Copom deve cortar juro em 0,5 ponto e pode contar com câmbio para recolocar inflação no rumo da meta


Cenário externo se mostra um pouco mais adverso, especialmente pelas indefinições em relação ao início do corte dos juros nos Estados Unidos

Por Eduardo Rodrigues

BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne a partir desta terça-feira, 30, para definir a nova taxa básica de juros do País, em meio às incertezas fiscais e à piora na inflação de serviços detectada no fim do ano - a despeito da surpresa positiva nos preços dos demais setores. Segundo economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, o Banco Central deve manter a cautela e seguir o plano de voo já anunciado, contando com alguma ajuda do câmbio ao longo de 2024 para enfim reancorar as expectativas do mercado para o IPCA nos próximos anos.

No mês passado, o Copom cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,5 ponto porcentual, para 11,75% ao ano. O colegiado pregou cautela e manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,5 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões - no plural. De acordo com levantamento do Projeções Broadcast, a realização de ao menos três novos cortes de 0,5 ponto da taxa Selic, nas reuniões de janeiro a maio, é o cenário base de 56 das 60 casas (93%) consultadas. A decisão da reunião deste mês será divulgada no final da tarde desta quarta-feira, 31.

O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, destaca que o ambiente externo - que o BC tinha sinalizado como “menos adverso” em dezembro - piorou um pouco. Ele lembra que as apostas do mercado por um corte de juros nos Estados Unidos já em março têm se dividido com expectativas por um começo de ciclo mais tardio, em maio ou junho.

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“Houve uma certa euforia do mercado em dezembro que foi revertida, pelo menos no Brasil, com alguma correção. As bolsas americanas seguem em relativa euforia nos últimos dias, nas máximas históricas, mas o cenário de juros ficou um pouco mais adverso”, ressalta.

O estrategista-chefe da Warren Investimentos, Sérgio Goldenstein, acrescenta que a curva de juros de 10 anos nos EUA subiu um pouco em relação ao último Copom. “Além disso, as tensões geopolíticas voltaram a aumentar. Nas últimas semanas, o preço do petróleo subiu, em função da tensão no Mar Vermelho”, aponta.

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Além disso, Goldenstein considera que a política industrial anunciada na semana passada incrementa o ruído fiscal, por expandir a parcela de crédito subsidiado pelo Tesouro Nacional, via BNDES. “Além disso, é mais um estímulo para a demanda agregada em um momento no qual o governo está muito preocupado com a desaceleração da atividade. Pode ser que a pressão aumente, com o risco de o governo recorrer a medidas mais heterodoxas. Essa notícia é algo que pode atuar na contramão da política monetária do BC”, alerta.

Sede do Banco Central em Brasília: decisão do Copom será anunciada nesta quarta-feira Foto: André Dusek/Estadão

Já Gala destaca que o risco de mudança de meta de primário ainda persiste, apesar da resistência quase solitária no governo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Por outro lado, o economista do Master minimiza o pacote para a indústria que, segundo ele, não tem o tamanho necessário para impactar a potência da política monetária. “O efeito é menor do que se imaginava. Não vai mudar o balanço de riscos, mas o BC deve mostrar que está atento”, pondera.

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Câmbio a favor

Com as expectativas para o IPCA estacionadas em 3,5% para 2025, 2026 e 2027 - e uma meta contínua de 3% - ambos os especialistas acreditam que o Copom pode ter uma ajuda do câmbio para trazer as projeções do mercado para o centro do objetivo perseguido pelo BC.

“Temos uma visão otimista do câmbio devido à solidez das contas externas, com uma balança comercial muito superavitária, tanto pelo agro como pelo petróleo. O real tem tendência sim de apreciação”, projeta Goldenstein. “O que pode limitar o movimento do real seria o FED adotar uma política não tão agressiva como a que está precificada hoje, o que levaria a valorização global do dólar.”

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No mesmo sentido, Gala lembra que a autoridade monetária não realizou nenhum leilão de dólares “novos” em 2023. “O balanço de dólares brasileiro está muito positivo. A taxa de câmbio pode vir a R$ 4,50 ao longo do ano, o que seria um elemento muito forte para trazer expectativas para 3%. E isso independe do que o BC vai fazer. O risco é uma mudança muito maior na meta fiscal, que poderia afastar o capital do País e impedir essa apreciação do real”, completa.

BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne a partir desta terça-feira, 30, para definir a nova taxa básica de juros do País, em meio às incertezas fiscais e à piora na inflação de serviços detectada no fim do ano - a despeito da surpresa positiva nos preços dos demais setores. Segundo economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, o Banco Central deve manter a cautela e seguir o plano de voo já anunciado, contando com alguma ajuda do câmbio ao longo de 2024 para enfim reancorar as expectativas do mercado para o IPCA nos próximos anos.

No mês passado, o Copom cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,5 ponto porcentual, para 11,75% ao ano. O colegiado pregou cautela e manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,5 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões - no plural. De acordo com levantamento do Projeções Broadcast, a realização de ao menos três novos cortes de 0,5 ponto da taxa Selic, nas reuniões de janeiro a maio, é o cenário base de 56 das 60 casas (93%) consultadas. A decisão da reunião deste mês será divulgada no final da tarde desta quarta-feira, 31.

O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, destaca que o ambiente externo - que o BC tinha sinalizado como “menos adverso” em dezembro - piorou um pouco. Ele lembra que as apostas do mercado por um corte de juros nos Estados Unidos já em março têm se dividido com expectativas por um começo de ciclo mais tardio, em maio ou junho.

“Houve uma certa euforia do mercado em dezembro que foi revertida, pelo menos no Brasil, com alguma correção. As bolsas americanas seguem em relativa euforia nos últimos dias, nas máximas históricas, mas o cenário de juros ficou um pouco mais adverso”, ressalta.

O estrategista-chefe da Warren Investimentos, Sérgio Goldenstein, acrescenta que a curva de juros de 10 anos nos EUA subiu um pouco em relação ao último Copom. “Além disso, as tensões geopolíticas voltaram a aumentar. Nas últimas semanas, o preço do petróleo subiu, em função da tensão no Mar Vermelho”, aponta.

Além disso, Goldenstein considera que a política industrial anunciada na semana passada incrementa o ruído fiscal, por expandir a parcela de crédito subsidiado pelo Tesouro Nacional, via BNDES. “Além disso, é mais um estímulo para a demanda agregada em um momento no qual o governo está muito preocupado com a desaceleração da atividade. Pode ser que a pressão aumente, com o risco de o governo recorrer a medidas mais heterodoxas. Essa notícia é algo que pode atuar na contramão da política monetária do BC”, alerta.

Sede do Banco Central em Brasília: decisão do Copom será anunciada nesta quarta-feira Foto: André Dusek/Estadão

Já Gala destaca que o risco de mudança de meta de primário ainda persiste, apesar da resistência quase solitária no governo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Por outro lado, o economista do Master minimiza o pacote para a indústria que, segundo ele, não tem o tamanho necessário para impactar a potência da política monetária. “O efeito é menor do que se imaginava. Não vai mudar o balanço de riscos, mas o BC deve mostrar que está atento”, pondera.

Câmbio a favor

Com as expectativas para o IPCA estacionadas em 3,5% para 2025, 2026 e 2027 - e uma meta contínua de 3% - ambos os especialistas acreditam que o Copom pode ter uma ajuda do câmbio para trazer as projeções do mercado para o centro do objetivo perseguido pelo BC.

“Temos uma visão otimista do câmbio devido à solidez das contas externas, com uma balança comercial muito superavitária, tanto pelo agro como pelo petróleo. O real tem tendência sim de apreciação”, projeta Goldenstein. “O que pode limitar o movimento do real seria o FED adotar uma política não tão agressiva como a que está precificada hoje, o que levaria a valorização global do dólar.”

No mesmo sentido, Gala lembra que a autoridade monetária não realizou nenhum leilão de dólares “novos” em 2023. “O balanço de dólares brasileiro está muito positivo. A taxa de câmbio pode vir a R$ 4,50 ao longo do ano, o que seria um elemento muito forte para trazer expectativas para 3%. E isso independe do que o BC vai fazer. O risco é uma mudança muito maior na meta fiscal, que poderia afastar o capital do País e impedir essa apreciação do real”, completa.

BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne a partir desta terça-feira, 30, para definir a nova taxa básica de juros do País, em meio às incertezas fiscais e à piora na inflação de serviços detectada no fim do ano - a despeito da surpresa positiva nos preços dos demais setores. Segundo economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, o Banco Central deve manter a cautela e seguir o plano de voo já anunciado, contando com alguma ajuda do câmbio ao longo de 2024 para enfim reancorar as expectativas do mercado para o IPCA nos próximos anos.

No mês passado, o Copom cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,5 ponto porcentual, para 11,75% ao ano. O colegiado pregou cautela e manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,5 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões - no plural. De acordo com levantamento do Projeções Broadcast, a realização de ao menos três novos cortes de 0,5 ponto da taxa Selic, nas reuniões de janeiro a maio, é o cenário base de 56 das 60 casas (93%) consultadas. A decisão da reunião deste mês será divulgada no final da tarde desta quarta-feira, 31.

O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, destaca que o ambiente externo - que o BC tinha sinalizado como “menos adverso” em dezembro - piorou um pouco. Ele lembra que as apostas do mercado por um corte de juros nos Estados Unidos já em março têm se dividido com expectativas por um começo de ciclo mais tardio, em maio ou junho.

“Houve uma certa euforia do mercado em dezembro que foi revertida, pelo menos no Brasil, com alguma correção. As bolsas americanas seguem em relativa euforia nos últimos dias, nas máximas históricas, mas o cenário de juros ficou um pouco mais adverso”, ressalta.

O estrategista-chefe da Warren Investimentos, Sérgio Goldenstein, acrescenta que a curva de juros de 10 anos nos EUA subiu um pouco em relação ao último Copom. “Além disso, as tensões geopolíticas voltaram a aumentar. Nas últimas semanas, o preço do petróleo subiu, em função da tensão no Mar Vermelho”, aponta.

Além disso, Goldenstein considera que a política industrial anunciada na semana passada incrementa o ruído fiscal, por expandir a parcela de crédito subsidiado pelo Tesouro Nacional, via BNDES. “Além disso, é mais um estímulo para a demanda agregada em um momento no qual o governo está muito preocupado com a desaceleração da atividade. Pode ser que a pressão aumente, com o risco de o governo recorrer a medidas mais heterodoxas. Essa notícia é algo que pode atuar na contramão da política monetária do BC”, alerta.

Sede do Banco Central em Brasília: decisão do Copom será anunciada nesta quarta-feira Foto: André Dusek/Estadão

Já Gala destaca que o risco de mudança de meta de primário ainda persiste, apesar da resistência quase solitária no governo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Por outro lado, o economista do Master minimiza o pacote para a indústria que, segundo ele, não tem o tamanho necessário para impactar a potência da política monetária. “O efeito é menor do que se imaginava. Não vai mudar o balanço de riscos, mas o BC deve mostrar que está atento”, pondera.

Câmbio a favor

Com as expectativas para o IPCA estacionadas em 3,5% para 2025, 2026 e 2027 - e uma meta contínua de 3% - ambos os especialistas acreditam que o Copom pode ter uma ajuda do câmbio para trazer as projeções do mercado para o centro do objetivo perseguido pelo BC.

“Temos uma visão otimista do câmbio devido à solidez das contas externas, com uma balança comercial muito superavitária, tanto pelo agro como pelo petróleo. O real tem tendência sim de apreciação”, projeta Goldenstein. “O que pode limitar o movimento do real seria o FED adotar uma política não tão agressiva como a que está precificada hoje, o que levaria a valorização global do dólar.”

No mesmo sentido, Gala lembra que a autoridade monetária não realizou nenhum leilão de dólares “novos” em 2023. “O balanço de dólares brasileiro está muito positivo. A taxa de câmbio pode vir a R$ 4,50 ao longo do ano, o que seria um elemento muito forte para trazer expectativas para 3%. E isso independe do que o BC vai fazer. O risco é uma mudança muito maior na meta fiscal, que poderia afastar o capital do País e impedir essa apreciação do real”, completa.

BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne a partir desta terça-feira, 30, para definir a nova taxa básica de juros do País, em meio às incertezas fiscais e à piora na inflação de serviços detectada no fim do ano - a despeito da surpresa positiva nos preços dos demais setores. Segundo economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, o Banco Central deve manter a cautela e seguir o plano de voo já anunciado, contando com alguma ajuda do câmbio ao longo de 2024 para enfim reancorar as expectativas do mercado para o IPCA nos próximos anos.

No mês passado, o Copom cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,5 ponto porcentual, para 11,75% ao ano. O colegiado pregou cautela e manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,5 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões - no plural. De acordo com levantamento do Projeções Broadcast, a realização de ao menos três novos cortes de 0,5 ponto da taxa Selic, nas reuniões de janeiro a maio, é o cenário base de 56 das 60 casas (93%) consultadas. A decisão da reunião deste mês será divulgada no final da tarde desta quarta-feira, 31.

O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, destaca que o ambiente externo - que o BC tinha sinalizado como “menos adverso” em dezembro - piorou um pouco. Ele lembra que as apostas do mercado por um corte de juros nos Estados Unidos já em março têm se dividido com expectativas por um começo de ciclo mais tardio, em maio ou junho.

“Houve uma certa euforia do mercado em dezembro que foi revertida, pelo menos no Brasil, com alguma correção. As bolsas americanas seguem em relativa euforia nos últimos dias, nas máximas históricas, mas o cenário de juros ficou um pouco mais adverso”, ressalta.

O estrategista-chefe da Warren Investimentos, Sérgio Goldenstein, acrescenta que a curva de juros de 10 anos nos EUA subiu um pouco em relação ao último Copom. “Além disso, as tensões geopolíticas voltaram a aumentar. Nas últimas semanas, o preço do petróleo subiu, em função da tensão no Mar Vermelho”, aponta.

Além disso, Goldenstein considera que a política industrial anunciada na semana passada incrementa o ruído fiscal, por expandir a parcela de crédito subsidiado pelo Tesouro Nacional, via BNDES. “Além disso, é mais um estímulo para a demanda agregada em um momento no qual o governo está muito preocupado com a desaceleração da atividade. Pode ser que a pressão aumente, com o risco de o governo recorrer a medidas mais heterodoxas. Essa notícia é algo que pode atuar na contramão da política monetária do BC”, alerta.

Sede do Banco Central em Brasília: decisão do Copom será anunciada nesta quarta-feira Foto: André Dusek/Estadão

Já Gala destaca que o risco de mudança de meta de primário ainda persiste, apesar da resistência quase solitária no governo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Por outro lado, o economista do Master minimiza o pacote para a indústria que, segundo ele, não tem o tamanho necessário para impactar a potência da política monetária. “O efeito é menor do que se imaginava. Não vai mudar o balanço de riscos, mas o BC deve mostrar que está atento”, pondera.

Câmbio a favor

Com as expectativas para o IPCA estacionadas em 3,5% para 2025, 2026 e 2027 - e uma meta contínua de 3% - ambos os especialistas acreditam que o Copom pode ter uma ajuda do câmbio para trazer as projeções do mercado para o centro do objetivo perseguido pelo BC.

“Temos uma visão otimista do câmbio devido à solidez das contas externas, com uma balança comercial muito superavitária, tanto pelo agro como pelo petróleo. O real tem tendência sim de apreciação”, projeta Goldenstein. “O que pode limitar o movimento do real seria o FED adotar uma política não tão agressiva como a que está precificada hoje, o que levaria a valorização global do dólar.”

No mesmo sentido, Gala lembra que a autoridade monetária não realizou nenhum leilão de dólares “novos” em 2023. “O balanço de dólares brasileiro está muito positivo. A taxa de câmbio pode vir a R$ 4,50 ao longo do ano, o que seria um elemento muito forte para trazer expectativas para 3%. E isso independe do que o BC vai fazer. O risco é uma mudança muito maior na meta fiscal, que poderia afastar o capital do País e impedir essa apreciação do real”, completa.

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