Grandes redes de supermercados começam a transformar seus caixas em postos de pagamento de contas. A intenção é atrair mais clientes para as lojas e torná-los fiéis. Há cerca de 45 milhões de brasileiros com mais de 18 anos que ainda não têm conta em banco. Na corrida para conquistar esse consumidor com menor poder aquisitivo, o Grupo Pão de Açúcar fechou parceria com o Banco do Brasil para receber contas de água, luz, telefone e impostos nas lojas da rede Barateiro em São Paulo. O serviço começará a funcionar a partir de hoje na unidade do bairro de Sapopemba, na zona leste. Posteriormente, se estenderá para outras três lojas, uma em São Paulo e duas em Jundiaí, no interior do Estado. A meta até o fim do ano, segundo o diretor-tesoureiro do grupo, Antonio Moscarelli, é ampliar o serviço para as 351 lojas, que incluem, além do Barateiro, as bandeiras Pão de Açúcar e Extra. Essas três redes juntas têm 7.500 caixas que emitem cerca de 30 milhões de tíquetes por mês. O executivo observa que a parceria com o Banco do Brasil se refere apenas à rede Barateiro em São Paulo. Desde maio, o banco já tem parceria com a Casas Sendas, no Rio de Janeiro. Quem passa pelos 2,8 mil caixas instalados nas 76 lojas dessa rede supermercadista pode pagar contas de água, luz, telefone, impostos e outros boletos bancários. Só no mês passado, conta diretor Financeiro do Grupo Sendas, Luís Felipe Brandão, a rede quitou em seus caixas cerca de 200 mil contas. Questionado se os novos serviços a serem oferecidos ainda neste permitiriam o saque de dinheiro no caixa do supermercado, Brandão afirma que em algum momento isso irá ocorrer e "algo caminha nessa direção." Caixa, a pioneira A Caixa Econômica Federal, que foi a primeira instituição financeira a permitir pagamentos de contas na rede de 8,5 casas lotéricas espalhadas por 3,5 municípios do País, continua interessada em expandir os serviços fora do âmbito das agências, projeto conhecido como Caixa Aqui. Segundo o superintendente Nacional de Desenvolvimento Empresarial da Caixa, Márcio Tancredi, até o fim de 2002 a instituição planeja ter 20 mil correspondentes bancários. A denominação foi dada pelo Banco Central (BC) por meio da Resolução 2.707 de 30 de março que autorizou os bancos a contratar empresas a prestarem serviços em seu nome fora das agências. "Estamos olhando os supermercados, padarias, postos de gasolina, farmácias e lojas de materiais de construção", diz Tancredi. Ele destaca que a Caixa negocia parceria com duas grandes redes nacionais de supermercados.