Correção da inflação desde 1996 aumentaria faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5,1 mil


Segundo estudo do Sindifisco Nacional, 15,3 milhões de contribuintes a mais ficariam isentos se tabela tivesse reajuste integral; governo já anunciou que vai ampliar faixa para R$ 5 mil

Por Fernanda Trisotto

BRASÍLIA – A faixa de isenção para o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) deveria ser de R$ 5.136,81, caso houvesse correção integral da inflação acumulada entre 1996 e 2024, estima o Sindifisco Nacional, entidade que representa os auditores-fiscais da Receita Federal.

Estudo antecipado ao Estadão/Broadcast mostra que, sem defasagem na tabela do IR, a faixa de isenção ficaria um pouco acima do valor de R$ 5 mil prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda na campanha. Atualmente, a isenção alcança quem ganha R$ 2.824 por mês (dois salários mínimos).

Estudo mostra que, sem defasagem na tabela do IR, faixa de isenção ficaria um pouco acima do valor de R$ 5 mil prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda na campanha. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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O governo anunciou no ano passado, juntamente do pacote de contenção de gastos, que vai ampliar a faixa de isenção para R$ 5 mil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o texto deve ser encaminhado após a sanção da regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, que deve ocorrer na próxima semana.

A “surpresa” do anúncio da ampliação da faixa para R$ 5 mil junto com o pacote, porém, desagradou o mercado, ainda que o governo tenha dito que pretende compensar a perda de receita com a criação de um imposto mínimo global para a alta renda. Após a divulgação, o dólar subiu de R$ 5,81 a R$ 6,11 em 48 horas.

A defasagem da tabela

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Segundo o estudo, a defasagem média da tabela do IR foi de 154,49% no período entre 1996 e 2024. “O efeito inflacionário acumulado entre 1996 e dezembro de 2024 foi de 470,32%, mas as correções da tabela do IRPF perfizeram somente 124,10%, valor muito aquém do necessário”, diz o documento.

Avaliando cada faixa da tabela progressiva, o Sindifisco apontou que a defasagem variou de 127,37% para a faixa de isenção até 174,94% para a última faixa. “Verifica-se uma queda na defasagem da primeira faixa em 1,99%, enquanto as demais obtiveram um aumento de 4,83%, que é o valor do IPCA acumulado no último ano”, avalia.

Como os últimos governos promoveram algumas correções na faixa de isenção, mas não estenderam as alterações para as demais faixas, o Sindifisco alerta que a defasagem acaba sendo mais prejudicial para quem tem renda tributável mensal menor.

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Como exemplo, para quem tem um rendimento de R$ 7 mil, a não correção da tabela impõe um recolhimento mensal a mais de R$ 900,30, um valor 644,27% maior do que deveria ser. O contribuinte com renda mensal tributável de R$ 10 mil paga 243,59% a mais. Já para aqueles que recebem rendimentos tributáveis mensais líquidos acima de R$ 10 mil serão impactados, em termos relativos, em 5,87%.

“O ônus da não correção da tabela é maior para os que ganham menos, ofendendo os princípios da capacidade contributiva e da progressividade”, diz o Sindifisco.

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O Sindifisco mostra ainda que o reajuste integral da tabela progressiva traria aproximadamente 15,3 milhões de declarantes para a faixa de isenção. Com base nos Grandes Números das Declarações do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, no ano calendário de 2022, os isentos passariam de 14,6 milhões para 29,96 milhões de declarantes.

Compensação

A entidade alerta que a correção da defasagem implicaria uma renúncia fiscal de R$ 112,6 bilhões, o que exige necessariamente medidas de compensação.

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“O Sindifisco Nacional defende a correção da Tabela do IRPF e respectivas parcelas a deduzir, bem como das demais deduções por dependente, pelo índice integral da inflação oficial. A correção da Tabela do IRPF busca um estado de maior justiça fiscal, evitando o aumento da regressividade de nossa tributação, fator este um indutor das desigualdades sociais“, diz o sindicato.

“No entanto, tal medida de justiça fiscal deve vir acompanhada, necessariamente, de medidas de compensação da perda arrecadatória, principalmente tributando os mais ricos, que possuem parcelas elevadas de rendimentos isentos”, afirma.

O governo anunciou que vai prever uma taxação mínima progressiva para quem tem renda total acima de R$ 50 mil por mês. A ideia é que as alíquotas comecem a subir a partir desse valor, até chegar a 10% para rendas a partir de R$ 100 mil mensais, como mostrou o Estadão.

BRASÍLIA – A faixa de isenção para o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) deveria ser de R$ 5.136,81, caso houvesse correção integral da inflação acumulada entre 1996 e 2024, estima o Sindifisco Nacional, entidade que representa os auditores-fiscais da Receita Federal.

Estudo antecipado ao Estadão/Broadcast mostra que, sem defasagem na tabela do IR, a faixa de isenção ficaria um pouco acima do valor de R$ 5 mil prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda na campanha. Atualmente, a isenção alcança quem ganha R$ 2.824 por mês (dois salários mínimos).

Estudo mostra que, sem defasagem na tabela do IR, faixa de isenção ficaria um pouco acima do valor de R$ 5 mil prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda na campanha. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O governo anunciou no ano passado, juntamente do pacote de contenção de gastos, que vai ampliar a faixa de isenção para R$ 5 mil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o texto deve ser encaminhado após a sanção da regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, que deve ocorrer na próxima semana.

A “surpresa” do anúncio da ampliação da faixa para R$ 5 mil junto com o pacote, porém, desagradou o mercado, ainda que o governo tenha dito que pretende compensar a perda de receita com a criação de um imposto mínimo global para a alta renda. Após a divulgação, o dólar subiu de R$ 5,81 a R$ 6,11 em 48 horas.

A defasagem da tabela

Segundo o estudo, a defasagem média da tabela do IR foi de 154,49% no período entre 1996 e 2024. “O efeito inflacionário acumulado entre 1996 e dezembro de 2024 foi de 470,32%, mas as correções da tabela do IRPF perfizeram somente 124,10%, valor muito aquém do necessário”, diz o documento.

Avaliando cada faixa da tabela progressiva, o Sindifisco apontou que a defasagem variou de 127,37% para a faixa de isenção até 174,94% para a última faixa. “Verifica-se uma queda na defasagem da primeira faixa em 1,99%, enquanto as demais obtiveram um aumento de 4,83%, que é o valor do IPCA acumulado no último ano”, avalia.

Como os últimos governos promoveram algumas correções na faixa de isenção, mas não estenderam as alterações para as demais faixas, o Sindifisco alerta que a defasagem acaba sendo mais prejudicial para quem tem renda tributável mensal menor.

Como exemplo, para quem tem um rendimento de R$ 7 mil, a não correção da tabela impõe um recolhimento mensal a mais de R$ 900,30, um valor 644,27% maior do que deveria ser. O contribuinte com renda mensal tributável de R$ 10 mil paga 243,59% a mais. Já para aqueles que recebem rendimentos tributáveis mensais líquidos acima de R$ 10 mil serão impactados, em termos relativos, em 5,87%.

“O ônus da não correção da tabela é maior para os que ganham menos, ofendendo os princípios da capacidade contributiva e da progressividade”, diz o Sindifisco.

O Sindifisco mostra ainda que o reajuste integral da tabela progressiva traria aproximadamente 15,3 milhões de declarantes para a faixa de isenção. Com base nos Grandes Números das Declarações do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, no ano calendário de 2022, os isentos passariam de 14,6 milhões para 29,96 milhões de declarantes.

Compensação

A entidade alerta que a correção da defasagem implicaria uma renúncia fiscal de R$ 112,6 bilhões, o que exige necessariamente medidas de compensação.

“O Sindifisco Nacional defende a correção da Tabela do IRPF e respectivas parcelas a deduzir, bem como das demais deduções por dependente, pelo índice integral da inflação oficial. A correção da Tabela do IRPF busca um estado de maior justiça fiscal, evitando o aumento da regressividade de nossa tributação, fator este um indutor das desigualdades sociais“, diz o sindicato.

“No entanto, tal medida de justiça fiscal deve vir acompanhada, necessariamente, de medidas de compensação da perda arrecadatória, principalmente tributando os mais ricos, que possuem parcelas elevadas de rendimentos isentos”, afirma.

O governo anunciou que vai prever uma taxação mínima progressiva para quem tem renda total acima de R$ 50 mil por mês. A ideia é que as alíquotas comecem a subir a partir desse valor, até chegar a 10% para rendas a partir de R$ 100 mil mensais, como mostrou o Estadão.

BRASÍLIA – A faixa de isenção para o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) deveria ser de R$ 5.136,81, caso houvesse correção integral da inflação acumulada entre 1996 e 2024, estima o Sindifisco Nacional, entidade que representa os auditores-fiscais da Receita Federal.

Estudo antecipado ao Estadão/Broadcast mostra que, sem defasagem na tabela do IR, a faixa de isenção ficaria um pouco acima do valor de R$ 5 mil prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda na campanha. Atualmente, a isenção alcança quem ganha R$ 2.824 por mês (dois salários mínimos).

Estudo mostra que, sem defasagem na tabela do IR, faixa de isenção ficaria um pouco acima do valor de R$ 5 mil prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda na campanha. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O governo anunciou no ano passado, juntamente do pacote de contenção de gastos, que vai ampliar a faixa de isenção para R$ 5 mil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o texto deve ser encaminhado após a sanção da regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, que deve ocorrer na próxima semana.

A “surpresa” do anúncio da ampliação da faixa para R$ 5 mil junto com o pacote, porém, desagradou o mercado, ainda que o governo tenha dito que pretende compensar a perda de receita com a criação de um imposto mínimo global para a alta renda. Após a divulgação, o dólar subiu de R$ 5,81 a R$ 6,11 em 48 horas.

A defasagem da tabela

Segundo o estudo, a defasagem média da tabela do IR foi de 154,49% no período entre 1996 e 2024. “O efeito inflacionário acumulado entre 1996 e dezembro de 2024 foi de 470,32%, mas as correções da tabela do IRPF perfizeram somente 124,10%, valor muito aquém do necessário”, diz o documento.

Avaliando cada faixa da tabela progressiva, o Sindifisco apontou que a defasagem variou de 127,37% para a faixa de isenção até 174,94% para a última faixa. “Verifica-se uma queda na defasagem da primeira faixa em 1,99%, enquanto as demais obtiveram um aumento de 4,83%, que é o valor do IPCA acumulado no último ano”, avalia.

Como os últimos governos promoveram algumas correções na faixa de isenção, mas não estenderam as alterações para as demais faixas, o Sindifisco alerta que a defasagem acaba sendo mais prejudicial para quem tem renda tributável mensal menor.

Como exemplo, para quem tem um rendimento de R$ 7 mil, a não correção da tabela impõe um recolhimento mensal a mais de R$ 900,30, um valor 644,27% maior do que deveria ser. O contribuinte com renda mensal tributável de R$ 10 mil paga 243,59% a mais. Já para aqueles que recebem rendimentos tributáveis mensais líquidos acima de R$ 10 mil serão impactados, em termos relativos, em 5,87%.

“O ônus da não correção da tabela é maior para os que ganham menos, ofendendo os princípios da capacidade contributiva e da progressividade”, diz o Sindifisco.

O Sindifisco mostra ainda que o reajuste integral da tabela progressiva traria aproximadamente 15,3 milhões de declarantes para a faixa de isenção. Com base nos Grandes Números das Declarações do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, no ano calendário de 2022, os isentos passariam de 14,6 milhões para 29,96 milhões de declarantes.

Compensação

A entidade alerta que a correção da defasagem implicaria uma renúncia fiscal de R$ 112,6 bilhões, o que exige necessariamente medidas de compensação.

“O Sindifisco Nacional defende a correção da Tabela do IRPF e respectivas parcelas a deduzir, bem como das demais deduções por dependente, pelo índice integral da inflação oficial. A correção da Tabela do IRPF busca um estado de maior justiça fiscal, evitando o aumento da regressividade de nossa tributação, fator este um indutor das desigualdades sociais“, diz o sindicato.

“No entanto, tal medida de justiça fiscal deve vir acompanhada, necessariamente, de medidas de compensação da perda arrecadatória, principalmente tributando os mais ricos, que possuem parcelas elevadas de rendimentos isentos”, afirma.

O governo anunciou que vai prever uma taxação mínima progressiva para quem tem renda total acima de R$ 50 mil por mês. A ideia é que as alíquotas comecem a subir a partir desse valor, até chegar a 10% para rendas a partir de R$ 100 mil mensais, como mostrou o Estadão.

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