Representantes de construtoras e incorporadoras criticaram duramente nesta segunda-feira, 18, a proposta de fim da escala de trabalho 6x1 (ou seja, seis dias de trabalho por um de descanso). Na avaliação dos executivos, isso geraria perda de produtividade, aumento de custos e maior dificuldade de entrega das obras em andamento.
“Seria um desastre para o setor da construção”, afirmou o vice-presidente financeiro da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Eduardo Aroeira.
“O maior prejudicado seria a sociedade se mudar a escala para 5x2 neste momento em que temos uma produtividade baixa e a necessidade de entrega (de obras em andamento)”, disse, citando riscos de demissões e/ou aumento da informalidade.
Aroeira observou que o Brasil está praticamente no nível de pleno emprego, isto é, perto da sua capacidade máxima de produção e com poucos trabalhadores qualificados disponíveis para serem contratados. “(Se reduzir a escala) teria de arrumar mais trabalhador, e não temos esses profissionais”, ponderou. “O desafio é ter ganho de produtividade.”
O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) e vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC, Ely Wertheim, também criticou a proposta de redução da escala de trabalho.
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“Como brasileiro, lamento que estejamos discutindo isso. Trabalhar não dá câncer. Pelo contrário, trabalhar cura”, afirmou. “Qual o racional de um país pobre como o Brasil, em que pessoas precisam de trabalho e renda, estabelecer algo como se trabalhar fosse uma coisa ruim?”
Na visão do executivo, esse tipo de proposta seria mais apropriada para a Suécia e a Dinamarca, que são países ricos e com orçamento suficiente para oferecer mais benefícios sociais. “A gente aqui precisa trabalhar, produzir, gerar emprego e impostos”, disse.