‘O curador é a verdadeira alma da Bienal’, diz presidente do evento


Andrea Pinheiro tem como projetos valorizar a curadoria e levar a mostra a quatro países

Por Sonia Racy
Atualização:
Entrevista comAndrea PinheiroPresidente da Fundação Bienal de SP

Trinta anos de atuação no mercado financeiro e muita experiência em governança: foi com essa bagagem que Andrea Pinheiro assumiu, por dois anos, o comando da Fundação Bienal de São Paulo, onde já atua desde 2019 como diretora. E o curto tempo não dá folga. Ela já está correndo atrás do financiamento da nova mostra e para pôr em prática a principal meta: a escolha da nova curadoria para a exposição de 2025.

Formada em governança corporativa nos EUA pela Wharton School, Andrea – que também integra o conselho da Vivo e do FGC – chega trazendo na bagagem os bons resultados da Bienal de 2023. Só como exemplo, entre 2018 e 2023 ela ajudou a ampliar de 18 para 48 os patrocinadores da Fundação. Quanto ao futuro, ela tem duas prioridades. Uma é se manter atenta a questões como diversidade e sustentabilidade, que já tiveram forte presença na Bienal passada. A outra é levar a nossa arte para o mundo. “Acho que o Brasil está aprendendo a vender melhor a nossa arte lá fora”, diz ela nesta conversa com o Estadão. Além de circular com a mostra da 35.ª Bienal (2023) por 11 cidades brasileiras, também a levará a quatro cidades do exterior: Buenos Aires e La Paz, mais Luanda, em Angola, e Arles, no interior da França. A seguir, os principais trechos da conversa.

Na Bienal você lida ao mesmo tempo com arte, cultura e educação. Como faz na prática essa conexão?

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Vemos essas três coisas intrinsecamente ligadas: a educação, a democratização da arte e o fomento da produção artística. Nosso programa educacional é pioneiro no mundo. Começou em 1953 e hoje atinge 77 mil crianças e adolescentes. Treinamos 18 mil professores da rede pública para difundir os feitos da Bienal. Numa conta simples, se uma sala tem 42 alunos, atingimos quase 800 mil crianças com esses cursos.

Hoje as redes sociais são importantes para a arte. Como lidam com elas?

Elas têm um peso enorme. É muito importante trazer um público diversificado. Fizemos associação com macro e microinfluenciadores, para que atinjam suas comunidades, levando a arte a novos públicos. E as exposições, o que se mostra, falam muito de diversidade, então faz sentido ter diversidade no público.

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Andrea Pinheiro pretende levar Bienal para La Paz, Buenos Aires, Luanda e Arles Foto: Denise Andrade

Aliás, já na origem a Bienal inovou. O Ciccillo Matarazzo, que a criou, era um mecenas, né?

Sim, foi muito corajoso o Ciccillo, um grande mecenas ao criar a Bienal e transformá-la em fundação. E hoje, atenta à democratização da arte, apesar de a exposição ser em São Paulo, a gente tem um programa itinerante para o Brasil inteiro.

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Existe a possibilidade de ela ser uma Bienal verde?

Para responder a isso, vou explicar um pouco como são os processos decisórios e a escolha curatorial. A gente escolhe um curador e esse curador tem um projeto. Então, ele pode falar de sustentabilidade, de diversidade, de várias coisas diferentes. O que eu fiz agora, na presidência, foi transformar um processo que já existia, de aconselhamento, numa coisa com mais governança.

Na prática...

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Na prática eu criei um comitê de escolha curatorial que tem oito membros, certo? Fizemos um convite aos curadores, eles preparam propostas e nós fazemos a escolha final. Aí, voltando à pergunta anterior, é óbvio que o verde, a sustentabilidade, é uma coisa importante.

Como a Bienal se sustenta?

De várias formas. Cerca de 70% vêm de empresas, via Lei Rouanet. Nossa sede é da Prefeitura paulistana, mas concedida à Fundação. Também temos doações livres e apoios internacionais. E há outros incentivos, como o Pro-Mac e o ProAc-SP, apoios municipal e estadual – e uma área voltada a empresas que não sabem como fazer a doação. Nos últimos cinco anos, na presidência do José Olympio (da Veiga Pereira), saltamos de 18 para 48 patrocinadores. Tive um papel nessa captação, porque o foco educacional da Bienal é o que mais brilha aos olhos das empresas.

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E de que modo entra, nisso tudo, a Lei Rouanet?

Ela é essencial para a cultura no País. Sem ela dificilmente existiriam a Bienal, a Pinacoteca, o Masp. A Bienal é gratuita desde 2004. São cerca de 700 mil pessoas que a frequentam, mais a nossa itinerância no País e no exterior. Este ano visitaremos 11 cidades no Brasil e quatro fora – La Paz, Buenos Aires, Luanda (capital de Angola) Arles, no sul da França. Acho que o País está aprendendo a vender a arte melhor lá fora, com uma equipe mais profissionalizada e capaz de valorizá-la.

Nisso tudo, como funciona a curadoria?

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Tivemos uma longa discussão sobre isso. Criei um comitê de escolha curatorial com oito membros e estamos recebendo as propostas. O curador é que é a alma da Bienal. O que fiz como presidente foi transformar um processo existente em algo com mais governança.

Como está aplicando sua experiência como banqueira?

Eu e o José Olympio temos o mesmo perfil: além de banqueiros sempre fomos pessoas de gestão. Assim, meu papel mais importante foi como gestora. Hoje a Bienal é uma empresa saudável financeiramente.

Trinta anos de atuação no mercado financeiro e muita experiência em governança: foi com essa bagagem que Andrea Pinheiro assumiu, por dois anos, o comando da Fundação Bienal de São Paulo, onde já atua desde 2019 como diretora. E o curto tempo não dá folga. Ela já está correndo atrás do financiamento da nova mostra e para pôr em prática a principal meta: a escolha da nova curadoria para a exposição de 2025.

Formada em governança corporativa nos EUA pela Wharton School, Andrea – que também integra o conselho da Vivo e do FGC – chega trazendo na bagagem os bons resultados da Bienal de 2023. Só como exemplo, entre 2018 e 2023 ela ajudou a ampliar de 18 para 48 os patrocinadores da Fundação. Quanto ao futuro, ela tem duas prioridades. Uma é se manter atenta a questões como diversidade e sustentabilidade, que já tiveram forte presença na Bienal passada. A outra é levar a nossa arte para o mundo. “Acho que o Brasil está aprendendo a vender melhor a nossa arte lá fora”, diz ela nesta conversa com o Estadão. Além de circular com a mostra da 35.ª Bienal (2023) por 11 cidades brasileiras, também a levará a quatro cidades do exterior: Buenos Aires e La Paz, mais Luanda, em Angola, e Arles, no interior da França. A seguir, os principais trechos da conversa.

Na Bienal você lida ao mesmo tempo com arte, cultura e educação. Como faz na prática essa conexão?

Vemos essas três coisas intrinsecamente ligadas: a educação, a democratização da arte e o fomento da produção artística. Nosso programa educacional é pioneiro no mundo. Começou em 1953 e hoje atinge 77 mil crianças e adolescentes. Treinamos 18 mil professores da rede pública para difundir os feitos da Bienal. Numa conta simples, se uma sala tem 42 alunos, atingimos quase 800 mil crianças com esses cursos.

Hoje as redes sociais são importantes para a arte. Como lidam com elas?

Elas têm um peso enorme. É muito importante trazer um público diversificado. Fizemos associação com macro e microinfluenciadores, para que atinjam suas comunidades, levando a arte a novos públicos. E as exposições, o que se mostra, falam muito de diversidade, então faz sentido ter diversidade no público.

Andrea Pinheiro pretende levar Bienal para La Paz, Buenos Aires, Luanda e Arles Foto: Denise Andrade

Aliás, já na origem a Bienal inovou. O Ciccillo Matarazzo, que a criou, era um mecenas, né?

Sim, foi muito corajoso o Ciccillo, um grande mecenas ao criar a Bienal e transformá-la em fundação. E hoje, atenta à democratização da arte, apesar de a exposição ser em São Paulo, a gente tem um programa itinerante para o Brasil inteiro.

Existe a possibilidade de ela ser uma Bienal verde?

Para responder a isso, vou explicar um pouco como são os processos decisórios e a escolha curatorial. A gente escolhe um curador e esse curador tem um projeto. Então, ele pode falar de sustentabilidade, de diversidade, de várias coisas diferentes. O que eu fiz agora, na presidência, foi transformar um processo que já existia, de aconselhamento, numa coisa com mais governança.

Na prática...

Na prática eu criei um comitê de escolha curatorial que tem oito membros, certo? Fizemos um convite aos curadores, eles preparam propostas e nós fazemos a escolha final. Aí, voltando à pergunta anterior, é óbvio que o verde, a sustentabilidade, é uma coisa importante.

Como a Bienal se sustenta?

De várias formas. Cerca de 70% vêm de empresas, via Lei Rouanet. Nossa sede é da Prefeitura paulistana, mas concedida à Fundação. Também temos doações livres e apoios internacionais. E há outros incentivos, como o Pro-Mac e o ProAc-SP, apoios municipal e estadual – e uma área voltada a empresas que não sabem como fazer a doação. Nos últimos cinco anos, na presidência do José Olympio (da Veiga Pereira), saltamos de 18 para 48 patrocinadores. Tive um papel nessa captação, porque o foco educacional da Bienal é o que mais brilha aos olhos das empresas.

E de que modo entra, nisso tudo, a Lei Rouanet?

Ela é essencial para a cultura no País. Sem ela dificilmente existiriam a Bienal, a Pinacoteca, o Masp. A Bienal é gratuita desde 2004. São cerca de 700 mil pessoas que a frequentam, mais a nossa itinerância no País e no exterior. Este ano visitaremos 11 cidades no Brasil e quatro fora – La Paz, Buenos Aires, Luanda (capital de Angola) Arles, no sul da França. Acho que o País está aprendendo a vender a arte melhor lá fora, com uma equipe mais profissionalizada e capaz de valorizá-la.

Nisso tudo, como funciona a curadoria?

Tivemos uma longa discussão sobre isso. Criei um comitê de escolha curatorial com oito membros e estamos recebendo as propostas. O curador é que é a alma da Bienal. O que fiz como presidente foi transformar um processo existente em algo com mais governança.

Como está aplicando sua experiência como banqueira?

Eu e o José Olympio temos o mesmo perfil: além de banqueiros sempre fomos pessoas de gestão. Assim, meu papel mais importante foi como gestora. Hoje a Bienal é uma empresa saudável financeiramente.

Trinta anos de atuação no mercado financeiro e muita experiência em governança: foi com essa bagagem que Andrea Pinheiro assumiu, por dois anos, o comando da Fundação Bienal de São Paulo, onde já atua desde 2019 como diretora. E o curto tempo não dá folga. Ela já está correndo atrás do financiamento da nova mostra e para pôr em prática a principal meta: a escolha da nova curadoria para a exposição de 2025.

Formada em governança corporativa nos EUA pela Wharton School, Andrea – que também integra o conselho da Vivo e do FGC – chega trazendo na bagagem os bons resultados da Bienal de 2023. Só como exemplo, entre 2018 e 2023 ela ajudou a ampliar de 18 para 48 os patrocinadores da Fundação. Quanto ao futuro, ela tem duas prioridades. Uma é se manter atenta a questões como diversidade e sustentabilidade, que já tiveram forte presença na Bienal passada. A outra é levar a nossa arte para o mundo. “Acho que o Brasil está aprendendo a vender melhor a nossa arte lá fora”, diz ela nesta conversa com o Estadão. Além de circular com a mostra da 35.ª Bienal (2023) por 11 cidades brasileiras, também a levará a quatro cidades do exterior: Buenos Aires e La Paz, mais Luanda, em Angola, e Arles, no interior da França. A seguir, os principais trechos da conversa.

Na Bienal você lida ao mesmo tempo com arte, cultura e educação. Como faz na prática essa conexão?

Vemos essas três coisas intrinsecamente ligadas: a educação, a democratização da arte e o fomento da produção artística. Nosso programa educacional é pioneiro no mundo. Começou em 1953 e hoje atinge 77 mil crianças e adolescentes. Treinamos 18 mil professores da rede pública para difundir os feitos da Bienal. Numa conta simples, se uma sala tem 42 alunos, atingimos quase 800 mil crianças com esses cursos.

Hoje as redes sociais são importantes para a arte. Como lidam com elas?

Elas têm um peso enorme. É muito importante trazer um público diversificado. Fizemos associação com macro e microinfluenciadores, para que atinjam suas comunidades, levando a arte a novos públicos. E as exposições, o que se mostra, falam muito de diversidade, então faz sentido ter diversidade no público.

Andrea Pinheiro pretende levar Bienal para La Paz, Buenos Aires, Luanda e Arles Foto: Denise Andrade

Aliás, já na origem a Bienal inovou. O Ciccillo Matarazzo, que a criou, era um mecenas, né?

Sim, foi muito corajoso o Ciccillo, um grande mecenas ao criar a Bienal e transformá-la em fundação. E hoje, atenta à democratização da arte, apesar de a exposição ser em São Paulo, a gente tem um programa itinerante para o Brasil inteiro.

Existe a possibilidade de ela ser uma Bienal verde?

Para responder a isso, vou explicar um pouco como são os processos decisórios e a escolha curatorial. A gente escolhe um curador e esse curador tem um projeto. Então, ele pode falar de sustentabilidade, de diversidade, de várias coisas diferentes. O que eu fiz agora, na presidência, foi transformar um processo que já existia, de aconselhamento, numa coisa com mais governança.

Na prática...

Na prática eu criei um comitê de escolha curatorial que tem oito membros, certo? Fizemos um convite aos curadores, eles preparam propostas e nós fazemos a escolha final. Aí, voltando à pergunta anterior, é óbvio que o verde, a sustentabilidade, é uma coisa importante.

Como a Bienal se sustenta?

De várias formas. Cerca de 70% vêm de empresas, via Lei Rouanet. Nossa sede é da Prefeitura paulistana, mas concedida à Fundação. Também temos doações livres e apoios internacionais. E há outros incentivos, como o Pro-Mac e o ProAc-SP, apoios municipal e estadual – e uma área voltada a empresas que não sabem como fazer a doação. Nos últimos cinco anos, na presidência do José Olympio (da Veiga Pereira), saltamos de 18 para 48 patrocinadores. Tive um papel nessa captação, porque o foco educacional da Bienal é o que mais brilha aos olhos das empresas.

E de que modo entra, nisso tudo, a Lei Rouanet?

Ela é essencial para a cultura no País. Sem ela dificilmente existiriam a Bienal, a Pinacoteca, o Masp. A Bienal é gratuita desde 2004. São cerca de 700 mil pessoas que a frequentam, mais a nossa itinerância no País e no exterior. Este ano visitaremos 11 cidades no Brasil e quatro fora – La Paz, Buenos Aires, Luanda (capital de Angola) Arles, no sul da França. Acho que o País está aprendendo a vender a arte melhor lá fora, com uma equipe mais profissionalizada e capaz de valorizá-la.

Nisso tudo, como funciona a curadoria?

Tivemos uma longa discussão sobre isso. Criei um comitê de escolha curatorial com oito membros e estamos recebendo as propostas. O curador é que é a alma da Bienal. O que fiz como presidente foi transformar um processo existente em algo com mais governança.

Como está aplicando sua experiência como banqueira?

Eu e o José Olympio temos o mesmo perfil: além de banqueiros sempre fomos pessoas de gestão. Assim, meu papel mais importante foi como gestora. Hoje a Bienal é uma empresa saudável financeiramente.

Trinta anos de atuação no mercado financeiro e muita experiência em governança: foi com essa bagagem que Andrea Pinheiro assumiu, por dois anos, o comando da Fundação Bienal de São Paulo, onde já atua desde 2019 como diretora. E o curto tempo não dá folga. Ela já está correndo atrás do financiamento da nova mostra e para pôr em prática a principal meta: a escolha da nova curadoria para a exposição de 2025.

Formada em governança corporativa nos EUA pela Wharton School, Andrea – que também integra o conselho da Vivo e do FGC – chega trazendo na bagagem os bons resultados da Bienal de 2023. Só como exemplo, entre 2018 e 2023 ela ajudou a ampliar de 18 para 48 os patrocinadores da Fundação. Quanto ao futuro, ela tem duas prioridades. Uma é se manter atenta a questões como diversidade e sustentabilidade, que já tiveram forte presença na Bienal passada. A outra é levar a nossa arte para o mundo. “Acho que o Brasil está aprendendo a vender melhor a nossa arte lá fora”, diz ela nesta conversa com o Estadão. Além de circular com a mostra da 35.ª Bienal (2023) por 11 cidades brasileiras, também a levará a quatro cidades do exterior: Buenos Aires e La Paz, mais Luanda, em Angola, e Arles, no interior da França. A seguir, os principais trechos da conversa.

Na Bienal você lida ao mesmo tempo com arte, cultura e educação. Como faz na prática essa conexão?

Vemos essas três coisas intrinsecamente ligadas: a educação, a democratização da arte e o fomento da produção artística. Nosso programa educacional é pioneiro no mundo. Começou em 1953 e hoje atinge 77 mil crianças e adolescentes. Treinamos 18 mil professores da rede pública para difundir os feitos da Bienal. Numa conta simples, se uma sala tem 42 alunos, atingimos quase 800 mil crianças com esses cursos.

Hoje as redes sociais são importantes para a arte. Como lidam com elas?

Elas têm um peso enorme. É muito importante trazer um público diversificado. Fizemos associação com macro e microinfluenciadores, para que atinjam suas comunidades, levando a arte a novos públicos. E as exposições, o que se mostra, falam muito de diversidade, então faz sentido ter diversidade no público.

Andrea Pinheiro pretende levar Bienal para La Paz, Buenos Aires, Luanda e Arles Foto: Denise Andrade

Aliás, já na origem a Bienal inovou. O Ciccillo Matarazzo, que a criou, era um mecenas, né?

Sim, foi muito corajoso o Ciccillo, um grande mecenas ao criar a Bienal e transformá-la em fundação. E hoje, atenta à democratização da arte, apesar de a exposição ser em São Paulo, a gente tem um programa itinerante para o Brasil inteiro.

Existe a possibilidade de ela ser uma Bienal verde?

Para responder a isso, vou explicar um pouco como são os processos decisórios e a escolha curatorial. A gente escolhe um curador e esse curador tem um projeto. Então, ele pode falar de sustentabilidade, de diversidade, de várias coisas diferentes. O que eu fiz agora, na presidência, foi transformar um processo que já existia, de aconselhamento, numa coisa com mais governança.

Na prática...

Na prática eu criei um comitê de escolha curatorial que tem oito membros, certo? Fizemos um convite aos curadores, eles preparam propostas e nós fazemos a escolha final. Aí, voltando à pergunta anterior, é óbvio que o verde, a sustentabilidade, é uma coisa importante.

Como a Bienal se sustenta?

De várias formas. Cerca de 70% vêm de empresas, via Lei Rouanet. Nossa sede é da Prefeitura paulistana, mas concedida à Fundação. Também temos doações livres e apoios internacionais. E há outros incentivos, como o Pro-Mac e o ProAc-SP, apoios municipal e estadual – e uma área voltada a empresas que não sabem como fazer a doação. Nos últimos cinco anos, na presidência do José Olympio (da Veiga Pereira), saltamos de 18 para 48 patrocinadores. Tive um papel nessa captação, porque o foco educacional da Bienal é o que mais brilha aos olhos das empresas.

E de que modo entra, nisso tudo, a Lei Rouanet?

Ela é essencial para a cultura no País. Sem ela dificilmente existiriam a Bienal, a Pinacoteca, o Masp. A Bienal é gratuita desde 2004. São cerca de 700 mil pessoas que a frequentam, mais a nossa itinerância no País e no exterior. Este ano visitaremos 11 cidades no Brasil e quatro fora – La Paz, Buenos Aires, Luanda (capital de Angola) Arles, no sul da França. Acho que o País está aprendendo a vender a arte melhor lá fora, com uma equipe mais profissionalizada e capaz de valorizá-la.

Nisso tudo, como funciona a curadoria?

Tivemos uma longa discussão sobre isso. Criei um comitê de escolha curatorial com oito membros e estamos recebendo as propostas. O curador é que é a alma da Bienal. O que fiz como presidente foi transformar um processo existente em algo com mais governança.

Como está aplicando sua experiência como banqueira?

Eu e o José Olympio temos o mesmo perfil: além de banqueiros sempre fomos pessoas de gestão. Assim, meu papel mais importante foi como gestora. Hoje a Bienal é uma empresa saudável financeiramente.

Entrevista por Sonia Racy

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