BRASÍLIA - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 2, o Reajuste Tarifário Anual da Enel Distribuição São Paulo (Enel SP), concessionária de energia que atua na região metropolitana de São Paulo. A partir da próxima quinta-feira, 4, entra em vigor uma redução média de 2,43% para os consumidores.
Esse percentual vem do balanço entre dois grandes grupos de consumidores. A diminuição da tarifa será de 3,52% para os consumidores em alta tensão (grandes empresas), em média. Já os consumidores em baixa tensão (sobretudo residenciais) terão as tarifas reduzidas em 2,11%.
O reajuste foi possível, por exemplo, a partir da queda de 5,6% nos custos de encargos setoriais em relação ao processo anterior. Os custos de compra de energia também foram reduzidos e o efeito tarifário, nesse caso, foi de -1,06%.
No reajuste anual de 2023, as tarifas da concessionária foram, em média, reajustadas em -2,24%. A Enel SP atende aproximadamente 7,93 milhões de unidades consumidoras. O consumo de energia elétrica representa faturamento anual na ordem de R$ 22,73 bilhões, segundo balanço da Aneel.
Impacto na inflação
A redução tarifária da Enel terá impacto de queda de 3 pontos-base (0,03 ponto porcentual) no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com 90% dos efeitos no índice em julho. O cálculo é do economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano. “Ajuda a compensar parte do efeito da bandeira”, afirma.
Na sexta-feira (28), a agência também tinha definido o acionamento da bandeira tarifária amarela no mês de julho, que acresce R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Com o anúncio sobre a Enel, o BMG voltou a projetar a alta do IPCA de julho em 0,25%. Serrano explica que a estimativa havia subido de 0,25% para 0,30% após o anúncio da bandeira amarela, agora descontado. Além disso, conta que a expectativa era de aumento de 1,5% para a tarifa da Enel em São Paulo. Para o IPCA de 2024, o economista manteve a projeção de 4,0%.
Já o economista da Quantitas João Fernandes, calcula um impacto de menos 0,04 ponto porcentual no IPCA de julho. Com isso, ele reduziu a projeção da casa para a leitura deste mês do indicador, de 0,30% para 0,26%. Para o ano de 2024, a projeção de IPCA da Quantitas passou de 4,11% para 4,07%./Com Denise Abarca e Daniel Tozzi Mendes