Crescimento no Brasil foi impulsionado após a adoção de reformas, diz Georgieva, do FMI


‘O Brasil começou em 2017 as reformas’, disse a diretora-gerente do FMI. ‘mas os países precisam avançar nas reformas, não há tempo a perder’; a executiva alertou também para a alta dívida pública

Por Aline Bronzati
Atualização:

NOVA YORK - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou a contribuição da adoção de reformas no mercado de trabalho e tributária no Brasil como estímulo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico.

“O que vemos nos dados é que o crescimento no Brasil é impulsionado em algo entre 0,3 ponto porcentual e 0,5 ponto porcentual, o que é significativo”, disse ela, em evento, nesta manhã de quinta-feira, 17, que antecede as reuniões anuais do FMI, que ocorrem na próxima semana.

A menção ao Brasil foi feita em meio a uma defesa de Georgieva para que os países avancem em reformas estruturais considerando um ambiente de baixo crescimento na fase pós-pandêmica.

continua após a publicidade

Segundo ela, há exemplos ‘brilhantes’ no mundo, e o País é um deles. Ela citou as reformas iniciadas no governo Temer (2016-2018): “O Brasil começou em 2017 as reformas do mercado de trabalho, tributárias, de imposto sobre valor agregado”, listou a diretora-gerente do FMI.

'Em todo lugar a que vou, ouço a mesma coisa: uma aspiração por maior crescimento e melhores oportunidades. A questão é: como? A resposta: foco nas reformas. Não há tempo a perder', diz Georgieva Foto: Marcelo Chello/Estadão

Estudo do fundo publicado esta semana alertou para a urgência de reformas estruturais. A análise mostra que o apoio público é determinante para a adoção de mudanças, em especial, diante do fato de que o descontentamento social aumentou desde a crise financeira global.

continua após a publicidade

Ao analisar a economia global, Georgieva disse que a performance tem sido melhor que o esperado, mas com riscos para baixo. O quadro é misto, classificou.

“A China está desacelerando, a Índia está acelerando; e algumas outras partes da Ásia, acelerando; os Estados Unidos estão indo muito bem. A Europa pode se sair melhor”, avaliou.

Foco nas reformas: ‘Não há tempo a perder’

continua após a publicidade

Georgieva alertou que os países precisam avançar em reformas. As três áreas principais são: mercado de trabalho, mobilização de capital e produtividade.

“Em todo lugar que vou, ouço a mesma coisa: uma aspiração por maior crescimento e melhores oportunidades. A questão é: como? A resposta: foco nas reformas. Não há tempo a perder”, disse Georgieva, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, que ocorrem na próxima semana, em Washington DC.

A primeira área de reformas é o mercado de trabalho, que precisam funcionar em prol das pessoas, segundo ela. Há um mundo de demografia profundamente desigual e a migração econômica pode ajudar até certo ponto, disse. Georgieva também defendeu medidas de apoio para ajudar a colocar mais mulheres na força de trabalho. “Acima de tudo, há uma necessidade de reformas para aprimorar conjuntos de habilidades e combinar as pessoas certas aos empregos certos”, avaliou.

continua após a publicidade

O segundo alvo é a mobilização de capital. Conforme Georgieva, há uma abundância de recursos no mundo, mas, muitas vezes, não nos lugares certos. Nesse sentido, cobrou dos formuladores de políticas eliminação de barreiras para favorecer a entrada de investimento estrangeiro.

“A supervisão do setor financeiro não deve apenas garantir estabilidade e resiliência, mas também encorajar a tomada de riscos prudente e a criação de valor”, avaliou.

Por fim, os países devem se concentrar em ações que ajudem a aumentar a produtividade. “Há muitas maneiras de aumentá-la, desde melhorar a governança e as instituições até reduzir a burocracia e aproveitar o poder da inteligência artificial (IA)”, sugeriu a diretora-gerente do FMI.

continua após a publicidade

Ela alertou ainda que, globalmente, o ritmo das reformas vem diminuindo desde a crise financeira global, à medida que o descontentamento da população aumenta.

O risco da dívida pública alta

A diretora-gerente do FMI disse que a dívida pública alta e crescente torna o quadro da economia mundial “mais preocupante”.

continua após a publicidade

Cenário adverso severo, mas considerado plausível pelo organismo, indica que a dívida pública global pode subir cerca de 20 pontos porcentuais do Produto Interno Bruto (PIB) acima da linha de base. “À medida que a dívida aumenta, o espaço fiscal se contrai desproporcionalmente mais em países de baixa renda”, alertou Georgieva, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, na próxima semana.

De acordo com ela, o espaço fiscal continua diminuindo, e as escolhas difíceis de gastos se tornaram “mais difíceis” com pagamentos de dívida mais altos. “Escolas ou clima? Conectividade digital ou estradas e pontes?”, comparou.

O quadro se agrava diante de tempos profundamente problemáticos, conforme a diretora-gerente do FMI. “O dividendo da paz do fim da Guerra Fria está cada vez mais em risco. Em um mundo de mais guerras e mais insegurança, os gastos com defesa podem continuar aumentando enquanto os orçamentos de ajuda ficam ainda mais aquém das crescentes necessidades dos países em desenvolvimento”, avaliou.

Georgieva afirmou ainda que, no futuro, o comércio não será o mesmo motor de crescimento de antes. “É como despejar água fria em uma economia mundial já morna”, classificou.

NOVA YORK - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou a contribuição da adoção de reformas no mercado de trabalho e tributária no Brasil como estímulo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico.

“O que vemos nos dados é que o crescimento no Brasil é impulsionado em algo entre 0,3 ponto porcentual e 0,5 ponto porcentual, o que é significativo”, disse ela, em evento, nesta manhã de quinta-feira, 17, que antecede as reuniões anuais do FMI, que ocorrem na próxima semana.

A menção ao Brasil foi feita em meio a uma defesa de Georgieva para que os países avancem em reformas estruturais considerando um ambiente de baixo crescimento na fase pós-pandêmica.

Segundo ela, há exemplos ‘brilhantes’ no mundo, e o País é um deles. Ela citou as reformas iniciadas no governo Temer (2016-2018): “O Brasil começou em 2017 as reformas do mercado de trabalho, tributárias, de imposto sobre valor agregado”, listou a diretora-gerente do FMI.

'Em todo lugar a que vou, ouço a mesma coisa: uma aspiração por maior crescimento e melhores oportunidades. A questão é: como? A resposta: foco nas reformas. Não há tempo a perder', diz Georgieva Foto: Marcelo Chello/Estadão

Estudo do fundo publicado esta semana alertou para a urgência de reformas estruturais. A análise mostra que o apoio público é determinante para a adoção de mudanças, em especial, diante do fato de que o descontentamento social aumentou desde a crise financeira global.

Ao analisar a economia global, Georgieva disse que a performance tem sido melhor que o esperado, mas com riscos para baixo. O quadro é misto, classificou.

“A China está desacelerando, a Índia está acelerando; e algumas outras partes da Ásia, acelerando; os Estados Unidos estão indo muito bem. A Europa pode se sair melhor”, avaliou.

Foco nas reformas: ‘Não há tempo a perder’

Georgieva alertou que os países precisam avançar em reformas. As três áreas principais são: mercado de trabalho, mobilização de capital e produtividade.

“Em todo lugar que vou, ouço a mesma coisa: uma aspiração por maior crescimento e melhores oportunidades. A questão é: como? A resposta: foco nas reformas. Não há tempo a perder”, disse Georgieva, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, que ocorrem na próxima semana, em Washington DC.

A primeira área de reformas é o mercado de trabalho, que precisam funcionar em prol das pessoas, segundo ela. Há um mundo de demografia profundamente desigual e a migração econômica pode ajudar até certo ponto, disse. Georgieva também defendeu medidas de apoio para ajudar a colocar mais mulheres na força de trabalho. “Acima de tudo, há uma necessidade de reformas para aprimorar conjuntos de habilidades e combinar as pessoas certas aos empregos certos”, avaliou.

O segundo alvo é a mobilização de capital. Conforme Georgieva, há uma abundância de recursos no mundo, mas, muitas vezes, não nos lugares certos. Nesse sentido, cobrou dos formuladores de políticas eliminação de barreiras para favorecer a entrada de investimento estrangeiro.

“A supervisão do setor financeiro não deve apenas garantir estabilidade e resiliência, mas também encorajar a tomada de riscos prudente e a criação de valor”, avaliou.

Por fim, os países devem se concentrar em ações que ajudem a aumentar a produtividade. “Há muitas maneiras de aumentá-la, desde melhorar a governança e as instituições até reduzir a burocracia e aproveitar o poder da inteligência artificial (IA)”, sugeriu a diretora-gerente do FMI.

Ela alertou ainda que, globalmente, o ritmo das reformas vem diminuindo desde a crise financeira global, à medida que o descontentamento da população aumenta.

O risco da dívida pública alta

A diretora-gerente do FMI disse que a dívida pública alta e crescente torna o quadro da economia mundial “mais preocupante”.

Cenário adverso severo, mas considerado plausível pelo organismo, indica que a dívida pública global pode subir cerca de 20 pontos porcentuais do Produto Interno Bruto (PIB) acima da linha de base. “À medida que a dívida aumenta, o espaço fiscal se contrai desproporcionalmente mais em países de baixa renda”, alertou Georgieva, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, na próxima semana.

De acordo com ela, o espaço fiscal continua diminuindo, e as escolhas difíceis de gastos se tornaram “mais difíceis” com pagamentos de dívida mais altos. “Escolas ou clima? Conectividade digital ou estradas e pontes?”, comparou.

O quadro se agrava diante de tempos profundamente problemáticos, conforme a diretora-gerente do FMI. “O dividendo da paz do fim da Guerra Fria está cada vez mais em risco. Em um mundo de mais guerras e mais insegurança, os gastos com defesa podem continuar aumentando enquanto os orçamentos de ajuda ficam ainda mais aquém das crescentes necessidades dos países em desenvolvimento”, avaliou.

Georgieva afirmou ainda que, no futuro, o comércio não será o mesmo motor de crescimento de antes. “É como despejar água fria em uma economia mundial já morna”, classificou.

NOVA YORK - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou a contribuição da adoção de reformas no mercado de trabalho e tributária no Brasil como estímulo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico.

“O que vemos nos dados é que o crescimento no Brasil é impulsionado em algo entre 0,3 ponto porcentual e 0,5 ponto porcentual, o que é significativo”, disse ela, em evento, nesta manhã de quinta-feira, 17, que antecede as reuniões anuais do FMI, que ocorrem na próxima semana.

A menção ao Brasil foi feita em meio a uma defesa de Georgieva para que os países avancem em reformas estruturais considerando um ambiente de baixo crescimento na fase pós-pandêmica.

Segundo ela, há exemplos ‘brilhantes’ no mundo, e o País é um deles. Ela citou as reformas iniciadas no governo Temer (2016-2018): “O Brasil começou em 2017 as reformas do mercado de trabalho, tributárias, de imposto sobre valor agregado”, listou a diretora-gerente do FMI.

'Em todo lugar a que vou, ouço a mesma coisa: uma aspiração por maior crescimento e melhores oportunidades. A questão é: como? A resposta: foco nas reformas. Não há tempo a perder', diz Georgieva Foto: Marcelo Chello/Estadão

Estudo do fundo publicado esta semana alertou para a urgência de reformas estruturais. A análise mostra que o apoio público é determinante para a adoção de mudanças, em especial, diante do fato de que o descontentamento social aumentou desde a crise financeira global.

Ao analisar a economia global, Georgieva disse que a performance tem sido melhor que o esperado, mas com riscos para baixo. O quadro é misto, classificou.

“A China está desacelerando, a Índia está acelerando; e algumas outras partes da Ásia, acelerando; os Estados Unidos estão indo muito bem. A Europa pode se sair melhor”, avaliou.

Foco nas reformas: ‘Não há tempo a perder’

Georgieva alertou que os países precisam avançar em reformas. As três áreas principais são: mercado de trabalho, mobilização de capital e produtividade.

“Em todo lugar que vou, ouço a mesma coisa: uma aspiração por maior crescimento e melhores oportunidades. A questão é: como? A resposta: foco nas reformas. Não há tempo a perder”, disse Georgieva, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, que ocorrem na próxima semana, em Washington DC.

A primeira área de reformas é o mercado de trabalho, que precisam funcionar em prol das pessoas, segundo ela. Há um mundo de demografia profundamente desigual e a migração econômica pode ajudar até certo ponto, disse. Georgieva também defendeu medidas de apoio para ajudar a colocar mais mulheres na força de trabalho. “Acima de tudo, há uma necessidade de reformas para aprimorar conjuntos de habilidades e combinar as pessoas certas aos empregos certos”, avaliou.

O segundo alvo é a mobilização de capital. Conforme Georgieva, há uma abundância de recursos no mundo, mas, muitas vezes, não nos lugares certos. Nesse sentido, cobrou dos formuladores de políticas eliminação de barreiras para favorecer a entrada de investimento estrangeiro.

“A supervisão do setor financeiro não deve apenas garantir estabilidade e resiliência, mas também encorajar a tomada de riscos prudente e a criação de valor”, avaliou.

Por fim, os países devem se concentrar em ações que ajudem a aumentar a produtividade. “Há muitas maneiras de aumentá-la, desde melhorar a governança e as instituições até reduzir a burocracia e aproveitar o poder da inteligência artificial (IA)”, sugeriu a diretora-gerente do FMI.

Ela alertou ainda que, globalmente, o ritmo das reformas vem diminuindo desde a crise financeira global, à medida que o descontentamento da população aumenta.

O risco da dívida pública alta

A diretora-gerente do FMI disse que a dívida pública alta e crescente torna o quadro da economia mundial “mais preocupante”.

Cenário adverso severo, mas considerado plausível pelo organismo, indica que a dívida pública global pode subir cerca de 20 pontos porcentuais do Produto Interno Bruto (PIB) acima da linha de base. “À medida que a dívida aumenta, o espaço fiscal se contrai desproporcionalmente mais em países de baixa renda”, alertou Georgieva, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, na próxima semana.

De acordo com ela, o espaço fiscal continua diminuindo, e as escolhas difíceis de gastos se tornaram “mais difíceis” com pagamentos de dívida mais altos. “Escolas ou clima? Conectividade digital ou estradas e pontes?”, comparou.

O quadro se agrava diante de tempos profundamente problemáticos, conforme a diretora-gerente do FMI. “O dividendo da paz do fim da Guerra Fria está cada vez mais em risco. Em um mundo de mais guerras e mais insegurança, os gastos com defesa podem continuar aumentando enquanto os orçamentos de ajuda ficam ainda mais aquém das crescentes necessidades dos países em desenvolvimento”, avaliou.

Georgieva afirmou ainda que, no futuro, o comércio não será o mesmo motor de crescimento de antes. “É como despejar água fria em uma economia mundial já morna”, classificou.

NOVA YORK - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou a contribuição da adoção de reformas no mercado de trabalho e tributária no Brasil como estímulo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico.

“O que vemos nos dados é que o crescimento no Brasil é impulsionado em algo entre 0,3 ponto porcentual e 0,5 ponto porcentual, o que é significativo”, disse ela, em evento, nesta manhã de quinta-feira, 17, que antecede as reuniões anuais do FMI, que ocorrem na próxima semana.

A menção ao Brasil foi feita em meio a uma defesa de Georgieva para que os países avancem em reformas estruturais considerando um ambiente de baixo crescimento na fase pós-pandêmica.

Segundo ela, há exemplos ‘brilhantes’ no mundo, e o País é um deles. Ela citou as reformas iniciadas no governo Temer (2016-2018): “O Brasil começou em 2017 as reformas do mercado de trabalho, tributárias, de imposto sobre valor agregado”, listou a diretora-gerente do FMI.

'Em todo lugar a que vou, ouço a mesma coisa: uma aspiração por maior crescimento e melhores oportunidades. A questão é: como? A resposta: foco nas reformas. Não há tempo a perder', diz Georgieva Foto: Marcelo Chello/Estadão

Estudo do fundo publicado esta semana alertou para a urgência de reformas estruturais. A análise mostra que o apoio público é determinante para a adoção de mudanças, em especial, diante do fato de que o descontentamento social aumentou desde a crise financeira global.

Ao analisar a economia global, Georgieva disse que a performance tem sido melhor que o esperado, mas com riscos para baixo. O quadro é misto, classificou.

“A China está desacelerando, a Índia está acelerando; e algumas outras partes da Ásia, acelerando; os Estados Unidos estão indo muito bem. A Europa pode se sair melhor”, avaliou.

Foco nas reformas: ‘Não há tempo a perder’

Georgieva alertou que os países precisam avançar em reformas. As três áreas principais são: mercado de trabalho, mobilização de capital e produtividade.

“Em todo lugar que vou, ouço a mesma coisa: uma aspiração por maior crescimento e melhores oportunidades. A questão é: como? A resposta: foco nas reformas. Não há tempo a perder”, disse Georgieva, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, que ocorrem na próxima semana, em Washington DC.

A primeira área de reformas é o mercado de trabalho, que precisam funcionar em prol das pessoas, segundo ela. Há um mundo de demografia profundamente desigual e a migração econômica pode ajudar até certo ponto, disse. Georgieva também defendeu medidas de apoio para ajudar a colocar mais mulheres na força de trabalho. “Acima de tudo, há uma necessidade de reformas para aprimorar conjuntos de habilidades e combinar as pessoas certas aos empregos certos”, avaliou.

O segundo alvo é a mobilização de capital. Conforme Georgieva, há uma abundância de recursos no mundo, mas, muitas vezes, não nos lugares certos. Nesse sentido, cobrou dos formuladores de políticas eliminação de barreiras para favorecer a entrada de investimento estrangeiro.

“A supervisão do setor financeiro não deve apenas garantir estabilidade e resiliência, mas também encorajar a tomada de riscos prudente e a criação de valor”, avaliou.

Por fim, os países devem se concentrar em ações que ajudem a aumentar a produtividade. “Há muitas maneiras de aumentá-la, desde melhorar a governança e as instituições até reduzir a burocracia e aproveitar o poder da inteligência artificial (IA)”, sugeriu a diretora-gerente do FMI.

Ela alertou ainda que, globalmente, o ritmo das reformas vem diminuindo desde a crise financeira global, à medida que o descontentamento da população aumenta.

O risco da dívida pública alta

A diretora-gerente do FMI disse que a dívida pública alta e crescente torna o quadro da economia mundial “mais preocupante”.

Cenário adverso severo, mas considerado plausível pelo organismo, indica que a dívida pública global pode subir cerca de 20 pontos porcentuais do Produto Interno Bruto (PIB) acima da linha de base. “À medida que a dívida aumenta, o espaço fiscal se contrai desproporcionalmente mais em países de baixa renda”, alertou Georgieva, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, na próxima semana.

De acordo com ela, o espaço fiscal continua diminuindo, e as escolhas difíceis de gastos se tornaram “mais difíceis” com pagamentos de dívida mais altos. “Escolas ou clima? Conectividade digital ou estradas e pontes?”, comparou.

O quadro se agrava diante de tempos profundamente problemáticos, conforme a diretora-gerente do FMI. “O dividendo da paz do fim da Guerra Fria está cada vez mais em risco. Em um mundo de mais guerras e mais insegurança, os gastos com defesa podem continuar aumentando enquanto os orçamentos de ajuda ficam ainda mais aquém das crescentes necessidades dos países em desenvolvimento”, avaliou.

Georgieva afirmou ainda que, no futuro, o comércio não será o mesmo motor de crescimento de antes. “É como despejar água fria em uma economia mundial já morna”, classificou.

NOVA YORK - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou a contribuição da adoção de reformas no mercado de trabalho e tributária no Brasil como estímulo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico.

“O que vemos nos dados é que o crescimento no Brasil é impulsionado em algo entre 0,3 ponto porcentual e 0,5 ponto porcentual, o que é significativo”, disse ela, em evento, nesta manhã de quinta-feira, 17, que antecede as reuniões anuais do FMI, que ocorrem na próxima semana.

A menção ao Brasil foi feita em meio a uma defesa de Georgieva para que os países avancem em reformas estruturais considerando um ambiente de baixo crescimento na fase pós-pandêmica.

Segundo ela, há exemplos ‘brilhantes’ no mundo, e o País é um deles. Ela citou as reformas iniciadas no governo Temer (2016-2018): “O Brasil começou em 2017 as reformas do mercado de trabalho, tributárias, de imposto sobre valor agregado”, listou a diretora-gerente do FMI.

'Em todo lugar a que vou, ouço a mesma coisa: uma aspiração por maior crescimento e melhores oportunidades. A questão é: como? A resposta: foco nas reformas. Não há tempo a perder', diz Georgieva Foto: Marcelo Chello/Estadão

Estudo do fundo publicado esta semana alertou para a urgência de reformas estruturais. A análise mostra que o apoio público é determinante para a adoção de mudanças, em especial, diante do fato de que o descontentamento social aumentou desde a crise financeira global.

Ao analisar a economia global, Georgieva disse que a performance tem sido melhor que o esperado, mas com riscos para baixo. O quadro é misto, classificou.

“A China está desacelerando, a Índia está acelerando; e algumas outras partes da Ásia, acelerando; os Estados Unidos estão indo muito bem. A Europa pode se sair melhor”, avaliou.

Foco nas reformas: ‘Não há tempo a perder’

Georgieva alertou que os países precisam avançar em reformas. As três áreas principais são: mercado de trabalho, mobilização de capital e produtividade.

“Em todo lugar que vou, ouço a mesma coisa: uma aspiração por maior crescimento e melhores oportunidades. A questão é: como? A resposta: foco nas reformas. Não há tempo a perder”, disse Georgieva, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, que ocorrem na próxima semana, em Washington DC.

A primeira área de reformas é o mercado de trabalho, que precisam funcionar em prol das pessoas, segundo ela. Há um mundo de demografia profundamente desigual e a migração econômica pode ajudar até certo ponto, disse. Georgieva também defendeu medidas de apoio para ajudar a colocar mais mulheres na força de trabalho. “Acima de tudo, há uma necessidade de reformas para aprimorar conjuntos de habilidades e combinar as pessoas certas aos empregos certos”, avaliou.

O segundo alvo é a mobilização de capital. Conforme Georgieva, há uma abundância de recursos no mundo, mas, muitas vezes, não nos lugares certos. Nesse sentido, cobrou dos formuladores de políticas eliminação de barreiras para favorecer a entrada de investimento estrangeiro.

“A supervisão do setor financeiro não deve apenas garantir estabilidade e resiliência, mas também encorajar a tomada de riscos prudente e a criação de valor”, avaliou.

Por fim, os países devem se concentrar em ações que ajudem a aumentar a produtividade. “Há muitas maneiras de aumentá-la, desde melhorar a governança e as instituições até reduzir a burocracia e aproveitar o poder da inteligência artificial (IA)”, sugeriu a diretora-gerente do FMI.

Ela alertou ainda que, globalmente, o ritmo das reformas vem diminuindo desde a crise financeira global, à medida que o descontentamento da população aumenta.

O risco da dívida pública alta

A diretora-gerente do FMI disse que a dívida pública alta e crescente torna o quadro da economia mundial “mais preocupante”.

Cenário adverso severo, mas considerado plausível pelo organismo, indica que a dívida pública global pode subir cerca de 20 pontos porcentuais do Produto Interno Bruto (PIB) acima da linha de base. “À medida que a dívida aumenta, o espaço fiscal se contrai desproporcionalmente mais em países de baixa renda”, alertou Georgieva, em discurso que antecede as reuniões anuais do FMI, na próxima semana.

De acordo com ela, o espaço fiscal continua diminuindo, e as escolhas difíceis de gastos se tornaram “mais difíceis” com pagamentos de dívida mais altos. “Escolas ou clima? Conectividade digital ou estradas e pontes?”, comparou.

O quadro se agrava diante de tempos profundamente problemáticos, conforme a diretora-gerente do FMI. “O dividendo da paz do fim da Guerra Fria está cada vez mais em risco. Em um mundo de mais guerras e mais insegurança, os gastos com defesa podem continuar aumentando enquanto os orçamentos de ajuda ficam ainda mais aquém das crescentes necessidades dos países em desenvolvimento”, avaliou.

Georgieva afirmou ainda que, no futuro, o comércio não será o mesmo motor de crescimento de antes. “É como despejar água fria em uma economia mundial já morna”, classificou.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.