Crédito manterá expansão, mas custo não deve cair


Por Silvia Fregoni

A despeito da crise financeira internacional, as perspectivas para o mercado de crédito no Brasil neste ano permanecem otimistas. Os últimos dados divulgados sobre o setor reforçam as projeções de crescimento, ao mostrarem forte demanda por empréstimos, juros em queda e inadimplência em baixa. Entretanto, o aumento dos juros futuros e a recente mudança tributária no setor financeiro devem fazer o custo do crédito parar de cair nos próximos meses. Os analistas esperam expansão de pelo menos 20% para o crédito em 2008. As estimativas foram feitas ainda no ano passado e reafirmadas agora, após os números do Banco Central sobre dezembro e os primeiros balanços do setor. Os empréstimos do sistema financeiro subiram 2,5% em dezembro, ante novembro, que já havia sido um mês forte. Além disso, houve uma intensificação da demanda no segmento de pessoa jurídica, o que demonstra uma atividade econômica aquecida. Nas linhas de pessoa física, o BC verificou uma desaceleração, mas que é considerada pontual, pois reflete a maior liquidez propiciada pelo recebimento do 13º salário. Individualmente, os bancos se mostram até mais entusiasmados que os analistas sobre o crédito. O Bradesco, o primeiro entre os grandes a divulgar o balanço de 2007, estima expansão de 21% a 25% para a carteira, após significativo avanço de 38,9% no ano passado. Das instituições de médio porte, o Pine, por exemplo, prevê aumento de 60% para o saldo de operações neste ano. O crescimento dos bancos médios é mais expressivo porque a carteira é bem menor que a dos gigantes do setor e eles se capitalizaram, via oferta de ações, para avançar nesse mercado. Pessoa física impulsiona Especialistas e bancos baseiam as projeções nas perspectivas positivas para o segmento de pessoa física, especialmente financiamento de veículos, cartões, consignado e crédito imobiliário, e de pequenas e médias empresas, que já foram os grandes destaques de 2007. Mas, se o mercado de capitais permanecer fechado para emissões, é possível que ocorra também um aumento na demanda de grandes corporações, que vinham se financiando por meio de ofertas de ações e de dívida. No Bradesco, as operações para grandes empresas já demonstraram surpreendente crescimento de 20,3% no último trimestre do ano, acumulando 38,2% em 2007. Também indicadores macroeconômicos amparam o otimismo. Embora a crise internacional possa causar recessão nos Estados Unidos, o mercado continua apostando em um crescimento de 4,50% para a economia brasileira em 2008. Os níveis de emprego e renda também são favoráveis e seguem em alta. Dessa forma, os especialistas e executivos do setor não vêem motivos para acreditar em uma mudança na trajetória do crédito. A inadimplência é outro fator que, por enquanto, dá alento. Segundo o BC, os calotes no crédito livre caíram de 4,5% em novembro para 4,3% em dezembro. Essas taxas consideram os atrasos superiores a 90 dias sobre a carteira total. Adicionalmente, os juros do crédito se mostram propícios ao cenário de crescimento, embora nesse item haja a maior possibilidade de mudanças no curto prazo. A taxa média de juros no crédito livre caiu 0,9 ponto porcentual de novembro para dezembro, alcançando 33,8%. No resultado fechado de 2007, houve redução de seis pontos porcentuais, e a diminuição ocorreu tanto nas linhas para pessoas físicas como para empresas. Porém, analisando-se as taxas cobradas sobre os empréstimos ao consumidor, houve um leve aumento nos juros do financiamento de automóveis e outras linhas para a aquisição de produtos em dezembro, na comparação com novembro. Juros não caem Para alguns especialistas, é possível que as taxas de empréstimos para consumidores já estejam refletindo a abordagem mais conservadora dos bancos na concessão de crédito e o impacto do aumento dos juros futuros, que encarecem o custo de captação das instituições financeiras. Assim, os números de janeiro serão como um teste para que o mercado identifique uma eventual mudança na trajetória de comportamento das taxas dos empréstimos. Dependendo do tamanho da mudança, poderá haver impacto futuro na demanda por operações, até agora não precificada pelo mercado. Também contribuem para o aumento do custo do crédito ao tomador final a elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), definida pelo governo em janeiro como forma de compensar parte das perdas com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ainda há a possibilidade de os bancos repassarem ao custo dos produtos e serviços vendidos, como o crédito, o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que no setor financeiro passou de 9% para expressivos 15% em janeiro, também como parte do pacote fiscal oficial. Um aumento da Selic também certamente influenciaria os empréstimos, mas isso ainda não é considerado nas perspectivas do setor. Entretanto, há algumas forças contrárias ao aumento dos juros no crédito. Uma é que os spreads ainda estão altos e, assim, os bancos têm gordura para cortar nos segmentos em que desejarem manter o crescimento das operações e a participação de mercado. Os juros futuros estão subindo há meses, desde que o BC desacelerou o corte da Selic, e isso ainda não refletiu nos empréstimos. O spread médio continuou caindo no final de 2007, passando de 23,5 pontos porcentuais em novembro para 22,4 pontos em dezembro. Outra força a favor da queda dos juros e spreads médios é a migração dos clientes para créditos de menor risco, como o consignado, onde as taxas são mais baixas. O jogo de forças em torno dos juros dos empréstimos deve começar a mostrar resultados no início deste ano e, quem sabe, até respingar na trajetória das operações.

A despeito da crise financeira internacional, as perspectivas para o mercado de crédito no Brasil neste ano permanecem otimistas. Os últimos dados divulgados sobre o setor reforçam as projeções de crescimento, ao mostrarem forte demanda por empréstimos, juros em queda e inadimplência em baixa. Entretanto, o aumento dos juros futuros e a recente mudança tributária no setor financeiro devem fazer o custo do crédito parar de cair nos próximos meses. Os analistas esperam expansão de pelo menos 20% para o crédito em 2008. As estimativas foram feitas ainda no ano passado e reafirmadas agora, após os números do Banco Central sobre dezembro e os primeiros balanços do setor. Os empréstimos do sistema financeiro subiram 2,5% em dezembro, ante novembro, que já havia sido um mês forte. Além disso, houve uma intensificação da demanda no segmento de pessoa jurídica, o que demonstra uma atividade econômica aquecida. Nas linhas de pessoa física, o BC verificou uma desaceleração, mas que é considerada pontual, pois reflete a maior liquidez propiciada pelo recebimento do 13º salário. Individualmente, os bancos se mostram até mais entusiasmados que os analistas sobre o crédito. O Bradesco, o primeiro entre os grandes a divulgar o balanço de 2007, estima expansão de 21% a 25% para a carteira, após significativo avanço de 38,9% no ano passado. Das instituições de médio porte, o Pine, por exemplo, prevê aumento de 60% para o saldo de operações neste ano. O crescimento dos bancos médios é mais expressivo porque a carteira é bem menor que a dos gigantes do setor e eles se capitalizaram, via oferta de ações, para avançar nesse mercado. Pessoa física impulsiona Especialistas e bancos baseiam as projeções nas perspectivas positivas para o segmento de pessoa física, especialmente financiamento de veículos, cartões, consignado e crédito imobiliário, e de pequenas e médias empresas, que já foram os grandes destaques de 2007. Mas, se o mercado de capitais permanecer fechado para emissões, é possível que ocorra também um aumento na demanda de grandes corporações, que vinham se financiando por meio de ofertas de ações e de dívida. No Bradesco, as operações para grandes empresas já demonstraram surpreendente crescimento de 20,3% no último trimestre do ano, acumulando 38,2% em 2007. Também indicadores macroeconômicos amparam o otimismo. Embora a crise internacional possa causar recessão nos Estados Unidos, o mercado continua apostando em um crescimento de 4,50% para a economia brasileira em 2008. Os níveis de emprego e renda também são favoráveis e seguem em alta. Dessa forma, os especialistas e executivos do setor não vêem motivos para acreditar em uma mudança na trajetória do crédito. A inadimplência é outro fator que, por enquanto, dá alento. Segundo o BC, os calotes no crédito livre caíram de 4,5% em novembro para 4,3% em dezembro. Essas taxas consideram os atrasos superiores a 90 dias sobre a carteira total. Adicionalmente, os juros do crédito se mostram propícios ao cenário de crescimento, embora nesse item haja a maior possibilidade de mudanças no curto prazo. A taxa média de juros no crédito livre caiu 0,9 ponto porcentual de novembro para dezembro, alcançando 33,8%. No resultado fechado de 2007, houve redução de seis pontos porcentuais, e a diminuição ocorreu tanto nas linhas para pessoas físicas como para empresas. Porém, analisando-se as taxas cobradas sobre os empréstimos ao consumidor, houve um leve aumento nos juros do financiamento de automóveis e outras linhas para a aquisição de produtos em dezembro, na comparação com novembro. Juros não caem Para alguns especialistas, é possível que as taxas de empréstimos para consumidores já estejam refletindo a abordagem mais conservadora dos bancos na concessão de crédito e o impacto do aumento dos juros futuros, que encarecem o custo de captação das instituições financeiras. Assim, os números de janeiro serão como um teste para que o mercado identifique uma eventual mudança na trajetória de comportamento das taxas dos empréstimos. Dependendo do tamanho da mudança, poderá haver impacto futuro na demanda por operações, até agora não precificada pelo mercado. Também contribuem para o aumento do custo do crédito ao tomador final a elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), definida pelo governo em janeiro como forma de compensar parte das perdas com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ainda há a possibilidade de os bancos repassarem ao custo dos produtos e serviços vendidos, como o crédito, o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que no setor financeiro passou de 9% para expressivos 15% em janeiro, também como parte do pacote fiscal oficial. Um aumento da Selic também certamente influenciaria os empréstimos, mas isso ainda não é considerado nas perspectivas do setor. Entretanto, há algumas forças contrárias ao aumento dos juros no crédito. Uma é que os spreads ainda estão altos e, assim, os bancos têm gordura para cortar nos segmentos em que desejarem manter o crescimento das operações e a participação de mercado. Os juros futuros estão subindo há meses, desde que o BC desacelerou o corte da Selic, e isso ainda não refletiu nos empréstimos. O spread médio continuou caindo no final de 2007, passando de 23,5 pontos porcentuais em novembro para 22,4 pontos em dezembro. Outra força a favor da queda dos juros e spreads médios é a migração dos clientes para créditos de menor risco, como o consignado, onde as taxas são mais baixas. O jogo de forças em torno dos juros dos empréstimos deve começar a mostrar resultados no início deste ano e, quem sabe, até respingar na trajetória das operações.

A despeito da crise financeira internacional, as perspectivas para o mercado de crédito no Brasil neste ano permanecem otimistas. Os últimos dados divulgados sobre o setor reforçam as projeções de crescimento, ao mostrarem forte demanda por empréstimos, juros em queda e inadimplência em baixa. Entretanto, o aumento dos juros futuros e a recente mudança tributária no setor financeiro devem fazer o custo do crédito parar de cair nos próximos meses. Os analistas esperam expansão de pelo menos 20% para o crédito em 2008. As estimativas foram feitas ainda no ano passado e reafirmadas agora, após os números do Banco Central sobre dezembro e os primeiros balanços do setor. Os empréstimos do sistema financeiro subiram 2,5% em dezembro, ante novembro, que já havia sido um mês forte. Além disso, houve uma intensificação da demanda no segmento de pessoa jurídica, o que demonstra uma atividade econômica aquecida. Nas linhas de pessoa física, o BC verificou uma desaceleração, mas que é considerada pontual, pois reflete a maior liquidez propiciada pelo recebimento do 13º salário. Individualmente, os bancos se mostram até mais entusiasmados que os analistas sobre o crédito. O Bradesco, o primeiro entre os grandes a divulgar o balanço de 2007, estima expansão de 21% a 25% para a carteira, após significativo avanço de 38,9% no ano passado. Das instituições de médio porte, o Pine, por exemplo, prevê aumento de 60% para o saldo de operações neste ano. O crescimento dos bancos médios é mais expressivo porque a carteira é bem menor que a dos gigantes do setor e eles se capitalizaram, via oferta de ações, para avançar nesse mercado. Pessoa física impulsiona Especialistas e bancos baseiam as projeções nas perspectivas positivas para o segmento de pessoa física, especialmente financiamento de veículos, cartões, consignado e crédito imobiliário, e de pequenas e médias empresas, que já foram os grandes destaques de 2007. Mas, se o mercado de capitais permanecer fechado para emissões, é possível que ocorra também um aumento na demanda de grandes corporações, que vinham se financiando por meio de ofertas de ações e de dívida. No Bradesco, as operações para grandes empresas já demonstraram surpreendente crescimento de 20,3% no último trimestre do ano, acumulando 38,2% em 2007. Também indicadores macroeconômicos amparam o otimismo. Embora a crise internacional possa causar recessão nos Estados Unidos, o mercado continua apostando em um crescimento de 4,50% para a economia brasileira em 2008. Os níveis de emprego e renda também são favoráveis e seguem em alta. Dessa forma, os especialistas e executivos do setor não vêem motivos para acreditar em uma mudança na trajetória do crédito. A inadimplência é outro fator que, por enquanto, dá alento. Segundo o BC, os calotes no crédito livre caíram de 4,5% em novembro para 4,3% em dezembro. Essas taxas consideram os atrasos superiores a 90 dias sobre a carteira total. Adicionalmente, os juros do crédito se mostram propícios ao cenário de crescimento, embora nesse item haja a maior possibilidade de mudanças no curto prazo. A taxa média de juros no crédito livre caiu 0,9 ponto porcentual de novembro para dezembro, alcançando 33,8%. No resultado fechado de 2007, houve redução de seis pontos porcentuais, e a diminuição ocorreu tanto nas linhas para pessoas físicas como para empresas. Porém, analisando-se as taxas cobradas sobre os empréstimos ao consumidor, houve um leve aumento nos juros do financiamento de automóveis e outras linhas para a aquisição de produtos em dezembro, na comparação com novembro. Juros não caem Para alguns especialistas, é possível que as taxas de empréstimos para consumidores já estejam refletindo a abordagem mais conservadora dos bancos na concessão de crédito e o impacto do aumento dos juros futuros, que encarecem o custo de captação das instituições financeiras. Assim, os números de janeiro serão como um teste para que o mercado identifique uma eventual mudança na trajetória de comportamento das taxas dos empréstimos. Dependendo do tamanho da mudança, poderá haver impacto futuro na demanda por operações, até agora não precificada pelo mercado. Também contribuem para o aumento do custo do crédito ao tomador final a elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), definida pelo governo em janeiro como forma de compensar parte das perdas com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ainda há a possibilidade de os bancos repassarem ao custo dos produtos e serviços vendidos, como o crédito, o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que no setor financeiro passou de 9% para expressivos 15% em janeiro, também como parte do pacote fiscal oficial. Um aumento da Selic também certamente influenciaria os empréstimos, mas isso ainda não é considerado nas perspectivas do setor. Entretanto, há algumas forças contrárias ao aumento dos juros no crédito. Uma é que os spreads ainda estão altos e, assim, os bancos têm gordura para cortar nos segmentos em que desejarem manter o crescimento das operações e a participação de mercado. Os juros futuros estão subindo há meses, desde que o BC desacelerou o corte da Selic, e isso ainda não refletiu nos empréstimos. O spread médio continuou caindo no final de 2007, passando de 23,5 pontos porcentuais em novembro para 22,4 pontos em dezembro. Outra força a favor da queda dos juros e spreads médios é a migração dos clientes para créditos de menor risco, como o consignado, onde as taxas são mais baixas. O jogo de forças em torno dos juros dos empréstimos deve começar a mostrar resultados no início deste ano e, quem sabe, até respingar na trajetória das operações.

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