A crise econômica da Alemanha não deve representar um problema para o comércio com o Brasil, disse hoje o gerente-geral da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, Gabriel Brennauer. "É uma tarefa que eles têm que resolver, mas não colocaria como um problema para as relações econômicas bilaterais", afirmou. A Alemanha registrou queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre do ano. "Não tenho nenhuma dúvida que a Alemanha continua sendo um dos mercados mais interessantes para exportar", disse Brennauer em um seminário em Porto Alegre. Ele disse que o país segue sendo o segundo maior mercado importador do mundo ? com US$ 493 bilhões em compras em 2002. As exportações devem ser vistas no contexto de longo prazo, como uma atividade estratégica para as empresas, e não do momento atual, afirmou. O diretor da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), Hélio Mauro França, que participou do seminário, disse que ao vender para o exigente consumidor alemão, uma empresa ganha referência para atuar em outros mercados. "A vantagem do mercado exigente é que ele paga bem", disse. Para França, as empresas brasileiras devem buscar uma diferenciação nas vendas externas, atuando em mercados nos quais a competição seja menor ou naqueles em que tenham condições de se destacar. Ele citou o exemplo da primeira exportação de caqui feita por navio a partir do Rio Grande do Sul para a Alemanha, realizada ontem. Produtores de Caxias do Sul enviaram 5,4 mil quilos da fruta. Antes desta venda, outras duas tinham sido feitas em abril, de 900 quilos, e maio, de 1.350 quilos, mas via aérea.