Como é a sensação de ‘pilotar’ o novo ‘carro voador’ da Embraer


Comandar a aeronave no simulador é simples e intuitivo; projeto prevê que piloto tenha de dar poucos comandos e que softwares façam maior parte das manobras

Por Luciana Dyniewicz

Quatro telas de 75 polegadas (1,90 metro) instaladas na vertical, acopladas como se fossem um biombo, mostram a pista de teste da Embraer em São José dos Campos (SP). Sento diante delas em uma poltrona que desliza por um trilho e trava automaticamente. Entre mim e as telas, um monitor. No canto inferior esquerdo dele, um botão para ligar o suposto “carro voador” e outro para decolar. Pronto, começo a sobrevoar São José dos Campos.

O Estadão foi até a cidade-sede da Embraer para testar o simulador do eVTOL (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, como é chamada oficialmente a aeronave). O equipamento foi instalado em uma das unidades da empresa em julho do ano passado e vem sendo usado para se experimentar, por exemplo, a interface entre o piloto e a máquina. Assim, pilotos de teste da Embraer operam o simulador e passam para os engenheiros o que precisa ser alterado para que o futuro equipamento seja exitoso. 

“O piloto testa e nos diz se uma mudança de direção tem de ser mais ou menos suave”, explica o diretor executivo da Eve (empresa da Embraer responsável pelo desenvolvimento do eVTOL), Andre Stein. Segundo o executivo, a intenção é que a pilotagem da aeronave seja fácil e intuitiva. Os softwares é que devem fazer a maior parte do trabalho, precisando de poucos comandos do piloto e garantindo uma evolução fácil para a versão autônoma do “carro voador”.

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Instalado em unidade da Embraer em São José dos Campos, simulador vem sendo usado por pilotos desde julho de 2020 para indicar melhorias que precisam ser feitas Foto: Léo Souza/Estadão

Pelo que foi observado, a companhia caminha rapidamente nessa direção. Após apertar o botão de ligar e o de decolar, manuseei um joystick com a mão direita para dar a direção do voo. O equipamento respondeu de forma suave. Com a mão esquerda, movimentei uma alavanca de aceleração que permite a aeronave avançar ou retroceder. 

A pilotagem é tão simples que não tive nenhuma dificuldade em “aterrissar” em um ponto exato da sede da Embraer, apesar de não ter nenhuma experiência com aeronaves. A velocidade máxima tinha sido fixada já nos computadores em 30 km por hora, o que impediu que o voo fosse um pouco mais emocionante. 

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A companhia trabalha para que o eVTOL opere a até 180 km/h, mas a ideia de que a velocidade seja controlada pelo computador, e não pelo piloto, deve acontecer na prática – o que também garante uma maior segurança.

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Enquanto pilotos e engenheiros fazem simulações em São José dos Campos, outra equipe trabalha em Gavião Peixoto (SP) em uma espécie de protótipo da aeronave. Do tamanho que deverá ter o eVTOL, mas sem fuselagem, o equipamento vem sendo utilizado para testar o conceito do “carro voador”. Os funcionários estudam, por exemplo, se as hélices estão nos locais adequados e se os sistemas estão integrados de forma correta. Stein explica que a construção vai sendo feita em bloquinhos, até que chegará o momento de colocar todos para funcionar conjuntamente.

A expectativa, segundo o executivo, é que esse equipamento semelhante a um protótipo faça seu primeiro voo “nos próximos meses”. A meta da Eve é entregar o “carro voador” em 2026.

Assim como o simulador, a aeronave deverá ser o mais simples possível, com peças fixas, pois isso facilita os trabalho de manutenção, tornado a operação mais barata. O eVTOL deverá ter dez motores, sendo oito deles para movê-lo verticalmente e dois, horizontalmente. Como os motores serão elétricos, não emitirão gases de efeito estuda, reduzirão o barulho e ainda serão leves – isso permitirá que vários deles sejam instalados em uma única aeronave e, portanto, façam o deslocamento vertical e o horizontal.

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O projeto da Eve prevê que o eVTOL voe entre 400 metros e 500 metros de altitude, possa se deslocar por até 100 km e carregue quatro passageiros, além do piloto. Quando for autônomo, a capacidade deve subir para seis passageiros.

Empresa recebe pedido de australiana e já tem 745 encomendas

A Embraer anunciou ontem que recebeu um pedido de dez eVTOLs da Nautilus Aviation, operadora de helicópteros da Austrália. Até agora, a empresa brasileira já recebeu encomenda para entregar 745 “carros voadores”, o que tem animado o mercado e feito as ações da Embraer subirem – no ano, a alta é de quase 130%.

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Há ainda uma grande expectativa no mercado financeiro em relação à fusão da Eve com a Spac (empresa de propósito específico para aquisição) Zanite. O diretor executivo da Eve, Andre Stein, afirma estar “confortável” com o andamento das negociações. Com a operação, a Eve pode atingir o valor de mercado de US$ 2 bilhões.

Quatro telas de 75 polegadas (1,90 metro) instaladas na vertical, acopladas como se fossem um biombo, mostram a pista de teste da Embraer em São José dos Campos (SP). Sento diante delas em uma poltrona que desliza por um trilho e trava automaticamente. Entre mim e as telas, um monitor. No canto inferior esquerdo dele, um botão para ligar o suposto “carro voador” e outro para decolar. Pronto, começo a sobrevoar São José dos Campos.

O Estadão foi até a cidade-sede da Embraer para testar o simulador do eVTOL (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, como é chamada oficialmente a aeronave). O equipamento foi instalado em uma das unidades da empresa em julho do ano passado e vem sendo usado para se experimentar, por exemplo, a interface entre o piloto e a máquina. Assim, pilotos de teste da Embraer operam o simulador e passam para os engenheiros o que precisa ser alterado para que o futuro equipamento seja exitoso. 

“O piloto testa e nos diz se uma mudança de direção tem de ser mais ou menos suave”, explica o diretor executivo da Eve (empresa da Embraer responsável pelo desenvolvimento do eVTOL), Andre Stein. Segundo o executivo, a intenção é que a pilotagem da aeronave seja fácil e intuitiva. Os softwares é que devem fazer a maior parte do trabalho, precisando de poucos comandos do piloto e garantindo uma evolução fácil para a versão autônoma do “carro voador”.

Instalado em unidade da Embraer em São José dos Campos, simulador vem sendo usado por pilotos desde julho de 2020 para indicar melhorias que precisam ser feitas Foto: Léo Souza/Estadão

Pelo que foi observado, a companhia caminha rapidamente nessa direção. Após apertar o botão de ligar e o de decolar, manuseei um joystick com a mão direita para dar a direção do voo. O equipamento respondeu de forma suave. Com a mão esquerda, movimentei uma alavanca de aceleração que permite a aeronave avançar ou retroceder. 

A pilotagem é tão simples que não tive nenhuma dificuldade em “aterrissar” em um ponto exato da sede da Embraer, apesar de não ter nenhuma experiência com aeronaves. A velocidade máxima tinha sido fixada já nos computadores em 30 km por hora, o que impediu que o voo fosse um pouco mais emocionante. 

A companhia trabalha para que o eVTOL opere a até 180 km/h, mas a ideia de que a velocidade seja controlada pelo computador, e não pelo piloto, deve acontecer na prática – o que também garante uma maior segurança.

Enquanto pilotos e engenheiros fazem simulações em São José dos Campos, outra equipe trabalha em Gavião Peixoto (SP) em uma espécie de protótipo da aeronave. Do tamanho que deverá ter o eVTOL, mas sem fuselagem, o equipamento vem sendo utilizado para testar o conceito do “carro voador”. Os funcionários estudam, por exemplo, se as hélices estão nos locais adequados e se os sistemas estão integrados de forma correta. Stein explica que a construção vai sendo feita em bloquinhos, até que chegará o momento de colocar todos para funcionar conjuntamente.

A expectativa, segundo o executivo, é que esse equipamento semelhante a um protótipo faça seu primeiro voo “nos próximos meses”. A meta da Eve é entregar o “carro voador” em 2026.

Assim como o simulador, a aeronave deverá ser o mais simples possível, com peças fixas, pois isso facilita os trabalho de manutenção, tornado a operação mais barata. O eVTOL deverá ter dez motores, sendo oito deles para movê-lo verticalmente e dois, horizontalmente. Como os motores serão elétricos, não emitirão gases de efeito estuda, reduzirão o barulho e ainda serão leves – isso permitirá que vários deles sejam instalados em uma única aeronave e, portanto, façam o deslocamento vertical e o horizontal.

O projeto da Eve prevê que o eVTOL voe entre 400 metros e 500 metros de altitude, possa se deslocar por até 100 km e carregue quatro passageiros, além do piloto. Quando for autônomo, a capacidade deve subir para seis passageiros.

Empresa recebe pedido de australiana e já tem 745 encomendas

A Embraer anunciou ontem que recebeu um pedido de dez eVTOLs da Nautilus Aviation, operadora de helicópteros da Austrália. Até agora, a empresa brasileira já recebeu encomenda para entregar 745 “carros voadores”, o que tem animado o mercado e feito as ações da Embraer subirem – no ano, a alta é de quase 130%.

Há ainda uma grande expectativa no mercado financeiro em relação à fusão da Eve com a Spac (empresa de propósito específico para aquisição) Zanite. O diretor executivo da Eve, Andre Stein, afirma estar “confortável” com o andamento das negociações. Com a operação, a Eve pode atingir o valor de mercado de US$ 2 bilhões.

Quatro telas de 75 polegadas (1,90 metro) instaladas na vertical, acopladas como se fossem um biombo, mostram a pista de teste da Embraer em São José dos Campos (SP). Sento diante delas em uma poltrona que desliza por um trilho e trava automaticamente. Entre mim e as telas, um monitor. No canto inferior esquerdo dele, um botão para ligar o suposto “carro voador” e outro para decolar. Pronto, começo a sobrevoar São José dos Campos.

O Estadão foi até a cidade-sede da Embraer para testar o simulador do eVTOL (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, como é chamada oficialmente a aeronave). O equipamento foi instalado em uma das unidades da empresa em julho do ano passado e vem sendo usado para se experimentar, por exemplo, a interface entre o piloto e a máquina. Assim, pilotos de teste da Embraer operam o simulador e passam para os engenheiros o que precisa ser alterado para que o futuro equipamento seja exitoso. 

“O piloto testa e nos diz se uma mudança de direção tem de ser mais ou menos suave”, explica o diretor executivo da Eve (empresa da Embraer responsável pelo desenvolvimento do eVTOL), Andre Stein. Segundo o executivo, a intenção é que a pilotagem da aeronave seja fácil e intuitiva. Os softwares é que devem fazer a maior parte do trabalho, precisando de poucos comandos do piloto e garantindo uma evolução fácil para a versão autônoma do “carro voador”.

Instalado em unidade da Embraer em São José dos Campos, simulador vem sendo usado por pilotos desde julho de 2020 para indicar melhorias que precisam ser feitas Foto: Léo Souza/Estadão

Pelo que foi observado, a companhia caminha rapidamente nessa direção. Após apertar o botão de ligar e o de decolar, manuseei um joystick com a mão direita para dar a direção do voo. O equipamento respondeu de forma suave. Com a mão esquerda, movimentei uma alavanca de aceleração que permite a aeronave avançar ou retroceder. 

A pilotagem é tão simples que não tive nenhuma dificuldade em “aterrissar” em um ponto exato da sede da Embraer, apesar de não ter nenhuma experiência com aeronaves. A velocidade máxima tinha sido fixada já nos computadores em 30 km por hora, o que impediu que o voo fosse um pouco mais emocionante. 

A companhia trabalha para que o eVTOL opere a até 180 km/h, mas a ideia de que a velocidade seja controlada pelo computador, e não pelo piloto, deve acontecer na prática – o que também garante uma maior segurança.

Enquanto pilotos e engenheiros fazem simulações em São José dos Campos, outra equipe trabalha em Gavião Peixoto (SP) em uma espécie de protótipo da aeronave. Do tamanho que deverá ter o eVTOL, mas sem fuselagem, o equipamento vem sendo utilizado para testar o conceito do “carro voador”. Os funcionários estudam, por exemplo, se as hélices estão nos locais adequados e se os sistemas estão integrados de forma correta. Stein explica que a construção vai sendo feita em bloquinhos, até que chegará o momento de colocar todos para funcionar conjuntamente.

A expectativa, segundo o executivo, é que esse equipamento semelhante a um protótipo faça seu primeiro voo “nos próximos meses”. A meta da Eve é entregar o “carro voador” em 2026.

Assim como o simulador, a aeronave deverá ser o mais simples possível, com peças fixas, pois isso facilita os trabalho de manutenção, tornado a operação mais barata. O eVTOL deverá ter dez motores, sendo oito deles para movê-lo verticalmente e dois, horizontalmente. Como os motores serão elétricos, não emitirão gases de efeito estuda, reduzirão o barulho e ainda serão leves – isso permitirá que vários deles sejam instalados em uma única aeronave e, portanto, façam o deslocamento vertical e o horizontal.

O projeto da Eve prevê que o eVTOL voe entre 400 metros e 500 metros de altitude, possa se deslocar por até 100 km e carregue quatro passageiros, além do piloto. Quando for autônomo, a capacidade deve subir para seis passageiros.

Empresa recebe pedido de australiana e já tem 745 encomendas

A Embraer anunciou ontem que recebeu um pedido de dez eVTOLs da Nautilus Aviation, operadora de helicópteros da Austrália. Até agora, a empresa brasileira já recebeu encomenda para entregar 745 “carros voadores”, o que tem animado o mercado e feito as ações da Embraer subirem – no ano, a alta é de quase 130%.

Há ainda uma grande expectativa no mercado financeiro em relação à fusão da Eve com a Spac (empresa de propósito específico para aquisição) Zanite. O diretor executivo da Eve, Andre Stein, afirma estar “confortável” com o andamento das negociações. Com a operação, a Eve pode atingir o valor de mercado de US$ 2 bilhões.

Quatro telas de 75 polegadas (1,90 metro) instaladas na vertical, acopladas como se fossem um biombo, mostram a pista de teste da Embraer em São José dos Campos (SP). Sento diante delas em uma poltrona que desliza por um trilho e trava automaticamente. Entre mim e as telas, um monitor. No canto inferior esquerdo dele, um botão para ligar o suposto “carro voador” e outro para decolar. Pronto, começo a sobrevoar São José dos Campos.

O Estadão foi até a cidade-sede da Embraer para testar o simulador do eVTOL (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, como é chamada oficialmente a aeronave). O equipamento foi instalado em uma das unidades da empresa em julho do ano passado e vem sendo usado para se experimentar, por exemplo, a interface entre o piloto e a máquina. Assim, pilotos de teste da Embraer operam o simulador e passam para os engenheiros o que precisa ser alterado para que o futuro equipamento seja exitoso. 

“O piloto testa e nos diz se uma mudança de direção tem de ser mais ou menos suave”, explica o diretor executivo da Eve (empresa da Embraer responsável pelo desenvolvimento do eVTOL), Andre Stein. Segundo o executivo, a intenção é que a pilotagem da aeronave seja fácil e intuitiva. Os softwares é que devem fazer a maior parte do trabalho, precisando de poucos comandos do piloto e garantindo uma evolução fácil para a versão autônoma do “carro voador”.

Instalado em unidade da Embraer em São José dos Campos, simulador vem sendo usado por pilotos desde julho de 2020 para indicar melhorias que precisam ser feitas Foto: Léo Souza/Estadão

Pelo que foi observado, a companhia caminha rapidamente nessa direção. Após apertar o botão de ligar e o de decolar, manuseei um joystick com a mão direita para dar a direção do voo. O equipamento respondeu de forma suave. Com a mão esquerda, movimentei uma alavanca de aceleração que permite a aeronave avançar ou retroceder. 

A pilotagem é tão simples que não tive nenhuma dificuldade em “aterrissar” em um ponto exato da sede da Embraer, apesar de não ter nenhuma experiência com aeronaves. A velocidade máxima tinha sido fixada já nos computadores em 30 km por hora, o que impediu que o voo fosse um pouco mais emocionante. 

A companhia trabalha para que o eVTOL opere a até 180 km/h, mas a ideia de que a velocidade seja controlada pelo computador, e não pelo piloto, deve acontecer na prática – o que também garante uma maior segurança.

Enquanto pilotos e engenheiros fazem simulações em São José dos Campos, outra equipe trabalha em Gavião Peixoto (SP) em uma espécie de protótipo da aeronave. Do tamanho que deverá ter o eVTOL, mas sem fuselagem, o equipamento vem sendo utilizado para testar o conceito do “carro voador”. Os funcionários estudam, por exemplo, se as hélices estão nos locais adequados e se os sistemas estão integrados de forma correta. Stein explica que a construção vai sendo feita em bloquinhos, até que chegará o momento de colocar todos para funcionar conjuntamente.

A expectativa, segundo o executivo, é que esse equipamento semelhante a um protótipo faça seu primeiro voo “nos próximos meses”. A meta da Eve é entregar o “carro voador” em 2026.

Assim como o simulador, a aeronave deverá ser o mais simples possível, com peças fixas, pois isso facilita os trabalho de manutenção, tornado a operação mais barata. O eVTOL deverá ter dez motores, sendo oito deles para movê-lo verticalmente e dois, horizontalmente. Como os motores serão elétricos, não emitirão gases de efeito estuda, reduzirão o barulho e ainda serão leves – isso permitirá que vários deles sejam instalados em uma única aeronave e, portanto, façam o deslocamento vertical e o horizontal.

O projeto da Eve prevê que o eVTOL voe entre 400 metros e 500 metros de altitude, possa se deslocar por até 100 km e carregue quatro passageiros, além do piloto. Quando for autônomo, a capacidade deve subir para seis passageiros.

Empresa recebe pedido de australiana e já tem 745 encomendas

A Embraer anunciou ontem que recebeu um pedido de dez eVTOLs da Nautilus Aviation, operadora de helicópteros da Austrália. Até agora, a empresa brasileira já recebeu encomenda para entregar 745 “carros voadores”, o que tem animado o mercado e feito as ações da Embraer subirem – no ano, a alta é de quase 130%.

Há ainda uma grande expectativa no mercado financeiro em relação à fusão da Eve com a Spac (empresa de propósito específico para aquisição) Zanite. O diretor executivo da Eve, Andre Stein, afirma estar “confortável” com o andamento das negociações. Com a operação, a Eve pode atingir o valor de mercado de US$ 2 bilhões.

Quatro telas de 75 polegadas (1,90 metro) instaladas na vertical, acopladas como se fossem um biombo, mostram a pista de teste da Embraer em São José dos Campos (SP). Sento diante delas em uma poltrona que desliza por um trilho e trava automaticamente. Entre mim e as telas, um monitor. No canto inferior esquerdo dele, um botão para ligar o suposto “carro voador” e outro para decolar. Pronto, começo a sobrevoar São José dos Campos.

O Estadão foi até a cidade-sede da Embraer para testar o simulador do eVTOL (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, como é chamada oficialmente a aeronave). O equipamento foi instalado em uma das unidades da empresa em julho do ano passado e vem sendo usado para se experimentar, por exemplo, a interface entre o piloto e a máquina. Assim, pilotos de teste da Embraer operam o simulador e passam para os engenheiros o que precisa ser alterado para que o futuro equipamento seja exitoso. 

“O piloto testa e nos diz se uma mudança de direção tem de ser mais ou menos suave”, explica o diretor executivo da Eve (empresa da Embraer responsável pelo desenvolvimento do eVTOL), Andre Stein. Segundo o executivo, a intenção é que a pilotagem da aeronave seja fácil e intuitiva. Os softwares é que devem fazer a maior parte do trabalho, precisando de poucos comandos do piloto e garantindo uma evolução fácil para a versão autônoma do “carro voador”.

Instalado em unidade da Embraer em São José dos Campos, simulador vem sendo usado por pilotos desde julho de 2020 para indicar melhorias que precisam ser feitas Foto: Léo Souza/Estadão

Pelo que foi observado, a companhia caminha rapidamente nessa direção. Após apertar o botão de ligar e o de decolar, manuseei um joystick com a mão direita para dar a direção do voo. O equipamento respondeu de forma suave. Com a mão esquerda, movimentei uma alavanca de aceleração que permite a aeronave avançar ou retroceder. 

A pilotagem é tão simples que não tive nenhuma dificuldade em “aterrissar” em um ponto exato da sede da Embraer, apesar de não ter nenhuma experiência com aeronaves. A velocidade máxima tinha sido fixada já nos computadores em 30 km por hora, o que impediu que o voo fosse um pouco mais emocionante. 

A companhia trabalha para que o eVTOL opere a até 180 km/h, mas a ideia de que a velocidade seja controlada pelo computador, e não pelo piloto, deve acontecer na prática – o que também garante uma maior segurança.

Enquanto pilotos e engenheiros fazem simulações em São José dos Campos, outra equipe trabalha em Gavião Peixoto (SP) em uma espécie de protótipo da aeronave. Do tamanho que deverá ter o eVTOL, mas sem fuselagem, o equipamento vem sendo utilizado para testar o conceito do “carro voador”. Os funcionários estudam, por exemplo, se as hélices estão nos locais adequados e se os sistemas estão integrados de forma correta. Stein explica que a construção vai sendo feita em bloquinhos, até que chegará o momento de colocar todos para funcionar conjuntamente.

A expectativa, segundo o executivo, é que esse equipamento semelhante a um protótipo faça seu primeiro voo “nos próximos meses”. A meta da Eve é entregar o “carro voador” em 2026.

Assim como o simulador, a aeronave deverá ser o mais simples possível, com peças fixas, pois isso facilita os trabalho de manutenção, tornado a operação mais barata. O eVTOL deverá ter dez motores, sendo oito deles para movê-lo verticalmente e dois, horizontalmente. Como os motores serão elétricos, não emitirão gases de efeito estuda, reduzirão o barulho e ainda serão leves – isso permitirá que vários deles sejam instalados em uma única aeronave e, portanto, façam o deslocamento vertical e o horizontal.

O projeto da Eve prevê que o eVTOL voe entre 400 metros e 500 metros de altitude, possa se deslocar por até 100 km e carregue quatro passageiros, além do piloto. Quando for autônomo, a capacidade deve subir para seis passageiros.

Empresa recebe pedido de australiana e já tem 745 encomendas

A Embraer anunciou ontem que recebeu um pedido de dez eVTOLs da Nautilus Aviation, operadora de helicópteros da Austrália. Até agora, a empresa brasileira já recebeu encomenda para entregar 745 “carros voadores”, o que tem animado o mercado e feito as ações da Embraer subirem – no ano, a alta é de quase 130%.

Há ainda uma grande expectativa no mercado financeiro em relação à fusão da Eve com a Spac (empresa de propósito específico para aquisição) Zanite. O diretor executivo da Eve, Andre Stein, afirma estar “confortável” com o andamento das negociações. Com a operação, a Eve pode atingir o valor de mercado de US$ 2 bilhões.

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