Haddad diz que é preciso ‘tranquilidade’ para debater meta de inflação, após críticas de Lula ao BC


Ministro da Fazenda afirmou que os agentes econômicos confiam que a inflação está em processo de convergência para a meta estabelecida

Por Eduardo Gayer e Antonio Temóteo
Atualização:

BUENOS AIRES E BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 23, que é preciso ter “tranquilidade” para enfrentar o debate sobre a meta de inflação do País. Segundo Haddad, as pesquisas de mercado têm sinalizado que a taxa deve ficar dentro da banda.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a meta de inflação, o alto patamar dos juros no País e a autonomia do Banco Central. Como mostrou o Estadão, Lula pretende mudar as metas de inflação na tentativa de brecar o risco de uma recessão econômica. Neste ano, a meta de inflação é de 3,25%, com 1,5 ponto porcentual de tolerância para cima e para baixo.

Haddad participou de coletiva de imprensa ao lado do presidente Lula e do presidente da Argentina, Alberto Fernández, em Buenos Aires Foto: Agustin Marcarian/Reuters
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”No caso concreto brasileiro, você pegar as pesquisas de mercado sobre convergência, elas estão sinalizando que, apesar da meta apertada, tem chance da gente estar dentro da banda, que é relativamente alta no Brasil, que é 1,5 ponto porcentual. Você olha pros 3,25% e não olha pra banca, então tudo isso tem que ser ponderado, com sobriedade. É preciso olhar para o mercado, olhar qual é o comportamento dos preços, qual a chance de a gente convergir para uma inflação mais baixa, que é sempre o mais desejável, sobretudo pensando na parte mais vulnerável economicamente da população. É preciso ter tranquilidade em enfrentar esse tipo de discussão“, disse.

Haddad afirmou ainda que, no Brasil, os agentes econômicos confiam que a inflação está em processo de convergência para a meta estabelecida e que o Conselho Monetário Nacional (CMN), que define a meta, observará todos esses fatores para tomar uma decisão.

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“Quando você fala ‘teto de gastos’, às vezes é uma coisa que soa bem, mas que é inexequível, entendeu? Então, há sempre essa cautela em ser crível, em ser confiável, em buscar aquilo que é exigente, que é demandante, mas que é exequível, para que você não tenha que buscar exequibilidade daquilo que você convenciona fazer”, disse. “No caso concreto do Brasil, os agentes econômicos estão confiantes de que o Brasil está convergindo para meta estabelecida, essa é uma coisa que tem de ser observada pelo CMN: observar qual é a projeção que os agentes econômicos estão fazendo para tomar decisão, todo mundo prefere inflação mais baixa do que mais alta.”

Autonomia do Banco Central

Haddad classificou há pouco como “generosa” as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em relação às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a taxa de juros, a meta de inflação vigente no País e a autonomia da autarquia.

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”Eu entendo que o Roberto Campos Neto deu uma declaração muito feliz, quando ele interpretou de forma generosa o que disse o presidente Lula, que foi basicamente o seguinte: você pode ter um BC independente sem que a lei tenha sido estabelecida, como aconteceu no governo dele”, disse Haddad. “E é óbvio que a lei é um passo importante na direção da independência. Mas ela em si mesma não garante a independência, você tem que cobrar a independência do BC independentemente da lei.”

Haddad classificou como “generosa” as declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em relação às críticas feitas pelo presidente Lula sobre a taxa de juros, inflação e independência da autarquia Foto: André Dusek/Estadão

Segundo Haddad, Lula fez uma comparação entre os oito anos em que foi presidente, quando não havia autonomia formal e o então presidente do BC tinha autonomia operacional.

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”Uma coisa é você criticar, outra coisa é você falar que a taxa não devia ser essa, que o BC deveria diminuir juros, devia subir os juros. A outra coisa é quando você tem ingerência interna, e isso não aconteceu nos oito anos do governo Lula, como ele bem frisou, e foi assim que Roberto Campos Neto leu a provocação que ele fez, que a lei tá aí, tá sendo respeitada por esse governo, mas a garantia de independência é uma coisa na prática”, disse.

BUENOS AIRES E BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 23, que é preciso ter “tranquilidade” para enfrentar o debate sobre a meta de inflação do País. Segundo Haddad, as pesquisas de mercado têm sinalizado que a taxa deve ficar dentro da banda.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a meta de inflação, o alto patamar dos juros no País e a autonomia do Banco Central. Como mostrou o Estadão, Lula pretende mudar as metas de inflação na tentativa de brecar o risco de uma recessão econômica. Neste ano, a meta de inflação é de 3,25%, com 1,5 ponto porcentual de tolerância para cima e para baixo.

Haddad participou de coletiva de imprensa ao lado do presidente Lula e do presidente da Argentina, Alberto Fernández, em Buenos Aires Foto: Agustin Marcarian/Reuters

”No caso concreto brasileiro, você pegar as pesquisas de mercado sobre convergência, elas estão sinalizando que, apesar da meta apertada, tem chance da gente estar dentro da banda, que é relativamente alta no Brasil, que é 1,5 ponto porcentual. Você olha pros 3,25% e não olha pra banca, então tudo isso tem que ser ponderado, com sobriedade. É preciso olhar para o mercado, olhar qual é o comportamento dos preços, qual a chance de a gente convergir para uma inflação mais baixa, que é sempre o mais desejável, sobretudo pensando na parte mais vulnerável economicamente da população. É preciso ter tranquilidade em enfrentar esse tipo de discussão“, disse.

Haddad afirmou ainda que, no Brasil, os agentes econômicos confiam que a inflação está em processo de convergência para a meta estabelecida e que o Conselho Monetário Nacional (CMN), que define a meta, observará todos esses fatores para tomar uma decisão.

“Quando você fala ‘teto de gastos’, às vezes é uma coisa que soa bem, mas que é inexequível, entendeu? Então, há sempre essa cautela em ser crível, em ser confiável, em buscar aquilo que é exigente, que é demandante, mas que é exequível, para que você não tenha que buscar exequibilidade daquilo que você convenciona fazer”, disse. “No caso concreto do Brasil, os agentes econômicos estão confiantes de que o Brasil está convergindo para meta estabelecida, essa é uma coisa que tem de ser observada pelo CMN: observar qual é a projeção que os agentes econômicos estão fazendo para tomar decisão, todo mundo prefere inflação mais baixa do que mais alta.”

Autonomia do Banco Central

Haddad classificou há pouco como “generosa” as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em relação às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a taxa de juros, a meta de inflação vigente no País e a autonomia da autarquia.

”Eu entendo que o Roberto Campos Neto deu uma declaração muito feliz, quando ele interpretou de forma generosa o que disse o presidente Lula, que foi basicamente o seguinte: você pode ter um BC independente sem que a lei tenha sido estabelecida, como aconteceu no governo dele”, disse Haddad. “E é óbvio que a lei é um passo importante na direção da independência. Mas ela em si mesma não garante a independência, você tem que cobrar a independência do BC independentemente da lei.”

Haddad classificou como “generosa” as declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em relação às críticas feitas pelo presidente Lula sobre a taxa de juros, inflação e independência da autarquia Foto: André Dusek/Estadão

Segundo Haddad, Lula fez uma comparação entre os oito anos em que foi presidente, quando não havia autonomia formal e o então presidente do BC tinha autonomia operacional.

”Uma coisa é você criticar, outra coisa é você falar que a taxa não devia ser essa, que o BC deveria diminuir juros, devia subir os juros. A outra coisa é quando você tem ingerência interna, e isso não aconteceu nos oito anos do governo Lula, como ele bem frisou, e foi assim que Roberto Campos Neto leu a provocação que ele fez, que a lei tá aí, tá sendo respeitada por esse governo, mas a garantia de independência é uma coisa na prática”, disse.

BUENOS AIRES E BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 23, que é preciso ter “tranquilidade” para enfrentar o debate sobre a meta de inflação do País. Segundo Haddad, as pesquisas de mercado têm sinalizado que a taxa deve ficar dentro da banda.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a meta de inflação, o alto patamar dos juros no País e a autonomia do Banco Central. Como mostrou o Estadão, Lula pretende mudar as metas de inflação na tentativa de brecar o risco de uma recessão econômica. Neste ano, a meta de inflação é de 3,25%, com 1,5 ponto porcentual de tolerância para cima e para baixo.

Haddad participou de coletiva de imprensa ao lado do presidente Lula e do presidente da Argentina, Alberto Fernández, em Buenos Aires Foto: Agustin Marcarian/Reuters

”No caso concreto brasileiro, você pegar as pesquisas de mercado sobre convergência, elas estão sinalizando que, apesar da meta apertada, tem chance da gente estar dentro da banda, que é relativamente alta no Brasil, que é 1,5 ponto porcentual. Você olha pros 3,25% e não olha pra banca, então tudo isso tem que ser ponderado, com sobriedade. É preciso olhar para o mercado, olhar qual é o comportamento dos preços, qual a chance de a gente convergir para uma inflação mais baixa, que é sempre o mais desejável, sobretudo pensando na parte mais vulnerável economicamente da população. É preciso ter tranquilidade em enfrentar esse tipo de discussão“, disse.

Haddad afirmou ainda que, no Brasil, os agentes econômicos confiam que a inflação está em processo de convergência para a meta estabelecida e que o Conselho Monetário Nacional (CMN), que define a meta, observará todos esses fatores para tomar uma decisão.

“Quando você fala ‘teto de gastos’, às vezes é uma coisa que soa bem, mas que é inexequível, entendeu? Então, há sempre essa cautela em ser crível, em ser confiável, em buscar aquilo que é exigente, que é demandante, mas que é exequível, para que você não tenha que buscar exequibilidade daquilo que você convenciona fazer”, disse. “No caso concreto do Brasil, os agentes econômicos estão confiantes de que o Brasil está convergindo para meta estabelecida, essa é uma coisa que tem de ser observada pelo CMN: observar qual é a projeção que os agentes econômicos estão fazendo para tomar decisão, todo mundo prefere inflação mais baixa do que mais alta.”

Autonomia do Banco Central

Haddad classificou há pouco como “generosa” as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em relação às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a taxa de juros, a meta de inflação vigente no País e a autonomia da autarquia.

”Eu entendo que o Roberto Campos Neto deu uma declaração muito feliz, quando ele interpretou de forma generosa o que disse o presidente Lula, que foi basicamente o seguinte: você pode ter um BC independente sem que a lei tenha sido estabelecida, como aconteceu no governo dele”, disse Haddad. “E é óbvio que a lei é um passo importante na direção da independência. Mas ela em si mesma não garante a independência, você tem que cobrar a independência do BC independentemente da lei.”

Haddad classificou como “generosa” as declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em relação às críticas feitas pelo presidente Lula sobre a taxa de juros, inflação e independência da autarquia Foto: André Dusek/Estadão

Segundo Haddad, Lula fez uma comparação entre os oito anos em que foi presidente, quando não havia autonomia formal e o então presidente do BC tinha autonomia operacional.

”Uma coisa é você criticar, outra coisa é você falar que a taxa não devia ser essa, que o BC deveria diminuir juros, devia subir os juros. A outra coisa é quando você tem ingerência interna, e isso não aconteceu nos oito anos do governo Lula, como ele bem frisou, e foi assim que Roberto Campos Neto leu a provocação que ele fez, que a lei tá aí, tá sendo respeitada por esse governo, mas a garantia de independência é uma coisa na prática”, disse.

BUENOS AIRES E BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 23, que é preciso ter “tranquilidade” para enfrentar o debate sobre a meta de inflação do País. Segundo Haddad, as pesquisas de mercado têm sinalizado que a taxa deve ficar dentro da banda.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a meta de inflação, o alto patamar dos juros no País e a autonomia do Banco Central. Como mostrou o Estadão, Lula pretende mudar as metas de inflação na tentativa de brecar o risco de uma recessão econômica. Neste ano, a meta de inflação é de 3,25%, com 1,5 ponto porcentual de tolerância para cima e para baixo.

Haddad participou de coletiva de imprensa ao lado do presidente Lula e do presidente da Argentina, Alberto Fernández, em Buenos Aires Foto: Agustin Marcarian/Reuters

”No caso concreto brasileiro, você pegar as pesquisas de mercado sobre convergência, elas estão sinalizando que, apesar da meta apertada, tem chance da gente estar dentro da banda, que é relativamente alta no Brasil, que é 1,5 ponto porcentual. Você olha pros 3,25% e não olha pra banca, então tudo isso tem que ser ponderado, com sobriedade. É preciso olhar para o mercado, olhar qual é o comportamento dos preços, qual a chance de a gente convergir para uma inflação mais baixa, que é sempre o mais desejável, sobretudo pensando na parte mais vulnerável economicamente da população. É preciso ter tranquilidade em enfrentar esse tipo de discussão“, disse.

Haddad afirmou ainda que, no Brasil, os agentes econômicos confiam que a inflação está em processo de convergência para a meta estabelecida e que o Conselho Monetário Nacional (CMN), que define a meta, observará todos esses fatores para tomar uma decisão.

“Quando você fala ‘teto de gastos’, às vezes é uma coisa que soa bem, mas que é inexequível, entendeu? Então, há sempre essa cautela em ser crível, em ser confiável, em buscar aquilo que é exigente, que é demandante, mas que é exequível, para que você não tenha que buscar exequibilidade daquilo que você convenciona fazer”, disse. “No caso concreto do Brasil, os agentes econômicos estão confiantes de que o Brasil está convergindo para meta estabelecida, essa é uma coisa que tem de ser observada pelo CMN: observar qual é a projeção que os agentes econômicos estão fazendo para tomar decisão, todo mundo prefere inflação mais baixa do que mais alta.”

Autonomia do Banco Central

Haddad classificou há pouco como “generosa” as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em relação às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a taxa de juros, a meta de inflação vigente no País e a autonomia da autarquia.

”Eu entendo que o Roberto Campos Neto deu uma declaração muito feliz, quando ele interpretou de forma generosa o que disse o presidente Lula, que foi basicamente o seguinte: você pode ter um BC independente sem que a lei tenha sido estabelecida, como aconteceu no governo dele”, disse Haddad. “E é óbvio que a lei é um passo importante na direção da independência. Mas ela em si mesma não garante a independência, você tem que cobrar a independência do BC independentemente da lei.”

Haddad classificou como “generosa” as declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em relação às críticas feitas pelo presidente Lula sobre a taxa de juros, inflação e independência da autarquia Foto: André Dusek/Estadão

Segundo Haddad, Lula fez uma comparação entre os oito anos em que foi presidente, quando não havia autonomia formal e o então presidente do BC tinha autonomia operacional.

”Uma coisa é você criticar, outra coisa é você falar que a taxa não devia ser essa, que o BC deveria diminuir juros, devia subir os juros. A outra coisa é quando você tem ingerência interna, e isso não aconteceu nos oito anos do governo Lula, como ele bem frisou, e foi assim que Roberto Campos Neto leu a provocação que ele fez, que a lei tá aí, tá sendo respeitada por esse governo, mas a garantia de independência é uma coisa na prática”, disse.

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