Crise bancária pode comprometer estabilidade financeira mundial e mudar rota dos juros


Para gestores de recursos, quebra de bancos americanos acendeu alerta na economia mundial; discussão no mercado financeiro sobre os papéis do Fed e de outros bancos centrais aumentou

Por Altamiro Silva Junior e Karla Spotorno
Atualização:

A quebra de dois bancos nos Estados Unidos em questão de dias e renovadas preocupações nesta quarta-feira, 15, com o Credit Suisse, na Europa, acenderam o sinal amarelo de uma crise bancária mais séria na economia mundial. O alerta foi feito por três gestores de recursos do Brasil, SPX Capital, JGP e Ibiuna, que cuidam de quase R$ 140 bilhões de recursos. O temor é que os problemas bancários possam comprometer a estabilidade financeira internacional a ponto de os bancos centrais terem de rever suas estratégias de aperto monetário.

“Está começando a pipocar uma crise bancária em alguns países e em alguns centros desenvolvidos”, afirmou o sócio da gestora SPX, Rogério Xavier, atualmente morando em Londres. “A gente viu riscos associados à estabilidade financeira nesta última semana”, disse ele, em debate no Safra Invest Day.

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Para Xavier, os problemas bancários recentes nos EUA devem levar a uma “reflexão dos bancos centrais”, sobretudo no Federal Reserve (Fed, o BC americano), que pode pausar a alta de juros. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) pode ter de elevar menos a taxa para conter a inflação. Em meio ao começo de problemas nos bancos, os reguladores podem ter de começar a olhar mais de perto a estabilidade financeira e menos a inflação, alertou.

“O sistema financeiro começou a engasgar, e acho que é só o começo”, disse o sócio e um dos fundadores da gestora Ibiuna, Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Banco Central. O gestor compara o movimento a um terremoto: primeiro tem um impacto e depois reverberações e novos choques. “E elas vão vir”.

Silicon Valley Bank foi o primeiro banco a quebrar, seguido pelo Signature Bank Foto: AP Photo/Jeff Chiu
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Nesse ambiente, gestores ressaltaram que cresce a discussão no mercado financeiro mundial sobre os papéis do Fed e de outros bancos centrais. O problema dos BCs, disse Azevedo, é que eles têm mandatos distintos, o mandato 1 é controlar a inflação e o mandato 2 é manter a estabilidade financeira. E é pelo motivo 1 que estão subindo juros, mas agora parece que está afetando o motivo 2.

“Provavelmente, a estabilidade financeira está falando para não subir mais a taxa de juros. E dependendo de quão grave a história fique, tem de cair os juros”, disse o gestor da Ibiuna. Ao mesmo tempo, a inflação ainda está muito alta e não está dando mostras de que está reagindo de forma importante ao aumento dos juros, completou Azevedo.

Brasil e Europa

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O gestor André Jakurski, sócio fundador da JGP, afirmou que, diferentemente de outras épocas, o Brasil está mais “isolado desse problema global” e, portanto, menos suscetível aos riscos de contaminação. “Os bancos brasileiros são mais resilientes e têm menos problemas”, disse Jakurski.

Além da vantagem micro, o País tem condições macroeconômicas que reduzem a fragilidade da economia neste momento, segundo o gestor. “O Brasil ainda é uma economia muito fechada. Nosso endividamento é externo é OK. Nossa dívida nominal é alta, mas não me assusta de imediato. Então, acredito que o Brasil está bem defendido”, afirmou o gestor, ponderando que ele não está otimista com crescimento do PIB nacional - que tende a ser “medíocre - por conta da baixa produtividade, débil taxa de investimento e o alto “custo Brasil”.

Ao contrário dos bancos brasileiros, Jakurski argumenta que as instituições da Europa são mais frágeis, pequenos quando comparados a pares e sempre foram “maltratados” pelos governos europeus. “O sistema bancário na Europa sempre foi frágil, muito concentrado e com bancos fragilizados”, disse o gestor. Ele ainda alertou que, no atual ambiente em que os juros na zona do euro deixaram de ser negativos e estão em alta, certamente há “alguns ‘abacaxis’ em alguns balanços” de bancos europeus.

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“Os governos europeus maltratam um pouco os bancos”, disse Jakurski. “Os bancos europeus são menores e mais frágeis que os americanos”, respondeu ao ser questionado pelo ex-ministro Joaquim Levy, atualmente diretor de estratégia econômica e relações com o mercado do Banco Safra, sobre os riscos bancários na região.

A quebra de dois bancos nos Estados Unidos em questão de dias e renovadas preocupações nesta quarta-feira, 15, com o Credit Suisse, na Europa, acenderam o sinal amarelo de uma crise bancária mais séria na economia mundial. O alerta foi feito por três gestores de recursos do Brasil, SPX Capital, JGP e Ibiuna, que cuidam de quase R$ 140 bilhões de recursos. O temor é que os problemas bancários possam comprometer a estabilidade financeira internacional a ponto de os bancos centrais terem de rever suas estratégias de aperto monetário.

“Está começando a pipocar uma crise bancária em alguns países e em alguns centros desenvolvidos”, afirmou o sócio da gestora SPX, Rogério Xavier, atualmente morando em Londres. “A gente viu riscos associados à estabilidade financeira nesta última semana”, disse ele, em debate no Safra Invest Day.

Para Xavier, os problemas bancários recentes nos EUA devem levar a uma “reflexão dos bancos centrais”, sobretudo no Federal Reserve (Fed, o BC americano), que pode pausar a alta de juros. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) pode ter de elevar menos a taxa para conter a inflação. Em meio ao começo de problemas nos bancos, os reguladores podem ter de começar a olhar mais de perto a estabilidade financeira e menos a inflação, alertou.

“O sistema financeiro começou a engasgar, e acho que é só o começo”, disse o sócio e um dos fundadores da gestora Ibiuna, Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Banco Central. O gestor compara o movimento a um terremoto: primeiro tem um impacto e depois reverberações e novos choques. “E elas vão vir”.

Silicon Valley Bank foi o primeiro banco a quebrar, seguido pelo Signature Bank Foto: AP Photo/Jeff Chiu

Nesse ambiente, gestores ressaltaram que cresce a discussão no mercado financeiro mundial sobre os papéis do Fed e de outros bancos centrais. O problema dos BCs, disse Azevedo, é que eles têm mandatos distintos, o mandato 1 é controlar a inflação e o mandato 2 é manter a estabilidade financeira. E é pelo motivo 1 que estão subindo juros, mas agora parece que está afetando o motivo 2.

“Provavelmente, a estabilidade financeira está falando para não subir mais a taxa de juros. E dependendo de quão grave a história fique, tem de cair os juros”, disse o gestor da Ibiuna. Ao mesmo tempo, a inflação ainda está muito alta e não está dando mostras de que está reagindo de forma importante ao aumento dos juros, completou Azevedo.

Brasil e Europa

O gestor André Jakurski, sócio fundador da JGP, afirmou que, diferentemente de outras épocas, o Brasil está mais “isolado desse problema global” e, portanto, menos suscetível aos riscos de contaminação. “Os bancos brasileiros são mais resilientes e têm menos problemas”, disse Jakurski.

Além da vantagem micro, o País tem condições macroeconômicas que reduzem a fragilidade da economia neste momento, segundo o gestor. “O Brasil ainda é uma economia muito fechada. Nosso endividamento é externo é OK. Nossa dívida nominal é alta, mas não me assusta de imediato. Então, acredito que o Brasil está bem defendido”, afirmou o gestor, ponderando que ele não está otimista com crescimento do PIB nacional - que tende a ser “medíocre - por conta da baixa produtividade, débil taxa de investimento e o alto “custo Brasil”.

Ao contrário dos bancos brasileiros, Jakurski argumenta que as instituições da Europa são mais frágeis, pequenos quando comparados a pares e sempre foram “maltratados” pelos governos europeus. “O sistema bancário na Europa sempre foi frágil, muito concentrado e com bancos fragilizados”, disse o gestor. Ele ainda alertou que, no atual ambiente em que os juros na zona do euro deixaram de ser negativos e estão em alta, certamente há “alguns ‘abacaxis’ em alguns balanços” de bancos europeus.

“Os governos europeus maltratam um pouco os bancos”, disse Jakurski. “Os bancos europeus são menores e mais frágeis que os americanos”, respondeu ao ser questionado pelo ex-ministro Joaquim Levy, atualmente diretor de estratégia econômica e relações com o mercado do Banco Safra, sobre os riscos bancários na região.

A quebra de dois bancos nos Estados Unidos em questão de dias e renovadas preocupações nesta quarta-feira, 15, com o Credit Suisse, na Europa, acenderam o sinal amarelo de uma crise bancária mais séria na economia mundial. O alerta foi feito por três gestores de recursos do Brasil, SPX Capital, JGP e Ibiuna, que cuidam de quase R$ 140 bilhões de recursos. O temor é que os problemas bancários possam comprometer a estabilidade financeira internacional a ponto de os bancos centrais terem de rever suas estratégias de aperto monetário.

“Está começando a pipocar uma crise bancária em alguns países e em alguns centros desenvolvidos”, afirmou o sócio da gestora SPX, Rogério Xavier, atualmente morando em Londres. “A gente viu riscos associados à estabilidade financeira nesta última semana”, disse ele, em debate no Safra Invest Day.

Para Xavier, os problemas bancários recentes nos EUA devem levar a uma “reflexão dos bancos centrais”, sobretudo no Federal Reserve (Fed, o BC americano), que pode pausar a alta de juros. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) pode ter de elevar menos a taxa para conter a inflação. Em meio ao começo de problemas nos bancos, os reguladores podem ter de começar a olhar mais de perto a estabilidade financeira e menos a inflação, alertou.

“O sistema financeiro começou a engasgar, e acho que é só o começo”, disse o sócio e um dos fundadores da gestora Ibiuna, Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Banco Central. O gestor compara o movimento a um terremoto: primeiro tem um impacto e depois reverberações e novos choques. “E elas vão vir”.

Silicon Valley Bank foi o primeiro banco a quebrar, seguido pelo Signature Bank Foto: AP Photo/Jeff Chiu

Nesse ambiente, gestores ressaltaram que cresce a discussão no mercado financeiro mundial sobre os papéis do Fed e de outros bancos centrais. O problema dos BCs, disse Azevedo, é que eles têm mandatos distintos, o mandato 1 é controlar a inflação e o mandato 2 é manter a estabilidade financeira. E é pelo motivo 1 que estão subindo juros, mas agora parece que está afetando o motivo 2.

“Provavelmente, a estabilidade financeira está falando para não subir mais a taxa de juros. E dependendo de quão grave a história fique, tem de cair os juros”, disse o gestor da Ibiuna. Ao mesmo tempo, a inflação ainda está muito alta e não está dando mostras de que está reagindo de forma importante ao aumento dos juros, completou Azevedo.

Brasil e Europa

O gestor André Jakurski, sócio fundador da JGP, afirmou que, diferentemente de outras épocas, o Brasil está mais “isolado desse problema global” e, portanto, menos suscetível aos riscos de contaminação. “Os bancos brasileiros são mais resilientes e têm menos problemas”, disse Jakurski.

Além da vantagem micro, o País tem condições macroeconômicas que reduzem a fragilidade da economia neste momento, segundo o gestor. “O Brasil ainda é uma economia muito fechada. Nosso endividamento é externo é OK. Nossa dívida nominal é alta, mas não me assusta de imediato. Então, acredito que o Brasil está bem defendido”, afirmou o gestor, ponderando que ele não está otimista com crescimento do PIB nacional - que tende a ser “medíocre - por conta da baixa produtividade, débil taxa de investimento e o alto “custo Brasil”.

Ao contrário dos bancos brasileiros, Jakurski argumenta que as instituições da Europa são mais frágeis, pequenos quando comparados a pares e sempre foram “maltratados” pelos governos europeus. “O sistema bancário na Europa sempre foi frágil, muito concentrado e com bancos fragilizados”, disse o gestor. Ele ainda alertou que, no atual ambiente em que os juros na zona do euro deixaram de ser negativos e estão em alta, certamente há “alguns ‘abacaxis’ em alguns balanços” de bancos europeus.

“Os governos europeus maltratam um pouco os bancos”, disse Jakurski. “Os bancos europeus são menores e mais frágeis que os americanos”, respondeu ao ser questionado pelo ex-ministro Joaquim Levy, atualmente diretor de estratégia econômica e relações com o mercado do Banco Safra, sobre os riscos bancários na região.

A quebra de dois bancos nos Estados Unidos em questão de dias e renovadas preocupações nesta quarta-feira, 15, com o Credit Suisse, na Europa, acenderam o sinal amarelo de uma crise bancária mais séria na economia mundial. O alerta foi feito por três gestores de recursos do Brasil, SPX Capital, JGP e Ibiuna, que cuidam de quase R$ 140 bilhões de recursos. O temor é que os problemas bancários possam comprometer a estabilidade financeira internacional a ponto de os bancos centrais terem de rever suas estratégias de aperto monetário.

“Está começando a pipocar uma crise bancária em alguns países e em alguns centros desenvolvidos”, afirmou o sócio da gestora SPX, Rogério Xavier, atualmente morando em Londres. “A gente viu riscos associados à estabilidade financeira nesta última semana”, disse ele, em debate no Safra Invest Day.

Para Xavier, os problemas bancários recentes nos EUA devem levar a uma “reflexão dos bancos centrais”, sobretudo no Federal Reserve (Fed, o BC americano), que pode pausar a alta de juros. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) pode ter de elevar menos a taxa para conter a inflação. Em meio ao começo de problemas nos bancos, os reguladores podem ter de começar a olhar mais de perto a estabilidade financeira e menos a inflação, alertou.

“O sistema financeiro começou a engasgar, e acho que é só o começo”, disse o sócio e um dos fundadores da gestora Ibiuna, Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Banco Central. O gestor compara o movimento a um terremoto: primeiro tem um impacto e depois reverberações e novos choques. “E elas vão vir”.

Silicon Valley Bank foi o primeiro banco a quebrar, seguido pelo Signature Bank Foto: AP Photo/Jeff Chiu

Nesse ambiente, gestores ressaltaram que cresce a discussão no mercado financeiro mundial sobre os papéis do Fed e de outros bancos centrais. O problema dos BCs, disse Azevedo, é que eles têm mandatos distintos, o mandato 1 é controlar a inflação e o mandato 2 é manter a estabilidade financeira. E é pelo motivo 1 que estão subindo juros, mas agora parece que está afetando o motivo 2.

“Provavelmente, a estabilidade financeira está falando para não subir mais a taxa de juros. E dependendo de quão grave a história fique, tem de cair os juros”, disse o gestor da Ibiuna. Ao mesmo tempo, a inflação ainda está muito alta e não está dando mostras de que está reagindo de forma importante ao aumento dos juros, completou Azevedo.

Brasil e Europa

O gestor André Jakurski, sócio fundador da JGP, afirmou que, diferentemente de outras épocas, o Brasil está mais “isolado desse problema global” e, portanto, menos suscetível aos riscos de contaminação. “Os bancos brasileiros são mais resilientes e têm menos problemas”, disse Jakurski.

Além da vantagem micro, o País tem condições macroeconômicas que reduzem a fragilidade da economia neste momento, segundo o gestor. “O Brasil ainda é uma economia muito fechada. Nosso endividamento é externo é OK. Nossa dívida nominal é alta, mas não me assusta de imediato. Então, acredito que o Brasil está bem defendido”, afirmou o gestor, ponderando que ele não está otimista com crescimento do PIB nacional - que tende a ser “medíocre - por conta da baixa produtividade, débil taxa de investimento e o alto “custo Brasil”.

Ao contrário dos bancos brasileiros, Jakurski argumenta que as instituições da Europa são mais frágeis, pequenos quando comparados a pares e sempre foram “maltratados” pelos governos europeus. “O sistema bancário na Europa sempre foi frágil, muito concentrado e com bancos fragilizados”, disse o gestor. Ele ainda alertou que, no atual ambiente em que os juros na zona do euro deixaram de ser negativos e estão em alta, certamente há “alguns ‘abacaxis’ em alguns balanços” de bancos europeus.

“Os governos europeus maltratam um pouco os bancos”, disse Jakurski. “Os bancos europeus são menores e mais frágeis que os americanos”, respondeu ao ser questionado pelo ex-ministro Joaquim Levy, atualmente diretor de estratégia econômica e relações com o mercado do Banco Safra, sobre os riscos bancários na região.

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