Credit Suisse: entenda em gráficos a crise que levou à venda do banco


Instituição fundada em 1856 foi comprada pelo UBS após nova crise de desconfiança; problemas na instituição financeira envolvem acusações de fraude, escândalos e perdas em investimentos

Por Redação
Atualização:

A compra do Credit Suisse pelo seu principal concorrente e maior banco da Suíça, o UBS, formalizada no último fim de semana após negociação intermediada pelo governo e por órgãos reguladores do país, criará um gigante no mercado financeiro mundial. O UBS vai pagar US$ 3,25 bilhões pelo rival, apenas parte de seu valor de mercado.

A crise do Credit Suisse, fundado em 1856, vem desde 2021, mas ganhou novos contornos depois que o principal acionista da instituição, o Saudi National Bank (SNB), se recusou a fazer novos aportes, em um cenário de turbulência desencadeada pela falência do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos.

A desconfiança em relação à saúde financeira do Credit provocou pânico e derrubou as bolsas em todo o mundo, reacendendo os temores de um cenário semelhante ao de 2008, com a quebra do Lehman Brothers. Entenda em gráficos a atual crise da instituição.

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O que gerou a crise no Credit Suisse?

O banco se envolveu em escândalos de espionagem e corrupção que vinham manchando sua imagem nos últimos anos. Em 2021, o problema de credibilidade se acentuou quando as empresas de investimento Greensill e Archegos colapsaram, fazendo com que o Credit perdesse bilhões de dólares. O banco administrava fundos com a Greensill e havia concedido empréstimos maiores do que os de outros bancos para a Archegos. Havia alertas para que o Credit Suisse atuasse de forma mais cautelosa em relação a essas companhias.

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Já na semana passada, a crise de desconfiança estourou após o principal acionista do Credit Suisse, o SNB, descartar oferecer mais assistência financeira ao banco. Um dia antes, o Credit havia publicado o balanço de 2022 com o aviso de que identificara “debilidades importantes” no controle interno dos relatórios financeiros dos dois anos anteriores. Como se não bastasse, a instituição financeira registrou prejuízo de 7,3 bilhões de francos suíços (R$ 41 bilhões, na cotação atual).

A divulgação dos resultados havia sido adiada na semana anterior, após a Securities and Exchange Commission (SEC, o órgão regulador do mercado americano) pedir informações sobre como o banco registrou seu fluxo de caixa em 2019 e 2020.

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Por que o UBS comprou o Credit Suisse?

A crise do Credit Suisse piorou na semana passada. Seus clientes começaram a retirar seus recursos do banco, e as ações da instituição financeira despencaram. Uma linha de crédito de emergência de 50 bilhões de francos suíços (US$ 54 bilhões), fornecida pelo Banco Nacional Suíço (SNB), não foi suficiente para deter o declínio do Credit no mercado. Diante desse cenário e do risco de a crise no Credit Suisse contaminar todo o sistema bancário suíço e se alastrar pelo mercado financeiro global, autoridades da Suíça passaram a trabalhar para forçar a fusão entre o UBS, o maior banco do país, e o Credit, o segundo maior.

Balanço de 2022 do Credit Suisse identificava 'debilidades importantes' na instituição Foto: Reinhard Krause/Reuters
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O que aconteceu com as ações do UBS no primeiro dia após a compra do Credit Suisse?

Os papéis de empresas que compram outras costumam recuar após o anúncio da operação, dado que essas transações significam um aumento de gastos para a compradora e há incerteza do prazo em que ela terá retorno financeiro. No caso do UBS, porém, havia um agravante. O banco comprou uma instituição financeira que passa por dificuldades severas e sem que houvesse um processo de due diligence (processo em que são analisadas as informações da empresa que será adquirida para mitigar riscos de possíveis fraudes e irregularidades). “(De manhã), houve uma reação negativa no mercado pelo temor em relação ao que o UBS vai encontrar (no Credit Suisse). Essa preocupação de estar adquirindo uma empresa de porte extremamente elevado e que vinha com problemas financeiros traz cautela”, diz o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. Para ele, porém, como parte do problema do Credit era de credibilidade, o UBS pode conseguir mostrar que está trabalhando para resolver os problemas da instituição comprada. No fim da segunda-feira, as ações do UBS subiam.

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Por que as ações do Credit Suisse caíram?

Papéis de empresas que são vendidas costumam subir após o anúncio do negócio. No caso do Credit Suisse, porém, o valor da transação prejudica um movimento como esse. O UBS concordou em pagar 0,76 franco suíço por ação do Credit. No fim da sexta-feira, os papéis do Credit eram cotados a 1,86 franco. Ou seja, as ações foram negociadas por 40,1% do que elas valiam. Parte desse desconto ocorre pelo modo como a venda foi fechada, sem que o UBS pudesse realmente analisar o que estava comprando. Apesar das garantias colocadas pelas autoridades suíças no negócio, era esperado que o comprador exigisse um desconto.

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Por que as bolsas recuaram na Ásia, mas subiram na Europa e nos EUA?

Ainda há um clima de apreensão no mercado financeiro, segundo o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. Isso faz com que o mercado se mova em diferentes direções. “Parece que o caso do Credit Suisse foi encaminhado, mas ninguém sabe se outras instituições terão problema. Tem uma preocupação com o contexto global”, diz. Campos Neto acrescenta que bancos regionais nos Estados Unidos, por exemplo, ainda podem apresentar certas fragilidades nas próximas semanas. Ele destaca, no entanto, que as autoridades estão reagindo bem à crise e se mobilizando para evitar cenários mais agudos.

A compra do Credit Suisse pelo seu principal concorrente e maior banco da Suíça, o UBS, formalizada no último fim de semana após negociação intermediada pelo governo e por órgãos reguladores do país, criará um gigante no mercado financeiro mundial. O UBS vai pagar US$ 3,25 bilhões pelo rival, apenas parte de seu valor de mercado.

A crise do Credit Suisse, fundado em 1856, vem desde 2021, mas ganhou novos contornos depois que o principal acionista da instituição, o Saudi National Bank (SNB), se recusou a fazer novos aportes, em um cenário de turbulência desencadeada pela falência do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos.

A desconfiança em relação à saúde financeira do Credit provocou pânico e derrubou as bolsas em todo o mundo, reacendendo os temores de um cenário semelhante ao de 2008, com a quebra do Lehman Brothers. Entenda em gráficos a atual crise da instituição.

O que gerou a crise no Credit Suisse?

O banco se envolveu em escândalos de espionagem e corrupção que vinham manchando sua imagem nos últimos anos. Em 2021, o problema de credibilidade se acentuou quando as empresas de investimento Greensill e Archegos colapsaram, fazendo com que o Credit perdesse bilhões de dólares. O banco administrava fundos com a Greensill e havia concedido empréstimos maiores do que os de outros bancos para a Archegos. Havia alertas para que o Credit Suisse atuasse de forma mais cautelosa em relação a essas companhias.

Já na semana passada, a crise de desconfiança estourou após o principal acionista do Credit Suisse, o SNB, descartar oferecer mais assistência financeira ao banco. Um dia antes, o Credit havia publicado o balanço de 2022 com o aviso de que identificara “debilidades importantes” no controle interno dos relatórios financeiros dos dois anos anteriores. Como se não bastasse, a instituição financeira registrou prejuízo de 7,3 bilhões de francos suíços (R$ 41 bilhões, na cotação atual).

A divulgação dos resultados havia sido adiada na semana anterior, após a Securities and Exchange Commission (SEC, o órgão regulador do mercado americano) pedir informações sobre como o banco registrou seu fluxo de caixa em 2019 e 2020.

Por que o UBS comprou o Credit Suisse?

A crise do Credit Suisse piorou na semana passada. Seus clientes começaram a retirar seus recursos do banco, e as ações da instituição financeira despencaram. Uma linha de crédito de emergência de 50 bilhões de francos suíços (US$ 54 bilhões), fornecida pelo Banco Nacional Suíço (SNB), não foi suficiente para deter o declínio do Credit no mercado. Diante desse cenário e do risco de a crise no Credit Suisse contaminar todo o sistema bancário suíço e se alastrar pelo mercado financeiro global, autoridades da Suíça passaram a trabalhar para forçar a fusão entre o UBS, o maior banco do país, e o Credit, o segundo maior.

Balanço de 2022 do Credit Suisse identificava 'debilidades importantes' na instituição Foto: Reinhard Krause/Reuters

O que aconteceu com as ações do UBS no primeiro dia após a compra do Credit Suisse?

Os papéis de empresas que compram outras costumam recuar após o anúncio da operação, dado que essas transações significam um aumento de gastos para a compradora e há incerteza do prazo em que ela terá retorno financeiro. No caso do UBS, porém, havia um agravante. O banco comprou uma instituição financeira que passa por dificuldades severas e sem que houvesse um processo de due diligence (processo em que são analisadas as informações da empresa que será adquirida para mitigar riscos de possíveis fraudes e irregularidades). “(De manhã), houve uma reação negativa no mercado pelo temor em relação ao que o UBS vai encontrar (no Credit Suisse). Essa preocupação de estar adquirindo uma empresa de porte extremamente elevado e que vinha com problemas financeiros traz cautela”, diz o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. Para ele, porém, como parte do problema do Credit era de credibilidade, o UBS pode conseguir mostrar que está trabalhando para resolver os problemas da instituição comprada. No fim da segunda-feira, as ações do UBS subiam.

Por que as ações do Credit Suisse caíram?

Papéis de empresas que são vendidas costumam subir após o anúncio do negócio. No caso do Credit Suisse, porém, o valor da transação prejudica um movimento como esse. O UBS concordou em pagar 0,76 franco suíço por ação do Credit. No fim da sexta-feira, os papéis do Credit eram cotados a 1,86 franco. Ou seja, as ações foram negociadas por 40,1% do que elas valiam. Parte desse desconto ocorre pelo modo como a venda foi fechada, sem que o UBS pudesse realmente analisar o que estava comprando. Apesar das garantias colocadas pelas autoridades suíças no negócio, era esperado que o comprador exigisse um desconto.

Por que as bolsas recuaram na Ásia, mas subiram na Europa e nos EUA?

Ainda há um clima de apreensão no mercado financeiro, segundo o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. Isso faz com que o mercado se mova em diferentes direções. “Parece que o caso do Credit Suisse foi encaminhado, mas ninguém sabe se outras instituições terão problema. Tem uma preocupação com o contexto global”, diz. Campos Neto acrescenta que bancos regionais nos Estados Unidos, por exemplo, ainda podem apresentar certas fragilidades nas próximas semanas. Ele destaca, no entanto, que as autoridades estão reagindo bem à crise e se mobilizando para evitar cenários mais agudos.

A compra do Credit Suisse pelo seu principal concorrente e maior banco da Suíça, o UBS, formalizada no último fim de semana após negociação intermediada pelo governo e por órgãos reguladores do país, criará um gigante no mercado financeiro mundial. O UBS vai pagar US$ 3,25 bilhões pelo rival, apenas parte de seu valor de mercado.

A crise do Credit Suisse, fundado em 1856, vem desde 2021, mas ganhou novos contornos depois que o principal acionista da instituição, o Saudi National Bank (SNB), se recusou a fazer novos aportes, em um cenário de turbulência desencadeada pela falência do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos.

A desconfiança em relação à saúde financeira do Credit provocou pânico e derrubou as bolsas em todo o mundo, reacendendo os temores de um cenário semelhante ao de 2008, com a quebra do Lehman Brothers. Entenda em gráficos a atual crise da instituição.

O que gerou a crise no Credit Suisse?

O banco se envolveu em escândalos de espionagem e corrupção que vinham manchando sua imagem nos últimos anos. Em 2021, o problema de credibilidade se acentuou quando as empresas de investimento Greensill e Archegos colapsaram, fazendo com que o Credit perdesse bilhões de dólares. O banco administrava fundos com a Greensill e havia concedido empréstimos maiores do que os de outros bancos para a Archegos. Havia alertas para que o Credit Suisse atuasse de forma mais cautelosa em relação a essas companhias.

Já na semana passada, a crise de desconfiança estourou após o principal acionista do Credit Suisse, o SNB, descartar oferecer mais assistência financeira ao banco. Um dia antes, o Credit havia publicado o balanço de 2022 com o aviso de que identificara “debilidades importantes” no controle interno dos relatórios financeiros dos dois anos anteriores. Como se não bastasse, a instituição financeira registrou prejuízo de 7,3 bilhões de francos suíços (R$ 41 bilhões, na cotação atual).

A divulgação dos resultados havia sido adiada na semana anterior, após a Securities and Exchange Commission (SEC, o órgão regulador do mercado americano) pedir informações sobre como o banco registrou seu fluxo de caixa em 2019 e 2020.

Por que o UBS comprou o Credit Suisse?

A crise do Credit Suisse piorou na semana passada. Seus clientes começaram a retirar seus recursos do banco, e as ações da instituição financeira despencaram. Uma linha de crédito de emergência de 50 bilhões de francos suíços (US$ 54 bilhões), fornecida pelo Banco Nacional Suíço (SNB), não foi suficiente para deter o declínio do Credit no mercado. Diante desse cenário e do risco de a crise no Credit Suisse contaminar todo o sistema bancário suíço e se alastrar pelo mercado financeiro global, autoridades da Suíça passaram a trabalhar para forçar a fusão entre o UBS, o maior banco do país, e o Credit, o segundo maior.

Balanço de 2022 do Credit Suisse identificava 'debilidades importantes' na instituição Foto: Reinhard Krause/Reuters

O que aconteceu com as ações do UBS no primeiro dia após a compra do Credit Suisse?

Os papéis de empresas que compram outras costumam recuar após o anúncio da operação, dado que essas transações significam um aumento de gastos para a compradora e há incerteza do prazo em que ela terá retorno financeiro. No caso do UBS, porém, havia um agravante. O banco comprou uma instituição financeira que passa por dificuldades severas e sem que houvesse um processo de due diligence (processo em que são analisadas as informações da empresa que será adquirida para mitigar riscos de possíveis fraudes e irregularidades). “(De manhã), houve uma reação negativa no mercado pelo temor em relação ao que o UBS vai encontrar (no Credit Suisse). Essa preocupação de estar adquirindo uma empresa de porte extremamente elevado e que vinha com problemas financeiros traz cautela”, diz o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. Para ele, porém, como parte do problema do Credit era de credibilidade, o UBS pode conseguir mostrar que está trabalhando para resolver os problemas da instituição comprada. No fim da segunda-feira, as ações do UBS subiam.

Por que as ações do Credit Suisse caíram?

Papéis de empresas que são vendidas costumam subir após o anúncio do negócio. No caso do Credit Suisse, porém, o valor da transação prejudica um movimento como esse. O UBS concordou em pagar 0,76 franco suíço por ação do Credit. No fim da sexta-feira, os papéis do Credit eram cotados a 1,86 franco. Ou seja, as ações foram negociadas por 40,1% do que elas valiam. Parte desse desconto ocorre pelo modo como a venda foi fechada, sem que o UBS pudesse realmente analisar o que estava comprando. Apesar das garantias colocadas pelas autoridades suíças no negócio, era esperado que o comprador exigisse um desconto.

Por que as bolsas recuaram na Ásia, mas subiram na Europa e nos EUA?

Ainda há um clima de apreensão no mercado financeiro, segundo o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. Isso faz com que o mercado se mova em diferentes direções. “Parece que o caso do Credit Suisse foi encaminhado, mas ninguém sabe se outras instituições terão problema. Tem uma preocupação com o contexto global”, diz. Campos Neto acrescenta que bancos regionais nos Estados Unidos, por exemplo, ainda podem apresentar certas fragilidades nas próximas semanas. Ele destaca, no entanto, que as autoridades estão reagindo bem à crise e se mobilizando para evitar cenários mais agudos.

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