Como o horário de verão afeta diferentes setores da economia?


Medida pode aumentar a demanda de bares, restaurantes, lazer e turismo, mas não deve ter impacto positivo na economia de energia

Por Jessica Brasil Skroch

A última vez em que o horário de verão foi implantado no Brasil foi entre outubro de 2018 e fevereiro de 2019. Recentemente, a equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, fez uma enquete no Twitter questionando sobre a volta da medida. Ao Estadão, diferentes setores da economia afirmam que o possível retorno do horário de verão em 2023 não deve ser significativo para diminuir o consumo de energia, mas pode acarretar outros impactos. Confira o que dizem as associações.

Horário de verão não deve ter impacto nos padrões de consumo de energia dos setores da economia, apontam associações  Foto: Cris Fafa/Fox Press Photo

Bares e restaurantes

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Para os bares e restaurantes, a medida pode ser benéfica, uma vez que há mais horas de claridade, facilitando a circulação de pessoas e a segurança por mais tempo. A Associação de Bares e Restaurantes de São Paulo é favorável, já que o impacto para esses estabelecimentos é positivo.

“A cidade fica mais alegre, iluminada, o que dá sensação de segurança e permite maior circulação de pessoas. Assim, podemos incentivar a cultura do happy hour, que é menos valorizada aqui do que na Europa”, afirma Percival Maricato, Diretor Institucional da associação.

Em relação à economia de energia, no entanto, Maricato afirma que o impacto para os bares e restaurantes é insignificante, já que esses locais, que normalmente abrem a partir das 18h, já possuem um gasto de energia com as geladeiras, ar condicionado e outros equipamentos. “Toda economia [de energia] é importante na nossa situação, principalmente em relação ao meio ambiente, mas é preciso avaliar, com pesquisas, os benefícios para toda a sociedade”, pontua.

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Comércio

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) não chegou a discutir o assunto até o momento. Na opinião de Marcel Solimeo, economista chefe do Instituto Gastão Vidigal da ACSP, o horário de verão é mais positivo para atividades ligadas ao lazer, turismo, restaurantes e eventos em geral. Para o resto do comércio, Solimeo acredita que a medida não tem uma diferença muito grande. “Se a cidade é turística, isso deve beneficiar mais, atrair mais pessoas”, afirma. Ele destaca, ainda, que há uma boa parte do comércio que já abre até mais tarde, como os shoppings.

O que pode acontecer, diz o economista, é aumentar o volume de compras por impulso. “É a compra que você faz quando está passando por uma loja, você não saiu para comprar. Isso pode acontecer no comércio de rua, que talvez se beneficie com a circulação”, explica. Essa atração deve acontecer apenas em ruas com muita movimentação e comércios, coloca Solimeo.

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Indústria

O retorno do horário de verão não impacta a economia de energia das indústrias, segundo associação do setor. Paulo Pedrosa, diretor da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), afirma que, diferentemente dos consumidores regulados das distribuidoras, as grandes indústrias representadas pela associação estão quase todas no mercado livre de energia, que possuem modelos tarifários que já sinalizam qual o preço do consumo de energia de acordo com as horas do dia.

“A mudança do horário de verão, sob o ponto de vista industrial, não afeta muito o comportamento das grandes indústrias, que já mudam o consumo de energia ao longo do dia e organizam a produção para diminuir esse gasto no horário de ponta, uma vez que para elas a energia já é muito cara”, explica Pedrosa.

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A medida traria uma reprogramação para as indústrias, aponta Pedrosa, como alterações nos turnos de trabalho dos trabalhadores do setor, olhando para a variação de energia. As mudanças, no entanto, não trariam grandes dificuldades, diz o diretor.

O horário de verão

O horário de verão foi adotado no Brasil por 34 anos consecutivos com o objetivo de reduzir o consumo de energia. Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro acabou com a norma, e o último horário de verão foi entre outubro de 2018 e fevereiro de 2019. O governo argumentou que as mudanças nos hábitos do consumidor e avanço da tecnologia reduziram a relevância da economia de energia no horário de ponta ao longo dos anos.

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Na enquete proposta por Lula, em seu perfil no Twitter, 66% foi favorável ao retorno do horário de verão, enquanto 34% votaram contra. Ressalta-se que a enquete não tem metodologia científica.

Neste ano, novos estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontaram que a aplicação do horário de verão não traria benefícios para a operação do sistema elétrico nacional em 2022.

A última vez em que o horário de verão foi implantado no Brasil foi entre outubro de 2018 e fevereiro de 2019. Recentemente, a equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, fez uma enquete no Twitter questionando sobre a volta da medida. Ao Estadão, diferentes setores da economia afirmam que o possível retorno do horário de verão em 2023 não deve ser significativo para diminuir o consumo de energia, mas pode acarretar outros impactos. Confira o que dizem as associações.

Horário de verão não deve ter impacto nos padrões de consumo de energia dos setores da economia, apontam associações  Foto: Cris Fafa/Fox Press Photo

Bares e restaurantes

Para os bares e restaurantes, a medida pode ser benéfica, uma vez que há mais horas de claridade, facilitando a circulação de pessoas e a segurança por mais tempo. A Associação de Bares e Restaurantes de São Paulo é favorável, já que o impacto para esses estabelecimentos é positivo.

“A cidade fica mais alegre, iluminada, o que dá sensação de segurança e permite maior circulação de pessoas. Assim, podemos incentivar a cultura do happy hour, que é menos valorizada aqui do que na Europa”, afirma Percival Maricato, Diretor Institucional da associação.

Em relação à economia de energia, no entanto, Maricato afirma que o impacto para os bares e restaurantes é insignificante, já que esses locais, que normalmente abrem a partir das 18h, já possuem um gasto de energia com as geladeiras, ar condicionado e outros equipamentos. “Toda economia [de energia] é importante na nossa situação, principalmente em relação ao meio ambiente, mas é preciso avaliar, com pesquisas, os benefícios para toda a sociedade”, pontua.

Comércio

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) não chegou a discutir o assunto até o momento. Na opinião de Marcel Solimeo, economista chefe do Instituto Gastão Vidigal da ACSP, o horário de verão é mais positivo para atividades ligadas ao lazer, turismo, restaurantes e eventos em geral. Para o resto do comércio, Solimeo acredita que a medida não tem uma diferença muito grande. “Se a cidade é turística, isso deve beneficiar mais, atrair mais pessoas”, afirma. Ele destaca, ainda, que há uma boa parte do comércio que já abre até mais tarde, como os shoppings.

O que pode acontecer, diz o economista, é aumentar o volume de compras por impulso. “É a compra que você faz quando está passando por uma loja, você não saiu para comprar. Isso pode acontecer no comércio de rua, que talvez se beneficie com a circulação”, explica. Essa atração deve acontecer apenas em ruas com muita movimentação e comércios, coloca Solimeo.

Indústria

O retorno do horário de verão não impacta a economia de energia das indústrias, segundo associação do setor. Paulo Pedrosa, diretor da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), afirma que, diferentemente dos consumidores regulados das distribuidoras, as grandes indústrias representadas pela associação estão quase todas no mercado livre de energia, que possuem modelos tarifários que já sinalizam qual o preço do consumo de energia de acordo com as horas do dia.

“A mudança do horário de verão, sob o ponto de vista industrial, não afeta muito o comportamento das grandes indústrias, que já mudam o consumo de energia ao longo do dia e organizam a produção para diminuir esse gasto no horário de ponta, uma vez que para elas a energia já é muito cara”, explica Pedrosa.

A medida traria uma reprogramação para as indústrias, aponta Pedrosa, como alterações nos turnos de trabalho dos trabalhadores do setor, olhando para a variação de energia. As mudanças, no entanto, não trariam grandes dificuldades, diz o diretor.

O horário de verão

O horário de verão foi adotado no Brasil por 34 anos consecutivos com o objetivo de reduzir o consumo de energia. Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro acabou com a norma, e o último horário de verão foi entre outubro de 2018 e fevereiro de 2019. O governo argumentou que as mudanças nos hábitos do consumidor e avanço da tecnologia reduziram a relevância da economia de energia no horário de ponta ao longo dos anos.

Na enquete proposta por Lula, em seu perfil no Twitter, 66% foi favorável ao retorno do horário de verão, enquanto 34% votaram contra. Ressalta-se que a enquete não tem metodologia científica.

Neste ano, novos estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontaram que a aplicação do horário de verão não traria benefícios para a operação do sistema elétrico nacional em 2022.

A última vez em que o horário de verão foi implantado no Brasil foi entre outubro de 2018 e fevereiro de 2019. Recentemente, a equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, fez uma enquete no Twitter questionando sobre a volta da medida. Ao Estadão, diferentes setores da economia afirmam que o possível retorno do horário de verão em 2023 não deve ser significativo para diminuir o consumo de energia, mas pode acarretar outros impactos. Confira o que dizem as associações.

Horário de verão não deve ter impacto nos padrões de consumo de energia dos setores da economia, apontam associações  Foto: Cris Fafa/Fox Press Photo

Bares e restaurantes

Para os bares e restaurantes, a medida pode ser benéfica, uma vez que há mais horas de claridade, facilitando a circulação de pessoas e a segurança por mais tempo. A Associação de Bares e Restaurantes de São Paulo é favorável, já que o impacto para esses estabelecimentos é positivo.

“A cidade fica mais alegre, iluminada, o que dá sensação de segurança e permite maior circulação de pessoas. Assim, podemos incentivar a cultura do happy hour, que é menos valorizada aqui do que na Europa”, afirma Percival Maricato, Diretor Institucional da associação.

Em relação à economia de energia, no entanto, Maricato afirma que o impacto para os bares e restaurantes é insignificante, já que esses locais, que normalmente abrem a partir das 18h, já possuem um gasto de energia com as geladeiras, ar condicionado e outros equipamentos. “Toda economia [de energia] é importante na nossa situação, principalmente em relação ao meio ambiente, mas é preciso avaliar, com pesquisas, os benefícios para toda a sociedade”, pontua.

Comércio

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) não chegou a discutir o assunto até o momento. Na opinião de Marcel Solimeo, economista chefe do Instituto Gastão Vidigal da ACSP, o horário de verão é mais positivo para atividades ligadas ao lazer, turismo, restaurantes e eventos em geral. Para o resto do comércio, Solimeo acredita que a medida não tem uma diferença muito grande. “Se a cidade é turística, isso deve beneficiar mais, atrair mais pessoas”, afirma. Ele destaca, ainda, que há uma boa parte do comércio que já abre até mais tarde, como os shoppings.

O que pode acontecer, diz o economista, é aumentar o volume de compras por impulso. “É a compra que você faz quando está passando por uma loja, você não saiu para comprar. Isso pode acontecer no comércio de rua, que talvez se beneficie com a circulação”, explica. Essa atração deve acontecer apenas em ruas com muita movimentação e comércios, coloca Solimeo.

Indústria

O retorno do horário de verão não impacta a economia de energia das indústrias, segundo associação do setor. Paulo Pedrosa, diretor da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), afirma que, diferentemente dos consumidores regulados das distribuidoras, as grandes indústrias representadas pela associação estão quase todas no mercado livre de energia, que possuem modelos tarifários que já sinalizam qual o preço do consumo de energia de acordo com as horas do dia.

“A mudança do horário de verão, sob o ponto de vista industrial, não afeta muito o comportamento das grandes indústrias, que já mudam o consumo de energia ao longo do dia e organizam a produção para diminuir esse gasto no horário de ponta, uma vez que para elas a energia já é muito cara”, explica Pedrosa.

A medida traria uma reprogramação para as indústrias, aponta Pedrosa, como alterações nos turnos de trabalho dos trabalhadores do setor, olhando para a variação de energia. As mudanças, no entanto, não trariam grandes dificuldades, diz o diretor.

O horário de verão

O horário de verão foi adotado no Brasil por 34 anos consecutivos com o objetivo de reduzir o consumo de energia. Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro acabou com a norma, e o último horário de verão foi entre outubro de 2018 e fevereiro de 2019. O governo argumentou que as mudanças nos hábitos do consumidor e avanço da tecnologia reduziram a relevância da economia de energia no horário de ponta ao longo dos anos.

Na enquete proposta por Lula, em seu perfil no Twitter, 66% foi favorável ao retorno do horário de verão, enquanto 34% votaram contra. Ressalta-se que a enquete não tem metodologia científica.

Neste ano, novos estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontaram que a aplicação do horário de verão não traria benefícios para a operação do sistema elétrico nacional em 2022.

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