Concessões de rodovias terão seguro cambial


Nova regra vai permitir que contrato seja renegociado se variação cambial elevar dívida

Por André Borges e BRASÍLIA
Em São Paulo, mecanismo de proteção cambial já começou a ser usado Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As novas concessões de rodovias, sejam trechos novos ou retomados pelo governo para serem relicitados, vão incluir um mecanismo de proteção cambial para o investidor. Com a medida, o governo quer atrair mais operadores e financiamento estrangeiros para essas concessões, as quais deixaram de contar com as grandes empreiteiras entre seus investidores e com o apoio do BNDES como maior financiador. 

A proposta de proteção cambial, que será divulgada em dezembro, prevê que haja um mecanismo de reajuste do contrato a cada dois ou cinco anos. Será analisado qual foi o impacto cambial que o empreendedor possa ter sofrido no período, por conta da oscilação do dólar em relação ao real. 

continua após a publicidade

Se essa oscilação ficar dentro de uma margem de 5%, ou seja, se o financiamento externo que o investidor tomou não crescer mais do que 5% no período, tudo permanece como está. Se a sua dívida em dólar, no entanto, subir mais que 5% no período, o contrato de concessão passará por um processo de reequilíbrio financeiro, por meio de aumento da tarifa de pedágio cobrada do usuário da rodovia. 

Segundo José Carlos Medaglia Filho, diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal ligada ao Ministério dos Transportes, o impacto tarifário, quando ocorrer, será pequeno e garantirá a sustentação das operações. “Os novos editais vão deixar mais clara qual é a matriz de risco de cada concessão. As condições de execução das obras também serão mais adequadas, por meio de gatilhos de investimentos conforme o aumento de demanda da rodovia.”

Mecanismos de proteção cambial em rodovias começaram a ser aplicados este ano pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Segundo Medaglia, o recurso tem dado resultado.  A proposta é bem recebida pelas concessionárias do setor, mas não é vista como suficiente. “Essa proteção cambial pode ajudar, mas não resolve. O governo precisa ser mais aberto e ouvir as empresas. Hoje ele está fechado. A modelagem econômica ainda não foi discutida com o setor”, diz César Borges, presidente executivo da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). 

continua após a publicidade

Indenizações. O governo também quer publicar até dezembro as regulamentações que vão esclarecer, definitivamente, as regras de indenização para que concessionárias de rodovias possam devolver as estradas ao poder público. Um ano depois de o Palácio do Planalto ter publicado a medida provisória 752, que permitiu a prorrogação dessas concessões ou ainda a devolução amigável dos contratos, o governo não conseguiu efetivar nenhuma transação com as empresas, por conta de indefinições sobre como essas transações ocorrerão.

Pelo menos seis concessões de rodovias contratadas durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, entre 2012 e 2013, aguardam a publicação dessas regras para saber se devolvem ao governo ou negociam uma extensão do prazo desses contratos. Em comum, todas vivem seu drama financeiro.

Em setembro, a EPL contratou os serviços da consultoria KPMG para criar a modelagem financeira das devoluções de concessões e suas regras para indenização. “Esse trabalho, que será concluído em dezembro, vai mostrar quais são os ativos indenizáveis, o valor desses ativos e o processo de recebimento desses bens pela União”, diz Medaglia. 

continua após a publicidade

As regras serão enviadas para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que vai aplicá-las nas rodovias, e para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que deverá adotá-lo no processo de devolução do aeroporto de Viracopos, cujo pedido já foi oficializado em julho pelo Consórcio Aeroportos Brasil. 

Indefinição. Sem uma definição de como se dará a renegociação das concessões de rodovias, a única empresa que já sinalizou publicamente seu interesse de entregar a concessão é a Invepar, que administra a BR-040 entre o Distrito Federal e o Rio. 

“Eu lamento que medidas que deveriam ser intempestivas não foram feitas no tempo certo. Detectamos o problema em agosto do ano passado. Mostramos que, diante da grave crise econômica, era preciso repactuar esses contratos”, diz César Borges, presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e ex-ministro dos Transportes durante a gestão de Dilma.

continua após a publicidade

Segundo Borges, duas concessionárias já manifestaram à Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) a vontade de prorrogar seus contratos e investimentos: a Rota do Oeste (BR-163, em Mato Grosso) e a Concebra (BR-060 e BR-262, em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal). Outras três concessões, segundo ele, ainda estão em compasso de espera sobre as regras: a MS Via (BR-163, em Mato Grosso do Sul), a MGO (BR-050 entre Minas Gerais e Goiás) e a ECO-101 no Espírito Santo. “Todas estão aguardando essas regulamentações para tomar uma posição. O investimento está parado.” 

Sobre a BR-153, concessão da Galvão Engenharia que teve a caducidade declarada pelo governo, Borges diz que se trata de uma situação diferente, porque a empreiteira, neste caso, não chegou a fazer intervenções na estrada. “A BR-153 nunca foi uma concessão de verdade, não foram feitas obras lá, nem se cobrou pedágio”, disse Borges. 

Em São Paulo, mecanismo de proteção cambial já começou a ser usado Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As novas concessões de rodovias, sejam trechos novos ou retomados pelo governo para serem relicitados, vão incluir um mecanismo de proteção cambial para o investidor. Com a medida, o governo quer atrair mais operadores e financiamento estrangeiros para essas concessões, as quais deixaram de contar com as grandes empreiteiras entre seus investidores e com o apoio do BNDES como maior financiador. 

A proposta de proteção cambial, que será divulgada em dezembro, prevê que haja um mecanismo de reajuste do contrato a cada dois ou cinco anos. Será analisado qual foi o impacto cambial que o empreendedor possa ter sofrido no período, por conta da oscilação do dólar em relação ao real. 

Se essa oscilação ficar dentro de uma margem de 5%, ou seja, se o financiamento externo que o investidor tomou não crescer mais do que 5% no período, tudo permanece como está. Se a sua dívida em dólar, no entanto, subir mais que 5% no período, o contrato de concessão passará por um processo de reequilíbrio financeiro, por meio de aumento da tarifa de pedágio cobrada do usuário da rodovia. 

Segundo José Carlos Medaglia Filho, diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal ligada ao Ministério dos Transportes, o impacto tarifário, quando ocorrer, será pequeno e garantirá a sustentação das operações. “Os novos editais vão deixar mais clara qual é a matriz de risco de cada concessão. As condições de execução das obras também serão mais adequadas, por meio de gatilhos de investimentos conforme o aumento de demanda da rodovia.”

Mecanismos de proteção cambial em rodovias começaram a ser aplicados este ano pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Segundo Medaglia, o recurso tem dado resultado.  A proposta é bem recebida pelas concessionárias do setor, mas não é vista como suficiente. “Essa proteção cambial pode ajudar, mas não resolve. O governo precisa ser mais aberto e ouvir as empresas. Hoje ele está fechado. A modelagem econômica ainda não foi discutida com o setor”, diz César Borges, presidente executivo da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). 

Indenizações. O governo também quer publicar até dezembro as regulamentações que vão esclarecer, definitivamente, as regras de indenização para que concessionárias de rodovias possam devolver as estradas ao poder público. Um ano depois de o Palácio do Planalto ter publicado a medida provisória 752, que permitiu a prorrogação dessas concessões ou ainda a devolução amigável dos contratos, o governo não conseguiu efetivar nenhuma transação com as empresas, por conta de indefinições sobre como essas transações ocorrerão.

Pelo menos seis concessões de rodovias contratadas durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, entre 2012 e 2013, aguardam a publicação dessas regras para saber se devolvem ao governo ou negociam uma extensão do prazo desses contratos. Em comum, todas vivem seu drama financeiro.

Em setembro, a EPL contratou os serviços da consultoria KPMG para criar a modelagem financeira das devoluções de concessões e suas regras para indenização. “Esse trabalho, que será concluído em dezembro, vai mostrar quais são os ativos indenizáveis, o valor desses ativos e o processo de recebimento desses bens pela União”, diz Medaglia. 

As regras serão enviadas para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que vai aplicá-las nas rodovias, e para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que deverá adotá-lo no processo de devolução do aeroporto de Viracopos, cujo pedido já foi oficializado em julho pelo Consórcio Aeroportos Brasil. 

Indefinição. Sem uma definição de como se dará a renegociação das concessões de rodovias, a única empresa que já sinalizou publicamente seu interesse de entregar a concessão é a Invepar, que administra a BR-040 entre o Distrito Federal e o Rio. 

“Eu lamento que medidas que deveriam ser intempestivas não foram feitas no tempo certo. Detectamos o problema em agosto do ano passado. Mostramos que, diante da grave crise econômica, era preciso repactuar esses contratos”, diz César Borges, presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e ex-ministro dos Transportes durante a gestão de Dilma.

Segundo Borges, duas concessionárias já manifestaram à Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) a vontade de prorrogar seus contratos e investimentos: a Rota do Oeste (BR-163, em Mato Grosso) e a Concebra (BR-060 e BR-262, em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal). Outras três concessões, segundo ele, ainda estão em compasso de espera sobre as regras: a MS Via (BR-163, em Mato Grosso do Sul), a MGO (BR-050 entre Minas Gerais e Goiás) e a ECO-101 no Espírito Santo. “Todas estão aguardando essas regulamentações para tomar uma posição. O investimento está parado.” 

Sobre a BR-153, concessão da Galvão Engenharia que teve a caducidade declarada pelo governo, Borges diz que se trata de uma situação diferente, porque a empreiteira, neste caso, não chegou a fazer intervenções na estrada. “A BR-153 nunca foi uma concessão de verdade, não foram feitas obras lá, nem se cobrou pedágio”, disse Borges. 

Em São Paulo, mecanismo de proteção cambial já começou a ser usado Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As novas concessões de rodovias, sejam trechos novos ou retomados pelo governo para serem relicitados, vão incluir um mecanismo de proteção cambial para o investidor. Com a medida, o governo quer atrair mais operadores e financiamento estrangeiros para essas concessões, as quais deixaram de contar com as grandes empreiteiras entre seus investidores e com o apoio do BNDES como maior financiador. 

A proposta de proteção cambial, que será divulgada em dezembro, prevê que haja um mecanismo de reajuste do contrato a cada dois ou cinco anos. Será analisado qual foi o impacto cambial que o empreendedor possa ter sofrido no período, por conta da oscilação do dólar em relação ao real. 

Se essa oscilação ficar dentro de uma margem de 5%, ou seja, se o financiamento externo que o investidor tomou não crescer mais do que 5% no período, tudo permanece como está. Se a sua dívida em dólar, no entanto, subir mais que 5% no período, o contrato de concessão passará por um processo de reequilíbrio financeiro, por meio de aumento da tarifa de pedágio cobrada do usuário da rodovia. 

Segundo José Carlos Medaglia Filho, diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal ligada ao Ministério dos Transportes, o impacto tarifário, quando ocorrer, será pequeno e garantirá a sustentação das operações. “Os novos editais vão deixar mais clara qual é a matriz de risco de cada concessão. As condições de execução das obras também serão mais adequadas, por meio de gatilhos de investimentos conforme o aumento de demanda da rodovia.”

Mecanismos de proteção cambial em rodovias começaram a ser aplicados este ano pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Segundo Medaglia, o recurso tem dado resultado.  A proposta é bem recebida pelas concessionárias do setor, mas não é vista como suficiente. “Essa proteção cambial pode ajudar, mas não resolve. O governo precisa ser mais aberto e ouvir as empresas. Hoje ele está fechado. A modelagem econômica ainda não foi discutida com o setor”, diz César Borges, presidente executivo da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). 

Indenizações. O governo também quer publicar até dezembro as regulamentações que vão esclarecer, definitivamente, as regras de indenização para que concessionárias de rodovias possam devolver as estradas ao poder público. Um ano depois de o Palácio do Planalto ter publicado a medida provisória 752, que permitiu a prorrogação dessas concessões ou ainda a devolução amigável dos contratos, o governo não conseguiu efetivar nenhuma transação com as empresas, por conta de indefinições sobre como essas transações ocorrerão.

Pelo menos seis concessões de rodovias contratadas durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, entre 2012 e 2013, aguardam a publicação dessas regras para saber se devolvem ao governo ou negociam uma extensão do prazo desses contratos. Em comum, todas vivem seu drama financeiro.

Em setembro, a EPL contratou os serviços da consultoria KPMG para criar a modelagem financeira das devoluções de concessões e suas regras para indenização. “Esse trabalho, que será concluído em dezembro, vai mostrar quais são os ativos indenizáveis, o valor desses ativos e o processo de recebimento desses bens pela União”, diz Medaglia. 

As regras serão enviadas para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que vai aplicá-las nas rodovias, e para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que deverá adotá-lo no processo de devolução do aeroporto de Viracopos, cujo pedido já foi oficializado em julho pelo Consórcio Aeroportos Brasil. 

Indefinição. Sem uma definição de como se dará a renegociação das concessões de rodovias, a única empresa que já sinalizou publicamente seu interesse de entregar a concessão é a Invepar, que administra a BR-040 entre o Distrito Federal e o Rio. 

“Eu lamento que medidas que deveriam ser intempestivas não foram feitas no tempo certo. Detectamos o problema em agosto do ano passado. Mostramos que, diante da grave crise econômica, era preciso repactuar esses contratos”, diz César Borges, presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e ex-ministro dos Transportes durante a gestão de Dilma.

Segundo Borges, duas concessionárias já manifestaram à Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) a vontade de prorrogar seus contratos e investimentos: a Rota do Oeste (BR-163, em Mato Grosso) e a Concebra (BR-060 e BR-262, em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal). Outras três concessões, segundo ele, ainda estão em compasso de espera sobre as regras: a MS Via (BR-163, em Mato Grosso do Sul), a MGO (BR-050 entre Minas Gerais e Goiás) e a ECO-101 no Espírito Santo. “Todas estão aguardando essas regulamentações para tomar uma posição. O investimento está parado.” 

Sobre a BR-153, concessão da Galvão Engenharia que teve a caducidade declarada pelo governo, Borges diz que se trata de uma situação diferente, porque a empreiteira, neste caso, não chegou a fazer intervenções na estrada. “A BR-153 nunca foi uma concessão de verdade, não foram feitas obras lá, nem se cobrou pedágio”, disse Borges. 

Em São Paulo, mecanismo de proteção cambial já começou a ser usado Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As novas concessões de rodovias, sejam trechos novos ou retomados pelo governo para serem relicitados, vão incluir um mecanismo de proteção cambial para o investidor. Com a medida, o governo quer atrair mais operadores e financiamento estrangeiros para essas concessões, as quais deixaram de contar com as grandes empreiteiras entre seus investidores e com o apoio do BNDES como maior financiador. 

A proposta de proteção cambial, que será divulgada em dezembro, prevê que haja um mecanismo de reajuste do contrato a cada dois ou cinco anos. Será analisado qual foi o impacto cambial que o empreendedor possa ter sofrido no período, por conta da oscilação do dólar em relação ao real. 

Se essa oscilação ficar dentro de uma margem de 5%, ou seja, se o financiamento externo que o investidor tomou não crescer mais do que 5% no período, tudo permanece como está. Se a sua dívida em dólar, no entanto, subir mais que 5% no período, o contrato de concessão passará por um processo de reequilíbrio financeiro, por meio de aumento da tarifa de pedágio cobrada do usuário da rodovia. 

Segundo José Carlos Medaglia Filho, diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal ligada ao Ministério dos Transportes, o impacto tarifário, quando ocorrer, será pequeno e garantirá a sustentação das operações. “Os novos editais vão deixar mais clara qual é a matriz de risco de cada concessão. As condições de execução das obras também serão mais adequadas, por meio de gatilhos de investimentos conforme o aumento de demanda da rodovia.”

Mecanismos de proteção cambial em rodovias começaram a ser aplicados este ano pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Segundo Medaglia, o recurso tem dado resultado.  A proposta é bem recebida pelas concessionárias do setor, mas não é vista como suficiente. “Essa proteção cambial pode ajudar, mas não resolve. O governo precisa ser mais aberto e ouvir as empresas. Hoje ele está fechado. A modelagem econômica ainda não foi discutida com o setor”, diz César Borges, presidente executivo da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). 

Indenizações. O governo também quer publicar até dezembro as regulamentações que vão esclarecer, definitivamente, as regras de indenização para que concessionárias de rodovias possam devolver as estradas ao poder público. Um ano depois de o Palácio do Planalto ter publicado a medida provisória 752, que permitiu a prorrogação dessas concessões ou ainda a devolução amigável dos contratos, o governo não conseguiu efetivar nenhuma transação com as empresas, por conta de indefinições sobre como essas transações ocorrerão.

Pelo menos seis concessões de rodovias contratadas durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, entre 2012 e 2013, aguardam a publicação dessas regras para saber se devolvem ao governo ou negociam uma extensão do prazo desses contratos. Em comum, todas vivem seu drama financeiro.

Em setembro, a EPL contratou os serviços da consultoria KPMG para criar a modelagem financeira das devoluções de concessões e suas regras para indenização. “Esse trabalho, que será concluído em dezembro, vai mostrar quais são os ativos indenizáveis, o valor desses ativos e o processo de recebimento desses bens pela União”, diz Medaglia. 

As regras serão enviadas para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que vai aplicá-las nas rodovias, e para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que deverá adotá-lo no processo de devolução do aeroporto de Viracopos, cujo pedido já foi oficializado em julho pelo Consórcio Aeroportos Brasil. 

Indefinição. Sem uma definição de como se dará a renegociação das concessões de rodovias, a única empresa que já sinalizou publicamente seu interesse de entregar a concessão é a Invepar, que administra a BR-040 entre o Distrito Federal e o Rio. 

“Eu lamento que medidas que deveriam ser intempestivas não foram feitas no tempo certo. Detectamos o problema em agosto do ano passado. Mostramos que, diante da grave crise econômica, era preciso repactuar esses contratos”, diz César Borges, presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e ex-ministro dos Transportes durante a gestão de Dilma.

Segundo Borges, duas concessionárias já manifestaram à Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) a vontade de prorrogar seus contratos e investimentos: a Rota do Oeste (BR-163, em Mato Grosso) e a Concebra (BR-060 e BR-262, em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal). Outras três concessões, segundo ele, ainda estão em compasso de espera sobre as regras: a MS Via (BR-163, em Mato Grosso do Sul), a MGO (BR-050 entre Minas Gerais e Goiás) e a ECO-101 no Espírito Santo. “Todas estão aguardando essas regulamentações para tomar uma posição. O investimento está parado.” 

Sobre a BR-153, concessão da Galvão Engenharia que teve a caducidade declarada pelo governo, Borges diz que se trata de uma situação diferente, porque a empreiteira, neste caso, não chegou a fazer intervenções na estrada. “A BR-153 nunca foi uma concessão de verdade, não foram feitas obras lá, nem se cobrou pedágio”, disse Borges. 

Tudo Sobre

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.