A realização de um sonho depende, quase sempre, da combinação de planejamento, determinação e disciplina. Isso vale para imóveis, veículos ou uma viagem. Não é por acaso que, quando avaliam o melhor caminho para materializar a aquisição de bens ou a contratação de serviços, um número cada vez maior de brasileiros vem optando pelo tradicional consórcio, modalidade de investimento com seis décadas de história no País, reconhecida pela segurança e pelo incentivo ao planejamento e à organização financeira que proporciona.
O sistema brasileiro de consórcios movimentou R$ 316,7 bilhões em 2023, o que representou um aumento de 25,6% em comparação ao ano anterior, de acordo com dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). O viés de alta permanece em 2024: o mercado cresceu 4,7% nos quatro primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado, com a comercialização de 1,35 milhão de cotas entre janeiro e abril, contra 1,29 milhão no primeiro quadrimestre de 2023.
O consórcio tem regras claras e acessíveis para a compreensão de qualquer pessoa. Ironicamente, essa virtude contribui para uma certa análise preconceituosa que eventualmente o associa a pessoas que “não entendem muito” de investimentos, visão totalmente superada pelos dados objetivos. “Além de ser uma aliada do planejamento financeiro seguro e disciplinado, a modalidade representa também uma boa estratégia de diversificação de investimentos em meio ao cenário de múltiplas opções oferecidas pelo mercado financeiro”, observa Lincoln Peixoto da Silva, superintendente de Negócios da CNP Seguradora.
A companhia faz parte do grupo francês CNP Assurances, com 170 anos de tradição, presença em 19 países e 48 milhões de clientes na Europa e na América do Sul. No Brasil, já inaugurou mais de 800 grupos de consórcio, contemplou mais de 201 mil cotas e forneceu mais de R$ 21,6 bilhões em bens que realizaram o sonho da casa própria ou do carro próprio de mais de 115 mil pessoas.
Versátil e vantajoso
O consórcio representa um incentivo especialmente eficaz à disciplina para poupar porque envolve o estabelecimento de um compromisso mensal, invertendo a lógica de investir o dinheiro “que sobrar”. Quando sobra algum dinheiro, contudo, é possível dar lances que podem antecipar a aquisição do bem desejado.
Versátil, o consórcio se adapta bem a objetivos de curto, médio e longo prazos. Além de estar relacionado a planos concretos, funciona bem como estratégia de poupança para juntar dinheiro para objetivos de futuro ainda não definidos, já que os recursos investidos podem ser retirados em espécie. A manutenção do poder de compra é assegurada pelo reajuste anual do valor da carta de crédito, com base em índice de reajuste estabelecido no contrato.
Uma das principais vantagens do consórcio é não cobrar juros, ao contrário das demais formas de investimento em bens, como o financiamento. Há apenas uma taxa de administração embutida nas parcelas, bem mais baixa do que a taxa de juros aplicada nas outras modalidades de compra. Também não há valor de entrada, e a burocracia é reduzida, sem necessidade de comprovar renda ou de apresentar garantias para entrar em um grupo de consórcio. Outro ponto forte é a segurança. O sistema funciona sob regulação e fiscalização do Banco Central, garantia adicional de transparência nas operações e de solidez das administradoras de consórcios.
Perspectivas otimistas
O crescimento do mercado de consórcios coincide com uma fase otimista dos brasileiros em relação à realidade financeira. Pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Instituto de Pesquisa e Reputação da Imagem (IPRI), constatou que 38% dos entrevistados consideram a situação financeira atual melhor que a de 12 meses atrás, contra 22% que dizem estar em condições financeiras piores (os restantes 40% afirmam estar em condições semelhantes).
“A percepção de melhora em termos de renda, situação financeira e expectativa de gastos tende a criar um cenário positivo na visão da população”, avalia Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI. Em termos de projeção de consumo, isso se reflete na expectativa de 41% dos brasileiros em investir mais em produtos de alto valor agregado do que no ano passado, contra apenas 15% que acreditam que comprarão menos e 41% que pretendem manter o padrão dos 12 meses anteriores.