Credit Suisse: detentores de US$ 17 bi em bônus que ‘sumiram’ preparam ida à Justiça


Escritórios de advocacia especializados em litígios complexos têm reunido demanda de investidores que não admitem aceitar o cancelamento de seus títulos de forma passiva

Por Aline Bronzati e Altamiro Silva Junior

NOVA YORK E SÃO PAULO - Detentores de mais de US$ 17 bilhões em títulos de dívida do Credit Suisse, chamados no jargão do mercado de “bônus conversíveis contingentes”, ou “CoCo bonds”, começam a se organizar para brigar na Justiça pelos seus investimentos, que viraram pó da noite para o dia com a compra pelo também suíço UBS. Isso pode prolongar as incertezas relacionadas à venda do banco, feita às pressas no final de semana. Em Wall Street, são apontados entre os maiores afetados pesos-pesados norte-americanos, como a gestora Pimco e a Invesco Capital Management, que juntas teriam mais de US$ 1 bilhão.

Escritórios de advocacia especializados em litígios complexos como o Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan e o Korein Tillery têm reunido demanda de investidores que não admitem aceitar o cancelamento de seus títulos de forma passiva. A estratégia ainda está sendo definida, com várias opções na mesa, mas o caminho litigioso ganha força na esteira do que aconteceu após a venda do banco espanhol Popular ao Santander, neste que promete ser o grande primeiro teste de estresse dos “CoCo bonds”.

continua após a publicidade

Criados após a crise financeira internacional de 2008, esses títulos são usados por bancos para captar recursos e atender a exigências regulatórias de capital. Os “CoCo bonds”, também conhecidos como “AT1″ ou “Additional Tier 1 Bonds”, são um instrumento de dívida com retorno maior para os investidores, mas o risco também é mais elevado. Na escala de credores, são os penúltimos da fila a receber por seus investimentos, estando à frente apenas dos acionistas.

Porém, na venda do Credit para o UBS, os US$ 17,3 bilhões em títulos AT1 do banco foram reduzidos a zero, de acordo com o regulador financeiro da Suíça, Finma. Apesar de essa ser uma possibilidade, o que incomodou os credores foi o fato de não receberem nada, enquanto os acionistas vão embolsar cerca de US$ 3,25 bilhões com a transação. Havia a expectativa de que fosse ocorrer ao menos parte da conversão desses papéis em ações, o que não aconteceu.

Depois de afetar na segunda-feira os mercados globais de bonds, a decisão levantou uma acalorada discussão entre investidores e advogados sobre o direito legal de receber um valor superior a “zero”. “A questão é a incerteza em relação à hierarquia de credores, já que o AT1 teve uma perda maior em relação aos acionistas, o que foi uma surpresa negativa para o mercado de crédito”, diz o JPMorgan, em nota a clientes.

continua após a publicidade

O Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan faz uma reunião com detentores de títulos do Credit Suisse nesta quarta-feira, 22. O escritório mobilizou advogados em Zurique, Nova York e Londres para atender possíveis investidores interessados e afirmou que a equipe já está em discussões com vários que representam uma “porcentagem significativa” do valor total dos títulos do Credit Suisse.

Fachada de agência do Credit Suisse Foto: Denis Balibouse/Reuters

Para o vice-presidente e diretor associado para bancos da FacSet, Sean Ryan, os investidores podem ter ficado surpresos porque a crise surgiu e se tornou séria muito rapidamente. No entanto, por trás do rendimento mais elevado desses títulos, havia um risco associado e esses investidores estavam cientes dele. “Este é o primeiro teste desses instrumentos. A ideia de que isso poderia acontecer é bem conhecida, mas talvez houvesse uma falta de avaliação do risco que não era apenas fictício, mas algo que poderia ser muito real”, diz Ryan, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

continua após a publicidade

A baixa contábil de US$ 17,3 bilhões do Credit é a maior perda já registrada no mercado de AT1. O único evento até então havia sido na venda do Popular ao Espanhol por cerca de US$ 1,45 bilhão, nos quais os detentores de títulos também viram seus investimentos reduzidos a pó. Esse tipo de papel é especialmente comum na Europa. O mercado europeu de “CoCo bonds” é estimado em US$ 275 bilhões e na segunda-feira, 20, teve forte venda dos papéis, com investidores temendo um risco que até então não estava no radar.

A Autoridade Bancária Europeia (EBA), o Banco Central Europeu e o Conselho Único de Resolução (SRB) agiram para restaurar a confiança nos títulos AT1 após o estresse desencadeado pela venda do Credit ao UBS. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também foi na mesma direção, o que levou a uma recuperação dos papéis na terça-feira, 21. Em comunicado conjunto, os reguladores europeus reafirmaram aos mercados que acionistas devem ser os primeiros a absorver eventuais perdas, ao passo que o cancelamento de títulos AT1 só será exigido depois que todo o capital de nível 1, ou seja, o de melhor qualidade, for exaurido.

Para especialistas, os “CoCo bonds” devem sobreviver ao primeiro grande teste de estresse, mas o resultado será um instrumento de captação mais caro aos bancos após o evento do Credit Suisse. “No futuro, será uma forma de capital um pouco mais cara para os emissores, mas agora o mercado funcionará com uma compreensão mais sábia e informada do risco associado”, diz Ryan, da Factset.

continua após a publicidade

O nervosismo com os bônus AT1 do Credit respingou até entre os bancos brasileiros. Banco do Brasil e Itaú estão entre as instituições que lançam mão deste instrumento para captar recursos. Na segunda-feira, houve queda dos papéis no mercado secundário, embora em escala bem menor que nos europeus, mas ontem já teve recuperação, segundo um gestor de renda fixa.

NOVA YORK E SÃO PAULO - Detentores de mais de US$ 17 bilhões em títulos de dívida do Credit Suisse, chamados no jargão do mercado de “bônus conversíveis contingentes”, ou “CoCo bonds”, começam a se organizar para brigar na Justiça pelos seus investimentos, que viraram pó da noite para o dia com a compra pelo também suíço UBS. Isso pode prolongar as incertezas relacionadas à venda do banco, feita às pressas no final de semana. Em Wall Street, são apontados entre os maiores afetados pesos-pesados norte-americanos, como a gestora Pimco e a Invesco Capital Management, que juntas teriam mais de US$ 1 bilhão.

Escritórios de advocacia especializados em litígios complexos como o Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan e o Korein Tillery têm reunido demanda de investidores que não admitem aceitar o cancelamento de seus títulos de forma passiva. A estratégia ainda está sendo definida, com várias opções na mesa, mas o caminho litigioso ganha força na esteira do que aconteceu após a venda do banco espanhol Popular ao Santander, neste que promete ser o grande primeiro teste de estresse dos “CoCo bonds”.

Criados após a crise financeira internacional de 2008, esses títulos são usados por bancos para captar recursos e atender a exigências regulatórias de capital. Os “CoCo bonds”, também conhecidos como “AT1″ ou “Additional Tier 1 Bonds”, são um instrumento de dívida com retorno maior para os investidores, mas o risco também é mais elevado. Na escala de credores, são os penúltimos da fila a receber por seus investimentos, estando à frente apenas dos acionistas.

Porém, na venda do Credit para o UBS, os US$ 17,3 bilhões em títulos AT1 do banco foram reduzidos a zero, de acordo com o regulador financeiro da Suíça, Finma. Apesar de essa ser uma possibilidade, o que incomodou os credores foi o fato de não receberem nada, enquanto os acionistas vão embolsar cerca de US$ 3,25 bilhões com a transação. Havia a expectativa de que fosse ocorrer ao menos parte da conversão desses papéis em ações, o que não aconteceu.

Depois de afetar na segunda-feira os mercados globais de bonds, a decisão levantou uma acalorada discussão entre investidores e advogados sobre o direito legal de receber um valor superior a “zero”. “A questão é a incerteza em relação à hierarquia de credores, já que o AT1 teve uma perda maior em relação aos acionistas, o que foi uma surpresa negativa para o mercado de crédito”, diz o JPMorgan, em nota a clientes.

O Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan faz uma reunião com detentores de títulos do Credit Suisse nesta quarta-feira, 22. O escritório mobilizou advogados em Zurique, Nova York e Londres para atender possíveis investidores interessados e afirmou que a equipe já está em discussões com vários que representam uma “porcentagem significativa” do valor total dos títulos do Credit Suisse.

Fachada de agência do Credit Suisse Foto: Denis Balibouse/Reuters

Para o vice-presidente e diretor associado para bancos da FacSet, Sean Ryan, os investidores podem ter ficado surpresos porque a crise surgiu e se tornou séria muito rapidamente. No entanto, por trás do rendimento mais elevado desses títulos, havia um risco associado e esses investidores estavam cientes dele. “Este é o primeiro teste desses instrumentos. A ideia de que isso poderia acontecer é bem conhecida, mas talvez houvesse uma falta de avaliação do risco que não era apenas fictício, mas algo que poderia ser muito real”, diz Ryan, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

A baixa contábil de US$ 17,3 bilhões do Credit é a maior perda já registrada no mercado de AT1. O único evento até então havia sido na venda do Popular ao Espanhol por cerca de US$ 1,45 bilhão, nos quais os detentores de títulos também viram seus investimentos reduzidos a pó. Esse tipo de papel é especialmente comum na Europa. O mercado europeu de “CoCo bonds” é estimado em US$ 275 bilhões e na segunda-feira, 20, teve forte venda dos papéis, com investidores temendo um risco que até então não estava no radar.

A Autoridade Bancária Europeia (EBA), o Banco Central Europeu e o Conselho Único de Resolução (SRB) agiram para restaurar a confiança nos títulos AT1 após o estresse desencadeado pela venda do Credit ao UBS. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também foi na mesma direção, o que levou a uma recuperação dos papéis na terça-feira, 21. Em comunicado conjunto, os reguladores europeus reafirmaram aos mercados que acionistas devem ser os primeiros a absorver eventuais perdas, ao passo que o cancelamento de títulos AT1 só será exigido depois que todo o capital de nível 1, ou seja, o de melhor qualidade, for exaurido.

Para especialistas, os “CoCo bonds” devem sobreviver ao primeiro grande teste de estresse, mas o resultado será um instrumento de captação mais caro aos bancos após o evento do Credit Suisse. “No futuro, será uma forma de capital um pouco mais cara para os emissores, mas agora o mercado funcionará com uma compreensão mais sábia e informada do risco associado”, diz Ryan, da Factset.

O nervosismo com os bônus AT1 do Credit respingou até entre os bancos brasileiros. Banco do Brasil e Itaú estão entre as instituições que lançam mão deste instrumento para captar recursos. Na segunda-feira, houve queda dos papéis no mercado secundário, embora em escala bem menor que nos europeus, mas ontem já teve recuperação, segundo um gestor de renda fixa.

NOVA YORK E SÃO PAULO - Detentores de mais de US$ 17 bilhões em títulos de dívida do Credit Suisse, chamados no jargão do mercado de “bônus conversíveis contingentes”, ou “CoCo bonds”, começam a se organizar para brigar na Justiça pelos seus investimentos, que viraram pó da noite para o dia com a compra pelo também suíço UBS. Isso pode prolongar as incertezas relacionadas à venda do banco, feita às pressas no final de semana. Em Wall Street, são apontados entre os maiores afetados pesos-pesados norte-americanos, como a gestora Pimco e a Invesco Capital Management, que juntas teriam mais de US$ 1 bilhão.

Escritórios de advocacia especializados em litígios complexos como o Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan e o Korein Tillery têm reunido demanda de investidores que não admitem aceitar o cancelamento de seus títulos de forma passiva. A estratégia ainda está sendo definida, com várias opções na mesa, mas o caminho litigioso ganha força na esteira do que aconteceu após a venda do banco espanhol Popular ao Santander, neste que promete ser o grande primeiro teste de estresse dos “CoCo bonds”.

Criados após a crise financeira internacional de 2008, esses títulos são usados por bancos para captar recursos e atender a exigências regulatórias de capital. Os “CoCo bonds”, também conhecidos como “AT1″ ou “Additional Tier 1 Bonds”, são um instrumento de dívida com retorno maior para os investidores, mas o risco também é mais elevado. Na escala de credores, são os penúltimos da fila a receber por seus investimentos, estando à frente apenas dos acionistas.

Porém, na venda do Credit para o UBS, os US$ 17,3 bilhões em títulos AT1 do banco foram reduzidos a zero, de acordo com o regulador financeiro da Suíça, Finma. Apesar de essa ser uma possibilidade, o que incomodou os credores foi o fato de não receberem nada, enquanto os acionistas vão embolsar cerca de US$ 3,25 bilhões com a transação. Havia a expectativa de que fosse ocorrer ao menos parte da conversão desses papéis em ações, o que não aconteceu.

Depois de afetar na segunda-feira os mercados globais de bonds, a decisão levantou uma acalorada discussão entre investidores e advogados sobre o direito legal de receber um valor superior a “zero”. “A questão é a incerteza em relação à hierarquia de credores, já que o AT1 teve uma perda maior em relação aos acionistas, o que foi uma surpresa negativa para o mercado de crédito”, diz o JPMorgan, em nota a clientes.

O Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan faz uma reunião com detentores de títulos do Credit Suisse nesta quarta-feira, 22. O escritório mobilizou advogados em Zurique, Nova York e Londres para atender possíveis investidores interessados e afirmou que a equipe já está em discussões com vários que representam uma “porcentagem significativa” do valor total dos títulos do Credit Suisse.

Fachada de agência do Credit Suisse Foto: Denis Balibouse/Reuters

Para o vice-presidente e diretor associado para bancos da FacSet, Sean Ryan, os investidores podem ter ficado surpresos porque a crise surgiu e se tornou séria muito rapidamente. No entanto, por trás do rendimento mais elevado desses títulos, havia um risco associado e esses investidores estavam cientes dele. “Este é o primeiro teste desses instrumentos. A ideia de que isso poderia acontecer é bem conhecida, mas talvez houvesse uma falta de avaliação do risco que não era apenas fictício, mas algo que poderia ser muito real”, diz Ryan, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

A baixa contábil de US$ 17,3 bilhões do Credit é a maior perda já registrada no mercado de AT1. O único evento até então havia sido na venda do Popular ao Espanhol por cerca de US$ 1,45 bilhão, nos quais os detentores de títulos também viram seus investimentos reduzidos a pó. Esse tipo de papel é especialmente comum na Europa. O mercado europeu de “CoCo bonds” é estimado em US$ 275 bilhões e na segunda-feira, 20, teve forte venda dos papéis, com investidores temendo um risco que até então não estava no radar.

A Autoridade Bancária Europeia (EBA), o Banco Central Europeu e o Conselho Único de Resolução (SRB) agiram para restaurar a confiança nos títulos AT1 após o estresse desencadeado pela venda do Credit ao UBS. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também foi na mesma direção, o que levou a uma recuperação dos papéis na terça-feira, 21. Em comunicado conjunto, os reguladores europeus reafirmaram aos mercados que acionistas devem ser os primeiros a absorver eventuais perdas, ao passo que o cancelamento de títulos AT1 só será exigido depois que todo o capital de nível 1, ou seja, o de melhor qualidade, for exaurido.

Para especialistas, os “CoCo bonds” devem sobreviver ao primeiro grande teste de estresse, mas o resultado será um instrumento de captação mais caro aos bancos após o evento do Credit Suisse. “No futuro, será uma forma de capital um pouco mais cara para os emissores, mas agora o mercado funcionará com uma compreensão mais sábia e informada do risco associado”, diz Ryan, da Factset.

O nervosismo com os bônus AT1 do Credit respingou até entre os bancos brasileiros. Banco do Brasil e Itaú estão entre as instituições que lançam mão deste instrumento para captar recursos. Na segunda-feira, houve queda dos papéis no mercado secundário, embora em escala bem menor que nos europeus, mas ontem já teve recuperação, segundo um gestor de renda fixa.

NOVA YORK E SÃO PAULO - Detentores de mais de US$ 17 bilhões em títulos de dívida do Credit Suisse, chamados no jargão do mercado de “bônus conversíveis contingentes”, ou “CoCo bonds”, começam a se organizar para brigar na Justiça pelos seus investimentos, que viraram pó da noite para o dia com a compra pelo também suíço UBS. Isso pode prolongar as incertezas relacionadas à venda do banco, feita às pressas no final de semana. Em Wall Street, são apontados entre os maiores afetados pesos-pesados norte-americanos, como a gestora Pimco e a Invesco Capital Management, que juntas teriam mais de US$ 1 bilhão.

Escritórios de advocacia especializados em litígios complexos como o Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan e o Korein Tillery têm reunido demanda de investidores que não admitem aceitar o cancelamento de seus títulos de forma passiva. A estratégia ainda está sendo definida, com várias opções na mesa, mas o caminho litigioso ganha força na esteira do que aconteceu após a venda do banco espanhol Popular ao Santander, neste que promete ser o grande primeiro teste de estresse dos “CoCo bonds”.

Criados após a crise financeira internacional de 2008, esses títulos são usados por bancos para captar recursos e atender a exigências regulatórias de capital. Os “CoCo bonds”, também conhecidos como “AT1″ ou “Additional Tier 1 Bonds”, são um instrumento de dívida com retorno maior para os investidores, mas o risco também é mais elevado. Na escala de credores, são os penúltimos da fila a receber por seus investimentos, estando à frente apenas dos acionistas.

Porém, na venda do Credit para o UBS, os US$ 17,3 bilhões em títulos AT1 do banco foram reduzidos a zero, de acordo com o regulador financeiro da Suíça, Finma. Apesar de essa ser uma possibilidade, o que incomodou os credores foi o fato de não receberem nada, enquanto os acionistas vão embolsar cerca de US$ 3,25 bilhões com a transação. Havia a expectativa de que fosse ocorrer ao menos parte da conversão desses papéis em ações, o que não aconteceu.

Depois de afetar na segunda-feira os mercados globais de bonds, a decisão levantou uma acalorada discussão entre investidores e advogados sobre o direito legal de receber um valor superior a “zero”. “A questão é a incerteza em relação à hierarquia de credores, já que o AT1 teve uma perda maior em relação aos acionistas, o que foi uma surpresa negativa para o mercado de crédito”, diz o JPMorgan, em nota a clientes.

O Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan faz uma reunião com detentores de títulos do Credit Suisse nesta quarta-feira, 22. O escritório mobilizou advogados em Zurique, Nova York e Londres para atender possíveis investidores interessados e afirmou que a equipe já está em discussões com vários que representam uma “porcentagem significativa” do valor total dos títulos do Credit Suisse.

Fachada de agência do Credit Suisse Foto: Denis Balibouse/Reuters

Para o vice-presidente e diretor associado para bancos da FacSet, Sean Ryan, os investidores podem ter ficado surpresos porque a crise surgiu e se tornou séria muito rapidamente. No entanto, por trás do rendimento mais elevado desses títulos, havia um risco associado e esses investidores estavam cientes dele. “Este é o primeiro teste desses instrumentos. A ideia de que isso poderia acontecer é bem conhecida, mas talvez houvesse uma falta de avaliação do risco que não era apenas fictício, mas algo que poderia ser muito real”, diz Ryan, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

A baixa contábil de US$ 17,3 bilhões do Credit é a maior perda já registrada no mercado de AT1. O único evento até então havia sido na venda do Popular ao Espanhol por cerca de US$ 1,45 bilhão, nos quais os detentores de títulos também viram seus investimentos reduzidos a pó. Esse tipo de papel é especialmente comum na Europa. O mercado europeu de “CoCo bonds” é estimado em US$ 275 bilhões e na segunda-feira, 20, teve forte venda dos papéis, com investidores temendo um risco que até então não estava no radar.

A Autoridade Bancária Europeia (EBA), o Banco Central Europeu e o Conselho Único de Resolução (SRB) agiram para restaurar a confiança nos títulos AT1 após o estresse desencadeado pela venda do Credit ao UBS. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também foi na mesma direção, o que levou a uma recuperação dos papéis na terça-feira, 21. Em comunicado conjunto, os reguladores europeus reafirmaram aos mercados que acionistas devem ser os primeiros a absorver eventuais perdas, ao passo que o cancelamento de títulos AT1 só será exigido depois que todo o capital de nível 1, ou seja, o de melhor qualidade, for exaurido.

Para especialistas, os “CoCo bonds” devem sobreviver ao primeiro grande teste de estresse, mas o resultado será um instrumento de captação mais caro aos bancos após o evento do Credit Suisse. “No futuro, será uma forma de capital um pouco mais cara para os emissores, mas agora o mercado funcionará com uma compreensão mais sábia e informada do risco associado”, diz Ryan, da Factset.

O nervosismo com os bônus AT1 do Credit respingou até entre os bancos brasileiros. Banco do Brasil e Itaú estão entre as instituições que lançam mão deste instrumento para captar recursos. Na segunda-feira, houve queda dos papéis no mercado secundário, embora em escala bem menor que nos europeus, mas ontem já teve recuperação, segundo um gestor de renda fixa.

NOVA YORK E SÃO PAULO - Detentores de mais de US$ 17 bilhões em títulos de dívida do Credit Suisse, chamados no jargão do mercado de “bônus conversíveis contingentes”, ou “CoCo bonds”, começam a se organizar para brigar na Justiça pelos seus investimentos, que viraram pó da noite para o dia com a compra pelo também suíço UBS. Isso pode prolongar as incertezas relacionadas à venda do banco, feita às pressas no final de semana. Em Wall Street, são apontados entre os maiores afetados pesos-pesados norte-americanos, como a gestora Pimco e a Invesco Capital Management, que juntas teriam mais de US$ 1 bilhão.

Escritórios de advocacia especializados em litígios complexos como o Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan e o Korein Tillery têm reunido demanda de investidores que não admitem aceitar o cancelamento de seus títulos de forma passiva. A estratégia ainda está sendo definida, com várias opções na mesa, mas o caminho litigioso ganha força na esteira do que aconteceu após a venda do banco espanhol Popular ao Santander, neste que promete ser o grande primeiro teste de estresse dos “CoCo bonds”.

Criados após a crise financeira internacional de 2008, esses títulos são usados por bancos para captar recursos e atender a exigências regulatórias de capital. Os “CoCo bonds”, também conhecidos como “AT1″ ou “Additional Tier 1 Bonds”, são um instrumento de dívida com retorno maior para os investidores, mas o risco também é mais elevado. Na escala de credores, são os penúltimos da fila a receber por seus investimentos, estando à frente apenas dos acionistas.

Porém, na venda do Credit para o UBS, os US$ 17,3 bilhões em títulos AT1 do banco foram reduzidos a zero, de acordo com o regulador financeiro da Suíça, Finma. Apesar de essa ser uma possibilidade, o que incomodou os credores foi o fato de não receberem nada, enquanto os acionistas vão embolsar cerca de US$ 3,25 bilhões com a transação. Havia a expectativa de que fosse ocorrer ao menos parte da conversão desses papéis em ações, o que não aconteceu.

Depois de afetar na segunda-feira os mercados globais de bonds, a decisão levantou uma acalorada discussão entre investidores e advogados sobre o direito legal de receber um valor superior a “zero”. “A questão é a incerteza em relação à hierarquia de credores, já que o AT1 teve uma perda maior em relação aos acionistas, o que foi uma surpresa negativa para o mercado de crédito”, diz o JPMorgan, em nota a clientes.

O Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan faz uma reunião com detentores de títulos do Credit Suisse nesta quarta-feira, 22. O escritório mobilizou advogados em Zurique, Nova York e Londres para atender possíveis investidores interessados e afirmou que a equipe já está em discussões com vários que representam uma “porcentagem significativa” do valor total dos títulos do Credit Suisse.

Fachada de agência do Credit Suisse Foto: Denis Balibouse/Reuters

Para o vice-presidente e diretor associado para bancos da FacSet, Sean Ryan, os investidores podem ter ficado surpresos porque a crise surgiu e se tornou séria muito rapidamente. No entanto, por trás do rendimento mais elevado desses títulos, havia um risco associado e esses investidores estavam cientes dele. “Este é o primeiro teste desses instrumentos. A ideia de que isso poderia acontecer é bem conhecida, mas talvez houvesse uma falta de avaliação do risco que não era apenas fictício, mas algo que poderia ser muito real”, diz Ryan, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

A baixa contábil de US$ 17,3 bilhões do Credit é a maior perda já registrada no mercado de AT1. O único evento até então havia sido na venda do Popular ao Espanhol por cerca de US$ 1,45 bilhão, nos quais os detentores de títulos também viram seus investimentos reduzidos a pó. Esse tipo de papel é especialmente comum na Europa. O mercado europeu de “CoCo bonds” é estimado em US$ 275 bilhões e na segunda-feira, 20, teve forte venda dos papéis, com investidores temendo um risco que até então não estava no radar.

A Autoridade Bancária Europeia (EBA), o Banco Central Europeu e o Conselho Único de Resolução (SRB) agiram para restaurar a confiança nos títulos AT1 após o estresse desencadeado pela venda do Credit ao UBS. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também foi na mesma direção, o que levou a uma recuperação dos papéis na terça-feira, 21. Em comunicado conjunto, os reguladores europeus reafirmaram aos mercados que acionistas devem ser os primeiros a absorver eventuais perdas, ao passo que o cancelamento de títulos AT1 só será exigido depois que todo o capital de nível 1, ou seja, o de melhor qualidade, for exaurido.

Para especialistas, os “CoCo bonds” devem sobreviver ao primeiro grande teste de estresse, mas o resultado será um instrumento de captação mais caro aos bancos após o evento do Credit Suisse. “No futuro, será uma forma de capital um pouco mais cara para os emissores, mas agora o mercado funcionará com uma compreensão mais sábia e informada do risco associado”, diz Ryan, da Factset.

O nervosismo com os bônus AT1 do Credit respingou até entre os bancos brasileiros. Banco do Brasil e Itaú estão entre as instituições que lançam mão deste instrumento para captar recursos. Na segunda-feira, houve queda dos papéis no mercado secundário, embora em escala bem menor que nos europeus, mas ontem já teve recuperação, segundo um gestor de renda fixa.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.