Maioria do mercado agora projeta manutenção dos juros em agosto e corte de 0,5 ponto em setembro


Início da queda da Selic em agosto ainda não foi descartado por 44% das instituições consultadas pelo ‘Estadão/Broadcast’, apesar do tom mais duro do comunicado do Copom nesta quarta-feira

Atualização:

Após o comunicado do Copom ter vindo menos brando do que o esperado, o consenso do mercado passou a ser de manutenção da taxa Selic em 13,75% em agosto, com início dos cortes apenas em setembro. A intensidade da primeira queda também mudou, de 0,25 ponto porcentual para 0,50 ponto. Apesar disso, a possibilidade que o afrouxamento venha já na próxima reunião não é descartada por economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast.

Entre as 36 instituições consultadas, 16 preveem cortes em agosto (44%) e 19 projetam cortes em setembro deste ano (53%). Apenas uma casa espera cortes em 2024 (3%). A mediana das projeções para a reunião de agosto subiu de 13,50% para 13,75%, mantendo a Selic no nível atual. A mediana para setembro, porém, permaneceu em 13,25%, repetindo o resultado da pesquisa realizada antes da reunião.

O economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, manteve a projeção de um corte de 0,50 ponto porcentual na Selic só na reunião de setembro, com a taxa encerrando o ano em 12,25%. Chermont, no entanto, não descarta um início do afrouxamento a partir de agosto, ainda que avalie que o tom do comunicado de ontem tenha sido mais duro do que o aguardado.

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“Por mais paradoxal que possa parecer, esse tom mais hawkish (incisivo) pode fazer com que, daqui até agosto, as expectativas de inflação, principalmente as de longo prazo, diminuam ainda mais e possibilitem o corte”, explica o economista. “Um BC mais hawk tem mais impacto desinflacionário do que um BC mais dove (voltada à redução dos juros). A dúvida é se vai haver tempo de quedas nas expectativas até a data da reunião de agosto.”

O economista alerta, porém, que caso haja alteração do nível da meta de inflação na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), a possibilidade de cortes em agosto “some do mapa” e o processo de diminuição das expectativas de inflação ficaria ainda mais difícil. “O cenário-base é que não haja alteração na meta, mas caso haja mudança, compromete bem o ciclo.”

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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, deve sofrer forte pressão pelo corte na taxa Selic Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Entre os pontos de atenção para a política monetária, Chermont também cita a menção ao fiscal no comunicado. “O texto do arcabouço piorou um pouco entre a aprovação na Câmara e o que foi apresentado no Senado ontem, então essa incerteza residual que o BC colocou ainda existe”, diz.

O economista sênior do Banco Inter, André Cordeiro, segue prevendo que o ciclo de cortes inicie em agosto. “Estamos caminhando para uma taxa de juros real ex-post de 10%, que é muito elevada. Os dados de inflação para junho estão apontando para deflação e o quadro da inflação está bem benigno e muito favorável ao início do ciclo de cortes. As expectativas têm convergido e a própria expectativa do Copom tem convergido”, afirma.

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O Inter trabalha com um corte inicial de 0,25 ponto porcentual, seguido de um corte maior, de 0,50 ponto percentual em setembro, com a taxa em 12,0% no fim de 2023. Cordeiro avalia que alguns fatores, no entanto, poderiam atrasar o começo do afrouxamento monetário de agosto para setembro. “Seria a inflação de junho vindo não tão baixa, além de questões do lado fiscal: o Senado aprovou ontem o marco fiscal, mas ainda vai voltar para a Câmara. Além disso, ainda temos questões de benefícios tributários que o governo tem ventilado”, diz o economista.

Cordeiro espera, porém, que as expectativas sigam diminuindo até a reunião de agosto — beneficiadas pelo real mais apreciado, o que ajuda a inflação de bens e contribui para a ancoragem das expectativas para 2023. Cordeiro avalia que, se o Copom quisesse, poderia manter a taxa em 13,75% até que todas as expectativas estivessem ancoradas, mas a autoridade está atenta ao efeito negativo da restritividade da Selic por período prolongado. “Dada a defasagem da política monetária, é melhor começar antes o ciclo de cortes do que tarde porque poderemos ter uma piora acumulada mais à frente, afetando a atividade econômica.”

Após o comunicado do Copom ter vindo menos brando do que o esperado, o consenso do mercado passou a ser de manutenção da taxa Selic em 13,75% em agosto, com início dos cortes apenas em setembro. A intensidade da primeira queda também mudou, de 0,25 ponto porcentual para 0,50 ponto. Apesar disso, a possibilidade que o afrouxamento venha já na próxima reunião não é descartada por economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast.

Entre as 36 instituições consultadas, 16 preveem cortes em agosto (44%) e 19 projetam cortes em setembro deste ano (53%). Apenas uma casa espera cortes em 2024 (3%). A mediana das projeções para a reunião de agosto subiu de 13,50% para 13,75%, mantendo a Selic no nível atual. A mediana para setembro, porém, permaneceu em 13,25%, repetindo o resultado da pesquisa realizada antes da reunião.

O economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, manteve a projeção de um corte de 0,50 ponto porcentual na Selic só na reunião de setembro, com a taxa encerrando o ano em 12,25%. Chermont, no entanto, não descarta um início do afrouxamento a partir de agosto, ainda que avalie que o tom do comunicado de ontem tenha sido mais duro do que o aguardado.

“Por mais paradoxal que possa parecer, esse tom mais hawkish (incisivo) pode fazer com que, daqui até agosto, as expectativas de inflação, principalmente as de longo prazo, diminuam ainda mais e possibilitem o corte”, explica o economista. “Um BC mais hawk tem mais impacto desinflacionário do que um BC mais dove (voltada à redução dos juros). A dúvida é se vai haver tempo de quedas nas expectativas até a data da reunião de agosto.”

O economista alerta, porém, que caso haja alteração do nível da meta de inflação na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), a possibilidade de cortes em agosto “some do mapa” e o processo de diminuição das expectativas de inflação ficaria ainda mais difícil. “O cenário-base é que não haja alteração na meta, mas caso haja mudança, compromete bem o ciclo.”

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, deve sofrer forte pressão pelo corte na taxa Selic Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Entre os pontos de atenção para a política monetária, Chermont também cita a menção ao fiscal no comunicado. “O texto do arcabouço piorou um pouco entre a aprovação na Câmara e o que foi apresentado no Senado ontem, então essa incerteza residual que o BC colocou ainda existe”, diz.

O economista sênior do Banco Inter, André Cordeiro, segue prevendo que o ciclo de cortes inicie em agosto. “Estamos caminhando para uma taxa de juros real ex-post de 10%, que é muito elevada. Os dados de inflação para junho estão apontando para deflação e o quadro da inflação está bem benigno e muito favorável ao início do ciclo de cortes. As expectativas têm convergido e a própria expectativa do Copom tem convergido”, afirma.

O Inter trabalha com um corte inicial de 0,25 ponto porcentual, seguido de um corte maior, de 0,50 ponto percentual em setembro, com a taxa em 12,0% no fim de 2023. Cordeiro avalia que alguns fatores, no entanto, poderiam atrasar o começo do afrouxamento monetário de agosto para setembro. “Seria a inflação de junho vindo não tão baixa, além de questões do lado fiscal: o Senado aprovou ontem o marco fiscal, mas ainda vai voltar para a Câmara. Além disso, ainda temos questões de benefícios tributários que o governo tem ventilado”, diz o economista.

Cordeiro espera, porém, que as expectativas sigam diminuindo até a reunião de agosto — beneficiadas pelo real mais apreciado, o que ajuda a inflação de bens e contribui para a ancoragem das expectativas para 2023. Cordeiro avalia que, se o Copom quisesse, poderia manter a taxa em 13,75% até que todas as expectativas estivessem ancoradas, mas a autoridade está atenta ao efeito negativo da restritividade da Selic por período prolongado. “Dada a defasagem da política monetária, é melhor começar antes o ciclo de cortes do que tarde porque poderemos ter uma piora acumulada mais à frente, afetando a atividade econômica.”

Após o comunicado do Copom ter vindo menos brando do que o esperado, o consenso do mercado passou a ser de manutenção da taxa Selic em 13,75% em agosto, com início dos cortes apenas em setembro. A intensidade da primeira queda também mudou, de 0,25 ponto porcentual para 0,50 ponto. Apesar disso, a possibilidade que o afrouxamento venha já na próxima reunião não é descartada por economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast.

Entre as 36 instituições consultadas, 16 preveem cortes em agosto (44%) e 19 projetam cortes em setembro deste ano (53%). Apenas uma casa espera cortes em 2024 (3%). A mediana das projeções para a reunião de agosto subiu de 13,50% para 13,75%, mantendo a Selic no nível atual. A mediana para setembro, porém, permaneceu em 13,25%, repetindo o resultado da pesquisa realizada antes da reunião.

O economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, manteve a projeção de um corte de 0,50 ponto porcentual na Selic só na reunião de setembro, com a taxa encerrando o ano em 12,25%. Chermont, no entanto, não descarta um início do afrouxamento a partir de agosto, ainda que avalie que o tom do comunicado de ontem tenha sido mais duro do que o aguardado.

“Por mais paradoxal que possa parecer, esse tom mais hawkish (incisivo) pode fazer com que, daqui até agosto, as expectativas de inflação, principalmente as de longo prazo, diminuam ainda mais e possibilitem o corte”, explica o economista. “Um BC mais hawk tem mais impacto desinflacionário do que um BC mais dove (voltada à redução dos juros). A dúvida é se vai haver tempo de quedas nas expectativas até a data da reunião de agosto.”

O economista alerta, porém, que caso haja alteração do nível da meta de inflação na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), a possibilidade de cortes em agosto “some do mapa” e o processo de diminuição das expectativas de inflação ficaria ainda mais difícil. “O cenário-base é que não haja alteração na meta, mas caso haja mudança, compromete bem o ciclo.”

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, deve sofrer forte pressão pelo corte na taxa Selic Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Entre os pontos de atenção para a política monetária, Chermont também cita a menção ao fiscal no comunicado. “O texto do arcabouço piorou um pouco entre a aprovação na Câmara e o que foi apresentado no Senado ontem, então essa incerteza residual que o BC colocou ainda existe”, diz.

O economista sênior do Banco Inter, André Cordeiro, segue prevendo que o ciclo de cortes inicie em agosto. “Estamos caminhando para uma taxa de juros real ex-post de 10%, que é muito elevada. Os dados de inflação para junho estão apontando para deflação e o quadro da inflação está bem benigno e muito favorável ao início do ciclo de cortes. As expectativas têm convergido e a própria expectativa do Copom tem convergido”, afirma.

O Inter trabalha com um corte inicial de 0,25 ponto porcentual, seguido de um corte maior, de 0,50 ponto percentual em setembro, com a taxa em 12,0% no fim de 2023. Cordeiro avalia que alguns fatores, no entanto, poderiam atrasar o começo do afrouxamento monetário de agosto para setembro. “Seria a inflação de junho vindo não tão baixa, além de questões do lado fiscal: o Senado aprovou ontem o marco fiscal, mas ainda vai voltar para a Câmara. Além disso, ainda temos questões de benefícios tributários que o governo tem ventilado”, diz o economista.

Cordeiro espera, porém, que as expectativas sigam diminuindo até a reunião de agosto — beneficiadas pelo real mais apreciado, o que ajuda a inflação de bens e contribui para a ancoragem das expectativas para 2023. Cordeiro avalia que, se o Copom quisesse, poderia manter a taxa em 13,75% até que todas as expectativas estivessem ancoradas, mas a autoridade está atenta ao efeito negativo da restritividade da Selic por período prolongado. “Dada a defasagem da política monetária, é melhor começar antes o ciclo de cortes do que tarde porque poderemos ter uma piora acumulada mais à frente, afetando a atividade econômica.”

Após o comunicado do Copom ter vindo menos brando do que o esperado, o consenso do mercado passou a ser de manutenção da taxa Selic em 13,75% em agosto, com início dos cortes apenas em setembro. A intensidade da primeira queda também mudou, de 0,25 ponto porcentual para 0,50 ponto. Apesar disso, a possibilidade que o afrouxamento venha já na próxima reunião não é descartada por economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast.

Entre as 36 instituições consultadas, 16 preveem cortes em agosto (44%) e 19 projetam cortes em setembro deste ano (53%). Apenas uma casa espera cortes em 2024 (3%). A mediana das projeções para a reunião de agosto subiu de 13,50% para 13,75%, mantendo a Selic no nível atual. A mediana para setembro, porém, permaneceu em 13,25%, repetindo o resultado da pesquisa realizada antes da reunião.

O economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, manteve a projeção de um corte de 0,50 ponto porcentual na Selic só na reunião de setembro, com a taxa encerrando o ano em 12,25%. Chermont, no entanto, não descarta um início do afrouxamento a partir de agosto, ainda que avalie que o tom do comunicado de ontem tenha sido mais duro do que o aguardado.

“Por mais paradoxal que possa parecer, esse tom mais hawkish (incisivo) pode fazer com que, daqui até agosto, as expectativas de inflação, principalmente as de longo prazo, diminuam ainda mais e possibilitem o corte”, explica o economista. “Um BC mais hawk tem mais impacto desinflacionário do que um BC mais dove (voltada à redução dos juros). A dúvida é se vai haver tempo de quedas nas expectativas até a data da reunião de agosto.”

O economista alerta, porém, que caso haja alteração do nível da meta de inflação na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), a possibilidade de cortes em agosto “some do mapa” e o processo de diminuição das expectativas de inflação ficaria ainda mais difícil. “O cenário-base é que não haja alteração na meta, mas caso haja mudança, compromete bem o ciclo.”

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, deve sofrer forte pressão pelo corte na taxa Selic Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Entre os pontos de atenção para a política monetária, Chermont também cita a menção ao fiscal no comunicado. “O texto do arcabouço piorou um pouco entre a aprovação na Câmara e o que foi apresentado no Senado ontem, então essa incerteza residual que o BC colocou ainda existe”, diz.

O economista sênior do Banco Inter, André Cordeiro, segue prevendo que o ciclo de cortes inicie em agosto. “Estamos caminhando para uma taxa de juros real ex-post de 10%, que é muito elevada. Os dados de inflação para junho estão apontando para deflação e o quadro da inflação está bem benigno e muito favorável ao início do ciclo de cortes. As expectativas têm convergido e a própria expectativa do Copom tem convergido”, afirma.

O Inter trabalha com um corte inicial de 0,25 ponto porcentual, seguido de um corte maior, de 0,50 ponto percentual em setembro, com a taxa em 12,0% no fim de 2023. Cordeiro avalia que alguns fatores, no entanto, poderiam atrasar o começo do afrouxamento monetário de agosto para setembro. “Seria a inflação de junho vindo não tão baixa, além de questões do lado fiscal: o Senado aprovou ontem o marco fiscal, mas ainda vai voltar para a Câmara. Além disso, ainda temos questões de benefícios tributários que o governo tem ventilado”, diz o economista.

Cordeiro espera, porém, que as expectativas sigam diminuindo até a reunião de agosto — beneficiadas pelo real mais apreciado, o que ajuda a inflação de bens e contribui para a ancoragem das expectativas para 2023. Cordeiro avalia que, se o Copom quisesse, poderia manter a taxa em 13,75% até que todas as expectativas estivessem ancoradas, mas a autoridade está atenta ao efeito negativo da restritividade da Selic por período prolongado. “Dada a defasagem da política monetária, é melhor começar antes o ciclo de cortes do que tarde porque poderemos ter uma piora acumulada mais à frente, afetando a atividade econômica.”

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