%, por causa dos salários nominais subindo muito e da atividade reacelerando.”

Em contrapartida, Lohmann, da Constância, argumenta que o IGP mais baixo pode resultar em algum alívio para o grupo. “Como os IGPs são um indexador importante de aluguéis, se eles ficarem negativos muito tempo, podemos ter um impacto para baixo nesses preços, que pesam bastante dentro dos serviços subjacentes. Preços de alimentos menores também podem ajudar a alimentação fora de casa”, explica o analista.

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