Após cinco perdas consecutivas, Ibovespa sobe 0,74%; dólar cai e encerra a R$ 5,23


Vindo de cinco pregões seguidos de baixa, índice encerrou o dia aos 103,4 mil pontos

Por Luis Eduardo Leal e Antonio Perez
Atualização:

O Ibovespa ganhou impulso à tarde e chegou a se reaproximar dos 104 mil pontos na máxima da sessão, permanecendo abaixo deste nível, em fechamento, desde o último dia 10, quando começaram a eclodir as dificuldades de solvência em alguns bancos regionais americanos. De ontem para hoje, a percepção global sobre a possibilidade de crise de crédito, na Europa como nos Estados Unidos, refluiu, tendo em vista as movimentações não só de autoridades monetárias da Suíça e da zona do euro como também do próprio sistema financeiro americano, no sentido de se bloquear deterioração ou mesmo contágio. No encerramento desta quinta-feira, a referência da B3, vindo de cinco perdas seguidas, mostrava alta de 0,74%, a 103.434,66 pontos.

Ibovespa operou em mínima de 102.454,77 e máxima de 103.911,26, saindo de abertura aos 102.682,65 pontos na sessão. Após ter sido reforçado ontem pelo vencimento de opções sobre o índice, o giro financeiro ficou hoje em R$ 26,6 bilhões. Na semana, limita perda (-0,18%) no intervalo. No mês, ainda cede 1,43% e, no ano, cai 5,74%.

Nos Estados Unidos, os relatos quanto a possível apoio ao First Republic Bank por grandes bancos americanos contribuíram para o desempenho da sessão, com venda de Treasuries e compra de ações, o que levou o Dow Jones a fechar em alta de 1,17%, o S&P 500, de 1,76%, e o Nasdaq, de 2,48%, nesta quinta-feira.

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Movimentação de entidades monetárias na Europa com relação à crise de liquidez no Credit Suisse ajudou a melhor o humor do mercado Foto: Fabrice Coffrini/AFP

Dólar cai

Em queda contida pela manhã, o dólar à vista aprofundou o ritmo de baixa ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quinta-feira cotado a R$ 5,2398, desvalorização de 1,03%, após registrar mínima a R$ 5,2368 na reta final dos negócios. Apesar do refresco hoje, a semana ainda é de perdas para o real, com o dólar acumulando ganhos de 0,61% no mercado doméstico de câmbio.

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“Tivemos um alívio no pessimismo lá fora hoje com o socorro aos bancos, o que tirou pressão sobre os ativos de risco. As divisas emergentes perderam nos últimos, mas o real até que ficou bem ancorado.”, afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, para quem, caso o novo arcabouço fiscal não decepcione e o ambiente externo desanuvie, o dólar pode voltar para a casa de R$ 5,10. “Por enquanto, o ambiente ainda deve ser de volatilidade, com receio de que apareça outro banco com problemas”.

Humor melhora

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“O Brasil não tinha como ficar à margem da aversão a risco que se viu lá fora. Mas esse momento de dificuldade no sistema de crédito reforçou a perspectiva de que há um ‘easing’ [afrouxamento] a caminho nos principais BCs ainda neste primeiro semestre, o que resulta em fechamento da curva de juros. E a curva do DI acompanhou, aqui no Brasil. Agora, já se vê possibilidade de corte da Selic em maio, quando, há pouco tempo, nem se esperava que isso pudesse acontecer em 2023″, diz Felipe Moura, analista e sócio da Finacap Investimentos, acrescentando que a decisão do Banco Central Europeu (BCE), de elevar em meio ponto porcentual a taxa de referência da zona do euro, foi importante para ancorar o longo prazo.

No quadro doméstico, ele chama atenção para a expectativa para o anúncio, nos próximos dias, do novo arcabouço fiscal, outro fator considerado essencial para que o Copom, que volta a se reunir na próxima semana (assim como o Fomc, do Fed), possa vir a cortar a Selic.

Hoje, a deliberação do BCE foi recebida a princípio pelo mercado como um sinal de que a preocupação da autoridade monetária da zona do euro com a inflação se sobrepõe a temores quanto ao risco de uma crise de crédito global, em meio a dificuldades em alguns bancos regionais americanos e também no Credit Suisse.

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“O humor melhorou na Europa com o suporte de liquidez disponibilizado pelo BC da Suíça para o Credit Suisse, de ontem para hoje”, diz Gabriel Matesco, especialista em renda variável da Blue3, destacando que a melhora da percepção de risco, desde o exterior, contribuiu também para fechamento da curva de juros no Brasil, nesta quinta-feira, ainda que uma “possível crise de crédito” no sistema financeiro global permaneça no radar dos investidores.

De acordo com a Reuters, as autoridades do Banco Central Europeu (BCE) só concordaram com outro grande aumento na taxas de juros nesta quinta-feira, depois que ao Credit Suisse foi garantida uma tábua de salvação e os mercados se acalmaram, disseram quatro fontes familiarizadas com o assunto. A decisão do BC suíço de apoiar o Credit Suisse com empréstimo de 50 bilhões de francos suíços (US$ 54 bilhões) durante a noite ajudou a estabilizar os mercados financeiros, e deu à maioria dos formuladores de política monetária, no BCE, confiança para prosseguir com o aumento planejado da taxa de referência, reporta a Reuters.

Fachada da B3, em São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão
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Proteína animal

Em outro desdobramento favorável ao apetite por ações nesta quinta-feira, os relatos sobre efeitos de peste suína na China deram impulso às ações de proteína animal na B3, que chegaram a ocupar, mais cedo, a ponta positiva do Ibovespa. No fechamento, destaque para Locaweb (+13,04%), CVC (+8,14%), Petz (+8,08%) e Localiza (+5,46%). No lado oposto, Taesa (-4,03%), Eneva (-3,07%), Assaí (-2,93%) e Engie Brasil (-2,76%).

Após o tombo do dia anterior, o petróleo se estabilizou, mas a leve recuperação, em torno de 1% nesta quinta-feira, não foi o suficiente para impulsionar Petrobras (ON -0,38%, PN -0,34%), que não conseguiu acompanhar as outras ações de maior peso no Ibovespa, como as do setor metálico (Vale ON +0,37%), em dia também negativo para o minério de ferro na China, e as de grandes bancos, com destaque ainda para Bradesco PN (+2,81%).

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Mais cedo, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, disse ser fundamental fazer o possível para reduzir a inflação nos Estados Unidos e defendeu que o Federal Reserve faça sua parte para atingir esse objetivo. “Considero a alta inflação o problema econômico número um que todos precisamos resolver”, afirmou Yellen, em depoimento ao Comitê de Finanças do Senado, acrescentando que essa também é uma das principais prioridades do presidente dos EUA, Joe Biden.

O Ibovespa ganhou impulso à tarde e chegou a se reaproximar dos 104 mil pontos na máxima da sessão, permanecendo abaixo deste nível, em fechamento, desde o último dia 10, quando começaram a eclodir as dificuldades de solvência em alguns bancos regionais americanos. De ontem para hoje, a percepção global sobre a possibilidade de crise de crédito, na Europa como nos Estados Unidos, refluiu, tendo em vista as movimentações não só de autoridades monetárias da Suíça e da zona do euro como também do próprio sistema financeiro americano, no sentido de se bloquear deterioração ou mesmo contágio. No encerramento desta quinta-feira, a referência da B3, vindo de cinco perdas seguidas, mostrava alta de 0,74%, a 103.434,66 pontos.

Ibovespa operou em mínima de 102.454,77 e máxima de 103.911,26, saindo de abertura aos 102.682,65 pontos na sessão. Após ter sido reforçado ontem pelo vencimento de opções sobre o índice, o giro financeiro ficou hoje em R$ 26,6 bilhões. Na semana, limita perda (-0,18%) no intervalo. No mês, ainda cede 1,43% e, no ano, cai 5,74%.

Nos Estados Unidos, os relatos quanto a possível apoio ao First Republic Bank por grandes bancos americanos contribuíram para o desempenho da sessão, com venda de Treasuries e compra de ações, o que levou o Dow Jones a fechar em alta de 1,17%, o S&P 500, de 1,76%, e o Nasdaq, de 2,48%, nesta quinta-feira.

Movimentação de entidades monetárias na Europa com relação à crise de liquidez no Credit Suisse ajudou a melhor o humor do mercado Foto: Fabrice Coffrini/AFP

Dólar cai

Em queda contida pela manhã, o dólar à vista aprofundou o ritmo de baixa ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quinta-feira cotado a R$ 5,2398, desvalorização de 1,03%, após registrar mínima a R$ 5,2368 na reta final dos negócios. Apesar do refresco hoje, a semana ainda é de perdas para o real, com o dólar acumulando ganhos de 0,61% no mercado doméstico de câmbio.

“Tivemos um alívio no pessimismo lá fora hoje com o socorro aos bancos, o que tirou pressão sobre os ativos de risco. As divisas emergentes perderam nos últimos, mas o real até que ficou bem ancorado.”, afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, para quem, caso o novo arcabouço fiscal não decepcione e o ambiente externo desanuvie, o dólar pode voltar para a casa de R$ 5,10. “Por enquanto, o ambiente ainda deve ser de volatilidade, com receio de que apareça outro banco com problemas”.

Humor melhora

“O Brasil não tinha como ficar à margem da aversão a risco que se viu lá fora. Mas esse momento de dificuldade no sistema de crédito reforçou a perspectiva de que há um ‘easing’ [afrouxamento] a caminho nos principais BCs ainda neste primeiro semestre, o que resulta em fechamento da curva de juros. E a curva do DI acompanhou, aqui no Brasil. Agora, já se vê possibilidade de corte da Selic em maio, quando, há pouco tempo, nem se esperava que isso pudesse acontecer em 2023″, diz Felipe Moura, analista e sócio da Finacap Investimentos, acrescentando que a decisão do Banco Central Europeu (BCE), de elevar em meio ponto porcentual a taxa de referência da zona do euro, foi importante para ancorar o longo prazo.

No quadro doméstico, ele chama atenção para a expectativa para o anúncio, nos próximos dias, do novo arcabouço fiscal, outro fator considerado essencial para que o Copom, que volta a se reunir na próxima semana (assim como o Fomc, do Fed), possa vir a cortar a Selic.

Hoje, a deliberação do BCE foi recebida a princípio pelo mercado como um sinal de que a preocupação da autoridade monetária da zona do euro com a inflação se sobrepõe a temores quanto ao risco de uma crise de crédito global, em meio a dificuldades em alguns bancos regionais americanos e também no Credit Suisse.

“O humor melhorou na Europa com o suporte de liquidez disponibilizado pelo BC da Suíça para o Credit Suisse, de ontem para hoje”, diz Gabriel Matesco, especialista em renda variável da Blue3, destacando que a melhora da percepção de risco, desde o exterior, contribuiu também para fechamento da curva de juros no Brasil, nesta quinta-feira, ainda que uma “possível crise de crédito” no sistema financeiro global permaneça no radar dos investidores.

De acordo com a Reuters, as autoridades do Banco Central Europeu (BCE) só concordaram com outro grande aumento na taxas de juros nesta quinta-feira, depois que ao Credit Suisse foi garantida uma tábua de salvação e os mercados se acalmaram, disseram quatro fontes familiarizadas com o assunto. A decisão do BC suíço de apoiar o Credit Suisse com empréstimo de 50 bilhões de francos suíços (US$ 54 bilhões) durante a noite ajudou a estabilizar os mercados financeiros, e deu à maioria dos formuladores de política monetária, no BCE, confiança para prosseguir com o aumento planejado da taxa de referência, reporta a Reuters.

Fachada da B3, em São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

Proteína animal

Em outro desdobramento favorável ao apetite por ações nesta quinta-feira, os relatos sobre efeitos de peste suína na China deram impulso às ações de proteína animal na B3, que chegaram a ocupar, mais cedo, a ponta positiva do Ibovespa. No fechamento, destaque para Locaweb (+13,04%), CVC (+8,14%), Petz (+8,08%) e Localiza (+5,46%). No lado oposto, Taesa (-4,03%), Eneva (-3,07%), Assaí (-2,93%) e Engie Brasil (-2,76%).

Após o tombo do dia anterior, o petróleo se estabilizou, mas a leve recuperação, em torno de 1% nesta quinta-feira, não foi o suficiente para impulsionar Petrobras (ON -0,38%, PN -0,34%), que não conseguiu acompanhar as outras ações de maior peso no Ibovespa, como as do setor metálico (Vale ON +0,37%), em dia também negativo para o minério de ferro na China, e as de grandes bancos, com destaque ainda para Bradesco PN (+2,81%).

Mais cedo, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, disse ser fundamental fazer o possível para reduzir a inflação nos Estados Unidos e defendeu que o Federal Reserve faça sua parte para atingir esse objetivo. “Considero a alta inflação o problema econômico número um que todos precisamos resolver”, afirmou Yellen, em depoimento ao Comitê de Finanças do Senado, acrescentando que essa também é uma das principais prioridades do presidente dos EUA, Joe Biden.

O Ibovespa ganhou impulso à tarde e chegou a se reaproximar dos 104 mil pontos na máxima da sessão, permanecendo abaixo deste nível, em fechamento, desde o último dia 10, quando começaram a eclodir as dificuldades de solvência em alguns bancos regionais americanos. De ontem para hoje, a percepção global sobre a possibilidade de crise de crédito, na Europa como nos Estados Unidos, refluiu, tendo em vista as movimentações não só de autoridades monetárias da Suíça e da zona do euro como também do próprio sistema financeiro americano, no sentido de se bloquear deterioração ou mesmo contágio. No encerramento desta quinta-feira, a referência da B3, vindo de cinco perdas seguidas, mostrava alta de 0,74%, a 103.434,66 pontos.

Ibovespa operou em mínima de 102.454,77 e máxima de 103.911,26, saindo de abertura aos 102.682,65 pontos na sessão. Após ter sido reforçado ontem pelo vencimento de opções sobre o índice, o giro financeiro ficou hoje em R$ 26,6 bilhões. Na semana, limita perda (-0,18%) no intervalo. No mês, ainda cede 1,43% e, no ano, cai 5,74%.

Nos Estados Unidos, os relatos quanto a possível apoio ao First Republic Bank por grandes bancos americanos contribuíram para o desempenho da sessão, com venda de Treasuries e compra de ações, o que levou o Dow Jones a fechar em alta de 1,17%, o S&P 500, de 1,76%, e o Nasdaq, de 2,48%, nesta quinta-feira.

Movimentação de entidades monetárias na Europa com relação à crise de liquidez no Credit Suisse ajudou a melhor o humor do mercado Foto: Fabrice Coffrini/AFP

Dólar cai

Em queda contida pela manhã, o dólar à vista aprofundou o ritmo de baixa ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quinta-feira cotado a R$ 5,2398, desvalorização de 1,03%, após registrar mínima a R$ 5,2368 na reta final dos negócios. Apesar do refresco hoje, a semana ainda é de perdas para o real, com o dólar acumulando ganhos de 0,61% no mercado doméstico de câmbio.

“Tivemos um alívio no pessimismo lá fora hoje com o socorro aos bancos, o que tirou pressão sobre os ativos de risco. As divisas emergentes perderam nos últimos, mas o real até que ficou bem ancorado.”, afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, para quem, caso o novo arcabouço fiscal não decepcione e o ambiente externo desanuvie, o dólar pode voltar para a casa de R$ 5,10. “Por enquanto, o ambiente ainda deve ser de volatilidade, com receio de que apareça outro banco com problemas”.

Humor melhora

“O Brasil não tinha como ficar à margem da aversão a risco que se viu lá fora. Mas esse momento de dificuldade no sistema de crédito reforçou a perspectiva de que há um ‘easing’ [afrouxamento] a caminho nos principais BCs ainda neste primeiro semestre, o que resulta em fechamento da curva de juros. E a curva do DI acompanhou, aqui no Brasil. Agora, já se vê possibilidade de corte da Selic em maio, quando, há pouco tempo, nem se esperava que isso pudesse acontecer em 2023″, diz Felipe Moura, analista e sócio da Finacap Investimentos, acrescentando que a decisão do Banco Central Europeu (BCE), de elevar em meio ponto porcentual a taxa de referência da zona do euro, foi importante para ancorar o longo prazo.

No quadro doméstico, ele chama atenção para a expectativa para o anúncio, nos próximos dias, do novo arcabouço fiscal, outro fator considerado essencial para que o Copom, que volta a se reunir na próxima semana (assim como o Fomc, do Fed), possa vir a cortar a Selic.

Hoje, a deliberação do BCE foi recebida a princípio pelo mercado como um sinal de que a preocupação da autoridade monetária da zona do euro com a inflação se sobrepõe a temores quanto ao risco de uma crise de crédito global, em meio a dificuldades em alguns bancos regionais americanos e também no Credit Suisse.

“O humor melhorou na Europa com o suporte de liquidez disponibilizado pelo BC da Suíça para o Credit Suisse, de ontem para hoje”, diz Gabriel Matesco, especialista em renda variável da Blue3, destacando que a melhora da percepção de risco, desde o exterior, contribuiu também para fechamento da curva de juros no Brasil, nesta quinta-feira, ainda que uma “possível crise de crédito” no sistema financeiro global permaneça no radar dos investidores.

De acordo com a Reuters, as autoridades do Banco Central Europeu (BCE) só concordaram com outro grande aumento na taxas de juros nesta quinta-feira, depois que ao Credit Suisse foi garantida uma tábua de salvação e os mercados se acalmaram, disseram quatro fontes familiarizadas com o assunto. A decisão do BC suíço de apoiar o Credit Suisse com empréstimo de 50 bilhões de francos suíços (US$ 54 bilhões) durante a noite ajudou a estabilizar os mercados financeiros, e deu à maioria dos formuladores de política monetária, no BCE, confiança para prosseguir com o aumento planejado da taxa de referência, reporta a Reuters.

Fachada da B3, em São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

Proteína animal

Em outro desdobramento favorável ao apetite por ações nesta quinta-feira, os relatos sobre efeitos de peste suína na China deram impulso às ações de proteína animal na B3, que chegaram a ocupar, mais cedo, a ponta positiva do Ibovespa. No fechamento, destaque para Locaweb (+13,04%), CVC (+8,14%), Petz (+8,08%) e Localiza (+5,46%). No lado oposto, Taesa (-4,03%), Eneva (-3,07%), Assaí (-2,93%) e Engie Brasil (-2,76%).

Após o tombo do dia anterior, o petróleo se estabilizou, mas a leve recuperação, em torno de 1% nesta quinta-feira, não foi o suficiente para impulsionar Petrobras (ON -0,38%, PN -0,34%), que não conseguiu acompanhar as outras ações de maior peso no Ibovespa, como as do setor metálico (Vale ON +0,37%), em dia também negativo para o minério de ferro na China, e as de grandes bancos, com destaque ainda para Bradesco PN (+2,81%).

Mais cedo, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, disse ser fundamental fazer o possível para reduzir a inflação nos Estados Unidos e defendeu que o Federal Reserve faça sua parte para atingir esse objetivo. “Considero a alta inflação o problema econômico número um que todos precisamos resolver”, afirmou Yellen, em depoimento ao Comitê de Finanças do Senado, acrescentando que essa também é uma das principais prioridades do presidente dos EUA, Joe Biden.

O Ibovespa ganhou impulso à tarde e chegou a se reaproximar dos 104 mil pontos na máxima da sessão, permanecendo abaixo deste nível, em fechamento, desde o último dia 10, quando começaram a eclodir as dificuldades de solvência em alguns bancos regionais americanos. De ontem para hoje, a percepção global sobre a possibilidade de crise de crédito, na Europa como nos Estados Unidos, refluiu, tendo em vista as movimentações não só de autoridades monetárias da Suíça e da zona do euro como também do próprio sistema financeiro americano, no sentido de se bloquear deterioração ou mesmo contágio. No encerramento desta quinta-feira, a referência da B3, vindo de cinco perdas seguidas, mostrava alta de 0,74%, a 103.434,66 pontos.

Ibovespa operou em mínima de 102.454,77 e máxima de 103.911,26, saindo de abertura aos 102.682,65 pontos na sessão. Após ter sido reforçado ontem pelo vencimento de opções sobre o índice, o giro financeiro ficou hoje em R$ 26,6 bilhões. Na semana, limita perda (-0,18%) no intervalo. No mês, ainda cede 1,43% e, no ano, cai 5,74%.

Nos Estados Unidos, os relatos quanto a possível apoio ao First Republic Bank por grandes bancos americanos contribuíram para o desempenho da sessão, com venda de Treasuries e compra de ações, o que levou o Dow Jones a fechar em alta de 1,17%, o S&P 500, de 1,76%, e o Nasdaq, de 2,48%, nesta quinta-feira.

Movimentação de entidades monetárias na Europa com relação à crise de liquidez no Credit Suisse ajudou a melhor o humor do mercado Foto: Fabrice Coffrini/AFP

Dólar cai

Em queda contida pela manhã, o dólar à vista aprofundou o ritmo de baixa ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quinta-feira cotado a R$ 5,2398, desvalorização de 1,03%, após registrar mínima a R$ 5,2368 na reta final dos negócios. Apesar do refresco hoje, a semana ainda é de perdas para o real, com o dólar acumulando ganhos de 0,61% no mercado doméstico de câmbio.

“Tivemos um alívio no pessimismo lá fora hoje com o socorro aos bancos, o que tirou pressão sobre os ativos de risco. As divisas emergentes perderam nos últimos, mas o real até que ficou bem ancorado.”, afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, para quem, caso o novo arcabouço fiscal não decepcione e o ambiente externo desanuvie, o dólar pode voltar para a casa de R$ 5,10. “Por enquanto, o ambiente ainda deve ser de volatilidade, com receio de que apareça outro banco com problemas”.

Humor melhora

“O Brasil não tinha como ficar à margem da aversão a risco que se viu lá fora. Mas esse momento de dificuldade no sistema de crédito reforçou a perspectiva de que há um ‘easing’ [afrouxamento] a caminho nos principais BCs ainda neste primeiro semestre, o que resulta em fechamento da curva de juros. E a curva do DI acompanhou, aqui no Brasil. Agora, já se vê possibilidade de corte da Selic em maio, quando, há pouco tempo, nem se esperava que isso pudesse acontecer em 2023″, diz Felipe Moura, analista e sócio da Finacap Investimentos, acrescentando que a decisão do Banco Central Europeu (BCE), de elevar em meio ponto porcentual a taxa de referência da zona do euro, foi importante para ancorar o longo prazo.

No quadro doméstico, ele chama atenção para a expectativa para o anúncio, nos próximos dias, do novo arcabouço fiscal, outro fator considerado essencial para que o Copom, que volta a se reunir na próxima semana (assim como o Fomc, do Fed), possa vir a cortar a Selic.

Hoje, a deliberação do BCE foi recebida a princípio pelo mercado como um sinal de que a preocupação da autoridade monetária da zona do euro com a inflação se sobrepõe a temores quanto ao risco de uma crise de crédito global, em meio a dificuldades em alguns bancos regionais americanos e também no Credit Suisse.

“O humor melhorou na Europa com o suporte de liquidez disponibilizado pelo BC da Suíça para o Credit Suisse, de ontem para hoje”, diz Gabriel Matesco, especialista em renda variável da Blue3, destacando que a melhora da percepção de risco, desde o exterior, contribuiu também para fechamento da curva de juros no Brasil, nesta quinta-feira, ainda que uma “possível crise de crédito” no sistema financeiro global permaneça no radar dos investidores.

De acordo com a Reuters, as autoridades do Banco Central Europeu (BCE) só concordaram com outro grande aumento na taxas de juros nesta quinta-feira, depois que ao Credit Suisse foi garantida uma tábua de salvação e os mercados se acalmaram, disseram quatro fontes familiarizadas com o assunto. A decisão do BC suíço de apoiar o Credit Suisse com empréstimo de 50 bilhões de francos suíços (US$ 54 bilhões) durante a noite ajudou a estabilizar os mercados financeiros, e deu à maioria dos formuladores de política monetária, no BCE, confiança para prosseguir com o aumento planejado da taxa de referência, reporta a Reuters.

Fachada da B3, em São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

Proteína animal

Em outro desdobramento favorável ao apetite por ações nesta quinta-feira, os relatos sobre efeitos de peste suína na China deram impulso às ações de proteína animal na B3, que chegaram a ocupar, mais cedo, a ponta positiva do Ibovespa. No fechamento, destaque para Locaweb (+13,04%), CVC (+8,14%), Petz (+8,08%) e Localiza (+5,46%). No lado oposto, Taesa (-4,03%), Eneva (-3,07%), Assaí (-2,93%) e Engie Brasil (-2,76%).

Após o tombo do dia anterior, o petróleo se estabilizou, mas a leve recuperação, em torno de 1% nesta quinta-feira, não foi o suficiente para impulsionar Petrobras (ON -0,38%, PN -0,34%), que não conseguiu acompanhar as outras ações de maior peso no Ibovespa, como as do setor metálico (Vale ON +0,37%), em dia também negativo para o minério de ferro na China, e as de grandes bancos, com destaque ainda para Bradesco PN (+2,81%).

Mais cedo, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, disse ser fundamental fazer o possível para reduzir a inflação nos Estados Unidos e defendeu que o Federal Reserve faça sua parte para atingir esse objetivo. “Considero a alta inflação o problema econômico número um que todos precisamos resolver”, afirmou Yellen, em depoimento ao Comitê de Finanças do Senado, acrescentando que essa também é uma das principais prioridades do presidente dos EUA, Joe Biden.

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